Foram dezoito meses no total. Uma parede verde, muitas plantas, cartões postais na parede do banheiro, adesivos de vinil em vários lugares, coisas velhas, coisas novas, jogos, bebidas, fotos, zebras, estampas, almofadas, muquifos, bares na varanda, isqueiros, gelos, risotos e muito, muito amor!
Agora é só esperar a próxima estação.
22 de outubro de 2010
20 de outubro de 2010
Colchão inflável
Lembro do colchão inflável na sala. Só havia uma geladeira, uma máquina de lavar e uma televisão no chão. Claro, a Gal cantava sem parar. E havia nós dois naquele colchão inflável no meio da sala. Nós, uma sensação de liberdade, de não precisar voltar pra casa, pois afinal de contas a casa agora era ali. E não precisávamos de mais nada. Não tinha internet, não tinha telefone, não tinha fogão, não tinha nem cama. Não tinha um monte de coisa, mas havia a gente e um apartamento pequeno com uma varandinha. E a liberdade. Não precisava de mais nada...
O colchão já furou e foi pro lixo. Chegou o rack, a estante, o edredom, a wok e todas aquelas coisas de casa. E agora ali nem era mais nossa casa. Mas tudo bem, já encontramos uma nova casa, bem pertinho, no bloco ao lado. E a mudança vai ser subterrânea!
19 de outubro de 2010
Gordelícias
Comi tudo o que me privei nos últimos meses. Sabores desenfreados, calorias estratosféricas e muita comida gostosa. Frango com maracujá, camarão na moranga, sushi, tapas, guacamole, sour cream. Foram duas semanas de orgia gastronômica e, claro, uns bons quilos a mais. Valeu cada garfada, cada mordida, cada sensação de que não cabia mais nada na barriga. E agora estou aqui de volta às saladas, sopas, sanduíches e sucos. Mas tudo bem, o organismo e o metabolismo agradecem!
18 de outubro de 2010
Natureza morta
15 de outubro de 2010
Lomografias
É difícil encontrar filme e é pior ainda para conseguir revelar. Mas vale a pena! As fotos nunca saem do jeito planejado e parecem ter sido tirados há uns vinte anos...
12 de outubro de 2010
1 de outubro de 2010
30 de setembro de 2010
Diana, sua linda
Ando apaixonado pela Diana. Ela é danada, temperamental e nem sempre faz o que quero. Mas fazer o que, né? Paixão é assim mesmo...
6 de setembro de 2010
Um tal de Mr. Dan
Após a entrada na sala de embarque meu coração já apertou um pouco. Sabia que subiria no avião, depois desceria, esperaria mais algumas horas, enfim subiria no outro avião e desceria naquela cidade. E só depois de muitos dias o avião retornaria para cá. Saí do aeroporto e na hora já imaginei que a gente ia discutir onde seria o almoço, eu falaria um "tanto faz" e ouviria que não tinha essa de tanto faz, que tinha de falar um lugar. E voltei pra casa, pensei como estariam as coisas na cidade de lá e senti tanta saudade! E o amor só cresce.
"Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida".
Clarice Lispector
5 de setembro de 2010
Convescote
Um piquenique não é algo assim tão complicado de se fazer. Basta algumas árvores, sol, brisa, além de bebidas e comidas gostosas. Sim, e a tolha para estender no chão. Melhor ainda se não for preciso ir a um parque, mas apenas fechar a porta de casa, entrar no elevador e apertar o botão do térreo. Afinal de contas aquele espaço verde aqui perto está desocupado.
Levei as toalhas, os isopores, alguns quitutes e bebidas. Escolhi umas árvores bonitas, um pouco de sombra. Estendi, sentei. E ri, conversei, comi, descansei e comemorei.
Levei as toalhas, os isopores, alguns quitutes e bebidas. Escolhi umas árvores bonitas, um pouco de sombra. Estendi, sentei. E ri, conversei, comi, descansei e comemorei.
4 de setembro de 2010
Sussurros
A vida acontece a cada minuto, o negócio é parar um pouco, prestar atenção e seguir. Algo como um sussurro dito por algo ou alguém, ali ao pé do ouvido, bem baixinho, quase inaudível. E daí vem um "como não pensei nisso antes?". Ando prestando mais atenção a esses sussurros, deixo a vida seguir mais fluida. Larguei compromissos antigos que já não tinham mais razão de ser, conheci coisas novas e comecei a ver uma pequena luz ali no fim do túnel. Se é a luz que realmente quero, se é o futuro que eu desejo, não sei. Mas segue...
11 de agosto de 2010
Caio F
Conheci Caio Fernando Abreu meio por acaso. Minha mãe havia ganhado uma coletânea dos “Cem melhores contos brasileiros do século XX”. Peguei emprestado e lia um conto todas as noites antes de dormir. Estava lá o “Aqueles Dois”, que imediatamente me fez buscar mais textos do Caio, sempre tão ácidos, surpreendentes e modernos. Devorei vários livros dele (Morangos Mofados, Estranhos Estrangeiros, Ovelhas Negras e Pequenas Epifanias). E ultimamente fiquei fascinado com a biografia escrita por Paula Dip, “Para Sempre Teu”. Uma vontade danada de ter nascido alguns anos antes para realmente curtir os anos oitenta (provavelmente nem estaria vivo até hoje!). E soube agora, diretamente da Argentina, que há uma campanha para transformar a casa que Caio passou os últimos anos de sua vida em um centro cultural. Mal posso esperar para que essa idéia se concretize.
3 de agosto de 2010
Necessidades
Tem dias que preciso de quadros, desenhos, esculturas, por do sol, lago, passeios, risadas, livros, grafitti, sorvete, café e pão de queijo. E lasanha, macarronada e mousse. Principalmente em um domingo ensolarado.
2 de agosto de 2010
Bolhas
Durante mais de um ano fomos vizinhos de porta. Um 'bom dia' no elevador, um 'boa noite' na portaria, eventuais conversas sobre o tempo. Ou seja, nada. Não sei nem sequer seus nomes. Há alguns dias foram embora. Pintaram as paredes, encaixotaram e se foram. Provavelmente nunca mais vamos nos ver. Não deixam saudade, pois nem ao menos os conhecia. Deixam algo como uma perda de oportunidade. Um “e se...”. Mas bem, culpo pequenas bolhas de sociabilidade?
31 de julho de 2010
Sombras
Quase não vem sol na varanda. Quer dizer, vem aquele resto, aquela luz meio indireta, um sol meio sovina. O ruim foi matar tantas plantas até descobrir isso (bem, mas tudo tem sua hora, aprendi a desapegar). As plantas de sombra me cativaram: são mais escuras, mais simples e quase nunca dão flores. Quase. Outro dia estava aqui regando e conversando com algumas, quando percebo uns botõezinhos na flor-de-maio. Já era julho. Devo ter uma flor-de-julho ou uma flor-de-quando-ela-quiser. Percebi que sou meio planta de sombra, fico ali na minha, sem aparecer muito e não preciso de muito sol pra viver.
30 de julho de 2010
Não sei
Uma angústia, um desconforto permanente. O cotidiano anda massacrante e a melhor hora do dia é quando finalmente chego em casa, como alguma coisa -- ando me alimentando tão bem, quem diria --, ponho uma música antiga, deito na rede da varanda e leio um pouco. Leio bastante na verdade. Livros eletrônicos e tradicionais, contos e crônicas de Caio F., sobretudo. Mas fora a questão literária, quase todo o restante anda um pouco desencaixado. Não sei. Aliás, é exatamente isso que me incomoda: não saber o que fazer, qual caminho seguir, o que estudar, onde ir. Não sei. Ainda, é verdade. Já sinto um fiozinho de lucidez ali querendo me encontrar. Danado que só ele...
29 de julho de 2010
Pés
Os sapatos de couro negro brilham. Cascos de cavalo: duros, pesados, formais. Graxa, escovas e de vez em quando um engraxate aparece, ajoelha-se e cobra algumas moedas. Prefiro os tênis casuais: macios, informais, confortáveis. Escolhas de vida.
28 de julho de 2010
Arrumar a casa, lavar a roupa, aguar as plantas, levar o lixo para fora, cozinhar, consertar. Isso tudo depois do meus oito-às-dezoito na firma. Não reclamo. Mentira, às vezes acho um saco os afazeres domésticos, mas acho que me humaniza. Podia contratar uma faxineira e ela faria toda a mágica: roupas, louças, chão milagrosamente limpos. Mas é minha sujeira, minha imundice, meus cabelos no ralo e meus restos da pasta de dente na pia. Então eu mesmo faço. E reclamo. Mas sinto lá no fundo um gostinho de independência...
27 de julho de 2010
Dois sempres e um nunca
Sempre tive medo. De não dar certo, de não conseguir, de me frustrar, de machucar, de ser menor. Talvez em alguns momentos a falta de coragem tenha sido tão grande que me ausentava de mim mesmo e percebia toda aquela cena de fora, olhando-me assim de terceira pessoa do singular. Quando me dava conta, havia deixado a covardia de lado e resolvia minha vida. Foi assim ao sair de casa. Chorei, tive medo, não queria magoar meus pais, mas precisava zarpar, mesmo que não fosse para muito longe. Zarpei em um lampejo de calmaria e lucidez.
Sempre fui chorão. Desde criança. Lembro que não conseguia segurar o aperto seco que me dava na garganta. Um dos piores momentos foi o primeiro dia na escola. Mas até hoje ainda deixo escapar algumas lágrimas em filmes ou textos, e também quando a saudade resolve se instalar. Aliás, mesmo sem útero ou oscilações hormonais bruscas, alguns dias me sinto mais triste e fragilizado. Em um desses dias, especificamente na semana passada, foi a primeira vez que chorei ao telefone. Doeu de verdade. Chorei até me sentir vazio. Chorei um rio, como na música da Ella Fitzgerald.
Nunca me encaixei. Tudo parece tão diferente. Gosto de coisas que quase ninguém gosta, meu temperamento é completamente diferente do da maioria das pessoas e frequentemente presto atenção em coisas que ninguém dá valor. Não gosto de futebol, não assisto novela, não chamo atenção, não reclamo, não brigo, não me destaco, não gosto de roupas sociais - sou o único de jeans e allstar no trabalho. Não sei o que quero fazer no futuro e não sei especificamente qual o meu talento.
Dois sempres e um nunca, quem sabe eu ainda consiga me conhecer. Prazer, meu nome é Vinicius.
Sempre fui chorão. Desde criança. Lembro que não conseguia segurar o aperto seco que me dava na garganta. Um dos piores momentos foi o primeiro dia na escola. Mas até hoje ainda deixo escapar algumas lágrimas em filmes ou textos, e também quando a saudade resolve se instalar. Aliás, mesmo sem útero ou oscilações hormonais bruscas, alguns dias me sinto mais triste e fragilizado. Em um desses dias, especificamente na semana passada, foi a primeira vez que chorei ao telefone. Doeu de verdade. Chorei até me sentir vazio. Chorei um rio, como na música da Ella Fitzgerald.
Nunca me encaixei. Tudo parece tão diferente. Gosto de coisas que quase ninguém gosta, meu temperamento é completamente diferente do da maioria das pessoas e frequentemente presto atenção em coisas que ninguém dá valor. Não gosto de futebol, não assisto novela, não chamo atenção, não reclamo, não brigo, não me destaco, não gosto de roupas sociais - sou o único de jeans e allstar no trabalho. Não sei o que quero fazer no futuro e não sei especificamente qual o meu talento.
Dois sempres e um nunca, quem sabe eu ainda consiga me conhecer. Prazer, meu nome é Vinicius.
26 de julho de 2010
1095
Lembro que tomei uma caipirinha quando cheguei no subsolo. Um rock dos anos oitenta tocava e eu disse que me sentia um caipira. Antes disso foram três Stellas na laje que me fizeram vomitar conversas toscas por horas. As coisas eram diferentes em dois mil e sete...
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