16 de janeiro de 2017

Comida de verdade

A gente adora comer, ainda mais quando é uma comida bem gorda e gostosa. E é impressionante como comer fora e pedir entrega de restaurantes em casa sai caro. Nesses últimos dias a gente tem ido mais nas feiras e supermercados e planejamos mais as refeições. Durante a semana a gente tenta comer mais balanceado e no sábado damos para as comidas mais gordas. E nessa história de cozinhar em casa temos economizado bastante.

Além disso, cozinhar em casa dá uma sensação boa de produzir algo. Picar a cebola, refogar, mexer a panela, experimentar, acertar o sal e a pimenta. E então o prato está lá pronto. Pode não estar perfeito e nem muito bonito, mas a sensação de que se fez algo é maravilhosa, além de se ter uma conexão com a comida que se vai comer. Não é simplesmente abrir uma caixinha e comer o que tem lá. Aliás, nem precisa falar que ao comer em casa a gente sabe exatamente o que vai lá dentro e certamente vai ter bem menos conservantes do que os pratos prontos e congelados ou do que aquela lanchonete famosa.

E as sobras são uma coisa maravilhosa também! Saber que tem comida preparada na geladeira e que é só esquentar, além de transformar o que sobrou em um sanduíche delicioso ou um maravilhoso mexidão. Sério, não tem contraindicações para comer em casa. 

E aos poucos as habilidade melhoram também. As cebolas ficam picadas mais rápido, as receitas são adaptadas, o instinto melhora.

Achei uma dieta muito legal no documentário "Cooked", do Michael Pollan: Você pode comer tudo o que quiser, desde que você mesmo o prepare. Assim, não tem quem dê conta de comer batata frita todo dia ou comer sem bolo de chocolate sem parar. 

15 de janeiro de 2017

Débitos

Crise econômica e política há meses. Tudo está mais caro no mercado e todo o comércio tenta dar um jeito de vender mais, mas todo mundo pensa duas vezes em gastar o dinheiro.

E de repente no mar de 'passa no débito' e nas farra de compras de coisa pro carnaval, percebi que não posso gastar tanto. 

Eu lembro como eram as coisas antes de 1994, com várias moedas diferentes, as máquinas de colocar etiquetas de preço nas mercadorias do mercado e como tudo ficava mais caro todos os dias. Preços congelados, três zeros cortados no final do preço, compras de mês, poupança sequestrada, filas e mais filas. E então veio o R$ e deu aquela impressão de que tudo ia melhorar. Moeda forte, paridade com o dólar, poder de compra. Um crise um 1997 quando foi retirada a paridade ao dólar a pedido do FMI, mas então a partir de 2002 e os programas de distribuição de renda tudo parecia melhorar de novo na economia, mesmo que no comércio internacional a gente só venda mesmo as compositores e tudo é muito instável. E então mais crises em tudo. E tudo de novo outra vez, de volta aos anos 90.

Mas enfim, tudo isso pra dizer que agora rola mais um crise num país cheio de crises. E não, as coisas não parecem melhorar tão cedo. Mas sei lá, me descontrolei e gastei um monte nesse começo de ano. Uma mistura de 'passa no débito' com 'parcela em quantas vezes?'.

E toda essa situação econômica tem feito a gente mudar o jeito de comprar aqui em casa. Paramos com os deliveries de comida, vamos mais na feira comprar verduras e legumes, planejamos as refeições, temos ficado mais em casa, mais filmes e séries. Tem que repensar os gastos, tem que repensar as compras, tem que pensar, sair do automático, resignificar. O jeito é dar um jeito mesmo...


14 de janeiro de 2017

Coisas de carnaval

Ainda tem mais de mês pro carnaval, mas já estamos aqui nas lojas de tecidos e armarinhos pra fazer as fantasias. É estranho ter ficado tantos anos sem gostar de carnaval, mas agora já fico contando os dias pra dançar nos blocos de rua. E pensar nas fantasias, nos personagens que a gente que virar nos dias de folia. 

Onde está o Wally? Jem e as Hologramas? Pássaros? Cindy Lauper com saia de jornal? 

Já pode começar o carnaval?

13 de janeiro de 2017

Lua cheia

Lua cheia, sexta-feira 13. Eita! Mas o bom é que é sexta e pra mim isso é mais do que motivo pra ficar feliz. Ruim é que estou tão cansado e to no começo de uma gripe, minha vontade é só comer besteiras e ver tv. Mesmo com a gripe hoje é sexta!!

12 de janeiro de 2017

Se a vida é...

Nesse ano eu faço trinta e quatro. Ainda tem uns oito meses de trinta e três, mas uau, trinta e quatro já é bem mais pra lá do que pra cá. Consegui me libertar de vários conceitos que eu tinha firmes na minha cabeça de como alguém com trinta e poucos (já caminhando pros trinta e muitos!) deveria ser. Emprego, dinheiro, viagens, casa, carro. Eu me sinto bem atrasado em relação a tudo isso, meio que preso num eterno vinte e poucos anos, sem muita grana, num emprego não-definitivo, ainda inseguro a várias questões, preocupado em emagrecer e a comer bem e de volta à Universidade.

E então eu entendi que não existe uma vida padrão. Não existe um lista de regras de como uma pessoa deve estar em cada idade de sua vida. Até tentam enfiar isso na nossa cabeça, mas na realidade nada disso existe. Todas essas expectativas de como se deve ser são das outras pessoas e não nossas. São das redes sociais em que todo mundo é bonito, bronzeado, rico, viajado e feliz, são das pessoas que nos querem ver bem, mas nos cobram melhores empregos, melhores lugares para morar, melhores viagens. A vida é nossa e a gente deve viver da melhor forma que a gente conseguir. O resto são os outros, são as expectativas dos outros.

Uau, quando percebi isso foi um peso enorme que saiu das minhas costas. Mas não é fácil, isso tá inscrustado no nosso ser, é algo que tem que ser lembrado diariamente. A minha vida é minha.

11 de janeiro de 2017

Para esse ano

Eu tenho procurado trabalhar algumas coisas na minha cabeça para esse ano. Quero tentar não esperar que as pessoas me retribuam, só porque fiz algo legal para elas. Quero dar um presente e não esperar receber algo bacana no meu aniversário. Não quero ficar com expectativas, se chegar algo legal, beleza, mas se não chegar, está ótimo também.

E outra coisa, não quero me cobrar tanto por não ter pensado nas consequências de alguma atitude minha. Às vezes não faço coisas por mal, do tipo não ligar pra desejar um feliz natal ou feliz ano novo, por exemplo, eu apenas esqueci ou preferi dormir a tarde toda. Aliás, quero mesmo tentar ser mais natural, não pensar em todos os cenários possíveis em tudo o que faço.

E, claro, quero tentar o de sempre: comer melhor, fazer exercícios e ler mais.

Acho que está bom demais para resoluções de ano novo!

10 de janeiro de 2017

Simplificar

A gente não costuma notar os próprios privilégios. Eu comecei a trabalhar quando a economia do país estava ótima e tinha muita perspectiva de dinheiro para todo mundo. As pessoas mais pobres podiam entrar na faculdade, podiam comprar eletrodomésticos, viajar de avião. Havia toda uma sensação de que tudo ia dar certo, a desigualdade social ia diminuir e que tudo continuaria bem por muito tempo.

Lembro que a gente ia aos shoppings e gastava muito. Comprava várias coisas legais, sem se preocupar muito com o preço. Era só parcelar! A vida era boa, tudo corria bem. Às vezes as verduras e frutas estragavam na geladeira, mas tudo bem, é só comprar mais e jogar aquelas fora. Algumas roupas e sapatos não eram usados e ficavam ali com etiqueta por anos no armário. Talvez nem coubesse mais roupa ou sapato no armário.

Nos últimos anos a economia como um todo piorou muito. Aumentou o desemprego, a inflação e todo mundo foi afetado. Hoje a gente tem que planejar as compras no mercado, voltamos a comer mais em casa, a economizar, a planejar os gastos, comprar apenas o necessário. E na verdade percebi que não é preciso comprar tantas coisas, não é preciso acumular tanta coisa. Dá pra cortar vários gastos que antes pareciam necessários. Dá pra repensar, reduzir as coisas, transformar algumas, criar. A gente dá um jeito, a gente aprende. E a gente se diverte, mesmo na pindaíba.

Na verdade aquela ideia do "compre, compre, compre!" ou do "movimente a economia" parece tudo meio furado hoje. Todo mundo tem buscado simplificar e tem retornado para uma maneira mais antiga de fazer as coisas, um novo antigo. Mais pessoas cozinham em casa ao invés de comprar produtos processados. Mais pessoas costuram e criam suas roupas. Mais pessoas tem hortinhas na varanda ou nos prédios. Mais pessoas preferem comprar coisas feitas por gente que mora na mesma região. Mais pessoas usam bicicletas e transportes público ao invés de trocar de carro todo ano.

E mesmo com esse monte de loucura na política e na economia a gente vai sobreviver. A gente dá um jeito. 

9 de janeiro de 2017

Vela

No último dia do ano acendemos uma vela de sete dias, toda colorida, tipo um arco-íris. A vela se apagou na madrugada de ontem para hoje. Eu gosto desses rituais de final/começo de ano, não que vá mudar alguma coisa, mas era ótimo acordar e ver aquela luzinha no balcão da cozinha. Isso me dava um aconchego.

Hoje enquanto preparava meu café da manhã segurei o pote com a vela apagada, mas ainda quente, quase sem nenhuma cera. Lembrei do tanto de coisas que quero fazer esse ano. Quero continuar a estudar, quero ter mais calma, quero respirar mais, quero emagrecer, quero conhecer mais amigos, quero rir mais, quero me estressar menos, quero que eu e Iran continuemos a melhorar cada vez mais.

A vela talvez tenha sido também em memória de 2016, um ano que não foi nada fácil para ninguém. 

E o que era pra ser de sete dias virou mais de oito. Queimava uma cor por dia, terminando com a vermelha.

Quero que esse ano seja muito bom pra gente. Não quero me perder em vários devaneios malucos, quero conseguir focar. E não quero perder esse meu lado lúdico, não quero amargar. 

Quero um ano cheio de cores para a gente...



7 de janeiro de 2017

Breja

Fiz as contas aqui e do dia nove de dezembro até o dia 31 eu bebi todos os dias. Claro, férias, praia e final de ano. E então a partir do primeiro dia de 2017 eu decidi ficar um tempo sem beber, ao menos até o pré-carnaval. Isso dá mais ou menos um mês, quase nada. Mas esqueci que é verão. Esqueci como é bom tomar uma cerveja gelada. Esqueci da vontade de beber no final de semana. Bem, até agora tem uma semana que não bebo, contando com o final de semana. Um dia de cada vez... É bom fazer esses exercícios com a mente, ver como a gente reage em algumas situações e como é feita essa construção em torno das bebidas. Já são sete dias sem beber.

3 de janeiro de 2017

Novo

E o ano começa de novo, depois de férias na praia e no museu/jardim botânico. Mar e arte, duas das coisas que gosto. E, claro, meu amor.

Começo de ano faz a gente repensar algumas coisas. O ano passado não foi fácil, mas foi bom. Voltei para a faculdade, fiz terapia, continuei a nadar, fiz as pazes com meu emprego, reduzi minhas contas, conversei mais com minha família, fiz algumas novas amizades, viajei de carro para a praia e, o melhor, não enlouqueci com tudo o que aconteceu com a política ano passado.

Nesse ano eu só quero continuar nesse ritmo e também cuidar mais da minha saúde. Comer melhor, fazer exercícios, beber menos, dormir bem (o ano mal começou e já tive insônia). Quero continuar leve, quero prestar mais atenção nas coisas, nos sinais ao meu redor, nas pessoas, quero ler mais, aprender mais, viajar mais.

Inhotim foi maravilhoso. Tenho vontade de voltar lá. Aliás, a foto que ilustra o texto tirei em uma das galerias de lá. É um quadro de Luiz Zerbini, chamado "Mamão Manilha", 2012. Fui pesquisar agora sobre ele é a primeira coisa que aparece é que ele é casado com a Regina Casé. Gosto das cores dos quadros dele que eu vi e da mistura de cidade, caos e plantas tropicais. 

E sobre as leituras, li dezessete livros de assuntos bem variados, quase que aleatórios. E, claro, quero tentar ler mais nesse ano. Ganhei alguns livros ótimos de aniversário e de natal. E li vários outros em ePub.
  • Leite derramado - Chico Buarque
  • O amor nos tempos de cólera - Gabriel Garcia Marques 
  • Diario de um legionário - Dado Villa-Lobos 
  • Aprendendo a viver - Clarice Lispector
  • O Mundo Sem Anéis - Mariana Carpanezzi
  • Poética - Ana Cristina César
  • O primeiro homem mau - Miranda July
  • Édipo Rei - Sófocles
  • Medeia - Eurípides
  • Diários da corte - Paulo Francis
  • Como ter uma vida normal sendo louca - Jana Rosa e Camila Fremder
  • Bilhões e lagrimas- Consuelo Dieguez
  • Pense como um artista - Will Gompertz
  • A grande magia - Elizabeth Gilbert 
  • Ta todo mundo mal - Jout Jout
  • Só Garotos - Patti Smith
  • Toureando o Diabo - Clara Averbuck e Eva Uviedo
Mas estou feliz comigo e com o ano. Quero mais cor (como nesse quadro do Zerbini), quero mais plantas, mais céu, mais horizontes, mais mar, mais rio, mais cachoeira, mais risada, mais pensamentos, mas atenção, mais amor, mais leveza.

De meta, só comer melhor e fazer mais exercícios. E ler mais. 

E já chegou o 2017!

20 de dezembro de 2016

Minas

Um estado tão pertinho de Brasília e com tanto mineiro que mora lá no DF e eu demorei tanto pra vir aqui pra Minas Gerais. 

Mas aqui em Belo Horizonte é muito trânsito e muita rua complicada, na diagonal das outras. Tudo bem, aqui tem pão de queijo e empada pra todo lado. 

Hoje rolou Inhotim e realmente é lindo por lá. É um jardim gigantesco cheio de galerias e de obras de arte espalhadas por lá. É incrível!

Enfim, tem arte, tem sotaque, tem pão de queijo, tem comida gostosa. Tá bom demais!

16 de dezembro de 2016

Nublado

Devia ser proibido ficar nublado durante as férias no litoral. Eu adoro dias nublados, mas amo mar. Dias nublados são ótimos quando estamos em casa. Livros, filmes, soneca. Na praia o bom mesmo é sol e calor. Mas a gente não controla o tempo e férias são ótimas de todo jeito!

a mar é / amar é / a maré

Sempre fui alucinado pelo mar. Claro que morar a mais de mil quilômetros de distância do litoral não ajuda em nada. Eu vejo o mar e me sinto tão bem. O cheiro, o som das ondas ao quebrar na costa, os respingos de água, a espuma, a areia. Só de olhar já fico feliz. Morei seis meses numa cidade de praia e ia quase todo dia, mesmo no inverno. Aliás, eu fiquei com a pele numa cor tão maravilhosa que me perguntavam se eu era indiano. Lembro que era meu antidepressivo também, pois quando ficava triste ou sentia saudades era só ver o pôr do sol na beira da praia. 

Morar numa cidade sem praia é muito difícil, mas talvez eu não conseguisse fazer mais nada a não ser ir para o mar em todo o meu tempo livre, caso eu morasse no litoral. 

Peroá

Na praia a gente não precisa de muita coisa. Pode ser um peixinho frito assim inteiro e uma cerveja gelada. O peixe não tem muito gosto não, parece um nugget de frango, mas é uma delícia. E lá se vão algumas cervejas, alguns mergulhos no mar, mais umas cervejas e pronto. Não precisa de muito nao...

13 de dezembro de 2016

Férias na praia

Tinha tanto tempo que eu não viajava de carro, acho que desde pequeno. E entao pegamos o carro, alugamos um apartamento no Espírito Santo e um quarto em Belo Horizonte e fomos. 

Dois dias de viagem. O primeiro bem tranquilo, quase que só uma reta em uma rodovia privatizada, cheia de pontos de apoio com banheiro e bebedor. E pegadio de cinco reais. E uma noite em Belo Horizonte pra continuar a viagem ao litoral.

No segundo dia muitas curvas, serras e neblina. Mas chegar no mar foi maravilhoso! O apartamento é tipo o nosso. Não fica na beira da praia, mas é perto. E fazemos muita coisa a pé. Acordamos, tomamos café da manhã em casa (misto quente e café), caminhamos para a praia, sentamos numa barraca (a praia é tranquila, quase não tem gente nessa época) e tomamos cerveja antes das dez da manhã. E depois almocamos num restaurante de quilo, voltamos pra casa pra dormir e ficar de bobeira na tv do quarto com o ar condicionado ligado. Férias sossegadas! 

Amanhã talvez role Guarapari. Já tem dias que nem pegamos no carro. Aliás, impressionando com o Palio. Um ponto zero, já tem sete anos de uso e quase cem mil km rodados. E foi ótimo na estrada!

Quando Iran acordar talvez a gente dê mais uma volta na praia pra ver o pôr do sol. 

Férias na praia devia ser obrigatório ao mesmo um vez a cada ano. 

8 de dezembro de 2016

Então é Natal...

Esse ano maluco voou e já está na época do Natal. Aliás, esse boneco de neve sustentável é a cara do natal de 2016. O ano todo fudido e o boneco com um leve sorriso na cara...

Só penso que daqui a alguns dias a gente vai fazer uma viagem de carro até a praia! Ufa!

1 de dezembro de 2016

Presente

Eu havia me descolado, não estava mais por aqui. Mas ao mesmo tempo não sabia onde estava. Tudo virou um borrão, sem forma, sem cheiro, sem gosto.

Achei um jardim, sentei em um banco embaixo de uma árvore e coloquei o relógio para despertar em dez minutos. Fechei os olhos e prestei atenção nos barulhos ao meu redor, no vento que tocava minha pele e balançava meus cabelos, nos carros longe daqui, no aparelho de ar condicionado perto daqui, nos pássaros que voavam e cantavam e as folhas e galhos balançando com o vento. Respirei fundo, esqueci do resto do mundo. Notei minha pele, meus pêlos, minha respiração, meus ossos, meu corpo.

Eu já não pensava mais no que eu tenho que fazer. E nem no que eu fiz ou deixei de fazer. Pensei em mim. E pensei no agora. Quando ouvi uns pássaros longe daqui eu me lembrei que costumava parar e ouvir os pássaros quando chegava na escola de manhã cedo. Eu quase não ouço mais pássaros, não sei se eles diminuíram ou eu quem ficou surdo para esses sons. E deixei de ouvir tanta coisa ultimamente. Coisas que estão próximas a mim foram silenciadas por um barulho que me anestesiou. Mas se eu prestar atenção consigo ouvir tudo.

Quem sabe até eu consiga me ouvir também...

28 de novembro de 2016

Trem

Tem dias que parece que o trem ja passou e eu fiquei pra trás. Dias em que não se dá vontade de fazer nada, absolutamente nada. Até mesmo não fazer nada parece ser muita coisa.

Mas é preciso vir ao trabalho. É preciso existir. É preciso...

Mesmo com a cabeça longe. O corpo aqui e a cabeça na praia. Nem o corpo parece estar aqui, muito menos a cabeça.

Ao menos não tem reunião, não tem prazo, não tem urgência. Não tem nada. Nem eu hoje.

O trem passou e eu fiquei na estação para tomar una xícara de café com leite.

11 de novembro de 2016

Pela cidade

Fui de metrô pra um evento de trabalho no centro da cidade. Vi a torre de TV assim que saí e decidi subir para o mirante. Tinha muito tempo que não subia lá, acho que mais de dez anos. Final de tarde, dia de semana, poucos turistas. A vista é incrível. Dá pra ver até o lago lá longe. De cima parece tudo tão silencioso na maquete da cidade.

Nem lembro direito o que eu pensei lá em cima. Lembrei das excursões com os colégios, os passeios com os parentes de longe. Tudo parece tão distante agora, já não sei se vivi aquilo. Mas a vista é linda.

Entrei no elevador e parece que eu havia descido de uma nave. Que cidade estranha, não tem quase ninguém a pé. Fui até a rodoviária pela ciclovia sem bicicletas.

Desviei de alguns ônibus e cheguei no terminal. Tem um verdurão lá dentro, lotado de gente que fazia compras antes de seguir pra casa. Andei mais um pouco, lojas de eletrônicos, salões, engraxates, fotos 3x4 na hora, pedintes, pessoas que vivem na rua. Pastel. Pedi um trio (dois pastéis e um caldo de cana). Delícia! Mas mais tarde uma azia danada. Tô velho pra comer na rodoviária.

Segui pro outro evento, mas agora da faculdade. Curador da Pinacoteca no museu nacional. O diálogo do velho com o novo, a resignificação dos monumentos com o passar do tempo.

Voltei com vários colegas para a rodoviária para pegar o metrô. Parece que nesse dia voltei a ter 18 anos. Metrô, palestras, caminhadas, conversas. Cheguei em casa já mais de 10 da noite. Mais de 15 horas depois do primeiro metrô do dia.

E de novo eu tinha 33 anos.

No dia seguinte segui de carro, de volta à rotina...

10 de novembro de 2016

Neném

Logo cedo recebi a notícia de que não havia mais batimentos cardíacos naquele neném que eu nem cheguei a conhecer, mas que eu já tinha um grande amor.

Não consigo nem imaginar o tamanho da dor que minha irmã tem sentido. Mas estamos juntos! Se depois houver outra gravidez, vamos todos torcer muito.

O mundo anda tão complicado ultimamente, quem sabe até lá melhora um pouco.