E então eu acordo e olho pra tela em branco, sem saber o que escrever. Nada me vem à cabeça. Não lembrei do sonho, não teve nenhum assunto interessante do dia anterior. Tem dias que são assim, sem nada muito especial.
5 de agosto de 2016
4 de agosto de 2016
Acorda e escreve
Tenho tentado acordar e escrever algo, ainda com esse inconsciente molinho, meio dormindo, meio acordado. Sem filtro, sem amarras, sem tema. Acordo e escrevo. Tem horas que não sai nada, mas mesmo assim tenho continuar a escrever, num fluxo que nem eu sei direito de onde vem.
Esses últimos dias têm sido um pouco de laboratório. Tento fazer pequenas mudanças na minha rotina: ir por outros caminhos, comer mais devagar, melhorar a alimentação, cuidar da postura, pegar mais leve e tem dias até que consigo meditar... Tenho tido essa vontade de melhorar, de sair do automático, de sair da anestesia. Aos poucos, quem sabe.
3 de agosto de 2016
Insônia
Tem noites que o sono não vem fácil. Apesar do cansaço, da hora ou do colchão. Simplesmente os olhos teimam em ficar abertos. E então surgem os barulhos da madrugada. Os pássaros, os carros, os cachorros. Nada do sono. A cabeça começa a pensar em tanta besteira. Às vezes chega um sono besta, só pra não dizer que a noite passou todas em claro...
2 de agosto de 2016
Aos poucos
Tem tempo que não sonho ou simplesmente não lembro dos meus sonhos. Acordo cansado e já penso na hora que vou voltar a dormir. Mas ao menos não é mais segunda.
Semana que vem começam as aulas. Depois de tanto tempo vou voltar a estudar. Quase todas as noite e as manhãs de sábado. Mas estou bem empolgado, vai ser bem diferente da primeira faculdade.
Aos poucos a vida fica mais leve e mais em sintonia comigo. Aos poucos as coisas vai melhorando.
1 de agosto de 2016
Hotel
Tem vezes que mesmo sem viajar parece que a gente foi pra bem longe. Minha mãe nos deu uma diária de hotel aqui de Brasília. E foi ótimo poder dormir numa cama bem grande cheia de travesseiros, curtir café da manhã, serviço de quarto, piscina, sauna. Pareceu mesmo uma viagem... Mas uma tão perto que não foi nem meia hora pra chegar. E agora é voltar pra realidade...
26 de julho de 2016
Nove
24 de julho de 2016
(des)conectar
Deitado na rede eu vejo uma montanha que é percorrida pela sombra de uma nuvem. São poucas nuvens no céu, mas algumas gostam de ser projetar ligeiras pelas montanhas.
Tudo é muito preguiçoso, sem planos, sem metas. Como as vacas ali no pasto.
Eu preciso ser mais vaca, mais galinha, mais marreco e menos esse troço que eu me tornei.
E é só deitar na rede e ver as nuvens se projetando nas montanhas. Melhor ainda se for fora da cidade.
14 de julho de 2016
Trabalho / Vida
Depois de olhar um tempo para o que é postado na internet a gente já começa a fazer o rascunho da carta de demissão do emprego e pensa em protagonizar mais uma história de alguém que larga tudo e viaja pelo mundo.
Eu adoro essas histórias. As fotos são sempre lindas, as pessoas estão felizes e realmente parece ser maravilhoso. Mas não é pra todo mundo.
Já trabalhei em vários lugares e nunca me encontrei em nenhum. Faço meu trabalho direitinho, cumpro as obrigações e tudo mais. Já até fui promovido em alguns, mas nunca realmente encontrei meu propósito.
E descobri que gosto dessa segurança de ter o salário certinho no final do mês, mesmo que não seja alto. E adoro décimo terceiro, férias remuneradas, licenças, banco de horas, horário certo pra sair, não trabalhar no final de semana. Eu sei, é muito zona de conforto.
Mas foi uma luta dentro da minha cabeça. Primeiro eu queria ter um trabalho de acordo com meu próprio nível intelectual e depois um que fosse com propósito. E terceiro, um que pagasse um bom salário. Mas essas exigências são bem abstratas e quase impossíveis de se atender.
E então eu via todo mundo com trabalhos incríveis, super bem remunerados. Todo mundo satisfeito com os trabalhos. E eu aqui num emprego simples e que não tem nada a ver comigo.
Decidi então simplificar as coisas. Ao invés de tentar encontrar um emprego que pagasse mais, preferi diminuir meus gastos. E ao invés de ficar me martirizando por não ter um trabalho com propósito, decidi fazer mais coisas fora do trabalho, já que o meu horário é fixo. Foram aulas de aquarela, palestras sobre vários temas, filmes, festivais, terapia e agora resolvi até fazer uma segunda graduação, mais voltada para as artes (já sou formado em, quem diria, direito).
E então fiquei mais feliz com a forma como está meu equilíbrio entre trabalho e vida fora do trabalho. claro que eu vou continuar reclamando do trabalho, afinal é trabalho, né?
Mas acho que mais importante do que um trabalho com significado é fazer algo significativo com o tempo fora do escritório. Não dá pra esperar para fazer coisas interessantes só quando estivermos em um emprego bacana, quando o corpo estiver em forma, quando tiver um dinheirinho sobrando no final do mês. A vida é agora.
12 de julho de 2016
Passei!
Quase não acreditei quando li meu nome na lista dos aprovados. História da Arte. Eu? Vou estudar arte? Sério? Então tá bom.
Não dei conta de estudar para o vestibular e fiz as provas com o que eu lembrava da época do colégio. Espera aí, arte? História da arte, né? Vou ser historiador da arte? Curador? Sei lá, só sei que quero estudar algo que eu goste, sem pensar em mercado de trabalho.
Eu pensei em mercado de trabalho e me lasquei. Então agora quero ser mais lúdico. Quero ter aulas sobre arte, sobre história, sobre literatura, quero sair do direito. Quero me bagunçar!
E que ótimo voltar pra UnB depois de tantos anos. Agora com outra cabeça. Agora com outra vida.
11 de julho de 2016
Vestibulando
7 de julho de 2016
Mortes
Tenho pensando mais no morte ultimamente, mas não em matar. Tenho pensado no final da vida. Como será que vou viver meus últimos anos? Doente, sozinho e sem grana? Feliz, perto da natureza e de muita gente que amo? Respirando com a ajuda de aparelhos e me alimentando por sonda? Morrer tranquilo durante o sono? Uma morte rápida após um acidente? Não tenho ideia. Não tem como saber. O jeito é viver dia a dia, não como se fosse o último, mas sabendo que a gente não vive pra sempre.
E o pós-morte? Será que tem outra vida? Será que tudo acaba? Gasto tudo o que eu juntei na vida? Faço uma doação para uma instituição de caridade? Quem será que iria no meu enterro? Seria cremado, enterrado? Jogaria minhas cinzas no mar, no lago, numa floresta? Seria enterrado perto dos meus parentes?
A morte em si é simples. Mas essas questões são tão complexas para algo que acontece com todo mundo.
Meu pai não sofre com mortes. Para ele todo mundo se encontra no céu, tipo uma festa. Eu nunca chorei a morte de ninguém. Nem famoso, nem família. Nunca vivi a morte de ninguém muito próximo. Minha mãe chorou quando meus avós morreram. Eu não chorei nada.
Um dia minha morte vai chegar e eu não vou ter resolvido todas essas questões. Mas ai já vou estar morto e essa vida não importa muito.
Quero tentar ser feliz por aqui mesmo. Quero levar boas memórias daqui. Vivi e ainda vou viver muitas coisas boas. Claro, algumas ruins também.
Quero morrer velhinho. Quero fazer muita coisa ainda. Quero viajar, quero ler livros, ver filmes. Quero produzir muita coisa. Quero criar. Quero mais natureza. Quero mais risada, quero mais choro também, de alegria e de tristeza também, porque quando a gente tá triste percebe outras coisas, quero comer muita coisa diferente, quero conhecer outras pessoas, cidades, países, lugares. Quero ver muita mudança ainda. E quero mudar muita coisa. Quero amar muito. Quero viver muitas vidas nessa minha vida. Quero viver até o dia de morrer. E quem sabe começar tudo de novo. E de novo...
6 de julho de 2016
Imagem
Eu me desacostumei com minha imagem. Parei de prestar atenção em mim. Olho no espelho e vejo olhos, nariz, boca, barba e cabelo, como se não fizessem parte de um todo. E então olhei realmente para mim no espelho. Olhei meu reflexo, meu rosto, meu corpo. Olhei pra mim e através de mim. O que estou fazendo comigo? Como cheguei aqui? Como saio daqui? E me veio uma vontade de chorar. Uma vontade de resgatar aquela pessoa do outro lado do espelho. E senti uma saudade de mim mesmo. Será que consigo me encontrar? Será que saio dessa roda viva?
5 de julho de 2016
Água
28 de junho de 2016
Como?
E de repente, depois de vários dias legais, de vários eventos interessantes, depois de muita risada, de repente vem uma sensação esmagadora de tristeza. Um cansaço acumulado, uma vontade de só ficar em casa, uma sensação de não se encaixar nessa vida que eu me meti. E então tudo fica cinza, tudo fica escuro, tudo fica difícil.
Mas a vida ao menos não é tão sacana. Ela então me coloca em um seminário do meu trabalho em que posso ficar quieto, posso só fingir prestar atenção em tudo o que vem acontecendo comigo enquanto acham que estou bem concentrado no assunto que está aqui em discussão.
Quero entender o que vem acontecendo comigo. A terapia, as conversas, o tempo. Eu quero mudar. Eu quero perceber meu lugar em tudo isso. Quero ser mais eu. Quero ser mais pleno. Mais cheio de mim, das minhas idéias. Quero me sentir interessante e único. Não quero colocar um terno, não quero perder essa vontade de ir pra eventos culturais malucos, de ter experiências novas, não quero me ver um velho do outro lado do espelho. Quero saber conversar, quero ter conteúdo. Quero ser leve. Quero ser denso quando precisa. Quero criar, quero ter histórias pra contar. Quero saber mudar. Quero ter uma mudança de vida. Quero conhecer quem eu realmente sou. Quem eu sou? Quem eu quero ser?
20 de junho de 2016
Escrever
17 de junho de 2016
Sexta
Finalmente chegou a sexta. Mas parece que a semana não passou tão arrastada, pois foram muitas coisas. Um filme da Marina Abramovic, um concerto da orquestra sinfônica com uma cantora lírica, uma meditação no templo, um filme da Alice Bombom, a terapia. E hoje de noite ainda tem uma festa com temática junina. Por mais semanas leves e cheias de coisas!
16 de junho de 2016
Terra Pura
Eu nunca tinha entrado em templo budista. E tem um mais ou menos perto da minha casa. Um amigo foi algumas vezes nas meditações e me chamou. No começo me deu uma preguiça, mas vamos lá.
De repente eu tava em algum filme japonês antigo e não mais em Brasília. O templo é exatamente como se imagina nesses filmes. Muitas saudações japonesas, dessas com as mãos nos quadris e a cabeça baixa. Uma moça muito simpática nos recebeu, explicou como fazer as saudações, colocar o incenso no altar e disse que o próprio JK doou o terreno pra comunidade budista construir o templo.
Recebi um livrinho com uns salmos em japonês, com a fonética das sílabas em português em cima. Eu queria rir com aquelas sílabas. Mas de repente estava lá na meditação cantada. Depois fomos para um tatame, sentados num banquinho de meditação, bem pequeno. Respira, inspira, meditação guiada. Fui tão longe, não estava mesmo em Brasília.
Ainda não achei minha religião, talvez nunca ache. Mas gostei da experiência de ter ido a um templo shin budista e ter feito uma meditação. Deu até vontade de voltar lá outro dia, mas não toda semana, porque não tô muito a fim de pegar um compromisso semanal.
Eu não gosto de religião, mas adoro espiritualidade, meditação, natureza.
9 de junho de 2016
Diferente
Não sei se vou passar no vestibular, não sei se vou ser chamado nesse novo trabalho, mas engraçado notar que na verdade isso não importa muito. Só de ter saído um pouco do automático e de poder pensar nem que seja na possibilidade mudança já tem sido o suficiente. O resultado não é o principal, mas sim o processo pra chegar lá ou mesmo em outro lugar que eu ainda não sei. Eu sei, parece auto ajuda.
Acho que uma das piores sensações é a paralisia por não pensar em nenhuma possibilidade para um problema. Claro, sempre há uma possibilidade pra tudo, mas nem sempre a gente consegue pensar nelas como cenários possíveis pra se mudar de vida. Nem sempre a gente da a atenção que aquela ideia merece.
A partir do momento que a gente toma uma decisão, qualquer uma que seja, parece que as coisas começam a se mexer. Não dá pra saber se a decisão é a certa ou a errada, mas se mexer um pouco já é suficiente.
Aliás, acho que a maioria das dificuldades pra qualquer coisa que a gente quer fazer estão na nossa cabeça. Eu adoro bolar um milhão de dificuldades pra tudo, sempre pensando no pior cenário possível. E quase nunca esse cenário acontece. Afinal, ainda estou aqui. Ainda vivo, ainda tenho dinheiro, ainda tenho comida.
E ainda tenho planos. Que podem mudar no meio do caminho. Mas ao menos não me sinto mais paralisado. Ufa!!!
7 de junho de 2016
De volta ao colegial
Tem mais ou menos treze anos desde o meu último vestibular. E mais ou menos sete anos desde que eu me forme na faculdade. E desde então já rolou uma pós - graduação e alguns cursos. Por que não estudar alguma coisa que não tem nada a ver com minha área de formação. Alguma coisa que não tem nada a ver com direito, com meio ambiente e com transportes. Algo completamente fora da minha realidade. Algo que ninguém imaginasse que eu fosse fazer.
Bem, uma das minhas melhores amigas descobriu o curso de História da Arte na UnB. Por que não? Fizemos a inscrição, não consegui estudar nada. E no último final de semana foram as provas. No primeiro dia, humanas. Ok, minha área. A prova foi difícil, mas não impossível. Já no domingo, exatas. Putz! Não lembrava de nada. Nem sequer usei a calculadora, porque não lembrava de nenhuma fórmula, de nada. Matemática, física, química e biologia. Não me lembrava de nada.
Mas vai que a gente consegue ser aprovado, mesmo que na última chamada, nos últimos lugares. Vai ser ótimo voltar a estudar, voltar pra universidade, aprender sobre arte. Tô com os dedos cruzados!
1 de junho de 2016
Quadradinhos
Recebi um email há mais ou menos uns dois meses sobre vagas em outros lugares. Mandei meu CV. Depois fiz uma prova. Ontem foi a reunião. Frio na barriga. Mas é bom mudar de ares. Voltei de São Paulo cansado do jeito que minha em Brasília está. E preciso mudar tantas coisas. E quero mudar vários quadradinhos, até o quadro final ficar bem diferente. Não tem mais como ficar do jeito que está...