29 de fevereiro de 2016

Segunda bissexta

Segunda-feira de manhã e é difícil lutar contra a sensação de que é segunda-feira. Mesmo que o final de semana tenha sido ótimo. Mas tudo bem. Hoje é vinte e nove de fevereiro, um dia extra a cada quatro anos, um dia a mais pra fazer um monte de coisas na vida. Um dia a mais pra repensar a vida. Um dia a mais pra viver.

28 de fevereiro de 2016

Simplesin

Engraçado como as coisas podem ser simples. Eu cansei de pensar muito sobre as coisas. Ontem rolou uma festa de 15 anos da sobrinha da minha irmã. Fomos eu e Iran e todo mundo nos tratou tão bem.

Eu simplesmente não pensei em nada, só me arrumei e fui pra lá. E tudo correu super bem.

Eu não quero mais ter que pensar em vários cenários. Só me preparar da melhor forma e seguir em frente. E quero aplicar isso a todos os aspectos da minha vida.

Já pensou o tanto de energia que se economiza ao agir dessa forma?

27 de fevereiro de 2016

Filha e insights

Sonhei que tinha uma filha e uma gata. A gata fugiu logo no primeiro dia, porque eu não quis deixar portas e janelas fechadas. A filha era ótima, a gente conversava sobre tudo e eu sentia um amor muito forte por ela. Acho que eu já adota uma menina de uns três ou quatro anos. Ela já chegou falando, andando. Ela já era toda ela.

Ainda não sei muito bem se quero ou não filhos. Foi legal no sonho e eu gosto mesmo de crianças. Mas criá-las é outra história. Também gosto de animais, mas não tenho muita vontade de ter um gato ou cachorro no apartamento.

Hoje em dia temos plantas. E eu adoro rega-las, cuidar, ver se estão boas. Gosto do clima da casa bem verde e tropical. Se eu pudesse tinha ainda mais plantas.

Ontem eu fui dormir completamente esgotado. A semana de trabalho foi cheia de reuniões, alguma até na esplanada. E cheguei em casa e Iran precisava muito conversar. Ele estava muito triste, desses dia que a gente fica triste mesmo com a vida. Foi bom ter conseguido ter paciência e ter dito coisas boas pra ele. Apaguei completamente no sofá. E ele também.

Tenho pensado muito no trabalho. Tenho feito coisas mais complexas e apesar de não gostar muito do assunto, começo a ter mais domínio. Percebi que mesmo sem ser um assunto que eu gosto, eu dou um jeito de cumprir as demandas.

E tive um insight nessa semana. O primeiro aconteceu quando tive de enfrentar um engarrafamento gigantesco. Decidi não olhar o gps e buscar loucamente uma rota alternativa pra sair de lá. E decidi não me estressar com o horário. Fiquei ouvindo podcasts, curtindo a paisagem, pensando na vida. Quase duas horas eu cheguei no trabalho. Havia vazado o tanque de um ônibus e tiveram de interditar várias pistas e jogar terra no combustível. Cheguei sossegado no trabalho, não havia ninguém desesperado e não tinha nenhuma tarefa urgente.

Outro insight, no mesmo sentido, aconteceu quando meu chefe me comunicou que talvez eu tivesse que ir em uma reunião dali a menos de duas horas, pois ele não poderia ir. Torci para que não rolasse, mas depois pensei: ser for bom pra mim, ok. E fui. E foi bom.

Rolaram outros insights também. Fomos numa peça de teatro sobre uma mulher que decide largar tudo e viajar de barco. Enquanto via a mulher curtindo o barco, chorando, fazendo tarefas cotidianas e enfrentando tempestades. Lembrei de coisas que me dão prazer, que fazem meu corpo se sentir aquecido por dentro. Tipo ler um bom livro, escrever, passear pela cidade, andar em um shopping fechado. Pensei também que eu preciso me sentir mais confortável na minha casa. Ela é linda, mas parece que ainda não me sinto em casa. Já tem mais de um ano que moramos aqui.

17 de fevereiro de 2016

Fim de tarde

Eu não sei o que vai acontecer. Mas não tem como saber, né? As coisas simplesmente acontecem. Resolvi sair do trabalho e vir para um centro cultural que fica aqui perto. Sentei num banco, escutei os pássaros, vi o céu quase sem nuvens. Várias pessoas em picnics, crianças correndo. A vida pode ser leve.

O vento balança as folhas e galhos das árvores. Bagunça meu cabelo. É um vento gostoso. O sol daqui a pouco se põe ali perto do lago.

Eu vinha aqui nesse mesmo lugar na época da faculdade. Sempre tem alguma exposição interessante. Eu sentava nesses bancos, pensava na vida, tirava algumas fotos com minha câmera. Isso tem mais de dez anos. Provavelmente eu pensava em como estaria dez anos depois. Estou aqui. E daqui 10 anos? Não sei. Espero que seja bom, que ainda seja eu. Que eu ainda sorria de besteiras, que ainda crie, desenhe, tire fotos, cozinhe, ame.

A vida é boa.

E tem uma formiga na tela do celular enquanto eu escrevo.

15 de fevereiro de 2016

Nos capítulos anteriores

Depois de tanto tempo sem escrever, vou mandar tudo aqui numa só lapada, sem pensar muito.

O carnaval passou voando. Depois dos confetes, das fantasias de marinheiro, de capitão, de chinês, de guru, de Minnie, de bruxa e de outras que não me lembro, das horas no sol, das cervejas, do Suvaco da Asa, do Bloco do Amor (S2), do Maria Vai Casoutras, do Peleja, do Tutakasmona, do Móveis 90, do Divinas Tetas, do Aparelhinho, do Essa Boquinha eu Já Beijei, do Calango Careta, do Babydoll de Nylon, das catuabas, de dar perda total no pré-carnaval, da chuva, dos hambúrgueres, das caminhadas dos blocos até o Balaio, depois de rir, de ficar triste sem muito motivo, de cantar músicas antigas, de ver um show em homenagem à Tropicália em ritmo de carnaval, de ver um show de Axé dos anos 90 num lugar meio chato, depois de ganhar a quarta-feira de cinzas de folga, depois tudo isso, eu peguei uma infecção no ouvido junto com uma infecção na garganta. Uma baixa geral na imunidade. Uma tristeza gigantesca que me fez brigar sem motivo e ficar muito mais triste do que estava antes. Depois de quase esgotar meu corpo e ter chegado morto de ressaca e glitter na casa dos meus pais (que me deram chá de boldo e plasil e cuidaram de mim até meu fígado voltar a ser gente), depois de tudo isso e de ter ficado praticamente dentro das catacumbas no primeiro final de semana pós-carnaval, finalmente comecei a me recuperar.

Eu entendi que na verdade a vida é como uma dessas molas que a gente . As mesmas coisas se repetem com pequenas diferenças. As sensações se repetem, mas até quando? Até aprender a solução ou a vida é isso mesmo, um Dia da Marmota eterno?

Mas talvez toda essa tristeza meio sem motivo, todos esses perrengues repetidos são a vida. Fazem parte da minha história. Eu cansei de me comparar a outras pessoas da minha idade (aliás, algumas até bem mais novas!) que fizeram faculdade comigo ou trabalharam no escritório comigo. Ok, minha vida profissional não é exatamente uma beleza, mas eu pago minhas contas em dia (e até sobra um pouco de dinheiro na poupança), moro num lugar legal, tento ser uma pessoa boa e tenho um namoro tão longo e bacana (com brigas e mau humor, claro!). 

Aliás, decidi simplificar minha vida. Tenho comprado menos coisas, tenho economizado no que dá. Levo marmita pro trabalho, tenho buscado soluções mais simples aqui pra casa.

E por que eu faço o que eu faço? Por que estou no meu emprego, depois de um hiato de quase três anos em SP? Porque eu tenho medo de arriscar, porque eu preciso de um emprego certo, porque eu não estou preparado pra desafios, porque enxergo minha posição como um entreposto para o próximo trabalho (que ainda não descobri qual será), porque em geral eu consigo voltar cedo pra casa, porque eu penso que poderei descobrir um faculdade, um hobby, um curso que eu possa fazer de noite (mas ainda não sei qual é), porque tenho náuseas só de pensar em fazer um concurso desses de ensino superior ou mesmo um mestrado casca grossa em direito, porque eu me acho criativo e preciso saber onde colocar essa criatividade. Porque eu acho engraçado (e meio triste) que eu estudei direito numa das melhores faculdades do país, num dos vestibulares mais difíceis, e trabalho num emprego público que nem precisaria de faculdade, mas que paga o mesmo que eu recebia como advogado pleno no escritório de SP.

E por que eu não consigo descobrir uma faculdade, um curso, um hobby, um trabalho alternativo que eu possa fazer paralelamente? Porque eu tenho preguiça, porque eu tenho medo, porque eu simplesmente ainda não sei, porque eu preciso viver mais coisas ainda, ler mais coisas, conhecer mais pessoas.

E é isso. Preciso viver: a tristeza, a alegria, a chatura, a diversão, o terror, o medo, os gritos, os risos, os livros, os filmes. Tudo. Preciso viver tudo o que tiver pra viver. No meu rumo, do meu jeito.

19 de janeiro de 2016

Caos

Tento ser uma pessoa calma, centrada, mas cada vez mais percebo que não sou nada disso. Quando menos percebo solto um comentário amargo, uma observação mesquinha e não entendo de onde vem esse chorume.

Eu sei que isso é ser humano. É o bom é o mal, o amargo e doce. Mas mesmo com tanta meditação, tanta leitura e tanta vivência, a gente é apenas o que é.

E a vida segue independente se a gente entende ou não o que ela quer nos mostrar. Amanhã vai ser outro dia e depois vai ser depois. Não dá pra tentar entender tudo. Viver é continuar, seguir, andar, mesmo que para trás. 

Mas viver é também tentar ser melhor. Não ser o melhor, mas apenas melhor do que antes. É pegar esses erros (será que realmente existe erro?) e buscar cometer outros, mas não de propósito. É errar sem querer errar. É errar, mas querer acertar. Até uma hora que daquele mar de erros vem um acerto. Pode demorar, é verdade, mas uma hora ele chega. Às vezes a gente nem percebe, só bem depois. É depois caga tudo. Mas é isso viver. Um caos.

15 de janeiro de 2016

Bowie

Eu acordei no dia 11 e vi várias fotos do David Bowie nas minhas redes sociais. Ainda com sono achei que era por causa do lançamento do disco no dia 08/01 e não dei muita bola. De repente um "RIP", umas caras tristes, vários "não acredito". Putz. O Bowie morreu. 

Na sexta passada eu tinha colocado o clipe Blackstar pra passar na TV enquanto a gente fazia o jantar. Achei o Bowie envelhecido, cabelos brancos, rugas, mas ainda bem charmoso. As pupilas diferentes, o sorriso, o charme, tudo estava lá. Uma bíblia com estrela preta na mão, uma caveira cravejada de diamantes, os olhos vendados com botões no lugar dos olhos, uma história meio louca no espaço ou no futuro (ou no passado). Não tinha ainda ouvido o disco novo, que eu sabia que ia gostar, afinal, até parece que o Bowie ia morrer dali a poucas horas.

Eu só tive coragem de assistir o Lazarus, o último clipe dele, ontem. Fiquei com aquela sensação agridoce. Feliz por ele ter conseguido fazer um clipe e uma música tão bonitas ("Oh I'll be free, just like that bluebird, oh I'll be free, ain't that just like me?"), mas triste porque o cara morreu. Eu não costumo ficar muito triste com a morte das pessoas famosas, mas o Bowie me deixou bem pra baixo.  

Eu não lembro quando foi a primeira vez que escutei uma música de Bowie, mas eu sempre me encantei pela imagem bonita e estranha dele. Será que foi no Fantástico?

Perdi as contas de quanto escutei "Space Odissey" e imaginava o Major Tom perdido no espaço. Até hoje fico arrepiado quando escuto os primeiros acordes e a contagem regressiva. Aliás, sou fascinado pelos discos dos anos 70 ("Alladin Sane", Hunky Dory e The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars são meus favoritos, não canso de escutar). 

Ai, o Ziggy. Só fui entender mesmo quando vi o Velvet Goldmine, mas mesmo assim já achava lindo aquele cabelo vermelho espetado, aquela coisa homem/mulher/alienígena. E a própria morte do Ziggy.

Quando comecei a sair, lá pro começo dos anos 2000, houve um revival de anos 80, então dancei muito ao som de "Let's dance", "Rebel, Rebel", "Ashes to Ashes", "Modern Love", "Life on Mars" e várias outras do Bowie. E lembro que numa das baladas que ia no começo dos meus vinte anos (Landscape, saudades...), sempre tinha a festa de aniversário do Bowie no final de semana perto do dia oito de janeiro. Talvez tenha rolado só duas ou três vezes, afinal o Lands não durou muito.

E o "Fome de Viver" com os vampiros modernos, chics e meio trash? E o "Labirinto" com aqueles bichinhos meio Muppets e aquela história maluca. E o show que rolou no meio de Cristiane F.? E os clipes maravilhosos?

Eu sempre gostei da estranheza do Bowie (acho que por isso sou tão fascinado pela Tilda Swinton e quase pirei no clipe de "The star are out tonight"). 

Mas só fui mesmo entender o tamanho da influência do Bowie no século XX quando vi a exposição dele no MIS. A gente morava em São Paulo na época e ficamos muito tempo na fila. Muito tempo mesmo. Mas entramos lá, colocamos os fones de ouvido e parecia que a gente tinha entrado na cabeça do Bowie. Os figurinos do Ziggy, do Thin White Duke, os ternos, as plataformas, as roupas malucas do Yamamoto, as fotos, meu deus, esse cara é incrível. E ele é incrível há muito tempo e para muita gente.

Depois de ver e ouvir Lazarus, comecei a fazer uma máquina do tempo pessoal e assisti alguns clipes do Bowie até chegar nos mais antigos até chegar no Space Oddity. Assim como o Major Tom, ele deve estar flutuando pelo espaço.

3 de janeiro de 2016

Já é 2016!


O ano de 2015 foi um ano complicado, mas não foi ruim. Voltei para o meu emprego antigo, voltei para Brasília, voltei para perto da minha família e dos meus amigos. Mas não foi simplesmente uma volta, afinal foram quase três anos ali por São Paulo. Não tem como voltar igual de lá.

Mas depois da temporada paulista eu quis simplificar minha vida. Comecei a me alimentar melhor, a fazer natação, vi várias palestras interessantes do Ossobuco no CCBB, fiz cursos para meditar, pintar aquarelas, aprender sobre café e li bastante (os doze livros no final do texto). Aliás, consegui ler bem mais do que ano passado graças aos aplicativos de ebooks no celular e no tablet.

Então terminei o ano um poucos mais magro (uns dez quilos), pousei pelado e fiquei e sabendo mais coisas do que no outro ano. Tudo bem que de questões profissionais não me aprimorei muito, pois não procurei mudar de emprego. Tirei esse ano para me conhecer mais e me reconectar e realmente consegui.

E consegui terminar o ano da melhor maneira, com trinta dias de férias, quase como nos tempos do colégio. Não planejei viagens e nem nada muito complicado. Arrumar a casa (reformar cadeiras, pintar uma parede de lousa na sala/cozinha, emoldurar quadros), arrumei o carro que já estava meio baqueado e descansei muito. Vi muitos filmes que estavam na minha lista do Netflix (vi os três filmes do Poderoso Chefão, que não sei porque não havia visto antes, além de vários outros filmes novos e antigos). E fiz vários programas legais na cidade, como ver o novo filme do Star Wars no Cine Drive In com meu amor e minhas amigas, fiz trilhas na Água Mineral, fui na Feira do Guará várias vezes, comprei mais alimentos orgânicos, cozinhei mais, fiz iogurte, vi concertos da Orquestra Sinfônica de Brasília, saí dia de semana, me acabei em algumas festa e acordei tarde quase todos os dias.

E terminei o ano (e comecei esse ano) com uma road trip maravilhosa com minhas amigas e meu amor para Alto Paraíso. Mais ou menos como o Poderoso Chefão, não sei porque demorei tanto para ir para a Chapada. E a viagem de carro foi maravilhosa do início ao fim. E curar a ressaca de reveillon na água gelada da cachoeira acho que limpou toda as "nhacas" do ano passado.

Nesse ano quero continuar a me conhecer e a me reconectar. Quero viajar mais, ler mais, fazer mais cursos e quem sabe delimitar mais um rumo profissional. Continuar no mesmo emprego? Estudar para concurso público? Montar um site? Abrir um negócio? Não sei, mas tenho aí um ano inteiro para entender.

E só de olhar a foto dessa cachoeira em Alto Paraíso já me deixa cheio de esperança de que esse ano vai ser ótimo!


 (* * *)
Livros de 2015
  • Não sou uma dessas - Lena Dunhan
  • Clarice - Benjamin Moser
  • Redoma de Vidro - Silvia Plath
  • Babas do Diabo - Julio Cortazar
  • Barba Ensopada de Sangue - Daniel Galera
  • MTV bota essa porra pra funcionar - Zico Goes
  • Caio Fernando Abreu - Morangos Mofados
  • Fim - Fernanda Torres
  • Sete Anos - Fernanda Torres
  • Put Some Farofa - Gregório Duvivier
  • Julie e Julia - Julie Powell
  • Pense como um Freak - Levitt e Dubner
  • Rua da padaria - Bruna Beber

Alguns dos filmes de 2015 que eu lembro (deu preguiça de encontrar o nome dos diretores)
  • Que horas ela volta
  • Only lovers left alive
  • Love
  • A colina escarlate
  • Preto Sai Branco Fica
  • Ata-me
  • Insubordinados
  • Descompensada
  • Ricky and The Flash
  • Divertida Mente
  • The Artist is Present
  • Mad Max - Fury Road
  • A história de Adeline
  • Teacher`s Pet (1958)
  • Cake
  • Iris
  • Cowspiracy
  • Mr. Angel
  • A vida privada dos hipopótamos
  • Advanced Style
  • Advantageous
  • De mal a pior
  • Para se divertir ligue
  • Interior Leather Bar
  • Uma secretária de futuro
  • O Lobo de Wallstreet
  • O poderoso chefão i, ii e iii
  • Tiros na broadway
  • Sociedade dos poetas mortos 

Algumas das séries que eu vi em 2015
  • Breaking Bad
  • Master of None
  • Jessica Jones
  • American Horror Story Hotel
  • Modern Family
  • Transparent
  • House of Cards
  • Grace and Frankie
  • Girls
  • Looking
  • Orange is the New Black

Exposições de arte
  • Cru - - Comida, Transformação e Arte - CCBB
  • Deitei para repousar e ele mexeu comigo - Fábio Baroli - CCBB
  • Sociedade Cavalieri - Caixa Cultura
  • Novos Talentos Fotografia Contemporânea no Brasil - Caixa Cultura
  • Brasília 12 Ateliês - Caixa Cultural
  • Brasília Utópica e Lírica - CCBB
  • Bracher - Pintura e Permanência - CCBB
  • Chão de Flores - CCBB
  • León Ferrari – Resistências e Transgressões - CCBB
  • Ciclo – Criar com o que Temos - CCBB
  • Fotografia Modernista - Museu Nacional
  • Raquel Nava - 205 Norte

Shows
  • Tom Zé
  • Rosa Passos
  • Céu
  • Morrissey
  • Dê Um Role
  • Tiê

Teatro e dança
  • Contrações
  • Cássia Eller - Musical
  • Contra o Vento - Musicaos
  • Ritmo em Forma Silenciosa
  • Fio a Fio

7 de dezembro de 2015

O mar

Não lembro direito como foi a primeira vez que vi o mar. Não sei se tive medo ou se gostei, mas pelas fotos tiradas pelos pais eu curtia muito. Com menos de três meses de idade vi o mar.

Minha mãe nasceu em uma cidade de praia do Nordeste e quase todo ano a gente ia visitar meus avós nessa mesma cidade. Eram três dias de viagem de carro, uns dois mil quilômetros de distância de Brasília.

Depois foram muitas viagens de carro, ônibus e de avião para o litoral do país e até para algumas praias fora do Brasil.

Nascer e morar em uma cidade tão longe do litoral me faz valorizar muito o mar. As ondas, o sal, o barulho, o cheiro de algas e peixes.

Cada vez que estou perto do mar, não importa se é uma praia feia, poluída ou se é paradisíaca, tento ficar alguns minutos olhando as ondas e me sinto tão pequeno e tão feliz ao mesmo tempo.

No tempo em que morei em São Paulo fui poucas vezes ao mar. Em menos de uma hora - se não for feriado - dá pra chegar pelo menos em Santos e ver o oceano, mas mesmo assim parecia tão longe. Sempre tinha algo mais importante para fazer.

E então vi um video de alguns idosos que moram em uma casa de repouso paulista e foram à praia pela primeira vez graças a uma parceria de algumas empresas. A maioria dos velhinhos vive há anos em São Paulo e todos ficaram encantados com o mar. 

Parece tão simples pegar um ônibus e ir para a praia. Dá pra ir e voltar no mesmo dia. Eles poderiam facilmente ter ido tomar um banho de mar em algum feriado ou final de semana. Mas a vida suga a gente e sempre adiamos tudo para depois. Para quando? Para depois que morrer?

E a praia pode ser muita coisa, até mesmo longe do litoral. Pode ser aquela viagem para o exterior, pode ser uma visita a algum amigo ou parente, pode ser uma ida a algum ponto turístico na própria cidade. Pode ser uma massagem, um curso, um espetáculo cultural, pode ser só um dia de folga.

A vida pode ser tão massacrante. E eu não quero ter que esperar até minha velhice para ir à praia pela primeira vez.



23 de novembro de 2015

Pelado

A gente é feito de sangue, osso, carne e pelos. Algumas carnes mais moles, outras mais duras, mas tudo carne.

Os corpos, por mais diferentes que sejam, são apenas corpos. Servem para carregar nossas dúvidas, angústias e alegrias. E as memórias ficam impressas no corpo, mesmo que algumas sejam esquecidas.

O corpo, apesar de tão simples, é sagrado. Mas não por deuses ou pelo sobrenatural, mas sim por sua imperfeição. Cada estria, cada mancha, cada espinha, cada cicatriz é um símbolo dessa imperfeição e do próprio caráter efêmero do corpo, sempre em construção e reconstrução. O corpo não vai estar concluído nem quando o coração bater pela última vez. O corpo se desconstrói. 

Demorei para assumir meu corpo. Não gostava de mostrá-lo para ninguém. Ficar no time dos sem-camisa no futebol do colégio era um suplício. Gostava de camisetas folgadas. Se pudesse entraria na praia de roupas. 

Não curtia do meu corpo. Pernas finas, barriga, orelhas grandes. Pelos e mais pelos. Eu queria ser branco, sem pelos e magro. Pensando bem, acho que queria ser quase como os ETs dos filmes da década de 80. Nunca ia chegar nesse corpo imaginário.

Engordei, emagreci, engordei de novo, voltei a emagrecer e meu corpo nunca virou o meu corpo. Eu devia emagrecer mais, malhar mais, me depilar mais. Nunca ia chegar ao meu corpo verdadeiro. Eu gostava de transar quase no escuro.

Decidi então assumir meu corpo. Com todos os pelos, carnes, estrias, cicatrizes, angústias e cores.

Eu havia engordado muito e resolvi me matricular na natação. A caminhada do vestiário até a piscina foi uma das mais longas da minha vida e, claro, achei que todos me julgavam. Entrei na água e havia vários corpos. Gordos, magros, novos, velhos. O meu corpo era apenas mais um ali.

Em casa comecei a olhar meu corpo sem roupa, mesmo que não quisesse ver todos aqueles defeitos. Com o tempo essas imperfeições passaram a não importar muito, comecei a gostar mais de mim e do meu corpo. Levei trinta anos para assumi-lo.

Resolvi então participar do Chicos (www.chicos.cc) , um projeto sobre corpos e homossexualidade. O Rodrigo e o Fábio, organizadores do projeto, vieram a Brasília e um amigo indicou meu nome. Chegou a mensagem do Rodrigo e eu fiquei o dia inteiro pensando no que responder. Claro que eu não vou participar, até parece. Decidi  chegar em casa, tomar um banho, conversar com meu namorado, que também foi convidado, e só então dar minha resposta. Três dias depois o Rodrigo estava lá em casa.

Algumas cervejas, risadas e muitas conversas depois eu estava sem roupa no sofá da sala. É estranho ficar nu na frente de alguém sem que tenha nenhum contexto sexual. Mas não é uma sensação ruim. Todo mundo tem um corpo e esse é o meu.

Por que escondê-lo? Por que se preocupar com a opinião dos outros? É o meu corpo e espero que alguém possa se identificar com minha história e com minhas experiências que também foram retradas no projeto. Mas mesmo que ninguém se identifique, é a minha história. O que é ser gay para mim? Como foi a descoberta da minha sexualidade? Como é a relação com a minha família. Minha história é só mais uma. Meu corpo é só mais um.

A sessão de fotos acabou, mas continuei sem roupa enquanto a gente comia o jantar que o meu namorado fez. Eu continuei nu. Rodrigo e Iran com roupas. Mas nem fazia diferença, tudo estava tão natural para mim.

Não me preocupava se tinha gorduras, pelos, estrias. Não me preocupava com a forma que meu pau, meu saco e minha bunda estavam. O meu corpo virou um todo. E eu gostei dele. Gostei de mim.

As fotos e o vídeo ainda vão demorar alguns meses para serem publicados. E eu não tenho ideia de como ficaram. Mas não importa. Sou eu ali. A única diferença é que estou sem roupa e com menos barreiras.

Pra ilustrar, resolvi me olhar no espelho, fazer algumas poses e tirar um auto-retrato. O desenho foi feito baseado nesse nude.

3 de novembro de 2015

Canseira

Tem dias que até os ossos doem. O tutano dói, lá dentro do osso. E se tiver algo dentro do tutano também vai doer. É um cansaço na alma. Como a xícara depois do café, quando fica só uma borra seca, aquela crosta que um dia já foi café, às vezes até um café bom. Mas lavou tá novo. Dormiu e de repente tudo fica um pouco melhor. O ano já tá quase acabando.

19 de outubro de 2015

Clarice

Faxinas

Ele acordou e não conseguiu ir ao trabalho. Não era uma doença grave, bastava algumas medicações intravenosas, um atestado e algumas horas para ajeitar de novo a cabeça. Era preciso um dia inteiro para isso.

Uma faxina na casa, uma faxina nele. Enquanto se arruma a casa a cabeça também vai se consertando aos poucos. Ao arrumar a sala, o quarto, a cozinha, sempre se encontra alguma coisa esquecida atrás do sofá, do fogão, da cama. Da mesma forma, algumas coisas ficam escondidas dentro da cabeça. As ideias estão lá dentro, mas escondidas atrás de outras. No meio da faxina ele encontrou uma fotografia sua antiga e sentiu saudade daquele rosto, sorriso e olhos que já foram - e ainda são - seus. Onde estão? Tinha um monte de ideia empoeirada na frente, uma bagunça, mas ele sabia que ele mesmo ainda estava ali. A bagunça é ele também.

A faxina durou o dia inteiro, dentro e fora da cabeça. Quando terminou a arrumação da casa, ainda precisa terminar de arejar a cabeça. Tinha uma bicicleta ali em algum lugar. Encontrou dentro e fora da cabeça. Pegou e foi passear na tarde quente. Vento quente, asfalto quente, cabeça quente. O cabelo balançava, o suor escorria e a cabeça arejava enquanto o sol atrasado do horário de verão descia no horizonte.

Amanhã não vai ter folga. Vai trabalhar dobrado. Mas com a casa e a cabeça menos bagunçadas tudo fica mais fácil.

Quem sabe essa bagunça seja uma forma de ver que o que está bagunçada é a vida mesmo. Ele ainda precisa descobrir como ajeitar a vida, mas uma coisa de cada vez.

15 de outubro de 2015

Um ano depois

Daqui a alguns dias completará um ano que saí de São Paulo. Cheguei em Brasília com muitas malas, muito cansaço e muita vontade de ficar dois meses de férias para arrumar o apartamento e me readaptar. E sem muita ideia do que aconteceria com a minha vida.

Eu estava em licença do meu emprego antigo, então eu poderia voltar para ele em até seis meses após chegar em Brasília, mas o dinheiro que ganhei com a a demissão do emprego de SP já estava acabando e minha poupança foi toda para o novo apartamento. Voltar para o meu emprego público sem graça, usar esses meses até o final da licença para pensar em outros caminhos? Lógico que optei pelo mais fácil. 

Mas não foi fácil. Mesmos rostos, mesma rotina. Parecia que eu não tinha passado quase três anos em São Paulo. Ao menos a cidade estava diferente. Mais eventos, mais festas, mais lugares. E é bom ter uma rotina menos estressante.

Um ano depois quase nada mudou. Continuo na minha muleta pública. Ganho um salário razoável, trabalho oito horas por dia, férias, décimo terceiro, estabilidade. Estou terminando de pagar os empréstimos do apartamento. 

Moro em um apartamento próprio, tenho carro próprio, meu trabalho é estável, moro com quem eu amo, tenho amigos, vejo sempre minha família e tenho saúde. O que mais desejar? Tudo parece ótimo. Preencho todos os requisitos de felicidade da grande maioria da população.

Então eu deveria estar feliz. Deveria procurar um outro trabalho público que pague melhor, comprar um carro mais novo, mudar para um apartamento mais perto do centro da cidade e continuar girando a roda viva até chegar em um super emprego público com um carro importado e, claro, morar em um desses apartamentos gigantes da Asa Sul.

Mas não. Eu quero outra vida. Quero me reinventar. Quero me jogar em um projeto, criar, empreender. Quero aprender outras coisas, conviver com outras pessoas. Quero me arriscar. Quero sair dessa bolha de conforto que tem me aprisionado. Quero enlouquecer.

Quero aprender a fazer café, quero meditar mais, quero desenhar mais, quero cozinhar mais, quero abrir um café, quero dar cursos, quero ter um negócio, quero trabalhar com internet, quero gravar vídeos, quero escrever mais. Quero uma vida mais leve, mais colorida, mais interessante.

Minha vida hoje é simples, mas não tem graça. Não tem desafio. Eu tenho a possibilidade de fazer tantas coisas, mas acabo sem fazer nada. Trinta e dois anos e ainda não consigo escolher um restaurante para comer. Não consigo parar para desenhar, escrever, criar, fazer um simples projeto. Tenho 32 e tenho sido um péssimo amigo, péssimo namorado, péssimo filho, péssimo irmão. Tenho sido um ser humano péssimo, medíocre, frustrado. 

Eu quero ser o melhor de mim. E não quero mais perder tempo girando em um shopping sem saber para onde ir. Quero ter um rumo meu. Quero ser o meu melhor. Quero ser alguém que eu sinta orgulho. E não dá mais pra esperar.

1 de outubro de 2015

Tranks

A vida não melhorou muito, continua mais ou menos igual. Mas algumas ideias começaram a aparecer e, mesmo que sejam só alguns pensamentos soltos, é ótimo poder sair um pouco desse quarto escuro que tem sido minha vida. Não é fácil ficar trancado e sufocado e por mais que essas ideias para um futuro não muito distante possam parecer loucas, acho que vai ser ótimo sair dessa zona de conforto, chata e sem graça. Talvez seja preciso pirar, tirar as rodinhas de apoio da bicicleta e arrancar a tela de proteção. Apesar de concretamente não ter mudado nada na minha vida, dentro deu uma boa mexida.

8 de setembro de 2015

Pele, fogo, água e fotossíntese

Eu adoro o sol. Minha pele sem sol fica cinza, esbranquiçada, sem graça. Voltei ao sol, ao fogo, ao bronze. O sol de meio dia faz mal, mas pensando bem, quase tudo faz mal, até não fazer nada. Minha pele agora pega fogo, apesar de estar dentro d'água. Voltou a ser a minha pele e não essa casca seca. Aos poucos volto a habitar esse corpo, volto a abrir as janelas e a deixar entrar o sol, o calor e o mormaço. Aos poucos sai esse cheiro de mofo, essa poeira e neblina seca. Aos poucos consigo ser eu de novo, mas um eu novo.

2 de setembro de 2015

Quase parabéns

Não sei se todo mundo fica mais triste perto do aniversário. Quando eu era mais novo pegava o calendário no começo do ano para saber em que dia meu aniversário iria cair, mesmo que ainda demorasse nove meses. E todo dia 10 eu fazia uma contangem regressiva dos meses que faltavam até a hora de receber meus parabéns.

Mas ao ficar mais velho o aniversário já não faz assim tanta diferença. Afinal, já foram 31 aniversários. O trigésimo segundo vai ser mesmo tão especial? Ainda mais depois de viver tanta coisa e voltar para o mesmo emprego da época que eu tinha 25 anos. Poderia ser pior, talvez nem emprego eu tivesse.

Eu sei, o trabalho não me define. E preciso pagar as contas no final do mês.

Chegar aos 32 sem ter ideia do rumo a seguir na vida, economizar o mês todo para sobrar 100 reais na conta e não ter nenhum plano concreto para mudar isso. E a cada ano que passa fico mais chato, mais triste e mais isolado. Se continuar nesse ritmo, ninguém me aguenta nos 40.

Ok, aos pouquinhos (bem 'inhos') mudo algumas coisas. Comecei a nadar e já estou mais magro e mais bronzeado. E comecei a meditar. E a desenhar. Não sei a relação entre essas três coisas, tavez seja a vontade de uma vida mais lúdica e sem a natação/meditação/desenho eu estaria bem pior.

Fico esperando algo acontecer para mudar minha vida, mas sou eu quem precisa fazer alguma mudança mais significativa. Eu não quero chegar aos 33 pior do que estou nesse final de 31.

Tenho uma semana pra melhorar um pouco esse quadro e decidir o que fazer para comemorar.

13 de agosto de 2015

Um milhão

O que eu faria se aparecesse um milhão de reais na minha conta? Além das viagens ao redor do mundo, de ir a restaurantes e bares, de ajudar minha família, o que eu faria? Eu compraria um viveiro de plantas e no mesmo terreno teria uma floricultura, um café/bistrô com algumas coisas gostosas de comer, uma casa de chá para vender chás a granel ou de saquinho de vários lugares e também com chás para serem consumidos lá, com xícaras diferentes, ampulhetas/timers para medir o tempo de infusão e peneiras. Teria também uma lojinha de design, misturando coisas retrô, antigas, coloridas e  étnicas. Poderia chamar tudo isso com o nome da minha planta favorita. Ou cada um dos sub-negócios com o nome de uma planta. E ia ter sempre música boa tocando, além de cheiros gostosos pelo lugar. Não precisaria ser um terreno grande. Eu compraria uma casinha também. Ou de repente eu moraria por lá, faria nossa casa bem gostosa. E a gente ia trabalhar junto nesse negócio. E desenhar muita aquarela. Aliás, todo o design ia ser de aquarela (cardápios, etiquetas, cartões). Certamente eu não ia precisar de um milhão de reais. Dá pra fazer com bem menos. E começar menor. Mas ia ser ótimo ter um milhão de reais na conta.

12 de agosto de 2015

Sketch

Eu gostava de desenhar quando pequeno, mas nada muito elaborado, pois logo eu me cansava. Gostava de desenhar árvores e casas.

Minha mãe guardou alguns desenhos e não tem nenhum muito extraordinário.

Depois descobri uns programas de desenho no tablet que imitam aquarela, pincel, lápis. Fiz alguns esboços e até usei alguns para ilustrar alguns textos daqui.

E então eu vi que a Luda, uma artista que sigo há um tempo no facebook, ia dar um curso de aquarela dali a algumas semanas. Eu não desenho, mas aquerela não precisa de perfeição. Convenci o Iran e nos increvemos.

A lista de material era enorme e eu não comprava nada artístico desde a escola, ou seja, há pelo menos 15 anos. E a própria sensação de comprar materiais para artes já me fez sentir tão bem, me fez sair desse mundo tão racional de contratos, editais e leis.

As aulas foram incríveis com pessoas que eu não teria conhecido, apesar de provavelmente termos nos cruzado por aí, afinal a cidade não é assim tão grande.

E desde então ganhei um caderno em branco do Iran pra fazer de sketch book e tenho desenhado quase todos os dias.

A vida em si não mudou muita coisa, mas ficou mais colorida. Agora penso mais em formas, cores, sombras. E até tem melhorado mais meu traço.

Essa aquarela que ilustra o texto foi um dos exercícios da aula da Luda.

15 de julho de 2015

Sete perguntas e um propósito

Minha irmã me mandou um link para um texto do Mark Mamson com sete perguntas estranhas que ajudam a descobrir seu propósito de vida (http://markmanson.net/life-purpose#.ijymxi:5bRQ). São realmente perguntas muito estranhas, mas acho que elas na verdade escondem algo interessante. Parecem simples, mas a resposta faz pensar em outras coisas. Ao responder eu lembrava de coisas antigas e também pensava no futuro. 

1. WHAT'S YOUR FAVORITE FLAVOR OF SHIT SANDWICH AND DOES IT COME WITH AN OLIVE?
Não me importo de trabalhar por muitas horas durante o dia, desde que seja algo em que eu acredito. Não preciso ganhar muito dinheiro. 

2. WHAT IS TRUE ABOUT YOU TODAY THAT WOULD MAKE YOUR 8-YEAR-OLD SELF CRY
Eu não pesquiso mais tanto quanto eu gostava de pesquisar (eu lia quase sempre um livro sobre o Egito e hoje em dia eu nem me interesso mais sobre o Egito). Não desenho mais tanto. E talvez tenha perdido um pouco do humor que tinha quando pequeno. E eu era mais destemido. 

3. WHAT MAKES YOU FORGET TO EAT AND POOP?
Esqueci até de ir ao banheiro quando estou lendo algo muito interessante ou vendo algo muito legal na tv (séries ou filmes). Quando tenho um prazo muito apertado ou uma tarefa urgente também e esqueço de tudo: tomar água, ir ao banheiro, comer.

4. HOW CAN YOU BETTER EMBARRASS YOURSELF?
Eu me atrapalho muito e sou muito tímido. Mas passo muita vergonha quando tenho que fazer networking em um evento em que eu não conheço ninguém. Ou quando tenho que falar em público, fazer uma apresentação ou mesmo quando estou em uma festa e não conheço ninguém. 

5. HOW ARE YOU GOING TO SAVE THE WORLD?
Eu queria fazer algo pelo meio ambiente, pelo cerrado. Descobrir ingredientes e espécies interessantes. Gostaria de ter um centro cultural com cinema, teatro, artes plásticas.

6. GUN TO YOUR HEAD, IF YOU HAD TO LEAVE THE HOUSE ALL DAY, EVERY DAY, WHERE WOULD YOU GO AND WHAT WOULD YOU DO?
Eu iria passear pela cidade e tirar fotos de lugares diferentes. Iria andar sem rumo. Talvez me matriculasse em algum curso de design, fotografia, gastronomia. 

7. IF YOU KNEW YOU WERE GOING TO DIE ONE YEAR FROM TODAY, WHAT WOULD YOU DO AND HOW WOULD YOU WANT TO BE REMEMBERED?
Viajaria pelo mundo, tiraria muitas fotos, escreveria um livro, faria um trabalho social em comunidades carentes e curtiria minha família e meu amor. Gostaria de ser lembrado como alguém legal, criativo e que soube viver bem até o último respiro.