26 de julho de 2016

Nove

Eita, deixa eu fazer as contas aqui. Nove anos desde o primeiro beijo. Tão bom viver a vida com você!

24 de julho de 2016

(des)conectar

Deitado na rede eu vejo uma montanha que é percorrida pela sombra de uma nuvem. São poucas nuvens no céu, mas algumas gostam de ser projetar ligeiras pelas montanhas.

Tudo é muito preguiçoso, sem planos, sem metas. Como as vacas ali no pasto.

Eu preciso ser mais vaca, mais galinha, mais marreco e menos esse troço que eu me tornei.

E é só deitar na rede e ver as nuvens se projetando nas montanhas. Melhor ainda se for fora da cidade.

14 de julho de 2016

Trabalho / Vida

Depois de olhar um tempo para o que é postado na internet a gente já começa a fazer o rascunho da carta de demissão do emprego e pensa em protagonizar mais uma história de alguém que larga tudo e viaja pelo mundo.

Eu adoro essas histórias. As fotos são sempre lindas, as pessoas estão felizes e realmente parece ser maravilhoso. Mas não é pra todo mundo.

Já trabalhei em vários lugares e nunca me encontrei em nenhum. Faço meu trabalho direitinho, cumpro as obrigações e tudo mais. Já até fui promovido em alguns, mas nunca realmente encontrei meu propósito.

E descobri que gosto dessa segurança de ter o salário certinho no final do mês, mesmo que não seja alto. E adoro décimo terceiro, férias remuneradas, licenças, banco de horas, horário certo pra sair, não trabalhar no final de semana. Eu sei, é muito zona de conforto.

Mas foi uma luta dentro da minha cabeça. Primeiro eu queria ter um trabalho de acordo com meu próprio nível intelectual e depois um que fosse com propósito. E terceiro, um que pagasse um bom salário. Mas essas exigências são bem abstratas e quase impossíveis de se atender.

E então eu via todo mundo com trabalhos incríveis, super bem remunerados. Todo mundo satisfeito com os trabalhos. E eu aqui num emprego simples e que não tem nada a ver comigo.

Decidi então simplificar as coisas. Ao invés de tentar encontrar um emprego que pagasse mais, preferi diminuir meus gastos. E ao invés de ficar me martirizando por não ter um trabalho com propósito, decidi fazer mais coisas fora do trabalho, já que o meu horário é fixo. Foram aulas de aquarela, palestras sobre vários temas, filmes, festivais, terapia e agora resolvi até fazer uma segunda graduação, mais voltada para as artes (já sou formado em, quem diria, direito).

E então fiquei mais feliz com a forma como está meu equilíbrio entre trabalho e vida fora do trabalho. claro que eu vou continuar reclamando do trabalho, afinal é trabalho, né?

Mas acho que mais importante do que um trabalho com significado é fazer algo significativo com o tempo fora do escritório. Não dá pra esperar para fazer coisas interessantes só quando estivermos em um emprego bacana, quando o corpo estiver em forma, quando tiver um dinheirinho sobrando no final do mês. A vida é agora.

12 de julho de 2016

Passei!

Quase não acreditei quando li meu nome na lista dos aprovados. História da Arte. Eu? Vou estudar arte? Sério? Então tá bom.

Não dei conta de estudar para o vestibular e fiz as provas com o que eu lembrava da época do colégio. Espera aí, arte? História da arte, né? Vou ser historiador da arte? Curador? Sei lá, só sei que quero estudar algo que eu goste, sem pensar em mercado de trabalho.

Eu pensei em mercado de trabalho e me lasquei. Então agora quero ser mais lúdico. Quero ter aulas sobre arte, sobre história, sobre literatura, quero sair do direito. Quero me bagunçar!

E que ótimo voltar pra UnB depois de tantos anos. Agora com outra cabeça. Agora com outra vida.

11 de julho de 2016

Vestibulando

Daqui a algumas horas vai sair o resultado do vestibular desse ano. O último vestibular que fiz foi em 2003, ou seja, há treze anos. E na verdade eu quero resgatar de novo aquele rapaz de 19 anos que estava na busca por uma faculdade.

O novo curso não pode ser mais diferente do anterior. Antes direito, agora história da arte. Mas tudo é bagagem, nada se perde.

A gente acaba por viver muitas vidas em uma só. Morre e nasce muitas vezes. 

Ainda não sei se fui aprovado ou se serei aprovado em segunda, terceira, quarta, décima chamada. Eu quero muito voltar a estudar, principalmente um tema que gosto tanto e que nunca imaginei que fosse estudar, mas se não rolar, ao menos já me tirou um pouco do meu marasmo, já me fez ver outros portos que posso tentar atracar.

Mas quem sabe hoje volto a ser universitário?!

7 de julho de 2016

Mortes

Tenho pensando mais no morte ultimamente, mas não em matar. Tenho pensado no final da vida. Como será que vou viver meus últimos anos? Doente, sozinho e sem grana? Feliz, perto da natureza e de muita gente que amo? Respirando com a ajuda de aparelhos e me alimentando por sonda? Morrer tranquilo durante o sono? Uma morte rápida após um acidente? Não tenho ideia. Não tem como saber. O jeito é viver dia a dia, não como se fosse o último, mas sabendo que a gente não vive pra sempre.

E o pós-morte? Será que tem outra vida? Será que tudo acaba? Gasto tudo o que eu juntei na vida? Faço uma doação para uma instituição de caridade? Quem será que iria no meu enterro? Seria cremado, enterrado? Jogaria minhas cinzas no mar, no lago, numa floresta? Seria enterrado perto dos meus parentes?

A morte em si é simples. Mas essas questões são tão complexas para algo que acontece com todo mundo.

Meu pai não sofre com mortes. Para ele todo mundo se encontra no céu, tipo uma festa. Eu nunca chorei a morte de ninguém. Nem famoso, nem família. Nunca vivi a morte de ninguém muito próximo. Minha mãe chorou quando meus avós morreram. Eu não chorei nada.

Um dia minha morte vai chegar e eu não vou ter resolvido todas essas questões. Mas ai já vou estar morto e essa vida não importa muito.

Quero tentar ser feliz por aqui mesmo. Quero levar boas memórias daqui. Vivi e ainda vou viver muitas coisas boas. Claro, algumas ruins também.

Quero morrer velhinho. Quero fazer muita coisa ainda. Quero viajar, quero ler livros, ver filmes. Quero produzir muita coisa. Quero criar. Quero mais natureza. Quero mais risada, quero mais choro também, de alegria e de tristeza também, porque quando a gente tá triste percebe outras coisas, quero comer muita coisa diferente, quero conhecer outras pessoas, cidades, países, lugares. Quero ver muita mudança ainda. E quero mudar muita coisa. Quero amar muito. Quero viver muitas vidas nessa minha vida. Quero viver até o dia de morrer. E quem sabe começar tudo de novo. E de novo...

6 de julho de 2016

Imagem

Eu me desacostumei com minha imagem. Parei de prestar atenção em mim. Olho no espelho e vejo olhos, nariz, boca, barba e cabelo, como se não fizessem parte de um todo. E então olhei realmente para mim no espelho. Olhei meu reflexo, meu rosto, meu corpo. Olhei pra mim e através de mim. O que estou fazendo comigo? Como cheguei aqui? Como saio daqui? E me veio uma vontade de chorar. Uma vontade de resgatar aquela pessoa do outro lado do espelho. E senti uma saudade de mim mesmo. Será que consigo me encontrar? Será que saio dessa roda viva?

5 de julho de 2016

Água

Eu adoro água. Salgada ou doce. Natural ou piscina. E me sinto bem ao ouvir o barulho que as ondas fazem, ao sentir o vento. Gosto quando estou submerso e um pouco antes de sair da água, a linha que divide o ar e a água vira um espelho. De repente sou dois, um da água e outro do ar. Aos poucos esses dois se encontram e se tornam um só.
Outro dia a gente resolveu fazer um banho de sal grosso pra tirar as energias negativas. A água escorre do pescoço pra baixo. Assim que a água salgada tocou minha pele pensei no mar. No alto mar. Ondas, azul, paz. A água escorria e eu estava no mar.
Hoje de manhã antes de vir pro trabalho resolvi passar perto do lago. Respirei, olhei as ondinhas e tirei essa foto. Preciso de água.

28 de junho de 2016

Como?

E de repente, depois de vários dias legais, de vários eventos interessantes, depois de muita risada, de repente vem uma sensação esmagadora de tristeza. Um cansaço acumulado, uma vontade de só ficar em casa, uma sensação de não se encaixar nessa vida que eu me meti. E então tudo fica cinza, tudo fica escuro, tudo fica difícil.

Mas a vida ao menos não é tão sacana. Ela então me coloca em um seminário do meu trabalho em que posso ficar quieto, posso só fingir prestar atenção em tudo o que vem acontecendo comigo enquanto acham que estou bem concentrado no assunto que está aqui em discussão.

Quero entender o que vem acontecendo comigo. A terapia, as conversas, o tempo. Eu quero mudar. Eu quero perceber meu lugar em tudo isso. Quero ser mais eu. Quero ser mais pleno. Mais cheio de mim, das minhas idéias. Quero me sentir interessante e único. Não quero colocar um terno, não quero perder essa vontade de ir pra eventos culturais malucos, de ter experiências novas, não quero me ver um velho do outro lado do espelho. Quero saber conversar, quero ter conteúdo. Quero ser leve. Quero ser denso quando precisa. Quero criar, quero ter histórias pra contar. Quero saber mudar. Quero ter uma mudança de vida. Quero conhecer quem eu realmente sou. Quem eu sou? Quem eu quero ser?

20 de junho de 2016

Escrever

Eu gosto de escrever desde pequeno. Cartas, bilhetes e até livrinhos. Mas eu sinto que ultimamente tenho ficado mais preguiçoso, não tenho escrito muito. Parece que fico esperando que me chegue uma ideia pronta para só então começar a escrever, quando na verdade é escrevendo que a gente começa a ter ideias. Então preciso voltar a escrever e a colocar as ideias pra fora, soltar minha imaginação. Chega desse monte de barreiras que eu mesmo coloquei. Tem tanta coisa que eu posso criar, tem tanta ideia esperando ser concretizada ou mesmo somente ser escrita (como se isso fosse pouca coisa!). Tem muita coisa aqui dentro e eu preciso colocar pra fora, mesmo que seja aos poucos. 

17 de junho de 2016

Sexta

Finalmente chegou a sexta. Mas parece que a semana não passou tão arrastada, pois foram muitas coisas. Um filme da Marina Abramovic, um concerto da orquestra sinfônica com uma cantora lírica, uma meditação no templo, um filme da Alice Bombom, a terapia. E hoje de noite ainda tem uma festa com temática junina. Por mais semanas leves e cheias de coisas!

16 de junho de 2016

Terra Pura

Eu nunca tinha entrado em templo budista. E tem um mais ou menos perto da minha casa. Um amigo foi algumas vezes nas meditações e me chamou. No começo me deu uma preguiça, mas vamos lá.

De repente eu tava em algum filme japonês antigo e não mais em Brasília. O templo é exatamente como se imagina nesses filmes. Muitas saudações japonesas, dessas com as mãos nos quadris e a cabeça baixa. Uma moça muito simpática nos recebeu, explicou como fazer as saudações, colocar o incenso no altar e disse que o próprio JK doou o terreno pra comunidade budista construir o templo.

Recebi um livrinho com uns salmos em japonês, com a fonética das sílabas em português em cima. Eu queria rir com aquelas sílabas. Mas de repente estava lá na meditação cantada. Depois fomos para um tatame, sentados num banquinho de meditação, bem pequeno. Respira, inspira, meditação guiada. Fui tão longe, não estava mesmo em Brasília.

Ainda não achei minha religião, talvez nunca ache. Mas gostei da experiência de ter ido a um templo shin budista e ter feito uma meditação. Deu até vontade de voltar lá outro dia, mas não toda semana, porque não tô muito a fim de pegar um compromisso semanal.

Eu não gosto de religião, mas adoro espiritualidade, meditação, natureza.

9 de junho de 2016

Diferente

Não sei se vou passar no vestibular, não sei se vou ser chamado nesse novo trabalho, mas engraçado notar que na verdade isso não importa muito. Só de ter saído um pouco do automático e de poder pensar nem que seja na possibilidade mudança já tem sido o suficiente. O resultado não é o principal, mas sim o processo pra chegar lá ou mesmo em outro lugar que eu ainda não sei. Eu sei, parece auto ajuda.

Acho que uma das piores sensações é a paralisia por não pensar em nenhuma possibilidade para um problema. Claro, sempre há uma possibilidade pra tudo, mas nem sempre a gente consegue pensar nelas como cenários possíveis pra se mudar de vida. Nem sempre a gente da a atenção que aquela ideia merece.

A partir do momento que a gente toma uma decisão, qualquer uma que seja, parece que as coisas começam a se mexer. Não dá pra saber se a decisão é a certa ou a errada, mas se mexer um pouco já é suficiente.

Aliás, acho que a maioria das dificuldades pra qualquer coisa que a gente quer fazer estão na nossa cabeça. Eu adoro bolar um milhão de dificuldades pra tudo, sempre pensando no pior cenário possível. E quase nunca esse cenário acontece. Afinal, ainda estou aqui. Ainda vivo, ainda tenho dinheiro, ainda tenho comida.

E ainda tenho planos. Que podem mudar no meio do caminho. Mas ao menos não me sinto mais paralisado. Ufa!!!

7 de junho de 2016

De volta ao colegial

Tem mais ou menos treze anos desde o meu último vestibular. E mais ou menos sete anos desde que eu me forme na faculdade. E desde então já rolou uma pós - graduação e alguns cursos. Por que não estudar alguma coisa que não tem nada a ver com minha área de formação. Alguma coisa que não tem nada a ver com direito, com meio ambiente e com transportes. Algo completamente fora da minha realidade. Algo que ninguém imaginasse que eu fosse fazer.

Bem, uma das minhas melhores amigas descobriu o curso de História da Arte na UnB. Por que não? Fizemos a inscrição, não consegui estudar nada. E no último final de semana foram as provas. No primeiro dia, humanas. Ok, minha área. A prova foi difícil, mas não impossível. Já no domingo, exatas. Putz! Não lembrava de nada. Nem sequer usei a calculadora, porque não lembrava de nenhuma fórmula, de nada. Matemática, física, química e biologia. Não me lembrava de nada.

Mas vai que a gente consegue ser aprovado, mesmo que na última chamada, nos últimos lugares. Vai ser ótimo voltar a estudar, voltar pra universidade, aprender sobre arte. Tô com os dedos cruzados!

1 de junho de 2016

Quadradinhos

Recebi um email há mais ou menos uns dois meses sobre vagas em outros lugares. Mandei meu CV. Depois fiz uma prova. Ontem foi a reunião. Frio na barriga. Mas é bom mudar de ares. Voltei de São Paulo cansado do jeito que minha em Brasília está. E preciso mudar tantas coisas. E quero mudar vários quadradinhos, até o quadro final ficar bem diferente. Não tem mais como ficar do jeito que está...

28 de maio de 2016

Essepê no frio

Voltar aqui depois de tantos meses me fez perceber como gosto de São Paulo. Várias coisas mudaram, mas a cidade que eu conheço ainda está por aqui. Quase um ano e meio depois eu mudei e a cidade também. Mas é maravilhoso encontrar tantos rostos conhecidos! Até o frio que tem feito tem me deixado em outra atmosfera, longe da secura do planalto e o calor do sol do planalto e do deserto que começa a aparecer nessa época do ano.

E tem sido ótimo me desligar das notícias, sair um pouco de Brasília, não pensar no trabalho e em mais nada. Só pensar em curtir essa São Paulo que amo tanto, junto do meu marido.

Ainda tem muita coisa pra fazer aqui antes de voltar. E quero deixar muita coisa que já não me serve mais.

22 de maio de 2016

Dorcorpo

O meu corpo não está feliz e fez questão de não me esconder isso. Eu sinto dores no pescoço e nas costas. Fiz exames, fui a médicos. Resultado: dor emocional. Eu já sabia. Minha cabeça não está feliz também, não tem como o corpo estar. Eu sou um só. Mas eu não conhecia esse lado do corpo. Dores no pescoço, torcicolo, costas travadas, dores na cabeça, machucados na boca e na língua. Minha imunidade baixou tanto. Minha autoestima também. Tudo está em baixa. Acho que até a situação política tem contribuído. A situação profissional então, nem precisa dizer nada. Tudo está complicado, aliás, tem poucas coisas boas em que posso me segurar. Meu namorado sempre ajuda, meus amigos, minha família, meu terapeuta. Mas essa guerra é minha e somente eu posso sair dessa. Mas cada dia me sinto melhor. Eu vou conseguir!

12 de maio de 2016

Meu corpo de novo veio me lembrar que preciso prestar atenção em mim. Um torcicolo de quatro dias com dores de cabeça pulsantes. A médica sugeriu dois dias de repouso e era justamente o que eu precisava, junto com um comprimido que relaxa os músculos tudo e começa a fazer efeito em 15 minutos. Mas aí acontece uma dor gigante no meu peito, provavelmente gases (podia ser infarto, mas arrotei e melhorou bastante!).

Pra que viver nessa prisão? Até quando preciso cumprir minha pena? A vida pode ser bem mais leve! Dá pra ter uns dias de folga sem que musculatura do pescoço esteja toda travada, sem parecer um robô de filme dos anos sessenta.

A gente é tudo. É o corpo, é a cabeça, é o pescoço, é o que a gente lê, come, vê, bebe, do que a gente ri, os beijos que a gente recebe, os carinhos, o que a gente odeia, as tarefas chatas. A gente é tudo isso.

10 de maio de 2016

Cisne

Eu estava me sentindo mal com tudo o que sempre passa pela minha cabeça. E então passamos na beira do lago, descemos no pier e ele sugeriu de andarmos no pedalinho. Escolhi aquele com formato de cisne, colocamos os coletes e entramos no lago. Quando percebi, eu devia ter de novo uns 5 ou 6 anos e os problemas ali fora do lago já não pareciam tão grandes. Eu só queria curtir meu namorado, o lago, o por do sol e o cisne gigantesco em que a gente cortava as águas do lago.

5 de maio de 2016

Psique

Entrei, sentei na poltrona e comecei a escutar músicas aleatórias de uma rádio misturadas com as vozes de duas pessoas do outro lado da outra porta.

Eu sou o próximo. Já tem quase um mês que venho aqui para falar dos meus problemas internos, das minhas inadequações, das minhas angústias.

Tem dias que o psicólogo usa astrologia e em outros, cartas de tarot. Gosto dessas coisas esotéricas, vai que ajudam, né? Afinal, estão aí há tantos séculos.

De qualquer forma, é bom ter um tempo pra tentar entender o que acontece comigo e para onde quero ir.

Resolvi procurar um psicólogo porque me senti completamente paralisado em um emprego que não gosto e sem saber para onde quero ir e com mais de trinta anos nas costas. Ainda não sei e ainda tô no mesmo emprego, mas já penso em mais algumas possibilidades pra minha vida.

A paralisia foi umas das piores sensações que já senti. Chorei na frente dos meus pais. Com quase trinta e três anos eu não conseguia parar de chorar na frente das duas pessoas que me criaram e que me olhavam completamente assustadas.

Eu entendi que meu ritmo é mais devagar mesmo. O ritmo pra tudo: pra amadurecer, pra mudar de caminho, pra tudo. Mas ao mesmo tempo tenho momentos de coragem e de rapidez que nem eu consigo entender.

As coisas ainda não estão boas, mas ao menos estão melhores do que antes. E eu comecei a me entender um pouco melhor. Ufa!