23 de novembro de 2015
Pelado
3 de novembro de 2015
Canseira
19 de outubro de 2015
Faxinas
Uma faxina na casa, uma faxina nele. Enquanto se arruma a casa a cabeça também vai se consertando aos poucos. Ao arrumar a sala, o quarto, a cozinha, sempre se encontra alguma coisa esquecida atrás do sofá, do fogão, da cama. Da mesma forma, algumas coisas ficam escondidas dentro da cabeça. As ideias estão lá dentro, mas escondidas atrás de outras. No meio da faxina ele encontrou uma fotografia sua antiga e sentiu saudade daquele rosto, sorriso e olhos que já foram - e ainda são - seus. Onde estão? Tinha um monte de ideia empoeirada na frente, uma bagunça, mas ele sabia que ele mesmo ainda estava ali. A bagunça é ele também.
A faxina durou o dia inteiro, dentro e fora da cabeça. Quando terminou a arrumação da casa, ainda precisa terminar de arejar a cabeça. Tinha uma bicicleta ali em algum lugar. Encontrou dentro e fora da cabeça. Pegou e foi passear na tarde quente. Vento quente, asfalto quente, cabeça quente. O cabelo balançava, o suor escorria e a cabeça arejava enquanto o sol atrasado do horário de verão descia no horizonte.
Amanhã não vai ter folga. Vai trabalhar dobrado. Mas com a casa e a cabeça menos bagunçadas tudo fica mais fácil.
Quem sabe essa bagunça seja uma forma de ver que o que está bagunçada é a vida mesmo. Ele ainda precisa descobrir como ajeitar a vida, mas uma coisa de cada vez.
15 de outubro de 2015
Um ano depois
1 de outubro de 2015
Tranks
8 de setembro de 2015
Pele, fogo, água e fotossíntese
2 de setembro de 2015
Quase parabéns
13 de agosto de 2015
Um milhão
12 de agosto de 2015
Sketch
15 de julho de 2015
Sete perguntas e um propósito
13 de julho de 2015
Cloro
8 de julho de 2015
Névoa
23 de junho de 2015
Pêlo
22 de junho de 2015
Sangre
Entre a coleta e o resultado foram apenas alguns minutos. Várias pessoas diferentes. Gays, patricinhas, manos, homens casados, todo mundo nervoso para aguardar o veredicto. Todo mundo junto.
Um pequeno furo no dedo. Placas futurísticas e canudinhos que sugam sangue. Vinte minutos depois uma entrevista.
Quantos parceiros? Camisinha? Hã? Calma.
Nenhum reagente, só minha cabeça reagindo a mil. Nada a se preocupar, diz a moça do Centro de Triagem e Aconselhamento. Ela disse que não preciso me preocupar. Depois disso eu não ouvi mais nada. Eu só queria sair gritando e sorrindo. Não reagente. Ufa! Vieram na minha cabeça aqueles dias sem camisinha, as sessões de tatuagem e, sei lá, mais algumas coisas. Ufa!
19 de junho de 2015
Memórias
Não lembro porque deixei de vir aqui. Nem sempre tem uma razão ou um motivo, simplesmente se deixa de fazer algo que se fazia. Senti saudade e vim. Olhei ao redor, senti os cheiros, os barulhos. Lembrei de outro eu que vinha por aqui. Posso vir de novo como antes. Será?
15 de junho de 2015
?
14 de junho de 2015
Óculos
12 de junho de 2015
(n)amor
Eu não tinha muita sorte com o amor. Aliás, demorei muito tempo para entender o que realmente é isso.
Nos meus primeiros namoros eu ficava impressionado como alguém podia se interessar por mim e quase morria quando, lógico, o namoro não dava certo. E depois de alguns momentos bons, mas soterrados por várias roubadas amorosas, eu desisti de encontrar alguém. Todo mundo - incluindo eu mesmo - era complicado demais e tudo isso era um desperdício de energia muito grande.
Fui curtir minha vida, sair sozinho, viajar. Eu não me achava bonito e tudo ficava mais fácil quando eu não esperava nada.
E, claro, me apaixonei de novo. Mas dessa vez eu não queria namoro, não queria nada sério. Era gostoso, despretencioso e férias. A gente se via todos os dias e num fuso horário bem diferente do resto das pessoas.
Quando percebi já estávamos morando juntos. E depois morando em cidades separadas. Depois morando juntos em uma outra cidade. E finalmente morando juntos na cidade que a gente nasceu e se conheceu.
E não importa se é dia dos namorados, se é natal, se é semana santa. A gente está junto, briga, se desespera, sente saudade, sente raiva, aprende, se apaixona de novo.
Eu estava com 24 anos quando rolou o primeiro beijo (com caipirinha e músicas dos anos 80 numa festa no subsolo de um pizzaria) e agora já tenho quase 32. E naquela época eu não pensava em nada além de curtir o dia que estávamos juntos. Se alguém me falasse que depois daquele beijo a gente ia viver tanta coisa e já com tantos anos de história, eu ia rir da cara de quem me falasse isso.
Mas eu adoro como a vida gosta de surpreender a gente.
Outro dia a gente conversou sobre qual seria a nossa música. Acho engraçado isso de gente que tem uma música. Será que é alguma dos Smiths? Será que é da Gal Costa? Ou do Coco Rosie? Do Anthony & The Johnsons. Olha, não dá pra ter uma música. Tem uma coletânea inteira e essa da Grace Jones ficou na minha cabeça esses dias: "não sou perfeito, mas sou perfeito pra você".