26 de novembro de 2024

Um pequeno "v"



Uma das coisas que parecem simples, mas que demorei a entender, é que não estamos em competição com ninguém. Eu costumava pensar sempre em alguém genérico que lia mais, ganhava mais dinheiro e tinha um trabalho mais significativo, ia para mais shows, via mais filmes e se divertia mais. Deve ser ótimo ser essa pessoa, ao menos de um ponto de vista externo e idealizado. Mas essa pessoa não existe. Percebi então que não existe competição e que o melhor é respirar fundo e fazer as coisas no meu próprio ritmo. Não deu pra terminar um capítulo do livro? Não tem problema, amanhã eu termino. Não deu pra ir para o show? Não tem problema, haverá outros. Parece algo tão simples, mas demorei a entender isso. Tenho então feito as pazes comigo, com meu ritmo e minhas escolhas. Não é fácil. E então respiro fundo.

Tenho buscado também estar mais presente, não viver tanto no futuro ou no passado. Outra ideia que parece simples, mas é muito complicada. Aliás, esse negócio de simples é difícil. Esses dias fui cuidar dos cachorros. Pentear, limpar as remelas, cortar as unhas. Dá um trabalho, mas gosto do processo e de ver que eles estão bem. Em alguns segundos de distração ao cortar a unha de uma das patinhas a tesoura cortou junto um pedaço da pele do meu dedo. Melhor que o machucado foi em mim do que no meu cachorro. O corte foi em formato de "v", a inicial do meu nome. Tentei ver como pequeno sinal para estar mais presente. E agora tenho um pequeno "v" no meu dedo e que deve sumir em alguns dias.

22 de novembro de 2024

Aos poucos



Os dias chuvosos por aqui, é tanta umidade que ainda não me acostumei depois de tantos meses de seca. O ano já está quase no fim, daqui a algumas semanas já é o natal e ano novo. Mas tudo bem, espero que ano que vem seja melhor. Tem sido bom envelhecer, mas sei que ainda tem muito chão pela frente. De qualquer forma, um dia de cada vez.

8 de novembro de 2024

Um pedaço de cada vez



Todos os dias um monte de coisas improváveis acontecem. Mesmo se a gente se preparar não tem como prever esses problemas. Nos últimos dias aconteceram vários e eu tomei a única decisão possível: respirei fundo e tentei resolver o que dava, uma coisa de cada vez. Pedacinho por pedacinho. Não consegui resolver tudo, mas ao menos não gastei energia com hipóteses e cenários terríveis em que tudo o que poderia dar errado. No final das contas não houve nenhuma bomba atômica e tudo se ajeitou da forma que foi possível. E acho que essa é a lição mesmo. Um monte de coisas vai acontecer e o jeito é respirar fundo e resolver o que for possível.

1 de novembro de 2024

Acabou o ano


Começou novembro e já vejo decoração de natal em muitos lugares, inclusive aqui no prédio. E isso só me mostra que o ano já acabou. Daqui a pouco chegou 2025. Aliás, será que no que vem já vai ser mais aceitável falar: "Em 25 vai ser meu ano!", como nas décadas de 80 e 90 em que era bem normal ouvir "Em 95 viajei para a praia"? Talvez eu já comece a adotar. É cansativo falar sempre "dois mil e....". O ano já praticamente acabou e percebi que não tenho grandes planos. Meu foco nos últimos tempos é sobreviver e ter saúde, um dia de cada vez. Não planejei viagens, grandes compras ou mesmo mudanças na minha vida. Depois de passar pelos anos de pandemia percebi que não dá para controlar o que ocorre a longo prazo. Tenho focado no pequeno, no dia-a-dia, e certamente me sinto minúsculo. Cada dia que passa encolho mais, mas numa visão minha sobre mim. Como uma ilusão de ótica em que algo parecia enorme e a câmera se aproxima para mostrar que na verdade se trata de um objeto bem pequeno. Não que eu me sentisse um gigante, mas é bom perceber como somos pequenos em relação a tudo que nos cerca. E ano praticamente acabou...