30 de julho de 2025

18



Eu nunca pensei que fosse casar, morar junto, dividir a vida com alguém. Quando eu era criança e adolescente não havia nenhum referencial de casal entre pessoas do mesmo gênero. Mas como não havia referencial, então não tinha um modelo para seguir e criamos o nosso. Gosto da nossa rotina, nossa vida juntos. Passamos por vários perrengues e sempre conseguimos superar tudo. É uma vida tranquila, uma vida boa de se viver juntos. Nem parece que já são 18 anos juntos. Te amo! Aliás, eu nem sabia que ainda existia macarrão de letrinhas, que foi usado em várias sopas que fiz para a recuperação da cirurgia de vesícula.

16 de julho de 2025

Modo sobrevivência



Com os últimos acontecimentos de saúde na minha família entrei em um modo sobrevivência. Não penso em mais nada além da recuperação das pessoas que amo. Sinto saudades de quando minha vida não era só pensar saúde, mas é isso, a vida simplesmente acontece, não depende da vontade de ninguém. Estar no modo sobrevivência me fez perceber como várias coisas são supérfluas e como é bom quando se tem boas notícias, corre tudo bem na cirurgia e finalmente podemos voltar para casa, para a vida mais ou menos normal, com alguns cuidados, mas já uma versão mais próxima da rotina normal, se é que existe realmente uma rotina normal. Meu corpo e minha cabeça estão cansados, mas é bom estar de volta à casa. Essas vivências nos mudam, mas estou com saudades de coisas bestas como sair para tomar um café e comer algo gostoso, ir a um show, encontrar minhas amigas, rir. O jeito é ter calma e paciência. Aos poucos tudo volta a algo que parece o normal.

9 de julho de 2025

Cuidar



Família é algo tão complexo, cheio de altos e baixos, brigas e alegrias, mas é bom estar dentro dessa rede de cuidado. Como deve ser difícil a vida sem ter alguém para nos cuidar e também para cuidarmos. Nessas últimas semanas tenho cuidado da minha mãe no que ela precisa após passar por uma cirurgia que a deixou com menos autonomia. Ela sempre foi alguém muito independente e por causa da cirurgia precisa de ajuda para várias situações, além de não poder dirigir. E nos últimos dias meu marido sentiu dores no abdômen e está internado. Estou craque na função de acompanhante das pessoas da minha família. Já é o terceiro hospital que durmo e ajudo no que for necessário, além de conversar, acolher e até mesmo tentar melhorar o humor de quem não está bem de saúde. Não é fácil, mas realmente é muito mais tranquilo cuidar do que se cuidado, principalmente porque quem cuida em geral não sente dores físicas ou perdeu a autonomia. Quem bom que existe hospital e profissionais da saúde, mas o ambiente hospitar é sempre muito complicado. Muita espera, muita incerteza, muita dificuldade. E é bom perceber que somos mais fortes do que pensamos e que logo tudo se adapta. A vida dentro do hospital se desenrola de outra forma e aos poucos vira uma habilidade aprendida para quem acompanha e para quem está internado. Espero que essa fase hospitalar passe e logo chegue a fase da saúde. Não tem lugar melhor do que a nossa própria casa.

4 de julho de 2025

Caraminholas



Tem tanta coisa na minha cabeça e no meu corpo que fiquei duas noites sem dormir direito. Eu sempre tive o sono bom, de deitar a cabeça no travesseiro e apagar, mas nos últimos dias tenho dores no corpo e caraminholas na cabeça. Já estou melhor, afinal é sexta e vou ter o final de semana para descansar, mas as caraminholas continuam aqui agitadas dentro da minha mente. São várias preocupações e muitas que estão fora do meu alcance. Eu sei que não adianta esquentar minha cabeça, mas não é racional. Ela já está quente. Espero que o remédio que eu precise seja uma garrafa de vinho, músicas e conversas com meu marido.