31 de agosto de 2021

Enfim a chuva



Depois de quase três meses sem cair uma gota de chuva, finalmente é possível sentir um pouco o cheiro de umidade no ar e um vento mais fresco. Eu adoro a seca, mas é tão bom quando finalmente chegam as primeiras chuvas, elas viram um evento em que todo mundo comenta nos grupos de mensagens. Ainda vai demorar a chegar e estação chuvosa, talvez mais um mês, mas é bom ter essa pré-estreia das chuvas. Mas nem tudo são flores: na época da seca não há imprevisibilidade, sempre faz tempo bom e é possível caminhar a qualquer hora e a qualquer dia. Agora começam as chuvas esparsas e é preciso ficar de olho para não se molhar, especialmente agora com as máscaras PFF2 que não podem se molhar.

30 de agosto de 2021

Calma



Primeiro dia sem precisar ficar atento às notificações do celular e do computador para coisas de trabalho. Ainda estou aqui no computador para resolver algumas coisas, ler as notícias e, bem, escrever. Mas não precisar ficar à disposição dos "bom dia! Tudo bem?" já me deixa mais leve. Não vou viajar, então meus dias devem ser mais ou menos iguais, mas é o jeito. Vou tentar não fazer quase nada. Ao menos não fazer nada obrigatório. E me preparar para a chegada dos meus trinta-e-oito.

27 de agosto de 2021

Sexta!



Finalmente chegou a sexta! E não qualquer uma, mas a última antes de começar o mês do meu aniversário e eu conseguir alguns dias de folga do trabalho. Estou bem cansado e sem energia e vai ser bom ficar um pouco fora do trabalho, mesmo sem viagens, mesmo sem mudar muito a rotina. Desde janeiro não tiro uns dias para mim e vai ser ótimo. Já me sinto um pouco mais leve, um pouco mais forte...

25 de agosto de 2021

Arredores



Todos os dias de manhã cedo passeio com Tominhas aqui por perto de casa. Descobri roseiras, pés de erva cidreira e até parreiras carregadas com uvas verdes. E tenho interagido mais com os vizinhos, sempre um bom dia de longe para as pessoas que também caminham com seus cachorros. Gosto de ver o tanto que Tominhas explora tudo à procura de alguma coisa para comer ou algum lugar para fazer seu xixi. Só depois que Tominhas chegou é que realmente me sinto em uma comunidade e conheço os arredores. É uma sensação boa prestar atenção nos pequenos detalhes e criar uma relação de confiança com um bichinho tão pequeno. Já não imagino mais minha vida sem ele.

20 de agosto de 2021

Sexta e vacina

Hoje finalmente veio a segunda dose da vacina. Depois de quase um ano e meio desde o começo da pandemia. Depois de tanto descaso do governo, tanta corrupção na aquisição das vacinas, tanta propaganda antivacina. Apesar de tudo isso sobrevivemos. Apesar de tantas mortes, apesar de tanta descaso, apesar de tudo isso sobrevivemos. E vamos continuar a sobreviver para viver tempos melhores.

17 de agosto de 2021

Arco-íris



Minha mãe acabou de me mandar esse desenho que fiz quando era pequeno. Talvez eu tinha uns três ou quatro anos, ainda na década de 1980. Achei engraçado ver que já gostava do arco-íris e ainda coloquei meu nome, nem imaginava o significado que o arco-íris viria a ter (ou talvez já seria algo premonitório!). Vejo uma palmeira, talvez uma loja e um edifício grande, bem diferente dos edifícios do plano piloto, mas parecido com o prédio que moro hoje. Quando eu era pequeno queria morar em prédio, sempre achei bem melhor do que casa. E tudo no papel timbrado do trabalho da minha mãe na época. Capaz de eu ter feito o desenho em algum dia que precisei ficar com ela no trabalho depois da escola. É tão bom ver esses desenhos corriqueiros que minha mãe guardou...

13 de agosto de 2021

Sexta



Mais uma semana. Os dias passam ligeiros. Que bom que estou vivo e tenho saúde, trabalho, amor. Mas mesmo assim não é fácil. Tudo tem ficado mais pesado, mais complicado e difícil. Sinto que tenho cada vez mais medo de sair, mais medo de pessoas em geral. Estou mais isolado, mais frio, mais irritado. Tenho tentado focar mais na saúde. Alimentação saudável, exercícios. Um pouquinho de cada vez. Um dia de cada vez.

10 de agosto de 2021

Tominhas



Antes do Tominhas chegar aqui em casa eu não tinha ideia do que era morar com um cachorro. Na casa dos meus pais sempre teve cachorros, mas nunca foram minha obrigação. Tominhas chegou aqui em casa em dezembro do ano passado. Não veio filhote, mas sim um cachorro de cinco anos. Não planejamos muito, foi uma proposta de uma amiga do meu marido e resolvemos embarcar. E quase dez meses depois percebo que foi a melhor escolha.

Para mim parecia que cachorro era apenas um gasto permanente. Ração, vacinas, remédios, veterinário, tapete higiênico, biscoitos, comedor, bebedor, cama, brinquedos. São muito gastos, principalmente no começo. Mas cachorro na verdade é muito mais que os gastos. É companhia, carinho, um lembrete para desestressar toda vez que ele vem pedir carinho, comida ou apenas quando vem lamber meus pés. São os passeios diários aqui perto de casa que me fizeram conhecer mais ainda minha vizinhança e me sentir de verdade em um bairro. São os vários "bom dia" dos vizinhos com outros cachorros que cruzam nosso caminho durante os passeios. Vizinhos que eu nunca sequer tinha trocado uma palavra. São as descargas de amor todos os dias quando eu acordo e na mesma hora ele já vem me ver com o rabinho balançando. Já nem imagino minha vida sem essa bolinha de pelos.

9 de agosto de 2021

CD



Deu um problema na internet e na TV do serviço que assinamos. Ou seja, sem TV e sem internet. Sem música online, sem vídeos, sem filmes, sem séries, pois não o 4G do celular não dá conta. Nada de playlists, nada de descobertas da semana, nada de podcasts. Resolvemos voltar a escutar alguns CDs antigos que ainda temos guardados em uma gaveta e foi uma experiência boa. Olhar a capa, abrir a caixinha de plástico, folhear o encarte, colocar na bandeja do aparelho, dar o play. Escutar as músicas na ordem. Trocar o CD. Que sorte que ainda temos esse dinossauro que toca CD, vinil, fita e ainda tem rádio. Que bom que não jogamos fora. Foi uma sensação de voltar a um tempo mais simples. Engraçado que os CDs era símbolo da modernidade na década de 90 e hoje é algo tão antigo. É bom poder fazer uma viagem no tempo de vez em quando.

6 de agosto de 2021

Sexta!



Mais uma sexta, mais uma semana. Os dias correm depressa. Mas é sexta e é preciso comemorar as pequenas alegrias. A vida não está fácil, mas ao menos há momentos de respiro.

2 de agosto de 2021

Agosto



Agosto chegou. Daqui a pouco é final do ano. Os dias têm passado ligeiro. Agosto chegou. Daqui a pouco é meu aniversário. Mais um novo mês. A vida continua, apesar de tudo. O ipê na frente aqui do prédio finalmente floriu.

30 de julho de 2021

A vida segue



Mais um mês chega ao fim. Os dias têm passado rápido. Tenho sentido menos tristeza, mas ainda não sinto alegria. Tenho conseguido sobreviver com as pequenas alegrias. Os passeios com Tominhas de manhã cedo, pegar um pouco de sol, comer bem, mas comer umas besteiras de vez em quando. As aulas estão tranquilas, o trabalho está normal, tenho gostado de trabalhar de casa. A vida segue...

23 de julho de 2021

Finalmente a vacinação



De ontem para hoje eu tive dificuldade para dormir. Fiquei de olho nos sites de notícias para o começo da vacinação de 37 anos. Acordei tenso, pensei que alguma coisa poderia dar errado. Filas quilométricas, poucas doses disponíveis ou alguma outra dificuldade. Depois de quase um ano e meio do começo da pandemia finalmente consegui me vacinar. Tentamos ir em um posto aqui do bairro que vacinava dentro do carro. Filas enormes. Um funcionário da Secretaria de Saúde informou que no outro posto a vacinação estava tranquila, mas era de pedestres. Fomos lá e foi tudo bem tranquilo. Estava bem nervoso, alguma coisa ainda poderia dar errado. Muita ansiedade. Finalmente recebi a minha dose após cinco minutos da nossa chegada. Que felicidade. Que orgulho do SUS e do Butantã. Depois de tantos meses, tantas dificuldade impostas por esse presidente maluco, tanto descaso, tantas mortes. Mas vamos sobreviver. A pandemia vai passar. Esse governo vai passar. E vamos sobreviver.

22 de julho de 2021

Modo batalha



Quando as coisas estão tranquilos passo o dia a buscar coisas na internet. Nem sei o que busco. Atravesso as publicações das redes sociais e quase nunca encontro algo interessante. Passeio por infinitas publicações de fotos e textos, quase nada me interessa. Não lembro a última vez que chorei. Passei situações complicadas nesses últimos meses com a internação do meu pai e sua lenta recuperação, além de diagnósticos da minha mãe. Nem quando fui contaminado pelo COVID eu chorei, apenas pensava que eu e meu marido precisávamos sobreviver. E conseguimos. Li notícias tristes de amigos que perderam amores, amigos e parentes para o vírus, assisti a vários filmes e séries tristes na televisão, mas mesmo assim não consegui chorar. Eu fico triste e emocionado, mas não choro. Acho que uma boa chorada me faria bem, mas não consigo. Sinto como se estivesse em um modo batalha. Preciso ser forte, preciso sobreviver. Talvez quando eu consiga me vacinar eu me sinta autorizado a chorar. Ou então apenas ao final da pandemia. Não sei direito o que se passa. De qualquer forma esse modo batalha tem me ajudado a sobreviver.

20 de julho de 2021

Sobreviver



Se tudo der certo a partir da semana que vem poderei me vacinar. É uma sensação tão boa ver meus amigos se vacinarem e saber que meus pais e irmãos já se vacinaram. Não vejo a hora de finalmente me vacinar e ter um pouco de notícia boa desde o começo da pandemia. Desde março de 2020 estou no modo sobrevivência, não planejo e não faço praticamente mais nada que não seja sobreviver dia após dia. Peguei covid em janeiro e foi uma das piores experiências da minha vida. Após recebermos o diagnóstico pensei várias vezes que iríamos morrer, mas conseguimos nos curar. Foram dias terríveis.

Ainda não consigo nem imaginar como vai ser o mundo após a pandemia. Não sei o que farei. Tenho ideias vagas de poder abraçar meus pais, encontrar meus amigos, viajar com meu marido e nosso cachorro. Mas nada concreto e não sei quando finalmente a pandemia acabará. Talvez no primeiro semestre do ano que vem? Não sei mesmo. O mais importante mesmo é sobreviver... E vamos conseguir!



16 de julho de 2021

Sexta



Finalmente sexta. Um cansaço no corpo, uma tristeza entalada. Cansaço e tristeza. Desânimo. Ao menos é sexta. Ao menos tenho saúde. Mas o corpo e a cabeça estão cansados. Ao menos ainda estou aqui, ainda sobrevivo. Raiva do Brasil estar assim, raiva de não estar vacinado ainda, raiva de ter ainda tanta gente hipócrita e reacionária. Queria estar com o coração mais brando, mas não é possível. São muitas mortes, muita corrupção. Eu quero sobreviver, quero estar em um país melhor. Espero que melhore. Espero sobreviver. Vou sobreviver. Vamos sobreviver.

14 de julho de 2021

Encolhido



Tenho me sentido recolhido. Como se eu não quisesse nada de fora, nada de externo. Quero ficar apenas aqui dentro. Dentro de casa, dentro de mim. Tenho encolhido e hibernado. Tudo em câmera lenta, tudo devagar. Talvez seja uma fase, uma forma de resistir a tudo o que tem acontecido. Será que após o final da pandemia vou voltar ao mundo externo? Não sei. Acho que tudo vai ser uma adaptação. Mas ando pequeno, encolhido e seco. Não choro, não sorrio, não sofro. Eu me sinto anestesiado. Talvez seja uma forma de sobreviver. E tenho conseguido sobreviver.

9 de julho de 2021

Sexta

É sexta, mas já acordei cansado. Acordei cedo, escuro ainda, não consegui mais dormir. Tenho um cansaço que não sai de mim. E me sinto esgotado. São tantas atribuições, tantas obrigações. Estou cansado e esse cansaço não sai de mim. Não adianta não fazer nada, não adianta dormir. É um cansaço sem fim. Estou irritado com tudo. Queria conseguir relaxar, mas não consigo. Preciso relaxar.

8 de julho de 2021

Sobreviver



Ando em um cansaço sem tamanho. Os dias se passam iguais, até gosto da rotina. Mas são muitos dias em que o medo está presente o tempo todo, inclusive em sonhos. Algumas vezes sonhei que saía em um lugar público sem máscara e não entendia como fui parar ali. Os dias são quase iguais, mas não tem refresco e nem descanso. Claro, estar vivo e saudável é uma grande vitória, mas a vida segue no mínimo necessário. Não há planos, não há descanso, não há riso, não há nada além do mínimo necessário para sobreviver. É como viver em uma guerra silenciosa e sem prazo para acabar. Conto os dias para poder me vacinar, mas sei que a vacina não é o fim disso tudo. Só vai haver um alívio quando quase todo mundo vacinar. Mas quero sobreviver, acredito que o país vai melhorar, acredito que a vida vai melhorar. Vamos sobreviver...

2 de julho de 2021

Sexta!



Finalmente a sexta. Estou bem cansado, corpo e cabeça. Os dias estão iguais, mas ao menos estamos vivos ainda. É muita coisa, eu sei, mas não é fácil continuar assim. Não há opção, precisamos sobreviver. Precisamos pensar em um mundo após tudo isso. Quero envelhecer, quero viver muitas coisas. Quero sobreviver... Enfim, a sexta. Um respiro, um leve alívio, um pouco de entorpecimento do vinho e das conversas com meu marido. Algumas horas que esquecemos que estamos no Brasil de 2021.