5 de julho de 2016

Água

Eu adoro água. Salgada ou doce. Natural ou piscina. E me sinto bem ao ouvir o barulho que as ondas fazem, ao sentir o vento. Gosto quando estou submerso e um pouco antes de sair da água, a linha que divide o ar e a água vira um espelho. De repente sou dois, um da água e outro do ar. Aos poucos esses dois se encontram e se tornam um só.
Outro dia a gente resolveu fazer um banho de sal grosso pra tirar as energias negativas. A água escorre do pescoço pra baixo. Assim que a água salgada tocou minha pele pensei no mar. No alto mar. Ondas, azul, paz. A água escorria e eu estava no mar.
Hoje de manhã antes de vir pro trabalho resolvi passar perto do lago. Respirei, olhei as ondinhas e tirei essa foto. Preciso de água.

28 de junho de 2016

Como?

E de repente, depois de vários dias legais, de vários eventos interessantes, depois de muita risada, de repente vem uma sensação esmagadora de tristeza. Um cansaço acumulado, uma vontade de só ficar em casa, uma sensação de não se encaixar nessa vida que eu me meti. E então tudo fica cinza, tudo fica escuro, tudo fica difícil.

Mas a vida ao menos não é tão sacana. Ela então me coloca em um seminário do meu trabalho em que posso ficar quieto, posso só fingir prestar atenção em tudo o que vem acontecendo comigo enquanto acham que estou bem concentrado no assunto que está aqui em discussão.

Quero entender o que vem acontecendo comigo. A terapia, as conversas, o tempo. Eu quero mudar. Eu quero perceber meu lugar em tudo isso. Quero ser mais eu. Quero ser mais pleno. Mais cheio de mim, das minhas idéias. Quero me sentir interessante e único. Não quero colocar um terno, não quero perder essa vontade de ir pra eventos culturais malucos, de ter experiências novas, não quero me ver um velho do outro lado do espelho. Quero saber conversar, quero ter conteúdo. Quero ser leve. Quero ser denso quando precisa. Quero criar, quero ter histórias pra contar. Quero saber mudar. Quero ter uma mudança de vida. Quero conhecer quem eu realmente sou. Quem eu sou? Quem eu quero ser?

20 de junho de 2016

Escrever

Eu gosto de escrever desde pequeno. Cartas, bilhetes e até livrinhos. Mas eu sinto que ultimamente tenho ficado mais preguiçoso, não tenho escrito muito. Parece que fico esperando que me chegue uma ideia pronta para só então começar a escrever, quando na verdade é escrevendo que a gente começa a ter ideias. Então preciso voltar a escrever e a colocar as ideias pra fora, soltar minha imaginação. Chega desse monte de barreiras que eu mesmo coloquei. Tem tanta coisa que eu posso criar, tem tanta ideia esperando ser concretizada ou mesmo somente ser escrita (como se isso fosse pouca coisa!). Tem muita coisa aqui dentro e eu preciso colocar pra fora, mesmo que seja aos poucos. 

17 de junho de 2016

Sexta

Finalmente chegou a sexta. Mas parece que a semana não passou tão arrastada, pois foram muitas coisas. Um filme da Marina Abramovic, um concerto da orquestra sinfônica com uma cantora lírica, uma meditação no templo, um filme da Alice Bombom, a terapia. E hoje de noite ainda tem uma festa com temática junina. Por mais semanas leves e cheias de coisas!

16 de junho de 2016

Terra Pura

Eu nunca tinha entrado em templo budista. E tem um mais ou menos perto da minha casa. Um amigo foi algumas vezes nas meditações e me chamou. No começo me deu uma preguiça, mas vamos lá.

De repente eu tava em algum filme japonês antigo e não mais em Brasília. O templo é exatamente como se imagina nesses filmes. Muitas saudações japonesas, dessas com as mãos nos quadris e a cabeça baixa. Uma moça muito simpática nos recebeu, explicou como fazer as saudações, colocar o incenso no altar e disse que o próprio JK doou o terreno pra comunidade budista construir o templo.

Recebi um livrinho com uns salmos em japonês, com a fonética das sílabas em português em cima. Eu queria rir com aquelas sílabas. Mas de repente estava lá na meditação cantada. Depois fomos para um tatame, sentados num banquinho de meditação, bem pequeno. Respira, inspira, meditação guiada. Fui tão longe, não estava mesmo em Brasília.

Ainda não achei minha religião, talvez nunca ache. Mas gostei da experiência de ter ido a um templo shin budista e ter feito uma meditação. Deu até vontade de voltar lá outro dia, mas não toda semana, porque não tô muito a fim de pegar um compromisso semanal.

Eu não gosto de religião, mas adoro espiritualidade, meditação, natureza.

9 de junho de 2016

Diferente

Não sei se vou passar no vestibular, não sei se vou ser chamado nesse novo trabalho, mas engraçado notar que na verdade isso não importa muito. Só de ter saído um pouco do automático e de poder pensar nem que seja na possibilidade mudança já tem sido o suficiente. O resultado não é o principal, mas sim o processo pra chegar lá ou mesmo em outro lugar que eu ainda não sei. Eu sei, parece auto ajuda.

Acho que uma das piores sensações é a paralisia por não pensar em nenhuma possibilidade para um problema. Claro, sempre há uma possibilidade pra tudo, mas nem sempre a gente consegue pensar nelas como cenários possíveis pra se mudar de vida. Nem sempre a gente da a atenção que aquela ideia merece.

A partir do momento que a gente toma uma decisão, qualquer uma que seja, parece que as coisas começam a se mexer. Não dá pra saber se a decisão é a certa ou a errada, mas se mexer um pouco já é suficiente.

Aliás, acho que a maioria das dificuldades pra qualquer coisa que a gente quer fazer estão na nossa cabeça. Eu adoro bolar um milhão de dificuldades pra tudo, sempre pensando no pior cenário possível. E quase nunca esse cenário acontece. Afinal, ainda estou aqui. Ainda vivo, ainda tenho dinheiro, ainda tenho comida.

E ainda tenho planos. Que podem mudar no meio do caminho. Mas ao menos não me sinto mais paralisado. Ufa!!!

7 de junho de 2016

De volta ao colegial

Tem mais ou menos treze anos desde o meu último vestibular. E mais ou menos sete anos desde que eu me forme na faculdade. E desde então já rolou uma pós - graduação e alguns cursos. Por que não estudar alguma coisa que não tem nada a ver com minha área de formação. Alguma coisa que não tem nada a ver com direito, com meio ambiente e com transportes. Algo completamente fora da minha realidade. Algo que ninguém imaginasse que eu fosse fazer.

Bem, uma das minhas melhores amigas descobriu o curso de História da Arte na UnB. Por que não? Fizemos a inscrição, não consegui estudar nada. E no último final de semana foram as provas. No primeiro dia, humanas. Ok, minha área. A prova foi difícil, mas não impossível. Já no domingo, exatas. Putz! Não lembrava de nada. Nem sequer usei a calculadora, porque não lembrava de nenhuma fórmula, de nada. Matemática, física, química e biologia. Não me lembrava de nada.

Mas vai que a gente consegue ser aprovado, mesmo que na última chamada, nos últimos lugares. Vai ser ótimo voltar a estudar, voltar pra universidade, aprender sobre arte. Tô com os dedos cruzados!

1 de junho de 2016

Quadradinhos

Recebi um email há mais ou menos uns dois meses sobre vagas em outros lugares. Mandei meu CV. Depois fiz uma prova. Ontem foi a reunião. Frio na barriga. Mas é bom mudar de ares. Voltei de São Paulo cansado do jeito que minha em Brasília está. E preciso mudar tantas coisas. E quero mudar vários quadradinhos, até o quadro final ficar bem diferente. Não tem mais como ficar do jeito que está...

28 de maio de 2016

Essepê no frio

Voltar aqui depois de tantos meses me fez perceber como gosto de São Paulo. Várias coisas mudaram, mas a cidade que eu conheço ainda está por aqui. Quase um ano e meio depois eu mudei e a cidade também. Mas é maravilhoso encontrar tantos rostos conhecidos! Até o frio que tem feito tem me deixado em outra atmosfera, longe da secura do planalto e o calor do sol do planalto e do deserto que começa a aparecer nessa época do ano.

E tem sido ótimo me desligar das notícias, sair um pouco de Brasília, não pensar no trabalho e em mais nada. Só pensar em curtir essa São Paulo que amo tanto, junto do meu marido.

Ainda tem muita coisa pra fazer aqui antes de voltar. E quero deixar muita coisa que já não me serve mais.

22 de maio de 2016

Dorcorpo

O meu corpo não está feliz e fez questão de não me esconder isso. Eu sinto dores no pescoço e nas costas. Fiz exames, fui a médicos. Resultado: dor emocional. Eu já sabia. Minha cabeça não está feliz também, não tem como o corpo estar. Eu sou um só. Mas eu não conhecia esse lado do corpo. Dores no pescoço, torcicolo, costas travadas, dores na cabeça, machucados na boca e na língua. Minha imunidade baixou tanto. Minha autoestima também. Tudo está em baixa. Acho que até a situação política tem contribuído. A situação profissional então, nem precisa dizer nada. Tudo está complicado, aliás, tem poucas coisas boas em que posso me segurar. Meu namorado sempre ajuda, meus amigos, minha família, meu terapeuta. Mas essa guerra é minha e somente eu posso sair dessa. Mas cada dia me sinto melhor. Eu vou conseguir!

12 de maio de 2016

Meu corpo de novo veio me lembrar que preciso prestar atenção em mim. Um torcicolo de quatro dias com dores de cabeça pulsantes. A médica sugeriu dois dias de repouso e era justamente o que eu precisava, junto com um comprimido que relaxa os músculos tudo e começa a fazer efeito em 15 minutos. Mas aí acontece uma dor gigante no meu peito, provavelmente gases (podia ser infarto, mas arrotei e melhorou bastante!).

Pra que viver nessa prisão? Até quando preciso cumprir minha pena? A vida pode ser bem mais leve! Dá pra ter uns dias de folga sem que musculatura do pescoço esteja toda travada, sem parecer um robô de filme dos anos sessenta.

A gente é tudo. É o corpo, é a cabeça, é o pescoço, é o que a gente lê, come, vê, bebe, do que a gente ri, os beijos que a gente recebe, os carinhos, o que a gente odeia, as tarefas chatas. A gente é tudo isso.

10 de maio de 2016

Cisne

Eu estava me sentindo mal com tudo o que sempre passa pela minha cabeça. E então passamos na beira do lago, descemos no pier e ele sugeriu de andarmos no pedalinho. Escolhi aquele com formato de cisne, colocamos os coletes e entramos no lago. Quando percebi, eu devia ter de novo uns 5 ou 6 anos e os problemas ali fora do lago já não pareciam tão grandes. Eu só queria curtir meu namorado, o lago, o por do sol e o cisne gigantesco em que a gente cortava as águas do lago.

5 de maio de 2016

Psique

Entrei, sentei na poltrona e comecei a escutar músicas aleatórias de uma rádio misturadas com as vozes de duas pessoas do outro lado da outra porta.

Eu sou o próximo. Já tem quase um mês que venho aqui para falar dos meus problemas internos, das minhas inadequações, das minhas angústias.

Tem dias que o psicólogo usa astrologia e em outros, cartas de tarot. Gosto dessas coisas esotéricas, vai que ajudam, né? Afinal, estão aí há tantos séculos.

De qualquer forma, é bom ter um tempo pra tentar entender o que acontece comigo e para onde quero ir.

Resolvi procurar um psicólogo porque me senti completamente paralisado em um emprego que não gosto e sem saber para onde quero ir e com mais de trinta anos nas costas. Ainda não sei e ainda tô no mesmo emprego, mas já penso em mais algumas possibilidades pra minha vida.

A paralisia foi umas das piores sensações que já senti. Chorei na frente dos meus pais. Com quase trinta e três anos eu não conseguia parar de chorar na frente das duas pessoas que me criaram e que me olhavam completamente assustadas.

Eu entendi que meu ritmo é mais devagar mesmo. O ritmo pra tudo: pra amadurecer, pra mudar de caminho, pra tudo. Mas ao mesmo tempo tenho momentos de coragem e de rapidez que nem eu consigo entender.

As coisas ainda não estão boas, mas ao menos estão melhores do que antes. E eu comecei a me entender um pouco melhor. Ufa!

3 de maio de 2016

Talvez seja isso

Acordo quase todos os dias com um enjôo e uma náusea. Não tem nenhum dia que eu realmente queira levantar da cama pra começar o dia. Aliás, queria morar nesse não-tempo que ocorre antes do dia amanhecer e não há melhor lugar pra vivê-lo do que na cama.

Meu corpo dói da falta de sono. Meus olhos ardem. O enjôo e a náusea já fazem parte de mim.

Eu tentava ser uma pessoa com ideias, com vontade de mudar, de viver novas experiências, de ser mais leve. Mas o peso da vida, do trabalho, do trânsito, o peso tudo me esmaga de uma forma que apenas consigo me arrastar do carro para o trabalho e depois pra casa.

Quero mudar, é claro. Não tem conforto nessa zona de conforto. Não tem como viver aqui. Mas o medo de não conseguir sair daqui me prende mais do que se tivesse uma corrente no meu pescoço.

Acho que daqui a pouco eu consigo gritar. Eu consigo ser o louco que larga tudo isso. Eu ando tão cínico. Eu parei de ligar para o que pensam de mim. Talvez seja isso.

30 de abril de 2016

Abriu


Abril não foi um mês fácil. Depois de muitas crises internas, chorei na casa em que eu nasci, na frente dos meus pais. Chorei por tudo o que eu vivi e pelo que eu ainda não consegui viver, seja por medo ou por imaturidade. Depois de tantas lágrimas me senti seco e vazio, mas mais calmo. Abraços, conversas, preocupação. No dia seguinte eu tinha uma consulta agendada para tentar entender minha cabeça. O que te traz aqui? Depressão é a morte em vida, mas sem ter morrido. Talvez seja isso. Cartas de tarô e astrologia. Vidas passadas, quem sabe. Mas são todas as mesma vida. Eu continuo nas consultas semanais, ainda sem entender direito, mas compreendendo melhor. Arte, quem sabe? Pois é, eu quem sei. Ou devo saber. Arte? Talvez. Tenho que fazer uma prova ainda. Mesmo sem os testes me sinto mais vivo, ao mesmo voltei a me dar alternativas, a pensar, a olhar pra fora (e pra dentro) um pouco. Abril não foi fácil. Teve crise minha e do país. Teve votação estranha, teve manifestação. Mas teve paineiras florescendo por toda a cidade. E um pouco de frio com céu sem nuvens. Não sei no que vai dar, nem dentro e nem fora. Pode ser que ainda piore antes de melhorar. Mas vai melhorar. Tem que melhorar. E eu sinto que vai sim. O importante é que começou a abrir.

31 de março de 2016

Dias de basquete

No meu segundo grau a educação física era na parte da tarde e era preciso escolher um esporte coletivo pra praticar. Eu detesto esportes coletivos e sempre fui péssimo. Acho que o único esporte que eu já fui bom é natação.

Eu escolhi basquete e o horário do treino era nas quintas às 17h. Esse virou pra mim o pior dia da semana. Eu já começava o dia mal. Teve um dia que eu acabei pegando um ônibus errado pro colégio (talvez de propósito) e fiquei passeando pela cidade ao invés de ir pra aula. Instantaneamente meu dia ficou mais feliz.

Hoje em dia parece que segunda a sexta são meus dias de educação física do colégio. Não tem mais educação física e não tem mais basquete, mas a sensação dos dias é igual ou até mesmo pior. Onde é que pega o ônibus errado?

30 de março de 2016

Óleo nas penas

Cada dia que passa eu afundo mais e ligo menos para as regras sociais. Uso qualquer roupa que aparece, não arrumo a casa há dias, não faço mais a barba, não tenho mais fome, não tenho mais energia. Só não desisti mesmo do banho.

Fiquei bem doente. Garganta, febre, candidiase na boca e língua. Dificuldade de dormir, dificuldade de viver. Eu queria ficar naquele estado de suspensão por muito tempo. Não tenho vontade pra mais nada.

Não tenho vontade de estudar, não tenho vontade de sair, não sei o que está acontecendo e nem o que eu tenho que fazer pra sair dessa situação.

Detesto meu emprego, detesto as horas do dia que passo por aqui. Na verdade, nunca gostei de nenhum emprego que eu tive e eu não tenho idéia do que eu gostaria de fazer. Meu emprego ideal parece ser um não - emprego.

Não sei quando vou conseguir sair disso. Eu quero sair. Quero voar. Quero sorrir. Quero criar. Eu me sinto como aqueles pássaros e peixes cobertos de óleo nos vazamentos de navios petroleiros. Eu não vejo detergente por perto pra limpar minhas penas ou minhas escamas. Mas vou continuar a voar ou nadar. Não sei até quando.

Uma hora eu entendo tudo isso.

29 de março de 2016

Febre

Febre, dor de garganta, boca estourada, dor de cabeça, enjôo. Foram alguns dias que meu corpo parecia não ser mais meu corpo. Mas não foi apenas uma infecção, foi uma forma de meu corpo me avisar que a minha vida precisa mudar, que eu preciso mudar. O trabalho não está bom, nunca foi aquilo que eu gostaria de fazer (mas o que eu faria?) E que estresse tomou conta. Quero uma vida mais leve, quero uma vida mais plena, quero mais flores, mais vida, mais amor. Mas não sei ainda como conseguir, como sair dessa jaula confortável, que aliás já nem anda tão confortável. O que fazer?

22 de março de 2016

Idoso

Eu precisei de um final de semana mais idoso. Sem festas, sem bares, sem bebida. Ficamos em casa, vimos filmes e séries de TV, dormi e acordei cedo, fomos na feira, arrumamos a casa, li alguns livros, escutei músicas antigas. Descansei meu corpo e minha cabeça. E eu gostei de ter um final de semana mais geriatrico.

18 de março de 2016

Sombra e brisa

Do lado do meu trabalho tem um centro cultural bem arborizado e cheio de sombras e grama. Quando as coisas apertam no trabalho eu gosto de vir espairecer um pouco. Escuto passados, sinto a brisa, curta uma sombra de árvore sentado em um banco. Aos poucos eu fico mais calmo. Eu preciso de natureza. Preciso de brisa, preciso respirar. Não consigo ficar só nesse concreto e nesse caos. Minha cabeça dói, meus olhos ardem, meu corpo está cansado. Tem dias que não sei mesmo como eu aguento. Como eu me presto a esse papel? O que me falta acontecer pra eu entender o meu rumo? Enquanto isso eu tento escapar um pouci e ficar embaixo da sombra de uma árvore. Mas daqui a pouco preciso voltar pra realidade. Tanto pra minha realidade quanto pra essa realidade.