31 de janeiro de 2025

Montanha russa ou lago da preguiça



Eu nem senti janeiro passar, mas talvez porque eu tenha ficado muito pensativo. Tenho me sentido mais introspectivo nos últimos tempos, mas não exatamente triste. Uma sensação de barulho de estática, um som que não é alto e nem baixo, um som que sempre está ali ao fundo. Acho que é importante sentir-se assim também. De qualquer forma os dias passam e não são ruins. A rotina em si não é ruim. E nem boa. Janeiro teve alguns sustos de saúde e houve também alegria, principalmente no dia da alta da minha mãe. Logo em seguida volta a modulação, sem grandes picos. Também não estou com planos de nada, tenho pensando mais nos ciclos das semanas. Não há grandes eventos ou grandes marcos. E talvez envelhecer é entender que isso também é bom. A vida não precisa ser uma montanha russa.

22 de janeiro de 2025

Susto



Que bom que existem hospitais e pessoas que trabalham na área da saúde. Meus pais são idosos e apesar de se cuidarem, de vez em quando precisam de cuidados. Esses dias minha mãe estava com muita tosse e falta de ar. Na hora lembrei da pandemia e todo o sufoco que passamos naqueles anos terríveis. Fomos ao pronto socorro e depois de alguns exames e umas três horas de espera saímos com o diagnóstico de pneumonia. Antibióticos e outros remédios fortes. Alguns dias depois ela piorou, os remédios não fizeram efeito. Voltamos ao pronto socorro para novos exames e uma nova receita, mas dessa vez colocaram uma pulseira vermelha na minha mãe, trouxeram uma cadeira de rodas e a levaram para dentro. Eu fiquei do lado de fora para assinar a papelada, enquanto a levavam para a enfermaria. Soro na veia, mais antibióticos. Uma leve melhora, mas recomendaram internação na UTI, afinal ela é idosa. Foram dois dias de internação. Nós dois juntos. Remédios, barulhos de aparelhos, medo e muita espera. Conversamos bastante, ela sempre se manteve tranquila. Conversas interrompidas por acessos de tosse. Não é a primeira vez que fico de acompanhante, então já sei mais ou menos o que esperar. Trocas de adesivo de acompanhante, preços abusivos do estacionamento, cada profissional de saúde na UTI com uma cor diferente de uniforme, da cabeça aos pés, parecia um outro mundo. Contei uma sete cores diferentes, quase um arco-íris. E eu virei a Assessoria de Comunicação da família, recebia telefones, encaminhava o PDF dos resultados dos exames, tirava fotos da minha mãe, resumia tudo o que acontecia. Depois de muitos exames, médicos, enfermeiros e muita espera: bronquite viral. Não precisava tomar tanto antibiótico e nem de tanta espera. Depois uma espera longa para a alta geral, pois é preciso comunicar em vários setores do hospital. O que importa é que ela está melhor e já está em casa. Espero que continue saudável. Bom que ganhou uma batelada de exames e verificou que está tudo bem. Que bom que existem hospitais e que minha mãe tem um plano de saúde. Apesar dos erros de diagnóstico o melhor mesmo foi irmos ao hospital.

9 de janeiro de 2025

Começou o ano



Agora já a alguns dias no 2025 e, claro, não é muito diferente do ano passado. Não dá para entender o ano só com alguns dias, mas sinto que estou diferente. Acho que mais tranquilo, mais simples. Tenho gostado da solitude, da tranquilidade de ficar em casa. Aliás, a casa ganhou um significado maior de aconchego nas últimas semanas. Não tenho grandes planos para 2025 e nem mesmo resoluções, além das genéricas do tipo tentar ser mais saudável, ter mais tranquilidade e bondade. Não prevejo muitas mudanças, mas também não tenho o dom da premonição. Talvez envelhecer seja entender que simplesmente está tudo bem, mesmo quando não está. E que o tempo sempre segue.