Segunda-feira de manhã e é difícil lutar contra a sensação de que é segunda-feira. Mesmo que o final de semana tenha sido ótimo. Mas tudo bem. Hoje é vinte e nove de fevereiro, um dia extra a cada quatro anos, um dia a mais pra fazer um monte de coisas na vida. Um dia a mais pra repensar a vida. Um dia a mais pra viver.
29 de fevereiro de 2016
28 de fevereiro de 2016
Simplesin
Engraçado como as coisas podem ser simples. Eu cansei de pensar muito sobre as coisas. Ontem rolou uma festa de 15 anos da sobrinha da minha irmã. Fomos eu e Iran e todo mundo nos tratou tão bem.
Eu simplesmente não pensei em nada, só me arrumei e fui pra lá. E tudo correu super bem.
Eu não quero mais ter que pensar em vários cenários. Só me preparar da melhor forma e seguir em frente. E quero aplicar isso a todos os aspectos da minha vida.
Já pensou o tanto de energia que se economiza ao agir dessa forma?
27 de fevereiro de 2016
Filha e insights
Ainda não sei muito bem se quero ou não filhos. Foi legal no sonho e eu gosto mesmo de crianças. Mas criá-las é outra história. Também gosto de animais, mas não tenho muita vontade de ter um gato ou cachorro no apartamento.
Hoje em dia temos plantas. E eu adoro rega-las, cuidar, ver se estão boas. Gosto do clima da casa bem verde e tropical. Se eu pudesse tinha ainda mais plantas.
Ontem eu fui dormir completamente esgotado. A semana de trabalho foi cheia de reuniões, alguma até na esplanada. E cheguei em casa e Iran precisava muito conversar. Ele estava muito triste, desses dia que a gente fica triste mesmo com a vida. Foi bom ter conseguido ter paciência e ter dito coisas boas pra ele. Apaguei completamente no sofá. E ele também.
Tenho pensado muito no trabalho. Tenho feito coisas mais complexas e apesar de não gostar muito do assunto, começo a ter mais domínio. Percebi que mesmo sem ser um assunto que eu gosto, eu dou um jeito de cumprir as demandas.
E tive um insight nessa semana. O primeiro aconteceu quando tive de enfrentar um engarrafamento gigantesco. Decidi não olhar o gps e buscar loucamente uma rota alternativa pra sair de lá. E decidi não me estressar com o horário. Fiquei ouvindo podcasts, curtindo a paisagem, pensando na vida. Quase duas horas eu cheguei no trabalho. Havia vazado o tanque de um ônibus e tiveram de interditar várias pistas e jogar terra no combustível. Cheguei sossegado no trabalho, não havia ninguém desesperado e não tinha nenhuma tarefa urgente.
Outro insight, no mesmo sentido, aconteceu quando meu chefe me comunicou que talvez eu tivesse que ir em uma reunião dali a menos de duas horas, pois ele não poderia ir. Torci para que não rolasse, mas depois pensei: ser for bom pra mim, ok. E fui. E foi bom.
Rolaram outros insights também. Fomos numa peça de teatro sobre uma mulher que decide largar tudo e viajar de barco. Enquanto via a mulher curtindo o barco, chorando, fazendo tarefas cotidianas e enfrentando tempestades. Lembrei de coisas que me dão prazer, que fazem meu corpo se sentir aquecido por dentro. Tipo ler um bom livro, escrever, passear pela cidade, andar em um shopping fechado. Pensei também que eu preciso me sentir mais confortável na minha casa. Ela é linda, mas parece que ainda não me sinto em casa. Já tem mais de um ano que moramos aqui.
17 de fevereiro de 2016
Fim de tarde
Eu não sei o que vai acontecer. Mas não tem como saber, né? As coisas simplesmente acontecem. Resolvi sair do trabalho e vir para um centro cultural que fica aqui perto. Sentei num banco, escutei os pássaros, vi o céu quase sem nuvens. Várias pessoas em picnics, crianças correndo. A vida pode ser leve.
O vento balança as folhas e galhos das árvores. Bagunça meu cabelo. É um vento gostoso. O sol daqui a pouco se põe ali perto do lago.
Eu vinha aqui nesse mesmo lugar na época da faculdade. Sempre tem alguma exposição interessante. Eu sentava nesses bancos, pensava na vida, tirava algumas fotos com minha câmera. Isso tem mais de dez anos. Provavelmente eu pensava em como estaria dez anos depois. Estou aqui. E daqui 10 anos? Não sei. Espero que seja bom, que ainda seja eu. Que eu ainda sorria de besteiras, que ainda crie, desenhe, tire fotos, cozinhe, ame.
A vida é boa.
E tem uma formiga na tela do celular enquanto eu escrevo.
15 de fevereiro de 2016
Nos capítulos anteriores

19 de janeiro de 2016
Caos
15 de janeiro de 2016
Bowie
3 de janeiro de 2016
Já é 2016!
Mas depois da temporada paulista eu quis simplificar minha vida. Comecei a me alimentar melhor, a fazer natação, vi várias palestras interessantes do Ossobuco no CCBB, fiz cursos para meditar, pintar aquarelas, aprender sobre café e li bastante (os doze livros no final do texto). Aliás, consegui ler bem mais do que ano passado graças aos aplicativos de ebooks no celular e no tablet.
Então terminei o ano um poucos mais magro (uns dez quilos), pousei pelado e fiquei e sabendo mais coisas do que no outro ano. Tudo bem que de questões profissionais não me aprimorei muito, pois não procurei mudar de emprego. Tirei esse ano para me conhecer mais e me reconectar e realmente consegui.
E consegui terminar o ano da melhor maneira, com trinta dias de férias, quase como nos tempos do colégio. Não planejei viagens e nem nada muito complicado. Arrumar a casa (reformar cadeiras, pintar uma parede de lousa na sala/cozinha, emoldurar quadros), arrumei o carro que já estava meio baqueado e descansei muito. Vi muitos filmes que estavam na minha lista do Netflix (vi os três filmes do Poderoso Chefão, que não sei porque não havia visto antes, além de vários outros filmes novos e antigos). E fiz vários programas legais na cidade, como ver o novo filme do Star Wars no Cine Drive In com meu amor e minhas amigas, fiz trilhas na Água Mineral, fui na Feira do Guará várias vezes, comprei mais alimentos orgânicos, cozinhei mais, fiz iogurte, vi concertos da Orquestra Sinfônica de Brasília, saí dia de semana, me acabei em algumas festa e acordei tarde quase todos os dias.
E terminei o ano (e comecei esse ano) com uma road trip maravilhosa com minhas amigas e meu amor para Alto Paraíso. Mais ou menos como o Poderoso Chefão, não sei porque demorei tanto para ir para a Chapada. E a viagem de carro foi maravilhosa do início ao fim. E curar a ressaca de reveillon na água gelada da cachoeira acho que limpou toda as "nhacas" do ano passado.
Nesse ano quero continuar a me conhecer e a me reconectar. Quero viajar mais, ler mais, fazer mais cursos e quem sabe delimitar mais um rumo profissional. Continuar no mesmo emprego? Estudar para concurso público? Montar um site? Abrir um negócio? Não sei, mas tenho aí um ano inteiro para entender.
E só de olhar a foto dessa cachoeira em Alto Paraíso já me deixa cheio de esperança de que esse ano vai ser ótimo!
- Não sou uma dessas - Lena Dunhan
- Clarice - Benjamin Moser
- Redoma de Vidro - Silvia Plath
- Babas do Diabo - Julio Cortazar
- Barba Ensopada de Sangue - Daniel Galera
- MTV bota essa porra pra funcionar - Zico Goes
- Caio Fernando Abreu - Morangos Mofados
- Fim - Fernanda Torres
- Sete Anos - Fernanda Torres
- Put Some Farofa - Gregório Duvivier
- Julie e Julia - Julie Powell
- Pense como um Freak - Levitt e Dubner
- Rua da padaria - Bruna Beber
Alguns dos filmes de 2015 que eu lembro (deu preguiça de encontrar o nome dos diretores)
- Que horas ela volta
- Only lovers left alive
- Love
- A colina escarlate
- Preto Sai Branco Fica
- Ata-me
- Insubordinados
- Descompensada
- Ricky and The Flash
- Divertida Mente
- The Artist is Present
- Mad Max - Fury Road
- A história de Adeline
- Teacher`s Pet (1958)
- Cake
- Iris
- Cowspiracy
- Mr. Angel
- A vida privada dos hipopótamos
- Advanced Style
- Advantageous
- De mal a pior
- Para se divertir ligue
- Interior Leather Bar
- Uma secretária de futuro
- O Lobo de Wallstreet
- O poderoso chefão i, ii e iii
- Tiros na broadway
- Sociedade dos poetas mortos
Algumas das séries que eu vi em 2015
- Breaking Bad
- Master of None
- Jessica Jones
- American Horror Story Hotel
- Modern Family
- Transparent
- House of Cards
- Grace and Frankie
- Girls
- Looking
- Orange is the New Black
Exposições de arte
- Cru - - Comida, Transformação e Arte - CCBB
- Deitei para repousar e ele mexeu comigo - Fábio Baroli - CCBB
- Sociedade Cavalieri - Caixa Cultura
- Novos Talentos Fotografia Contemporânea no Brasil - Caixa Cultura
- Brasília 12 Ateliês - Caixa Cultural
- Brasília Utópica e Lírica - CCBB
- Bracher - Pintura e Permanência - CCBB
- Chão de Flores - CCBB
- León Ferrari – Resistências e Transgressões - CCBB
- Ciclo – Criar com o que Temos - CCBB
- Fotografia Modernista - Museu Nacional
- Raquel Nava - 205 Norte
Shows
- Tom Zé
- Rosa Passos
- Céu
- Morrissey
- Dê Um Role
- Tiê
- Contrações
- Cássia Eller - Musical
- Contra o Vento - Musicaos
- Ritmo em Forma Silenciosa
- Fio a Fio
7 de dezembro de 2015
O mar
23 de novembro de 2015
Pelado
3 de novembro de 2015
Canseira
19 de outubro de 2015
Faxinas
Uma faxina na casa, uma faxina nele. Enquanto se arruma a casa a cabeça também vai se consertando aos poucos. Ao arrumar a sala, o quarto, a cozinha, sempre se encontra alguma coisa esquecida atrás do sofá, do fogão, da cama. Da mesma forma, algumas coisas ficam escondidas dentro da cabeça. As ideias estão lá dentro, mas escondidas atrás de outras. No meio da faxina ele encontrou uma fotografia sua antiga e sentiu saudade daquele rosto, sorriso e olhos que já foram - e ainda são - seus. Onde estão? Tinha um monte de ideia empoeirada na frente, uma bagunça, mas ele sabia que ele mesmo ainda estava ali. A bagunça é ele também.
A faxina durou o dia inteiro, dentro e fora da cabeça. Quando terminou a arrumação da casa, ainda precisa terminar de arejar a cabeça. Tinha uma bicicleta ali em algum lugar. Encontrou dentro e fora da cabeça. Pegou e foi passear na tarde quente. Vento quente, asfalto quente, cabeça quente. O cabelo balançava, o suor escorria e a cabeça arejava enquanto o sol atrasado do horário de verão descia no horizonte.
Amanhã não vai ter folga. Vai trabalhar dobrado. Mas com a casa e a cabeça menos bagunçadas tudo fica mais fácil.
Quem sabe essa bagunça seja uma forma de ver que o que está bagunçada é a vida mesmo. Ele ainda precisa descobrir como ajeitar a vida, mas uma coisa de cada vez.