25 de outubro de 2024

Tempo, tempo



O tempo tem passado muito ligeiro e é difícil ver os pais envelhecerem. A velhice não é fácil. Dores, remédios, médicos e a consciência de que se viveu mais tempo do que há para ainda se viver. E se não é fácil para quem vivencia o envelhecimento, também não é fácil para quem está próximo. De qualquer forma, é o caminho de todos e isso tem me confortado. Fico feliz de ter meus pais e ouvir suas histórias, conversar, rir, chorar juntos. Acho que o importante é isso, aproveitar o tempo, pois ele não é para sempre.

18 de outubro de 2024

Nuvens na cabeça



Tem dias que parece que uma nuvem negra paira sobre a cabeça e demora a se dissipar. Dificuldade de se concentrar e de pensar em algo bom, fica apenas aquela vontade de não fazer nada e de se fixar em cenários terríveis, mesmo que hipotéticos. Mas parece que da mesma forma que a nuvem se materializa, ela mesma se dissipe, sem que seja necessário fazer algo. O jeito é ter paciência e seguir a vida. Ao menos é assim que tenho buscado lidar com essas questões climáticas internas. Uma caminhada perto de casa, alguns minutos de brincadeiras com os cachorros, um abraço apertado em quem se gosta são alguns dos remédios homeopáticos para essa condição de céus cinzentos dentro da cabeça. E isso tem me ajudado a seguir em frente, um dia após o outro. Tenho percebido que não há um caminho, não uma resposta, a vida simplesmente é, assim verbo intransitivo. A vida é. Ou será que a vida está? Não, acho que a vida é. E ao mesmo tempo a vida não permite controle, apenas uma ilusão de "condições normais de temperatura e pressão", quando na verdade tudo pode acontecer o tempo todo, até mesmo o que nem sequer se pode imaginar. Aliás, costuma ser exatamente assim.

4 de outubro de 2024

Competição interna



Tenho pensado muito em uma competição interna que não tem me feito bem. Como se eu precisasse ler vários livros, escutar vários podcasts, saber dos lançamentos de músicas, séries e filmes e ficar por dentro das notícias e dos assuntos mais importantes. E então percebi que não tenho que competir com ninguém e que posso fazer as coisas no meu ritmo. Parece uma besteira, mas me fez bem só entender isso. Posso não saber de várias coisas. E não preciso pensar em uma pessoa fictícia que leu, escuta e sabe de tudo. Posso ser apenas eu. Simples e nada extraordinário.

2 de outubro de 2024

Quase fim do ano


Chegou outubro e o ano praticamente acabou. Daqui a pouco começam as decorações de natal nas lojas e aqui no prédio. E daqui a uns dias vai completar dez anos que estamos aqui nesse apartamento. Desde que saí da casa dos meus pais aqui é o lugar que vivi por mais tempo. O tempo passa ligeiro é um dos meus mantras nos últimos meses. 

Tenho repensado várias coisas. Mas ainda não cheguei a nenhuma conclusão. Sigo meio sem rumo. Vejo cursos, pesquiso, mas não encontro nada que me interesse. Então acho que preciso mesmo ficar quieto até entender o rumo a seguir. Não sei ainda e acho que está tudo bem. Enquanto isso me preparo de alguma forma, não sei bem para o que. Nem tudo precisa ter um significado ou uma razão. Às vezes é preciso apenas viver mesmo.

E a vida segue.