O mais engraçado é perceber que uma parte de você sempre sabe. Eu nunca achei que ia me dar bem como advogado, mas aqui estou trabalhando de terno e gravata todos os dias nesse calor. E ralando para defender gente que eu nem conheço. Eu já sabia de tudo isso, mas, bem, sempre fica aquela voz meio idiota que te faz acreditar no "e se...?".
Eu adoro aquela expressão americana "I'm not getting any younger". Não, não estou. Ela expressa exatamente essa sensação de pressa e ansiedade que tenho sentido. Na verdade os trinta já estou ali me dando um "oi". E eu não estou ficando mais jovem. E isso é bom!
E então hora de dar mais uma mexida na vida, né? Aproveitar que estou aqui nessa cidade maluca e que tenho de aproveitar para fazer mais coisas malucas.
Vamos lá, 2013. Seja legal comigo. Ou ao menos continue sendo interessante. Nada de me passar uma rasteira. Ou me passe uma rasteirona que me deixe sem chão, me mude de órbita e me faça deixar de ser tão medroso.
Parece que voltei a me sentir eu mesmo depois de tanto tempo.
26 de fevereiro de 2013
14 de fevereiro de 2013
Carnavalia
Eu nunca fui muito de curtir o carnaval. Para mim era como um fim de semana bem grande em que eu não fazia nada de especial além de dormir até mais tarde, ir ao cinema e curtir alguma festa nada carnavalesca.
Mas de alguns anos para cá tenho curtido cada vez mais o pré, o pós e o carnaval em si. Blocos de rua, marchinhas, fantasias, músicas bregas, cerveja, whisky e gim tônica. Só depois de quase trinta anos fui realmente entender que o carnaval é uma época para extravasar, pra sair do eixo, curtir sem pensar muito.
Demorei para entender isso e agora só penso em curtir esse tal de carnaval, mas que nada! Foram carnavais maravilhosos!
O difícil mesmo é voltar pra realidade depois de tantos dias de folia.
Mas de alguns anos para cá tenho curtido cada vez mais o pré, o pós e o carnaval em si. Blocos de rua, marchinhas, fantasias, músicas bregas, cerveja, whisky e gim tônica. Só depois de quase trinta anos fui realmente entender que o carnaval é uma época para extravasar, pra sair do eixo, curtir sem pensar muito.
Demorei para entender isso e agora só penso em curtir esse tal de carnaval, mas que nada! Foram carnavais maravilhosos!
O difícil mesmo é voltar pra realidade depois de tantos dias de folia.
11 de fevereiro de 2013
Familae
Tirei o dia para ficar com meus pais e foi a melhor coisa que poderia fazer. Almoço no restaurante natureba que minha mãe adora, sobremesa na sorveteria de frutos do cerrado, café e conversas sobre a vida, sobre o passado, sobre os bailes de carnaval antigos, as matinês que eles me levavam e eu não tenho a menor lembrança. E andar de carro na cidade semideserta, quase ninguém na rua.
Dormi assim que cheguei em casa. De repente parecia que eu tinha de novo uns doze anos. Não sonho, pois quase nunca sonho. Acordo com um cafuné da minha mãe me chamando para ir almoçar na casa da minha irmã. A vida é boa e simples aqui em Brasília.
E meus pais são mesmo meus maiores tesouros!
Dormi assim que cheguei em casa. De repente parecia que eu tinha de novo uns doze anos. Não sonho, pois quase nunca sonho. Acordo com um cafuné da minha mãe me chamando para ir almoçar na casa da minha irmã. A vida é boa e simples aqui em Brasília.
E meus pais são mesmo meus maiores tesouros!
9 de fevereiro de 2013
Nem lá nem aqui
Chegar em Brasília é uma mistura de várias sensações e sentimentos. São lembranças de quase trinta anos vivendo aqui, memórias da família, amigos, festas, trabalhos, estudos, mas também é uma sensação estranha de não mais caber aqui. Não que eu ame morar em São Paulo, mas já não me sinto parte de nenhum lugar, nem lá nem aqui.
Chegar em Brasília, especialmente depois de quase seis fora é ter exata noção da passagem do tempo. É ver como meus pais envelheceram nesses meses, como eu envelheci. Como o tempo passa mais rápido do que se pode acompanhar.
Chegar em Brasília é perceber como eu mudei. Ver minhas coisas antigas e não ter vontade de trazê-las de volta para minha vida.
Tão bom estar de volta.
Chegar em Brasília, especialmente depois de quase seis fora é ter exata noção da passagem do tempo. É ver como meus pais envelheceram nesses meses, como eu envelheci. Como o tempo passa mais rápido do que se pode acompanhar.
Chegar em Brasília é perceber como eu mudei. Ver minhas coisas antigas e não ter vontade de trazê-las de volta para minha vida.
Tão bom estar de volta.
8 de fevereiro de 2013
Disfarce
Eu me lembrei de um filme antigo da Geena Davis (Despertar de um Pesadelo, 1996) em que ela interpreta uma dona de casa que descobre ter uma habilidade com facas e então se lembra que na verdade ela é uma espiã internacional que se disfarçou de dona de casa para uma missão, mas acabou perdendo a memória e se achou que o disfarce era sua vida real. Não que eu seja uma dona de casa ou uma espiã, mas e quando sua vida profissional parece um disfarce? E se eu tiver me disfarçado de advogado, mas na verdade eu sou, sei lá, um fotógrafo? Preciso logo descobrir se isso tudo é ou não um disfarce! Será que eu tenho que cortar cenouras muito rápido? E depois cortar meu cabelo no banheiro e descolorir e ser perseguido pela máfia? Na verdade acho que é ainda mais complicado que isso!
7 de fevereiro de 2013
Se vira nos trinta
Vou fazer trinta anos daqui a alguns meses. Tento levar numa boa o fato de estar caminhando para a zona dos tios, dos cabelos brancos, da falta de cabelo. Mas eu não me sinto velho e na verdade me acho melhor hoje. Aprendi a me vestir melhor, a me cuidar, aliás, meu corpo está melhor hoje do que nos meus vinte e poucos anos.
Mas a idade vem chegando e ao invés de me acomodar fico cada vez com mais questionamentos. Eu juro que achei que com trinta eu estaria em um emprego legal, não me preocuparia tanto com grana e, bem, acho que não pensei mais em nada.
Mas não, aos trinta eu ainda não me encontrei profissionalmente e ainda faço malabarismos para pagar todas as contas do mês.
Claro, me orgulho de ter mudado de cidade, de ramo, de emprego, mas preciso mudar mais coisas ainda, talvez mesmo antes de chegar nos trinta. E depois também.
Fico sempre pensando se o cara que eu fui lá com meus dez, quinze anos pudesse olhar pra mim hoje odar um murro? Ia ficar tranquilo que apesar de tudo as coisas deram certo? Não sei se seríamos melhores amigos, mas acho que a gente ia se divertir. Fico feliz com as decisões que eu tomei na vida.
Mas a idade vem chegando e ao invés de me acomodar fico cada vez com mais questionamentos. Eu juro que achei que com trinta eu estaria em um emprego legal, não me preocuparia tanto com grana e, bem, acho que não pensei mais em nada.
Mas não, aos trinta eu ainda não me encontrei profissionalmente e ainda faço malabarismos para pagar todas as contas do mês.
Claro, me orgulho de ter mudado de cidade, de ramo, de emprego, mas preciso mudar mais coisas ainda, talvez mesmo antes de chegar nos trinta. E depois também.
Fico sempre pensando se o cara que eu fui lá com meus dez, quinze anos pudesse olhar pra mim hoje odar um murro? Ia ficar tranquilo que apesar de tudo as coisas deram certo? Não sei se seríamos melhores amigos, mas acho que a gente ia se divertir. Fico feliz com as decisões que eu tomei na vida.
1 de fevereiro de 2013
Tentativa e erro
Todo mundo tem um talento. Ou ao menos um talento, certo? Ainda não sei exatamente qual é o meu. Aliás, não tenho a menor ideia. E por não saber isso me sinto completamente inadequado em minha vida profissional. Não sei no que sou bom, mas sei que sou péssimo no que faço. Advogado, jura? De onde tirei isso? E o duro que não tenho um plano B. Sinto falta de mais arte e criatividade na minha vida, mas será que tenho talento pra isso. Gostar de ir a exposições de fotografia, pintura, escultura e grafitti não me qualifica para ser artista. E gostar de ler e escrever não me faz um escritor. E ir ao cinema e ao teatro não me torna um ator. E sinto que tenho me boicotado. Sério, um autoboicote. Tenho cometido uma série de pequenos erros em coisas simples no trabalho. Eu quero encontrar o MEU trabalho, quero saber para que tipo de trabalho eu sou bom. Enquanto isso vou fazendo minhas coisas e espero que um dia eu consiga ver qual é o meu trabalho. De repente o importante é não ficar parado. Meio tentativa e erro.
23 de janeiro de 2013
Ciclos
Reencarnação não é só em outras vidas. Na própria vida a gente morre e reencarna várias vezes. Muda tudo e na verdade tudo fica igual. Morre mais algumas vezes, reencarna um pouco diferente, mas ainda assim sendo você. E então aprende que não adianta mudar, fugir, fingir. E quando você começa a se conhecer, então morre de verdade, reencarna e tenta recomeçar até finalmente botar nessa cabeça dura que é preciso fazer aquilo mesmo que se tinha de fazer. E então não precisa mais voltar. Afinal de contas morrer, reencarnar e renascer dói pra caralho e dá muito trabalho, mesmo que seja na mesma vida.
21 de janeiro de 2013
E se dinheiro não fosse uma questão?
Esses dias vi um discurso do Allan Watts sobre a possibilidade do dinheiro não ser uma questão na hora de escolher uma profissão e fiquei com aquelas palavras ecoando na minha cabeça por dias.
Mas como assim? Desde a escola nós somos bombardeados para pensar primeiro na parte prática, isto é, ganhar dinheiro, ter uma casa, um carro, ter um emprego respeitável e, claro, deixamos nossos talentos para as horas vagas. Afinal de contas, sem dinheiro não fazemos nada.
Mas e se fosse possível primeiro pensar no que gostamos de fazer para depois focarmos em uma profissão? Eu, por exemplo, gosto de tirar fotos, de cozinhar, de escutar música, de ir a exposições de arte e de ler. Mas acabei me tornando advogado da área ambiental.
Claro que sempre me questiono se estou na profissão certa. Será que tenho aptidão para outras coisas? E se eu trabalhar em algo mais artístico e criativo? E se minha carteirinha de advogado virar apenas uma linha de descrição numa orelha de livro, num pôster de exposição ou no cardápio de um bistrô?
No meio de auditorias ambientais, andamentos processuais e defesas administrativas fica ali um pulguinha atrás da minha orelha.
Para ver o discurso de Allan Watts, acesse: http://goo.gl/qr9AJ
Mas como assim? Desde a escola nós somos bombardeados para pensar primeiro na parte prática, isto é, ganhar dinheiro, ter uma casa, um carro, ter um emprego respeitável e, claro, deixamos nossos talentos para as horas vagas. Afinal de contas, sem dinheiro não fazemos nada.
Mas e se fosse possível primeiro pensar no que gostamos de fazer para depois focarmos em uma profissão? Eu, por exemplo, gosto de tirar fotos, de cozinhar, de escutar música, de ir a exposições de arte e de ler. Mas acabei me tornando advogado da área ambiental.
Claro que sempre me questiono se estou na profissão certa. Será que tenho aptidão para outras coisas? E se eu trabalhar em algo mais artístico e criativo? E se minha carteirinha de advogado virar apenas uma linha de descrição numa orelha de livro, num pôster de exposição ou no cardápio de um bistrô?
No meio de auditorias ambientais, andamentos processuais e defesas administrativas fica ali um pulguinha atrás da minha orelha.
Para ver o discurso de Allan Watts, acesse: http://goo.gl/qr9AJ
14 de janeiro de 2013
Sabe, as coisas vão bem...
Esses dias ao sair do trabalho, depois de caminhar um pouco, pegar o metrô e descer na Avenida Paulista ouvindo minhas músicas antigas no fone de ouvido, percebi como gosto daqui.
Gosto de não ter carro, de andar de ônibus, taxi e metrô. Gosto de ir ao cinema a pé, de ir na feira e na padaria charmosa onde o pessoal já conhece a gente. Gosto de ir pra alguns bares lá perto de casa. Da preguiça que dá no fim de semana. Gosto de me sentir adolescente e ir ver vários shows em um festival de música, gosto de comprar umas roupas diferentes por um preço bacana. Gosto de morar no centro meio decadente, meio charmoso. Gosto de acordar cedo e ir pra academia descuidada e também meio decadente (pra combinar com o Baixo Augusta!). Gosto do tanto de gays, rockeiros, malucos, modernos e descolados que transitam pelo meu caminho de volta ao trabalho. Gosto de poder comprar um café caro (mas gostoso!) naquela cafeteria americana. E to curtindo meu trabalho também, apesar de sentir que comecei meio tarde nessa vida de advogado. Mas enfim, vale a experiência.
Gosto de morar nessa cidade maluca. E gosto do que eu to me tornando.
Gosto de não ter carro, de andar de ônibus, taxi e metrô. Gosto de ir ao cinema a pé, de ir na feira e na padaria charmosa onde o pessoal já conhece a gente. Gosto de ir pra alguns bares lá perto de casa. Da preguiça que dá no fim de semana. Gosto de me sentir adolescente e ir ver vários shows em um festival de música, gosto de comprar umas roupas diferentes por um preço bacana. Gosto de morar no centro meio decadente, meio charmoso. Gosto de acordar cedo e ir pra academia descuidada e também meio decadente (pra combinar com o Baixo Augusta!). Gosto do tanto de gays, rockeiros, malucos, modernos e descolados que transitam pelo meu caminho de volta ao trabalho. Gosto de poder comprar um café caro (mas gostoso!) naquela cafeteria americana. E to curtindo meu trabalho também, apesar de sentir que comecei meio tarde nessa vida de advogado. Mas enfim, vale a experiência.
Gosto de morar nessa cidade maluca. E gosto do que eu to me tornando.
7 de janeiro de 2013
Constipação mental
Não sei se é a maturidade, a endorfina dos exercícios físicos ou eu simplesmente tenho deixado de ser mané, mas a vida tem ficado mais simples.
Cansei de perder oportunidades. Reflito muito, calculo cada passo e isso tudo fode a espontaneidade. E, claro, tudo fica chato, eu fico mal humorado e deixo de curtir um monte de coisa.
Chega de arrastar pedras, correntes e esqueletos por aí, quero levar uma vida mais leve, mais tranqüila, sem tanta ansiedade, tanto planejamento. Ao invés disso, linhas gerais.
Depois de meses de constipação mental, acho que agora comecei a relaxar.
E coisas simples alegram minha ida ultimamente, como a cama que chegou no sábado. Depois de oito meses dormindo em um colchão no chão, uma cama simples de madeira mudou minha vida.
Bem, e chega de preguiça e gordices. Quem diria que agora acordo às seis da manhã pra ir na academia.
Em 2012 minha única preocupação era sobreviver em São Paulo. Agora to afim de curtir mais, de viver mais. Chega de apenas sobreviver.
Cansei de perder oportunidades. Reflito muito, calculo cada passo e isso tudo fode a espontaneidade. E, claro, tudo fica chato, eu fico mal humorado e deixo de curtir um monte de coisa.
Chega de arrastar pedras, correntes e esqueletos por aí, quero levar uma vida mais leve, mais tranqüila, sem tanta ansiedade, tanto planejamento. Ao invés disso, linhas gerais.
Depois de meses de constipação mental, acho que agora comecei a relaxar.
E coisas simples alegram minha ida ultimamente, como a cama que chegou no sábado. Depois de oito meses dormindo em um colchão no chão, uma cama simples de madeira mudou minha vida.
Bem, e chega de preguiça e gordices. Quem diria que agora acordo às seis da manhã pra ir na academia.
Em 2012 minha única preocupação era sobreviver em São Paulo. Agora to afim de curtir mais, de viver mais. Chega de apenas sobreviver.
27 de dezembro de 2012
Fim de
É impossível não chegar nessa época e não pensar em tudo o que rolou. Há um ano eu estava num apartamento em Brasília e tinha ali mais uns 30 dias de férias pela frente. Já tinha mais ou menos planejado a mudança de cidade para dali a alguns meses, mas estava apenas relaxando.
Esse ano mudei muitas coisas. Mas me apaguei, virei quase um robô. Trabalhei muito, apanhei um bocado da vida, mas ainda estou aqui.
Espero que nos próximos meses a vida dê mais algumas viradas. Tem muita coisa pra acontecer antes de voltar pro Planalto Central.
E o Natal foi diferente. Só nós dois e muito espumante. Um Natal em uma São Paulo deserta, quase pós-apolíptica! E o ano novo? Só sei que vai ter uma festa! Nem quero pensar muito, só curtir!
Esse ano mudei muitas coisas. Mas me apaguei, virei quase um robô. Trabalhei muito, apanhei um bocado da vida, mas ainda estou aqui.
Espero que nos próximos meses a vida dê mais algumas viradas. Tem muita coisa pra acontecer antes de voltar pro Planalto Central.
E o Natal foi diferente. Só nós dois e muito espumante. Um Natal em uma São Paulo deserta, quase pós-apolíptica! E o ano novo? Só sei que vai ter uma festa! Nem quero pensar muito, só curtir!
19 de dezembro de 2012
Quero ser foda
Eu sei que o mundo não vai acabar, mas na sexta-feira vou pensar se tudo isso vai mesmo chegar ao fim. Uma parte de mim quer mesmo que tudo exploda, a outra, apenas quer que as coisas melhorem. No fim das contas, as duas opções são a mesma coisa.
Sinto falta de algumas coisas que perdi com o tempo. Coisas bobas como a leveza, a criatividade, o sorriso, as besteiras. Tudo anda tão sério, tão pesado, tão adulto. Nem eu mesmo acreditava que eu daria conta de ficar já há oito meses por aqui, longe de tanta coisa que amo e ralando diariamente. Mas sem esse monte de perrengue eu não teria amadurecido tanto e percebido o quanto amo quem ficou lá no planalto central.
Minha vida realmente não é aqui, mas por enquanto isso tudo tem sido muito importante. E para voltar para lá preciso resolver algumas coisas antes. Preciso me encontrar de novo. Mas me encontrar de verdade.
Já me perdi tantas vezes por aqui. Já achei que não tinha nenhuma outra opção. Mas o negócio é até simples: é só continuar. Nunca pensei que trabalharia numa área que nunca havia trabalhado e que nem imaginava como seria na prática. E mesmo assim estou por aqui, mesmo sem achar que eu levo jeito para advogado.
E nem adianta acredita em sorte, em futuro, em destino. É legal ter essas ilusões de sucesso, de caminho escrito e de tudo mais. Mas na real, na disso existe.
Preciso seguir me encontrando. E criando, tirando fotos, pensando, lendo, rindo. É só isso que quero para o próximo ano! Criar, ficar leve, rir mais, deixar de ser tão pesado, tão difícil, tão chato. Quero voltar a sair com meus amigos, conhecer novas pessoas, fazer coisas diferentes, me vestir diferente. E não deixar esse cotidiano me levar. E, claro, quero ser mais foda no trabalho, deixar a insegurança, a lerdeza e o desânimo. Quero ser foda no ano que vem!
Sinto falta de algumas coisas que perdi com o tempo. Coisas bobas como a leveza, a criatividade, o sorriso, as besteiras. Tudo anda tão sério, tão pesado, tão adulto. Nem eu mesmo acreditava que eu daria conta de ficar já há oito meses por aqui, longe de tanta coisa que amo e ralando diariamente. Mas sem esse monte de perrengue eu não teria amadurecido tanto e percebido o quanto amo quem ficou lá no planalto central.
Minha vida realmente não é aqui, mas por enquanto isso tudo tem sido muito importante. E para voltar para lá preciso resolver algumas coisas antes. Preciso me encontrar de novo. Mas me encontrar de verdade.
Já me perdi tantas vezes por aqui. Já achei que não tinha nenhuma outra opção. Mas o negócio é até simples: é só continuar. Nunca pensei que trabalharia numa área que nunca havia trabalhado e que nem imaginava como seria na prática. E mesmo assim estou por aqui, mesmo sem achar que eu levo jeito para advogado.
E nem adianta acredita em sorte, em futuro, em destino. É legal ter essas ilusões de sucesso, de caminho escrito e de tudo mais. Mas na real, na disso existe.
Preciso seguir me encontrando. E criando, tirando fotos, pensando, lendo, rindo. É só isso que quero para o próximo ano! Criar, ficar leve, rir mais, deixar de ser tão pesado, tão difícil, tão chato. Quero voltar a sair com meus amigos, conhecer novas pessoas, fazer coisas diferentes, me vestir diferente. E não deixar esse cotidiano me levar. E, claro, quero ser mais foda no trabalho, deixar a insegurança, a lerdeza e o desânimo. Quero ser foda no ano que vem!
11 de dezembro de 2012
Será?
Ando perdido, sem brilho, sem sol, sem som. Me arrasto pelos cantos de cabeça baixa, sem saber para onde quero ir. Meu problema é não saber o que quero, o que sou e o que fazer com tudo isso. Até tarô estou topando nessas horas! Eu queria lembrar quem eu era, voltar a ser leve. Vamos ver o que acontece.
15 de novembro de 2012
Mud-mud-mud-mudanças
Ok, cheguei em um ponto em que preciso mesmo mudar. Eu estava em um ritmo legal, atento aos detalhes, motivado e tudo mais. E então fui tomado por um desânimo geral, deixei passar várias coisas no trabalho, erros grosseiros mesmo, fiquei meio queimado. E os dias ficaram arrastados. Até agora não sei explicar porque fiquei desse jeito. Até me chamaram para conversar, me disseram que estou com uma cara péssima, bem diferente de quando comecei. Ao menos foi bom ouvir: "tem pessoas que de cara dá pra saber que elas não dão conta de entregar o que a gente precisa, você não, dá pra ver que você é inteligente". Bem, não me sinto inteligente, aliás, me sinto um pouco fraude, como se eu não merecesse estar ali naquele escritório.
Preciso mudar. Não só no trabalho. Preciso mudar minha vida mesmo, afinal as coisas não se resolvem simplesmente porque mudei de cidade.
Então chega de reclamar e como diz o Bowie, ch-ch-ch-changes!!!
Preciso mudar. Não só no trabalho. Preciso mudar minha vida mesmo, afinal as coisas não se resolvem simplesmente porque mudei de cidade.
Então chega de reclamar e como diz o Bowie, ch-ch-ch-changes!!!
8 de novembro de 2012
Cadê!?
Lembro do dia que cheguei aqui em São Paulo. E do primeiro dia que cheguei no emprego. Em algum momento nesses meses me perdi, mas não no sentido legal de me perder por ai, me perdi mesmo, de não saber para onde ir, o que fazer. Ja sentia pedras nas costas, correntes amarradas aos braços e às pernas. E de repente, depois de cometer várias pequenas merdas no trabalho, minha chefe me chama para conversar, claro que eu já tava sentindo uma demissão ali. Mas não. Ufa! Preciso acordar, preciso mudar, preciso deixar de estar perdido aqui em São Paulo ou em Brasília. Cadê o mapa?
1 de novembro de 2012
Interrogação
Respiro fundo, olho para os lados e penso. O que estou fazendo aqui? Acordo já com vontade de voltar pra casa, trabalho mais horas do que podia imaginar (que saudade das horas fixas do meu antigo emprego), mal sobrevivo nos dias de semana, contando as horas para chegar o sábado e domingo.
Pensei em voltar pra minha cidade. Voltar pro antigo trabalho. Voltar. Mas será? Sete meses aqui. Sete meses longe de lá. Será?
Nesse momento tudo é uma interrogação. O que eu achava que sabia agora já não tenho idéia. Não sei se acertei, se errei.
Só sei que daqui a pouco acaba o expediente e começa o feriado.
Pensei em voltar pra minha cidade. Voltar pro antigo trabalho. Voltar. Mas será? Sete meses aqui. Sete meses longe de lá. Será?
Nesse momento tudo é uma interrogação. O que eu achava que sabia agora já não tenho idéia. Não sei se acertei, se errei.
Só sei que daqui a pouco acaba o expediente e começa o feriado.
23 de outubro de 2012
Remédio pra rabujice
Eu devia estar ali com uns sessenta e sete, sessenta e oito anos. Rabugento, cansado, estressado. Então apareceram ingressos pra ver Gossip, Garbage e mais um monte de bandas. Na hora já me senti jovem, estava com quarenta e cinco anos. No dia do festival fomos de metrô, chegamos cedo, bebemos, sentamos na grama, rimos muito e na hora dos shows que a gente queria mais ver eu ja estava ali com trinta e poucos anos. Quando o show do Gossip acabou, cansaço, pernas doendo, voz rouca e no caminho de volta eu estava feliz com meus dezoito anos no metrô, cada músculo do meu corpo doendo e uma fome avassaladora.
Chega de ficar velho antes do tempo! Festivais são a melhor maneira de deixar a vida chata de lado.
Chega de ficar velho antes do tempo! Festivais são a melhor maneira de deixar a vida chata de lado.
15 de outubro de 2012
Top top top
Comi uma mosca gigantesca no trabalho, um daqueles erros sem explicação e sem desculpa, um erro básico. Será que estou me autosabotando? Será que sou mesmo tão incompetente? O certo é que perdi muitos pontos c toda a equipe e devo ficar como Júnior por bastante tempo.
Mas ok, é foda mesmo. Mas rolou. O negócio agora é levar isso tudo como experiência e torcer para que não aconteça de novo.
Já mudei alguns pontos aqui na minha cabeça. Quero passar mais segurança ao falar, ao completar uma tarefa. Quero conseguir tomar decisões, não precisar tanto de revisão, ter mais autonomia.
Pensei até em voltar pra Brasília. Pensei mesmo que não fosse dar conta, que sou mesmo incompetente e que deveria voltar pro meu antigo emprego, pois lá é bem mais tranquilo e não me exige tanto. Mas não vou voltar por agora, quero mesmo continuar aqui, quero dar conta, quero me dar bem aqui, conseguir uma boa experiência profissional.
Enfim, já mudei algumas coisas aqui dentro da cabeça. Chega de autosabotagem!
Mas ok, é foda mesmo. Mas rolou. O negócio agora é levar isso tudo como experiência e torcer para que não aconteça de novo.
Já mudei alguns pontos aqui na minha cabeça. Quero passar mais segurança ao falar, ao completar uma tarefa. Quero conseguir tomar decisões, não precisar tanto de revisão, ter mais autonomia.
Pensei até em voltar pra Brasília. Pensei mesmo que não fosse dar conta, que sou mesmo incompetente e que deveria voltar pro meu antigo emprego, pois lá é bem mais tranquilo e não me exige tanto. Mas não vou voltar por agora, quero mesmo continuar aqui, quero dar conta, quero me dar bem aqui, conseguir uma boa experiência profissional.
Enfim, já mudei algumas coisas aqui dentro da cabeça. Chega de autosabotagem!
14 de outubro de 2012
Mais
Preciso de mais arte na minha vida. Preciso ler mais, criar mais, descobrir mais. Preciso me expor, me aventurar, mostrar mais confiança. Chega de gaguejar, de insegurança.
O mais engraçado é que a Bienal me fez pensar em tudo isso.
O mais engraçado é que a Bienal me fez pensar em tudo isso.
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