2 de janeiro de 2014

Já começou o ano

Nesse ano não tive a tradicional tristeza de reveillon. Talvez tenha sido muito espumante ou quem sabe foi chegar em uma festa com um monte de desconhecidos menos de uma hora antes da meia noite. Em compensação, exatamente pelo excesso de espumamente, perdi a consciência por algumas horas e não lembro praticamente nada do que fiz. Quando voltei a mim estava voltando a pé para casa junto com o Iran, já de manhã, sem muita ideia do que eu possa ter feito enquanto Iran dormia no sofá.

Ou seja, se o ano for reflexo da festa de reveillon, 2014 não vai ser fácil, mas espero que seja divertido.
 
O primeiro dia foi inteiro na cama com uma das maiores ressacas da minha vida, vendo uma maratona de Friends e me lembrando como eu gostava de assistir aquela série. Mas agora que sou mais velho do que eles naquela época, vejo como tudo aquilo é completamente fora da  realidade.

Não tenho ainda a menor ideia do que vou fazer nesse ano. Vim hoje me arrastando para o escritório pensando no que vou fazer. Ainda não sei, espero conseguir entender isso ainda no começo do ano.

Mas espero que seja melhor do que o ano que passou! Vai ser sim!

31 de dezembro de 2013

Já já

Daqui a algumas horas vai acabar o ano. Finalmente 2014 vai começar! Enquanto isso, tiramos o dia para rituais de fim de ano. Defumações, espoliações, soneca, camomila e, claro, espumante. E o calor dessa cidade. Parece que faz uns 40 graus. 

Vai rolar uma festa na casa do amigo da amiga do amigo da amiga do Iran. Espero que seja legal. Ok, eu sempre tenho problemas com ano novo. Sempre fico super animado, mas de repente fico super triste. E só vou me recuperar no dia seguinte. Quem sabe agora no meu trigésimo réveillon eu consiga ficar tranquilo.

Quero me descobrir no que vem. Cansei dessa vida de gado, cansei dessa chatice. Quero um trabalho que tenha a ver comigo. 

Vem logo, dois mil e quatorze. Ou catorze. Ok, 14.  

28 de dezembro de 2013

Quase quase o último dia!

Finalmente alguns dias pra poder descansar, refletir sobre o final do ano e ver o que vai ser diferente no ano que vem.

Eu não sou assim tão ligado no Natal. Aliás, a gente não é nada natalino, tirando a rabanada. Mas no ano novo eu tenho minhas superstições. Gosto de cueca nova e com alguma cor diferente. E uma camisa nova também, com algum significado pra mim. O ruim é que tenho tanta expectativa com o último dia do ano que sempre me frustro. Nunca me divirto no último dia, apesar de ter todo um ritual. 

Nesse ano quero ficar mais tranquilo. Não me preparar muito e não ter muita expectativa. Até agora não sei onde vou passar as últimas horas do ano. Prefiro assim. 

Só sei que quero que o próximo ano seja bem melhor do que esse. Vai ser!

19 de dezembro de 2013

Ipê

Voltei da viagem e nunca senti tanta dificuldade para me adaptar ao ritmo de vida de pessoa trabalhadora.

A viagem me fez querer ser mais leve, não levar tudo de forma tão pesada. Me fez querer ter uma vida mais simples, com mais horas livres.

E então chego no escritório e já tenho um milhão de coisas para fazer. Aliás, este mês de dezembro tem sido o mês que mais trabalhei na vida. E trabalhando em algo que não acredito, ajudando gente rica a ficar mais rica, levantando riscos ambientais que as empresas estão pouco interessadas em saber e trabalhando com essa fantasia ultrapassada que é o tal do terno-e-gravata.

Enquanto isso tento dar um flashback na vida. Encontro pessoas do meu antigo emprego e tento me imaginar de novo em um órgão público, com horário mais flexível e carga mais humana. Aliás, justamente essa carga mais tranquila tenha sido um dos motivos que me fizeram buscar um trabalho na iniciativa privada.

Ok, eu sei que existem vários outros tipos de trabalho, mas no momento eu não sei exatamente o que quero fazer, o que é bem frustrante quando se tem já trinta anos.

De qualquer forma, quero que o próximo ano seja mais tranquilo, que eu tenha mais tempo para a minha vida pessoal. Chega de mundo corporativo, de fusões, aquisições, auditorias, riscos e tudo mais. Vida simples, coisas simples, trabalho simples. Não sou uma pessoa complexa, não me vejo como um advogado excepcional. Aliás, me vejo exatamente como um Zé Mané. Mais um cara com um trabalho ok, uma vida ok, um salário ok. Será?

Claro que não! Queria mesmo ter um trabalho diferente, criativo, não-corporativo. Mas eu não sei que trabalho é esse e, bem, minha formação é toda corporativa.

Mas é melhor ir aos poucos. Quero que meu próximo trabalho seja mais tranquilo e que me proporcione mais horas para a minha vida pessoal. Nada de trabalhar o dia inteiro e nos fins de semana. Ou se eu trabalhar assim, ao menos seja em algo que eu acredite!

2014, seja legal comigo que eu serei legal com você.

Ah, sonhei com um ipê branco. Só eu e o ipê branco florido. Hoje numa reunião maluca num desses prédios corporativos da Faria Lima, eis que está lá uma foto enorme de vários ipês, jacarandás e outras árvores parecidas. E, lógico, um imenso ipê branco.

Eu adoro sinais e coincidências. E interpreto do meu jeito. Então acho que 2014 vai ser legal. Esse período maluco vai terminar. E o próximo ano vai ser ótimo!

20 de novembro de 2013

Zeolandices

Eu não sabia muito bem o que imaginar da Nova Zelandia antes de ter vindo para cá. Na verdade a primeira impressão não foi das melhores, pois o aeroporto é bem longe da cidade e o hotel não é assim uma maravilha. Mas depois de passar o primeiro dia aqui achei realmente Auckland uma cidade incrível.
A primeira coisa que fizemos foi bem excursão de escola. Fomos ao Auckland Museum. É um museu com arte maori e coisas do início da colonização. Lógico que fomos ver uma apresentação maori. Uau! Os caras são demais. A dança de guerra é uma coisa que realmente dá medo. Eles batem bem forte o pé no chão, batem em seu corpo e gritam bem alto. Dizem que algumas guerras foram decididas só no grito. Imagina...
E descobri também que os maoris são parentes dos havaianos. Os ancestrais deles saíram da Ásia e foram para várias ilhas de canoa. Papua Nova Guiné, Polinésia. Chegaram até o Havaí e a Califórnia.
E vi também um passaro parente do avestruz, mas tinha quatro metros e nao tinha asas. E, claro, os kiwis, uns passarinhos sem asas. Parecem mesmo a fruta kiwi.
No final do dia dei uma volta sozinho pela vizinhança do hotel. Cheguei em um roseiral, um parque e uma praia. Tudo tão lindo e meio vazio. Parecia um filme de aventura. Eu ia andando, subindo escadas, descendo ladeiras, descobrindo lugares novos.
A cidade é bem mais simples e barata do que Sydney. As pessoas são mais simples também e há pouca gente na rua. Mas todos são muito simpáticos. O sotaque é complicado, mais difícil que o da Austrália. Eles demoram um pouco para me entender e eu para entende-los.
A viagem aqui nao tem muito roteiro. Vamos perguntando para as pessoas sugestões de atrações e como chegar. Com o tempo fiquei com preguiça de roteiros engessados e milimetricamente planejados.
Ia terminar o texto com umas expressões em maori, mas esqueci e fiquei com preguiça de pesquisar. Minha cara isso. Aliás, férias para mim é sinônimo de preguiça.

16 de novembro de 2013

Véspera do casório

Amanhã vai ser o casamento do meu irmão. Ufa! Vai ser ali em uma sala dentro da Opera House. Um casamento pequeno para umas sessenta pessoas. O "best man" (tipo o padrinho) teve um problema e precisou ir ao Brasil e agora eu vou cumprir esse papel. Ou seja, vou ficar lá na frente e entregar as alianças.


Ontem foi o dia inteiro fazendo brigadeiros e bem casados.

Fui padrinho no casamento da minha irmã e agora vou ser no do meu irmão.

Mas esse negócio de casamento tradicional, festa e tal, acho que isso não é pra mim.

De qualquer forma, vai ser ótimo curtir a festa.

Ufa!

14 de novembro de 2013

Praiano


Todo esse perrengue que passei nesse ano talvez tenha sido uma forma de fazer essa minha cabeça dura entender que preciso de uma vida mais tranquila.

Hoje fomos em uma praia chamada Belmoral. Almoçamos em um restaurante ali perto, depois sentamos em um banco em uma parte elevada. Pensei tanto na minha vida. Sentei ali, ouvi o mar, vi as ondas, senti aquele vento gostoso. E pensei na minha vida. Preciso realmente mudar algumas coisas. Mais calma, mais autoestima, mais saúde, mais descontração.

Gosto tanto de praia. Queria poder ir mais vezes. A gente mora há menos de duas horas do litoral e nesses quase dois anos fomos apenas uma vez.

Acho que a verdade é que o tempo passa muito depressa. Quando menos a gente se dá conta lá se foram dois anos. Lá se foram doze anos.

Não quero carregar arrependimentos nas minhas costas. Quero ser um velhinho leve... Quero ser um adulto leve.

12 de novembro de 2013

Simples

A viagem tem sido bem tranquila. Aliás, acho que precisava dessa tranquilidade para poder colocar minha cabeça no lugar. Tenho pensado bastante no tanto que o tempo passa rápido e em como as coisas adiadas podem nunca acontecer.

Então, mais um vez, penso em mudanças na minha vida. Mas dessa vez quero começar com mudanças pequenas: alimentação saudável, meditação, roupas mais confortáveis, estilosas e legais, mais livro, mais música, mais eficiência nos gastos, mais exercício físico.

Vamos lá! Quero uma vida melhor para mim.

5 de novembro de 2013

Australianas

O vôo para chegar até aqui, como era de se esperar, foi bem complicado. Muita gente, pouco espaço, longas horas. Mas chegar em Sydney vale a pena todo o esforço. Tranquilidade, conforto, pessoas diferentes, comida gostosa.

É legal ver a vida que meu irmão escolheu. Ele sai bem cedo de casa, deixa o carro na estação de trem e em 10 minutos chega no centro. Em geral às quatro da tarde já está de volta. Depois vai para academia ou uma corrida. E dieta com muita proteína e legumes, quase nenhum carboidrato e nada de leite ou derivados.

Eu larguei a dieta e os exercícios. Saio de casa cedo, levo quase uma hora pra chegar ao escritório e volto, no mínimo, às oito da noite. Mal tenho tempo de ler ou fazer algo depois do trabalho.

Ainda não sei o caminho que quero seguir ou qual vai ser meu futuro.

Morar aqui? Claro que sinto vontade. Mas não sei o que poderia fazer. E não tenho dinheiro para a mudança. De qualquer forma sempre sou atraído pelo botão "reset". Começar tudo de novo do zero. Fiz isso em 2012. Quem sabe trabalho com ciclos de dois ou três anos...

Enquanto não defino meu caminho, curto essas férias tranquilas com minha mãe. Sou de novo um adolescente. Ela paga tudo pra mim, me mima e sempre diz que é ótimo viajar comigo. A gente se dá bem. Saímos de trem, passeamos por lojas e pontos turísticos, voltamos cedo pra casa, tomamos um café ou chá, ficamos um pouco na internet (ela está apaixonada pelo novo iPad!), depois jantamos com meu irmão e minha cunhada em casa, vemos um pouco de tevê e dormimos.

Como já viemos outra vez, agora não fazemos tantas coisas turísticas. Não acho ruim, na verdade. Estava precisando descansar depois de tantos meses de muito trabalho.

Agora estou aqui em um avião para Melbourne. Dizem que é a São Paulo daqui. Sydney é o Rio de Janeiro. Acho que todo país tem uma cidade equivalente a RJ, SP e BSB.

Não sei direito o que vamos fazer por lá, mas vai ser legal. Férias até mesmo quando não acontece nada é legal.

Sydney está toda roxa com as árvores de jacarandá floridas. Me lembra um pouco Brasília com os ipês. Iran até me disse que as duas árvores são da mesma família. Gosto tanto dessas árvores quando estão floridas.

Em Melbourne está acontecendo um grande evento de corrida de cavalos. A cidade para e todo mundo de arruma de um jeito meio brega. As mulheres usam chapéus que não são chapéus (chamam-se "fascinators"). É basicamente um mini chapéu grudado na cabeça. Às vezes é um pedaço de tecido e arame. E dai vão beber, apostar em cavalos e usar roupas chiques. Vai entender. Eles devem achar estranho também a gente usar fantasias, sair na rua, encher a cara e torcer pra desfiles de carros enfeitados e mulheres nuas. E velhinhas com roupas de 40 quilos girando com bandeiras.

Sinto saudades de Brasília e de São Paulo. Incrivelmente sinto mais saudade de SP. Até mesmo meu caminho da estação até casa, passando pela Augusta até o centro. Queria que lá fosse tão segura quanto aqui. Não ter paranóia com assaltos é tão bom. E não ter tanta gente desconfiando da gente é maravilhoso. Tem máquinas de "self check in" para tudo: supermercado, tíquetes, aeroporto.

Bem, esse texto não tem tema e não segue nenhuma ordem. Vou apenas escrevendo o que me passa na cabeça. E do lado de fora da janela do avião não tem nada. Não tem casas, não tem estradas, não tem árvores. Só terra. Engraçado como não tem nada no miolo da Austrália, só nas bordinhas do país.

Será que eu vou achar meu caminho nessa viagem? De repente tenho de me perder para me achar...

28 de outubro de 2013

Mudanças e coincidências

Eu estava no avião voltando para São Paulo depois de passar alguns dias em Brasília, naquele misto de tristeza pelos rumos da minha vida e saudade de uma vida mais simples. Não sou a pessoa mais sociável dos aviões e em geral não passo do "bom dia", "com licença" e "até mais".

A pessoa da cadeira do lado parecia bem simpática e me perguntou sobre minhas tatuagens, dizendo que sempre teve vontade de fazer, mas hoje, por estar com um pouco mais de trinta anos, acha que já está velho para isso.

Conversamos mais um pouco e recebi uma proposta de emprego. Eu nunca havia combinado de jantar com uma pessoa que acabei de conhecer em um avião. Ainda mais em um contexto nada sexual.

A conversa foi ótima e já virou um almoço com outra pessoa da empresa. Não há nada certo e eu realmente não esperava por nada disso, mas pode ser que meus rumos profissionais mudem.

O engraçado é perceber que não estamos mesmo no controle da nossa vida. O tempo inteiro há coincidências que podem alterar tudo. Nada é permanente, nada é para sempre. É bom deixar um espaço para o acaso.

Ainda não sei se é o melhor caminho a seguir, mas ao menos é um caminho diferente. A vida já me levou para tantos lugares diferentes. Sinceramente, nunca achei que estaria onde estou (não que seja muito!). Mas sinto orgulho do caminho que escolhi, das opções que fiz quando apareceu alguma bifurcação. Claro, muita coisa poderia ter sido diferente, mas não adianta pensar no "e se...".

Frio na barriga. Não sei o que vai acontecer. Mas algo vai acontecer.

10 de outubro de 2013

Largar

Mas é claro que estou perdido na vida. Vi uma revista dessas semanais com a manchete de capa sobre como encontrar o trabalho da sua vida. Eu me iludo, claro. Daí comprei a bendita revista pela primeira vez na vida.
 
Vários exemplos legais e receitas de como facilitar esse processo de mudança de carreira. A moça que trabalhava com tecnologia e largou tudo para virar mecânica. A publicitária que largou tudo e foi virar professora de balé.
 
Eu adoro esse conceito de largar tudo e, inclusive, baseio minha biografia futura nessa frase. Larguei tudo e... Bem, só não sei para onde vou depois de largar tudo. Sempre penso em surpreender as pessoas no futuro contando que já fui servidor público, que já fui advogado, que já tive carteirinha da OAB, que já tive carteira de trabalho assinada. Na minha cabeça as pessoas ficariam bem supresas e responderiam com "Sério? Você? Nunca imaginei!".
 
Fiz um ensaio de "largar tudo". Ou melhor, de "largar". Deixei meu emprego público, minha cidade e vim morar em São Paulo, procurando um emprego que eu não tinha a menor experiência. Mas preciso largar de novo, depois de um ano e meio.
 
Não é bem que eu precise. Na verdade eu achei que eles me largariam, mas ainda estou por aqui. Não tenho coragem de pedir demissão e acho que não tenho aptidão para ser advogado. Mas venho todos os dias, faço alguns trabalhos, vou a eventos. Aprendo. E recebo um salário bem baixo em uma posição de recém-formado.
 
Gosto de meio ambiente. Sempre gostei, apesar de nunca ter me engajado. Aliás, eu nunca me engajei em nada. Nunca encontrei minha paixão na vida e isso tem me deixado tão insosso. Dias seguidos de outros dias e nada de emoção, nada de novidade, nada de nada. Pago as contas, leio algumas coisas, vejo um pouco de tevê, trabalho, namoro.
 
Minha grande emoção nos últimos dias foi quando chegou o sofá. Sim, um sofá, ou melhor, um sofá-cama. E um rack. Ou buffet, não me lembro. Nunca tive um sofá na minha vida. Já tive rack, mas não tão bonito como esse que compramos.
 
Eu sei que é um sentimento completamente burguês, mas acho linda nossa nova sala. Sofá, rack (ou buffet, não lembro!), mesa e quatro cadeiras. Uma sala em que pessoas podem sentar, conversar, escutar música.
 
Eu quero mais que uma sala. Quero paixão, loucura, ressaca, risadas, bebidas, música alta. Quero viver aqui de verdade, quero um emprego que eu me orgulhe do que faço, que eu possa ser mais sincero comigo mesmo.
 
Quero largar minha vida profissional e começar outra, do zero. Mas antes disso tudo, quero saber o que quero fazer. Ou então largar tudo e depois saber o que fazer? A pessoa tem trinta anos e contas para pagar e, claro, fica bundona. Cadê meus colhões? Quem é você, Vinicius? Tá na hora de (se) descobrir!

19 de setembro de 2013

Passion

Qual é a minha paixão, o que me move, o que me faz acordar todos os dias? A primeira coisa que me vem à cabeça é uma grande interrogação.

Acho que aos trinta anos já se deve saber qual é a paixão na sua própria vida e realmente é estranho não saber.

Gosto de fotografar, cozinhar, escrever, criar, mas será que é essa minha paixão?

Claro, paixão pode ser algo muito efêmero,  ideológico, meio que um sonho inalcansável. Mas pode ser também um norte.

Não me encaixo no meu atual trabalho e nem no anterior. E nem no antes desse. E não tenho ideia de qual será o próximo.

Talvez eu apenas queira um trabalho simples, com horas fixas e dinheiro no fim do mês. Um trabalho que não exija muito de mim para que eu possa me dedicar a outras atividades mais criativas e que não me trarão nenhum retorno financeiro, mas que, claro, me darão muita alegria. Um trabalho simples que me proporcione horas livres para fotografar o que eu quiser, escrever livremente, cozinhar pratos diferentes, pesquisar sobre comida, lugares, fazer cursos, ver filmes, peças, exposições, ir a shows, descobrir novos músicos e viajar. 

Não preciso de muito para viver e não tenho muitas ambições. Acho que nem todo mundo precisa ter sucesso profissional, ser reconhecido, ser um exemplo. Eu queria apenas um trabalho tranquilo com horas fixas e um salário ok, não precisa ser nada demais. Não preciso ter o carro do ano ou um super apartamento. Ou ter roupas de estilistas famosos, obras de artes caras, essas coisas grã-finas. Talvez um outro luxo de comer num restaurante mais caro, de comprar uma ou outra peça de roupa legal.

Eu quero uma vida tranquila. Não quero me comparar com os filhos dos amigos dos meus pais, com meus amigos da época do colégio ou da faculdade, nem com pessoas que tem uma década a menos do que eu e que ganham mais que o dobro do meu salário. E que já têm apartamento próprio, carro do ano, viajam para o exterior e que vivem em casas saídas de blogs de decoração.

Sempre fui devagar, sempre parei para olhar as flores, as nuvens, as coisas que não têm muito significado para as outras pessoas. Meio no mundo da lua. Sempre me interessei pelo diferente, pelo exótico, pelo esquecido, pelo desvalorizado. O ruim (ou o bom!) é que as coisas que eu gosto de fazer não dão dinheiro.

Desde pequeno quis ser alguém que meus pais tivessem orgulho. Fui criado para ser médico, juiz, promotor e quando meus pais perceberam que não teriam um filho que seguisse nessas áreas, desejaram apenas ter um filho funcionário público e com um apartamento próprio. Bem, atualmente não cumpri com nenhum desses requisitos.

Eu quero uma vida simples, um trabalho tranquilo. E admitir isso é perceber uma certa preguiça profissional. Talvez todo aquele potencial de tirar notas boas no colégio, ser aprovado numa das melhores faculdade e em um dos cursos mais difíceis não signifique exatamente a felicidade.

Não me enxergo como um sucesso profissional. Aliás, sempre me achei uma fraude, mesmo após a aprovação em tantas provas da vida (colégio, vestibular, diploma da faculdade, da pós, entrevista de emprego). Já fui elogiado pela minha inteligência, pela minha calma, pelo bom relacionamento com os demais profissionais. Mas não tenho ambição ou maturidade, tanto que mesmo com trinta anos as pessoas ainda me chamam de menino.

Talvez eu devesse procurar um trabalho tranquilo, mas que me proporcionasse algum retorno social. Atendimento jurídico para a população carente ou encarcerada, ONG ambiental, idosos, crianças orfãs, dependentes químicos. Não sei.

Ou um trabalho burocrático em um órgão público de meio ambiente ou social.

É estranho viver meio sem rumo na vida. Parece que estou esperando um sinal que nem sei bem qual é. Mas o tempo tem passado tão rápido ultimamente que sinto que talvez eu fique assim para sempre. Até ser demitido. Até aposentar. Até morrer. O cara que tinha um potencial bacana, mas que nunca soube utilizá-lo.

E tudo isso começou com a pergunta sobre qual é a minha paixão na vida. Eu, hein.

Mas ok, essa indefinição na vida já está um pé no saco. Preciso de prazos (advogado, prazos, sei...). Vou tirar umas férias forçadas daqui a alguns meses, viajar para bem longe (bem longe mesmo!) e tentar entender essa cabeça maluca.

Estou contando com você, Vinicius do Futuro. Espero que quando eu (ou você) reler(relermos) esse texto daqui a um tempo (não muito tempo, espero!), a gente esteja bem e tenha um rumo na vida. Só isso.

18 de setembro de 2013

Academia

Até agora eu não entendi como a gente conseguiu ficar tanto tempo pagando a academia e nem sequer pisar lá. Foram algo como três meses de preguiça e roupas ficando apertadas.

E depois de adiar muito, de colocar o alarme para seis da manhã, acordar e voltar a dormir até as sete e pouco, finalmente resolvemos colocar o tênis, o short e a camiseta e arriscar uma corridinha de leve na esteira.

Foi ótimo perceber que em poucos meses de academia e de dieta a gente conseguiu perder uns cinco quilos e vários centímetros.

Agora não tem muito mistério. É só seguir esses dois passos.

E engraçado que esses dois dias de treino já fizeram uma diferença na minha cabeça.

12 de setembro de 2013

Quase quase

Uma das minhas grandes angústias é dar certo na vida, mas o que seria exatamente esse dar certo? Tenho emprego, moro na cidade que escolhi e com a pessoa que amo, tenho saúde, como o que quero e me divirto às vezes. Isso é ótimo! Mas será que é suficiente? Quero mais dinheiro, quero mais tempo livre, quero um corpo mais magro... a lista é quase infinita.

É bom não estar satisfeito e querer mais, mas sinto que não valorizo o que já tenho, além de me comparar com pessoas que da minha idade ganham dez vezes mais e têm trabalhos mais interessantes.

E não sei bem para onde ir. Não sei qual caminho quero seguir, o que mudar e batalhar para chegar em qual lugar. Não sei meu talento, não sei o que realmente gosto de fazer. Mas sinto que não vai demorar muito para descobrir. A vida tem ma aprontado algumas coisas boas ultimamente. Talvez eu esteja exatamente onde eu deveria estar para começar uma mudança interessante em minha própria vida.

9 de setembro de 2013

Quase 30

Último dia na casa dos 20 anos. Olhando tudo isso dá pra perceber como já tem tempo que estou por aqui. Será que ainda fico mais 30? Acho que sim. Talvez até mais!

Foi tão gostoso passar esses dias em Brasília. Rever minha família, os amigos, rir, falar besteira e todo mundo dizendo o tanto que faço falta e como de voltar logo. Foi tão bom ficar lá esses dias. E tão difícil entrar no avião pra voltar pra cá, pra esse trabalho sem graça, pra essa cidade que ainda não sei se é minha.

Mas vamos pra frente, né? Alguma hora vou entender a razão de estar passando por todo esse perrengue.

6 de setembro de 2013

Eita

Não sei se é a chegada aos trinta, o ano já meio que acabando ou se é alguma outra coisa esotérica, mas
to querendo simplificar minha vida, mudar algumas prioridades. Ultimamente trabalho pra que gente muito rica fique ainda mais rica. Fusões, aquisições, SPA, reps & warranties... E fica aquela vontade de fazer algo mais significativo com meu trabalho. Ando refletindo sobre os próximos rumos. Ok, só um desabafo antes de voltar pra mais outra due diligence pra ajudar gente rica a ficar mais rica. Meu espirito hippie ta meio "chatiado" hoje. Afinal de contas foi ele que me ajudou a escolher trabalhar com Direito Ambiental.

2 de setembro de 2013

Quase nos trinta

É engraçado viver esses últimos dias ainda na casa dos vinte anos. Daqui a alguns dias entro com tudo nos 30. Apesar do peso de estar há três décadas por aqui, não acho ruim chegar nessa idade.

Talvez a principal mudança que quero pra essa nova fase é uma simplificação da vida. Quero um trabalho mais significativo. Não quero apenas ajudar gente muito rica a ficar ainda mais rica. Quero sim poder fazer algo que eu me orgulhe. E quero algo que o Vinicius de 1998, lá com 15 anos, se orgulhe de ver o Vinicius de 2013. No momento não é bem isso que acontece.

Quero ter mais arte na minha vida, quero um trabalho mais interessante e criativo, que me proporcione dar um retorno legal para a sociedade. Quero uma vida mais simples, mais saudável, mais tranquila.

Eu ainda olho no espelho e acho bacana o reflexo. Gosto de mim e acho que tenho melhorado com o tempo.

Passei uma fase muito complicada aqui em São Paulo, mas acredito que agora tudo está ficando melhor.

O ano acabando e eu já tenho que começar a me mexer para chegar em 2014 do jeito que quero. E já com os 30!

29 de agosto de 2013

Esses tais de 30


No início da semana tive um dos piores momentos da minha vida. Aqueles dias em que a única vontade é jogar-se em um precipício e desaparecer por sentir-me tão pequeno, incompetente e sem possibilidade de mudança. 

Mas a vida tem dessas coisas. Os dias tenebrosos são importantes, afinal de contas não dá pra viver feliz todos os dias. 

A vida não está legal. O trabalho é chato, cansativo e não é realmente minha praia. Mas não dá pra jogar tudo para o alto e desistir. Ele é chato, mas paga minhas contas e me permite morar aqui. O negócio agora é o próximo passo. Cozinha? Fotografia? Morar fora? Sim, um pouco de tudo.

Vamos lá planejar a nova fase da vida. Esses tais de 30 anos não estão sendo fáceis! Mas não é pra ser mesmo! Vamos lá agitar essa vida que nada tá perdido ainda!

22 de agosto de 2013

Criar

Uma das coisas que mais falta em minha vida atualmente é criatividade. Não crio nada. Nada de fotos, nada de textos, nada de nada. Quer dizes, depois do mixer eu até tenho feito alguns muffins, mas, bem, isso não conta. Tá, conta um pouco, mas dá pra fazer mais do que isso.

O fim de semana tá chegando e quem sabe consigo tirar umas fotos, escrever um pouco, pensar em um roteiro para um vídeo.

A vida está sem graça, mas sempre dá pra colorir um pouco.


15 de agosto de 2013

Tequilas e reflexões

Tinha tempo que eu não bebia até não lembrar do que havia feito na festinha do museu. Tequila tem dessas coisas. Ainda mais intercalada por doses de vinho, cerveja e não jantar.

Mas acordei na minha cama de pijama e banho tomado, mas com dores por todo o corpo e alguns pequenos roxos e machucados. Não lembro de nada. E durante meia hora ninguém sabe o que eu fiz, nem mesmo eu. E não lembro de ter vomitado no taxi de volta pra casa ou no chão da sala.

Sempre que subo a Rua Augusta de manhã cedo e vejo algumas pessoas com cara de balada desmaiados na calçada, lembro que poderia ser eu. Mas ufa, que bom que tenho amigos e namorado que me ajudam nas horas que a pomba-gira resolve baixar.

Mas a vida não está fácil. Aliás, está bem chata e cansativa. Muitas horas de trabalho, pouca grana, muita ralação e pouca diversão. Daí porque fui abraçar a tequila.

Mas agora quero me jogar em outras coisas. Cozinhar mais, criar mais pratos diferentes, investir em bugingangas gastronômicas (um mixer e um jogo de panelas decentes fez toda a diferença!). Quem sabe aprender a fazer blends de chá? Desenvolver receitas diferentes? Mais na frente quero muito abrir um café, um bistrôzinho com meu amor e alguns amigos. Algo simples, aconchegante, sem muitas pretensões.

No mais eu não sei mais nada da vida. Não sei se fico aqui, não sei se volto pra lá, não sei se mudo de trabalho, não sei se vou para um outro lugar.

Em menos de um mês completo as trinta primaveras. Continuo me achando com vinte e poucos, mas talvez um pouco mais tranquilo.

Ainda procrastino um pouco, ainda ando a pé, ainda gosto de usar roupas coloridas, barba, cabelo não tão curto (enquanto ainda me resta cabelo!). Mas quero resgatar outras coisas que ficaram pelo caminho. Quero tirar mais fotos, escrever mais, cozinhar, viajar, cuidar da casa, criar, desenhar, pintar, voltar pra academia, cuidar do corpo, ler mais.

Quem sabe uma vida mais tranquila!? Mas será que me acostumo?

Enquanto isso vou vivendo essa vida. Ela não é ainda como eu quero, mas também não é assim tão ruim.