9 de janeiro de 2025

Começou o ano



Agora já a alguns dias no 2025 e, claro, não é muito diferente do ano passado. Não dá para entender o ano só com alguns dias, mas sinto que estou diferente. Acho que mais tranquilo, mais simples. Tenho gostado da solitude, da tranquilidade de ficar em casa. Aliás, a casa ganhou um significado maior de aconchego nas últimas semanas. Não tenho grandes planos para 2025 e nem mesmo resoluções, além das genéricas do tipo tentar ser mais saudável, ter mais tranquilidade e bondade. Não prevejo muitas mudanças, mas também não tenho o dom da premonição. Talvez envelhecer seja entender que simplesmente está tudo bem, mesmo quando não está. E que o tempo sempre segue.

30 de dezembro de 2024

Boas festas



Eu não sou um grande fã de natal ou ano novo, quer dizer, não idealizo essa época, mas independente do que eu penso o ano vai acabar e outro vai começar. Com o tempo tenho entendido que o melhor é não idealizar muito. Claro, mas cadê o sonho? A essa altura tenho gostado mais se ser realista. O sonho é poder estar em casa com meu marido e os dois cachorros jogados pelo chão dormindo e quando ouço o barulho da respiração deles e os pequenos roncos que parecem um motor de um brinquedo antigo. E então para fechar o ano investi em ter uma casa bonita. Finalmente coloquei em prática algumas reformas simples que estavam há uns seis meses atrasadas. Contratei o serviço de reparo do rejunte do banheiro, do teto de gesso da área de serviço e a pintura do teto da cozinha, afinal são dez anos por aqui. Além disso, finalmente trocamos a máquina de lavar roupa e reformamos a geladeira, que ainda está boa, mas a pintura estava ruim. Eu nem sei de onde tirei essa energia para finalmente dar um jeito na casa. E agora parece que a própria casa mudou, voltou a ser um lugar bonito e aconchegante. E me deixou feliz de ter planejado e colocado em prática do jeito que pensei. 

Então são essas pequenas vitórias que têm me atraído. Não quero nada grandioso, quero essas mini-alegrias na vida. Quero o simples e por mais difícil que seja o simples, ele me parece mais natural, mais o caminho a seguir.

Gostei do natal simples. Meus pais, minha sogra, minha cunhada e os cachorros. E comidas gostosas. Depois um passeio para ver a árvore de natal do centro da cidade, que não gostei muito, mas na verdade não tenho que gostar, fico feliz que ela está lá e cumpre a função dela. Aliás, pela primeira vez montei uma árvore com um galho de cipreste que veio em uma cesta de coisas de natal. Gostei. 

Logo começa o ano novo e quero simples, as pequenas alegrias. Gostei de voltar a sorrir com meu marido por coisas tão pequenas. Lembrar das nossas piadas internas, conversar besteiras. Quero a rotina simples de passear com os cachorros no começo da manhã, caminhar aqui pelo bairro, fazer ioga alguns dias na semana, beber vinho nas sextas, assistir filmes, ir a shows, encontrar minhas amigas, visitar meus pais. Acho que vai ser bom o 2025. Não ótimo, mas bom. Bom já está ótimo!

21 de dezembro de 2024

Sol e natureza


Acordei com os costas com aquele ardido de sol e na hora parecia que eu tinha me transportado para a praia. Como é bom um teletransporte assim tão fácil. Na realidade tinha muito tempo que eu não tomava sol ou ficava mais perto da natureza, mesmo que seja algo tão fácil. Parece que a gente esquece que é bicho e precisa de sol e natureza. Não é difícil, mas no dia-a-dia essa necessidade fica em segundo plano. Talvez a minha meta para 2025 seja pegar mais sol e estar mais perto da natureza. Uma meta simples e importante. E com mais chances de ser cumprida.

20 de dezembro de 2024

Rituais

Eu tenho um pequeno ritual nas férias. Se estou em Brasília sempre tento ir ao menos umavez na Água Mineral. Meu ritual é fazer primeiro a trilha pequena, toda sombreada e exuberante, em seguida fazer a trilha mais cerrado de cinco quilômetros. A primeira trilha é tranquila e cheia de árvores e pequenos lagos, muitos pássaros e cigarras. A segunda é bem mais pesada. É cerrado e muito sol na cabeça. No começo é tranquilo, mas levo mais de uma hora no percurso. Minha água sempre acaba e me dá um leve desespero no final, pois não adianta voltar. E finalmente ela acaba em uma ducha de água gelada. Sempre me sinto em um ritual de limpeza e de passagem, pois tem a tranquilidade do começo, a dúvida se vale a pena continuar ou voltar, o desespero de terminar e por fim a alegria de concluir o desafio e tomar um banho gelado de ducha. Pronto, pode chegar 2025!


17 de dezembro de 2024

Dezembro

Dezembro começou e parece que me deu ume energia que eu não sentia há muito tempo. Consegui colocar muita coisa para girar na casa. Consertos que precisavam de atenção há uns seis meses e um certo desleixo geral. Mas finalmente ver o teto sem o enorme buraco foi um alivio tão grande, quase como se finalmente houvessem tirado um peso das minhas costas. Aliás, pensando bem, não foi algo complicado ou tão caro assim para justificar a demora ou o peso nas minhas costas. Mas a vida tem dessas coisas e o que importo é que finalmente conseguimos resolver varias problemas que precisavam de solução. Sinto que a energia de casa mudou, parece que ela também gostou de receber um pouco de carinho. Já são dez anos nessa casa e ainda gosto muito de viver aqui. Faltam poucos detalhes para acabar essa pequena reforma, a parte mais difícil já foi concluída. E nessas últimas semanas sinto que eu também passei por uma pequena reforma. Espero que 2025 seja um bom ano. Tanto eu quanto a casa estamos preparados.


26 de novembro de 2024

Um pequeno "v"



Uma das coisas que parecem simples, mas que demorei a entender, é que não estamos em competição com ninguém. Eu costumava pensar sempre em alguém genérico que lia mais, ganhava mais dinheiro e tinha um trabalho mais significativo, ia para mais shows, via mais filmes e se divertia mais. Deve ser ótimo ser essa pessoa, ao menos de um ponto de vista externo e idealizado. Mas essa pessoa não existe. Percebi então que não existe competição e que o melhor é respirar fundo e fazer as coisas no meu próprio ritmo. Não deu pra terminar um capítulo do livro? Não tem problema, amanhã eu termino. Não deu pra ir para o show? Não tem problema, haverá outros. Parece algo tão simples, mas demorei a entender isso. Tenho então feito as pazes comigo, com meu ritmo e minhas escolhas. Não é fácil. E então respiro fundo.

Tenho buscado também estar mais presente, não viver tanto no futuro ou no passado. Outra ideia que parece simples, mas é muito complicada. Aliás, esse negócio de simples é difícil. Esses dias fui cuidar dos cachorros. Pentear, limpar as remelas, cortar as unhas. Dá um trabalho, mas gosto do processo e de ver que eles estão bem. Em alguns segundos de distração ao cortar a unha de uma das patinhas a tesoura cortou junto um pedaço da pele do meu dedo. Melhor que o machucado foi em mim do que no meu cachorro. O corte foi em formato de "v", a inicial do meu nome. Tentei ver como pequeno sinal para estar mais presente. E agora tenho um pequeno "v" no meu dedo e que deve sumir em alguns dias.

22 de novembro de 2024

Aos poucos



Os dias chuvosos por aqui, é tanta umidade que ainda não me acostumei depois de tantos meses de seca. O ano já está quase no fim, daqui a algumas semanas já é o natal e ano novo. Mas tudo bem, espero que ano que vem seja melhor. Tem sido bom envelhecer, mas sei que ainda tem muito chão pela frente. De qualquer forma, um dia de cada vez.

8 de novembro de 2024

Um pedaço de cada vez



Todos os dias um monte de coisas improváveis acontecem. Mesmo se a gente se preparar não tem como prever esses problemas. Nos últimos dias aconteceram vários e eu tomei a única decisão possível: respirei fundo e tentei resolver o que dava, uma coisa de cada vez. Pedacinho por pedacinho. Não consegui resolver tudo, mas ao menos não gastei energia com hipóteses e cenários terríveis em que tudo o que poderia dar errado. No final das contas não houve nenhuma bomba atômica e tudo se ajeitou da forma que foi possível. E acho que essa é a lição mesmo. Um monte de coisas vai acontecer e o jeito é respirar fundo e resolver o que for possível.

1 de novembro de 2024

Acabou o ano


Começou novembro e já vejo decoração de natal em muitos lugares, inclusive aqui no prédio. E isso só me mostra que o ano já acabou. Daqui a pouco chegou 2025. Aliás, será que no que vem já vai ser mais aceitável falar: "Em 25 vai ser meu ano!", como nas décadas de 80 e 90 em que era bem normal ouvir "Em 95 viajei para a praia"? Talvez eu já comece a adotar. É cansativo falar sempre "dois mil e....". O ano já praticamente acabou e percebi que não tenho grandes planos. Meu foco nos últimos tempos é sobreviver e ter saúde, um dia de cada vez. Não planejei viagens, grandes compras ou mesmo mudanças na minha vida. Depois de passar pelos anos de pandemia percebi que não dá para controlar o que ocorre a longo prazo. Tenho focado no pequeno, no dia-a-dia, e certamente me sinto minúsculo. Cada dia que passa encolho mais, mas numa visão minha sobre mim. Como uma ilusão de ótica em que algo parecia enorme e a câmera se aproxima para mostrar que na verdade se trata de um objeto bem pequeno. Não que eu me sentisse um gigante, mas é bom perceber como somos pequenos em relação a tudo que nos cerca. E ano praticamente acabou...

25 de outubro de 2024

Tempo, tempo



O tempo tem passado muito ligeiro e é difícil ver os pais envelhecerem. A velhice não é fácil. Dores, remédios, médicos e a consciência de que se viveu mais tempo do que há para ainda se viver. E se não é fácil para quem vivencia o envelhecimento, também não é fácil para quem está próximo. De qualquer forma, é o caminho de todos e isso tem me confortado. Fico feliz de ter meus pais e ouvir suas histórias, conversar, rir, chorar juntos. Acho que o importante é isso, aproveitar o tempo, pois ele não é para sempre.

18 de outubro de 2024

Nuvens na cabeça



Tem dias que parece que uma nuvem negra paira sobre a cabeça e demora a se dissipar. Dificuldade de se concentrar e de pensar em algo bom, fica apenas aquela vontade de não fazer nada e de se fixar em cenários terríveis, mesmo que hipotéticos. Mas parece que da mesma forma que a nuvem se materializa, ela mesma se dissipe, sem que seja necessário fazer algo. O jeito é ter paciência e seguir a vida. Ao menos é assim que tenho buscado lidar com essas questões climáticas internas. Uma caminhada perto de casa, alguns minutos de brincadeiras com os cachorros, um abraço apertado em quem se gosta são alguns dos remédios homeopáticos para essa condição de céus cinzentos dentro da cabeça. E isso tem me ajudado a seguir em frente, um dia após o outro. Tenho percebido que não há um caminho, não uma resposta, a vida simplesmente é, assim verbo intransitivo. A vida é. Ou será que a vida está? Não, acho que a vida é. E ao mesmo tempo a vida não permite controle, apenas uma ilusão de "condições normais de temperatura e pressão", quando na verdade tudo pode acontecer o tempo todo, até mesmo o que nem sequer se pode imaginar. Aliás, costuma ser exatamente assim.

4 de outubro de 2024

Competição interna



Tenho pensado muito em uma competição interna que não tem me feito bem. Como se eu precisasse ler vários livros, escutar vários podcasts, saber dos lançamentos de músicas, séries e filmes e ficar por dentro das notícias e dos assuntos mais importantes. E então percebi que não tenho que competir com ninguém e que posso fazer as coisas no meu ritmo. Parece uma besteira, mas me fez bem só entender isso. Posso não saber de várias coisas. E não preciso pensar em uma pessoa fictícia que leu, escuta e sabe de tudo. Posso ser apenas eu. Simples e nada extraordinário.

2 de outubro de 2024

Quase fim do ano


Chegou outubro e o ano praticamente acabou. Daqui a pouco começam as decorações de natal nas lojas e aqui no prédio. E daqui a uns dias vai completar dez anos que estamos aqui nesse apartamento. Desde que saí da casa dos meus pais aqui é o lugar que vivi por mais tempo. O tempo passa ligeiro é um dos meus mantras nos últimos meses. 

Tenho repensado várias coisas. Mas ainda não cheguei a nenhuma conclusão. Sigo meio sem rumo. Vejo cursos, pesquiso, mas não encontro nada que me interesse. Então acho que preciso mesmo ficar quieto até entender o rumo a seguir. Não sei ainda e acho que está tudo bem. Enquanto isso me preparo de alguma forma, não sei bem para o que. Nem tudo precisa ter um significado ou uma razão. Às vezes é preciso apenas viver mesmo.

E a vida segue.

27 de setembro de 2024

Shakshuka



Tenho pensado em como o tempo passa ligeiro e como eu fico por muito tempo. Tem vezes que eu me sinto como essas pedras que ficam praticamente paradas e que criam musgo ao redor. Eu fico. Tudo para mim costuma ser devagar. Não acho que seja algo ruim, é apenas o jeito que sou. Gosto de tranquilidade e de previsibilidade. Sei também que não dá pra controlar a vida, quando for pra chegar um turbilhão ele chega e bagunça (ou ajeita) tudo. Mas se não tiver turbilhão, gosto das coisas como estão. A vida simples, acomodada mesmo. E por enquanto estou bem com isso. Minha vida não é só trabalho, mas é o monte de coisa que acontece por fora também. É tudo junto, como esse shakshuka que mistura ovos com tomate e fica uma delícia.

20 de setembro de 2024

Ainda cumple



O aniversário foi bem comemorado e eu não planejei praticamente nada. Ganhei um churrasco das minhas amigas, uma tarde maravilhosa na casa nova. Gosto da simplicidade, aliás acho que esse é um dos aprendizados de envelhecer. O simples, o autêntico. Ainda sobrou um pedaço de bolo, congelei e acabou de ser comido. Agora só ano que vem!

13 de setembro de 2024

Aniversário



O aniversário foi tranquilo e é sempre bom receber carinho de tanta gente. Não planejei nada muito elaborado e no dia mesmo fomos jantar em um restaurante peruano e chinês que estava muito bom e depois um cinema, que só fui descobrir que dão de presente um ingresso no dia do aniversário. Tinha tempo que eu não ia no cinema e foi bom assistir ao documentário da Fernanda Young em uma sala pequena e aconchegante no centro da cidade. Envelhecer tem sido bom, tenho gostado mais de mim e das minhas escolhas. Na frente do prédio perto do meu aniversário tem a floração desse ipê rosa lindo, gosto de pensar que também é pelo meu aniversário.

6 de setembro de 2024

Manhãs de setembro



Chegou setembro. Meu mês favorito, pois tem meu aniversário. Eu sei, é meio infantil, mas adoro meu aniversário. Lembro de ainda na época da escola abrir a agenda do ano seguinte para ver em qual dia da semana seria o dia 10 de setembro. Não importa mesmo o dia da semana, mas era importante saber. Nunca fiz muitas comemorações ou grandes festas, mas sempre consegui celebrar de algum forma. Agora estou na beira dos 41 e esse número tem me conquistado. Não é aquele impacto dos quarenta anos, já um passo além. E setembro chegou quente e fumacento, mas cheio de ipês. E sempre lembro da música da Vanusa sobre as manhãs de setembro.

30 de agosto de 2024

Fumaça



Esses dias tivemos uma pequena prévia de viver no fim dos tempos. Queimadas criminosas sincronizadas em vários lugares do país, o clima seco e de repente parecia que a cidade era um Mad Max, um filme noir ou uma grande fotografia de um livro de geografia dos anos 90 sobre poluição. Um clima horrível e as pessoas na bicicleta ou em suas corridas como se nada ocorresse. Eu só conseguia sentir raiva da ignorância de terem criado um dia do fogo. Foram três dias de fumaça, cheiro de queimado e pequenos pedaços de fuligem que apareciam em vários lugares da casa e das ruas. Entendi um pouco a depressão com o clima que as pessoas sentem em lugares frios. Hoje o clima continua seco, mas ao mesmo o céu está limpo. É possível ver as cores, respirar um pouco. É muito doido viver no capitalismo tardio. Mas é o jeito. Ainda tenho esperança que as coisas vão melhorar. Coisas assim no geral mesmo.

23 de agosto de 2024

Zona de conforto


Eu sou uma pessoa acomodada. Gosto da minha zona de conforto e trabalho muito para ficar nela. Não gosto desses papos de gurus da inovação. Sei que poderia estar em outro emprego com um melhor salário ou morar em um lugar mais valorizado, mas gosto das coisas como estão. Não sou ambicioso. Não tenho necessidade de mostrar para os outros como estou bem de vida. Aliás, sou o oposto, não gosto muito de falar da minha vida. Não sou o meu trabalho, não sou o lugar que eu moro. Gosto de ter uma vida simples, sem muitas surpresas e cuido das minhas coisas para que durem. Mas então recebo um telefonema com uma proposta de mudar algumas coisas. Já fico com frio na barriga, mas começo a me planejar e vejo que pode ser uma boa. A vida é assim, quando menos se espera acontece algo bom.

16 de agosto de 2024

Coisas simples



Tenho pensado nas coisas simples, como uma merenda no final da tarde. Um croissant de mercado e um café feito na hora. Não precisa de muita coisa. Aliás, a vida no final das contas é simples mesmo, tento não complicar. Talvez envelhecer seja perceber que as coisas são simples e tendem a se ajeitar. Como uma merendinha no final da tarde. Eu nem estava com fome, mas é sempre bom parar um pouco, respirar, olhar o tempo.