Antigo

Tinha quase uma década que a gente não ficava em Pirenópolis. E dessa vez fomos comemorar o aniversário do Iran em uma casa alugada. Mas não era qualquer casa. Era quase um monumento, pois para quem está acostumado com Brasília, qualquer coisa feita antes da década de 60 já é um museu. 

Essa casa parece ter mais de 120 anos. É o que a gente imagina de uma casa de fazenda na época da Colônia. Madeira por todos os lados, samambaia e avencas que nascem em qualquer brecha, piso barulhento, portas pesadas. 

É uma experiência diferente, ainda mais pra quem é acostumado com o modernismo. 

E o aniversário foi uma delícia. Um final de semana com os amigos todos na casa. E do lado do centro histórico. 

Já estou com vontade de voltar!

Mãe

Acho que um dos maiores benefícios de amadurecer é perceber que ninguém é só uma coisa. Todo mundo é complexo e cheio de nuances. Amo e admiro muito minha mãe em vários aspectos, mas tenho muita dificuldade em outros. Admiro a força de vontade, o planejamento, a coragem dela, mas tenho dificuldade com os seu posicionamentos políticos. E sei que ela me ama muito, mas sei também que ela gostaria que eu fosse diferente em várias questões. Mas é isso. Não existe relação perfeita e é ótimo poder ver os pais como pessoas, que fazem coisas certas e também erradas. E é muito bom ter mãe. É tão forte essa palavra, carrega tanta responsabilidade. É bom ter uma mãe e poder dizer "mãe!". Hoje é uma data comercial, mas vale a pena refletir sobre tudo o que significa mãe. 

Comprinhas

A gente acordou, pegou a estrada e fomos para o outlet dar uma passeada. Resultado, oito horas de compras, mas tudo valeu a pena. Camisetas, calças, cosméticos, tênis e até travesseiros. Melhor nem fazer as contas, quase tudo está parcelado em muitas vezes. É besteira e tal, mas é bom se cuidar. Parece que a gente está nesses programas de TV de transformação. É bom se cuidar...

Almoço

Resolvemos quebrar um pouco a semana. Nunca conseguimos almoçar juntos durante a semana, mas ontem resolvemos se encontrar. Fomos em um restaurante mais refinado. Cheguei lá assim que abriu, fui o primeiro cliente. Mesmo com calça jeans e camiseta o maitre me tratou super bem. Logo em seguida chegou meu marido. Pedimos carpaccio e polpettini de entrada. Depois arroz de pato e pancetta com capeletti de puré de maçã. E de sobremesa strudel e stroopwaffle. Parece que havíamos entrado em um portal para uma outra dimensão. Um lugar que toca uma música ao piano e que é calmo e agradável. Eu não consegui parar de sentir um amor gigantesco pelo meu marido. Tão bom quando a gente se permite fazer algo completamente diferente da rotina. 

Entendo

É ótimo voltar pra casa. A viagem foi mágica e aprendi muita coisa. Uma das mais legais foi com uma moça que fazia massagens na praia. Ela oferecia massagens a partir de R$ 10. Se a pessoa não estiver interessada, ela pede uma moeda. E o melhor, ela simplesmente responde "entendo" quando alguém fala algo com ela ou diz que não quer fazer massagem. Vou usar o entendo para a vida!

Viajar é maravilhoso, mas melhor ainda é ter para onde voltar! Chegar numa casa aconchegante, cheirosa e com um marido para me receber. 

Hoje tirei a manhã de folga, só volto para a vida real depois do almoço para que a volta não fique muito traumática. 

É bom estar de volta. E foi maravilhoso ficar em um paraíso de mar e cacau!

Litoral

Acho que quando se mora longe do litoral a praia vira um lugar mágico. Tudo é maravilhoso e queremos aproveitar cada minuto. Foram cinco dias de mãe, muita cerveja, drinks de cacau, frutos do mar, risadas, restaurantes gostosos e muitas conversas. Todos os dias acordava assim que amanhecia e não conseguia mais dormir. Tudo transcorreu sem nenhum estresse, sem nenhuma preocupação. Eu estava mesmo precisando de alguns dias completamente fora da minha rotina. O mar é um lugar muito especial para mim, não sei explicar direito. Sempre me sinto bem, mesmo que seja só de olhar e escutar as ondas. Melhor ainda quando se tem uma família escolhida, que me conhece muito melhor do que a minha família biológica. Agora é hora de voltar para a realidade. Repensar algumas questões, tentar ser mais saudável, emagrecer um pouco, fazer mais esportes, pegar mais sol. Voltar para a vida real. Tão bom sentir saudade de casa e da vida com meu marido. A vida é boa e não a precisa de muito para ser feliz...

Itacaré

A Bahia é sempre maravilhosa para passar as férias e praia continua meu destino favorito. Itacaré é linda, apesar de super turística. As coisas por aqui não são baratas, mas tudo é muito gostoso. Estou completamente fascinado pelo drink de cacau. E por tudo feito com cacau. Suco de cacau, cocada de cacau, nibs. As praias são lindas, a comida é gostosa. Muitos estrangeiros ficam por aqui e não voltam para suas cidades. Muitos alemão e argentinos. Ainda não comi acarajé, mas não vejo a hora!

Praia

Depois de quase um ano desde a primeira ideia, conseguimos marcar a viagem pra Itacaré pra comemorar o aniversário da Cat. Praia sempre é bom, melhor ainda com as melhores amigas. Mas meu coração está apertado de ficar longe de Iran. Não para de pensar nele e em como teria sido bom se ele pudesse ter viajado com a gente. Uma pena que não dei certo.

Faz 13 anos desde a última vez que vim para Itacaré. Eu ainda estava na faculdade e houve uma greve bem longa. Vim com uma amiga que já perdi contato, mas foi ótima a viagem.

Praia sempre é bom! Estou precisando de um bom banho de mar, pegar sol, comer peixe fresco e curtir a Bahia. 

Abril despedaçando

Abril começou puxado. Uma falta de energia, fiquei me arrastando pelos cantos. Um desânimo geral, sem saber se é por causa do país, algum alinhamento astrológico ou só uma zica mesmo. Eu acho que foi tudo junto. Mas uma hora essa nuvem negra se dissipou e eu voltei a ter um pouco de energia. Voltei a me empolgar com os dias, com as pequenas coisas. Consegui terminar algumas coisas no trabalho, terminei o livro de contos do Caio Fernando e ainda li algumas coisas para a faculdade. É isso, não tem explicação mesmo, tem que aceitar que às vezes o corpo simplesmente quer ficar mais quieto, sem tanta informação, sem tanto estímulo. Vou aproveitar que a gripe me deixou e vou ajeitar mais algumas coisas.

Carnaval

O carnaval foi maravilhoso, mas o corpo já não aguenta tantos dias de festa e cerveja. Saímos de sábado até terça e com a companhia do maravilhoso carrinho de feira cheio de bebidas. Teve um pulo no Babydoll de Nylon (que estava muito cheio e ruim), depois Setor Comercial Sul com Rivotrio, Patubatê, Mama tá Difícil e Bloco da Nanãn. No domingo já nem lembro direito, mas teve Bloco do Prazer, mas tava muito funk, acabamos indo para o Bora Coisar no SCS com muito som do Pará e depois Buda Delírio, que também estava muito cheio de funk, acabamos terminando a noite na Praça dos Prazeres. Na segunda foi o melhor dia, com o Aparelhinho no SCS, um pouco de Sereias Tropicanas, depois Harmonia do Sampler e mais Sereias. Na terça foi o dia que mais choveu! Teve Calango Careta na 405 norte, seguindo cortejo até a Praça dos Prazeres. Com a chuva, virou um mar de lama, mas foi muito divertido.

Na quarta de cinzas eu estava só cinzas mesmo. A gente nem deu conta de sair de casa. Até agora o ouvido está com um zumbido, mas bem melhor do que ontem. E o corpo já não dói tanto. Foi bom ficar o dia deitado vendo besteiras na TV, mas o sono ainda está meio irregular e fui dormir cedo demais, o que me fez acordar às 2h00 e ficar enrolando até a hora de vir ao trabalho.

E as fantasias foram muito divertidas, não fiz nada muito elaborado, mas tudo muito confortável.

Agora é começar o ano!

Sem internet

A gente passa o dia todo conectado, seja no trabalho, no 4G do celular ou no wi-fi de casa. Ontem deu um problema lá no bairro todo e ficamos sem internet em casa. Acostumados a ouvir música pelos programas de streaming, voltamos a ouvir LPs na vitrola. E depois de muito tempo só no combo Netflix e Now, voltamos a assistir televisão normal, daquela de passar os canais. A internet é ótima, mas é bom sair um pouco do automático. Ontem consegui até ler um pouco, folhear uma revista, ler um conto de uma coletânea do Caio Fernando Abreu. Foi com voltar para 2009, antes dos smarthphones e dos programas de streaming. E foi bom!

Tomatinho

Ando numa fase bem tomate. Depois de fazer um monte de molho de tomate assado, meus pais me deram uma caixa cheia de minitomates que eles plantaram no quintal. Eu nunca tinha visto desse tamanho, algo como metade de um tomate cereja, que aliás já são bem pequenos. E então o que fazer com esse monte de tomates em miniatura em uma casa com só duas pessoas? Resolvi fazer mais ou menos como a receita do molho de tomate assado, mas sem bater no liquidificador no final. O resultado foi um monte de bolinhas murchas e cheias de sabor. Lavei e esterilizei um vidro grande desses de azeitona e coloquei eles lá dentro e desde então tenho comido um pouco todos os dias. Tomates são apenas maravilhosos.

Mariscada

Uma amiga do trabalho trouxe uma lata de mariscos no molho escabeche, de uma viagem que ela fez para Espanha. Nunca tinha comido um marisco. Eles são muito feios. Mas são uma delícia! Só eles, um pãozinho e um drink. Nunca imaginei que fosse gostar tanto! Um happy hour maravilhoso aqui em casa!

Piscina

Uma vez por ano na comemoração do aniversário do meu trabalho a gente faz uma caminhada de manhã e fica com a tarde livre. Resolvi ir almoçar com meu marido num lugar italiano aqui perto, para comer algo gostoso e sem pressa. Depois compramos umas coisas pra casa e viemos para a piscina do prédio. 

Engraçado que mesmo vendo todo dia a piscina, tinha uns dois anos que a gente não vinha. Hoje ficamos com ela praticamente só para nós dois. Piscina relaxa tanto. Tô aqui agora com aquela sensação de moleza gostosa no corpo. 

Tão bom poder sair um pouco do cotidiano. Não precisa ser só uma vez por ano...

Café

No meu trabalho tem sempre uma garrafa de café, desses bem simples e que quebram o galho. No final de semana tenho feito meu próprio ritual para o café. Ganhei uma prensa francesa que por si só já deixa tudo mais gostoso. Resolvi então comprar um moedor de café com regulagem, pois na prensa o café precisa ser moído mais grosso. Então agora quando chega o final de semana virou um ritual tirar a prensa do armário, colocar a água para ferver, medir o café, moer, derramar um pouquinho da água, mexer, derramar o resto, esperar um pouco e então descer o êmbolo. Parece besteira, mas é tão bom poder curtir o café sem pressa, sentir o cheirinho e tudo mais.

Comida em casa

Fazer comida em casa é muito mais barato e saudável, mas às vezes dá uma vontade danada de pedir comida pronta, mesmo que se espere quase uma hora e a refeição já chegue meio fria e toda bagunçada. Mas cozinhar em casa precisa de planejamento, mesmo que sejam pratos simples. É fácil comprar um molho de tomate pronto ou abrir uma lata de tomates pelados, mas não tem comparação com um molho feito em casa. Mas tem que planejar, o molho feito em casa não é só jogar os tomates na panela e pronto.

Mas pode ser ainda mais fácil, só precisa ter tempo e se planejar. Fiz esse molho de tomates assados do Coma Lá Em Casa e é perfeito e sem erro. Só assar tomates, alho, ervas, sal, pimenta preta, azeite e o que mais quiser colocar (dessa última vez assei cebola junto) por umas cinco horas no forno mais baixo e depois bater no liquidificador. Pronto! O forno faz o trabalho quase todo. Mas para comer um prato com o molho de tomates no jantar é preciso começar a pensar de manhã ainda.

Ainda morto de sono (e com um pouco de ressaca) coloquei os tomates e os ingredientes em um tabuleiro enquanto fazia meu café da manhã, liguei o forno e coloquei um temporizador no celular para me avisar em cinco horas. Meu marido trabalhou de casa nesse dia, então enviei uma mensagem para ele desligar o fogo quando apitou o meu celular. Dai ele tirou umas almôndegas congeladas e quando cheguei foi só finalizar o molho, selar as bolinhas de carne e depois juntar o molho e as almôndegas na panela, o que não deu mais que meia hora, mais rápido que pedir entrega de comida.

Um dos melhores jantares que já fiz na vida (e um dos mais fáceis!). O negócio todo é planejar. Não dá para abrir a geladeira e pensar no que fazer.

Ver a cidade de cima

No mesmo dia que o STF começa a discutir a criminalização da homofobia, duas amigas muito queridas casaram no civil e fomos comemorar em um bar no topo de um hotel no centro da cidade. O hotel é moderno e minimalista, a vista é maravilhosa. E estar ali para comemorar o amor com tantas pessoas queridas é uma coisa maravilhosa!

É bom sair um pouco do cotidiano. Voltar tarde dia de semana, beber, curtir a vista da cidade, conversar até de madrugada. No dia seguinte eu estava um bagaço, mas feliz. Não devo ter dormido nem quatro horas e minha cabeça não funcionava direito, mas estava com um sorriso no rosto.

Mas sinceramente, prefiro lugares mais pro boteco do que pro lounge de cobertura.

Não-dia

O dia está arrastado hoje. Estou sem concentração e sem paciência. Começo algo e desisto. Melhor deixar para amanhã. O dia não passa, se eu pudesse iria embora, mas preciso ficar mais um pouco. Respiro, tomo água, tomo um café. Um gosto amargo na boca, uma sensação leve de tontura. Tédio. Tem dias que é melhor que não fossem mesmo. Tem dias que poderiam ser facilmente cancelados. Seria ótimo dizer um "hoje não, só amanhã!". Mas o jeito então é viver esse não-dia.

Pausa

Aproveitei a consulta ao dentista e resolvi fazer uma pequena pausa antes de voltar para o cotidiano. Respirar um pouco, ver um pouco o verde, um pouco de arte, um pouco de sol, sentir o vento. Não dá pra ficar sempre no automático. Já já eu volto para a programação normal...

Sábado de preguiça

Tão bom ficar à toa na cama no sábado, sem nada pra fazer. Na semana sempre tem tanta coisa que é até estranho não "ter que". Vou aqui continuar sem fazer nada aqui no sábado...