14 de fevereiro de 2019
Ver a cidade de cima
No mesmo dia que o STF começa a discutir a criminalização da homofobia, duas amigas muito queridas casaram no civil e fomos comemorar em um bar no topo de um hotel no centro da cidade. O hotel é moderno e minimalista, a vista é maravilhosa. E estar ali para comemorar o amor com tantas pessoas queridas é uma coisa maravilhosa!
É bom sair um pouco do cotidiano. Voltar tarde dia de semana, beber, curtir a vista da cidade, conversar até de madrugada. No dia seguinte eu estava um bagaço, mas feliz. Não devo ter dormido nem quatro horas e minha cabeça não funcionava direito, mas estava com um sorriso no rosto.
Mas sinceramente, prefiro lugares mais pro boteco do que pro lounge de cobertura.
13 de fevereiro de 2019
Não-dia
O dia está arrastado hoje. Estou sem concentração e sem paciência. Começo algo e desisto. Melhor deixar para amanhã. O dia não passa, se eu pudesse iria embora, mas preciso ficar mais um pouco. Respiro, tomo água, tomo um café. Um gosto amargo na boca, uma sensação leve de tontura. Tédio. Tem dias que é melhor que não fossem mesmo. Tem dias que poderiam ser facilmente cancelados. Seria ótimo dizer um "hoje não, só amanhã!". Mas o jeito então é viver esse não-dia.
12 de fevereiro de 2019
Pausa
Aproveitei a consulta ao dentista e resolvi fazer uma pequena pausa antes de voltar para o cotidiano. Respirar um pouco, ver um pouco o verde, um pouco de arte, um pouco de sol, sentir o vento. Não dá pra ficar sempre no automático. Já já eu volto para a programação normal...
9 de fevereiro de 2019
Sábado de preguiça
Tão bom ficar à toa na cama no sábado, sem nada pra fazer. Na semana sempre tem tanta coisa que é até estranho não "ter que". Vou aqui continuar sem fazer nada aqui no sábado...
8 de fevereiro de 2019
Arrumação japonesa
Meu armário sempre foi uma zona. Engraçado que todo mundo diz que virginiano é organizado, mas para algumas coisas eu não ligo muito, como o armário. Na verdade, eu não gosto de bagunça aparente, mas se está uma zona dentro do armário e a porta está fechada, não ligo.
Todo mundo tem falado muito na Marie Kondo e sua mágica da arrumação. Vi um capítulo da série dela e me deu muita agonia de ver aquele casal estadunidense naquela casa toda zoneada.
Resolvi então ajeitar algumas coisas lá em casa. Não dei conta de fazer o ritual do "isso me dá alegria" e nem de agradecer as peças que não ficariam. Mas tirei tudo das gavetas e fui tentar ajeitar. Quanta coisa! É impressionante como é fácil acumular coisas! Fiquei com vontade de tentar ser mais minimalista. Quem sabe um dia.
Eu adorei como a Kondo sugere que as camisetas sejam dobradas de forma que elas fiquem em pé, mais ou menos como os CDs nas antigas lojas de música, de forma que quando se abre a gaveta a gente consiga ver todas as roupas.
Realmente dá certo! E cabe mais roupa assim. Aliás, falando em mais roupa, fiquei impressionado com o tanto que tenho. E tem de vários tamanhos, desde o P até o G, pois ainda estou na luta para conseguir perder alguns vários quilos. Mas consegui me desfazer de algumas que já estavam mais sambadas.
Aproveitei a onda e arrumei também as gavetas de quinquilharias da cozinha. Facas, colheres, batedores de clara, abridores de garrafa. Tinha coisas que nem lembrava que a gente tinha em casa. E alguns utensílios que são bastante úteis, mas têm apenas uma função (tipo o separador de clara e gema). Usei a técnica da Kondo das caixinhas dentro da gaveta para criar divisórias e deu super certo. Não me desfiz de nada, pois sempre fica um "vai que um dia preciso desse cortador de biscoito em forma de boneco".
Eu peguei os dois livros da Marie Kondo que foram lançados aqui no Brasil e estão na minha lista de leitura. Vai que finalmente aprendo a usar as técnicas dela. Isso me traz alegria?
7 de fevereiro de 2019
Banho de chuva
Janeiro e fevereiro costumas ser muito chuvosos por aqui, nada parecido com o verão. Mas nesse ano rolou muito sol, começou a chover mais por agora. Ontem tava na natação quando começou a cair um temporal. Já estava quase me preparando para sair da piscina, mas vi que ninguém saiu, pois não tinha trovões. Foi tão nadar sentindo os pingos da chuva. Senti uma sensação tão forte de liberdade e de infância. Com o tempo a gente começa a fugir da chuva, mas como eu já estava lá na piscina, todo molhado, a chuva não importava. Fiquei pensando nisso, como é bom tomar banho de chuva.
6 de fevereiro de 2019
Videojogos
Eu sempre gostei de videogames e já tive alguns quando era mais novo. O meu primeiro foi um clone do Nintendo 8bits feito pela Gradiente. Depois tive um MasterSystem, um MegaDrive e um Playstation1. E então fiquei muitos anos sem jogar videogames. Em 2008 eu e meu marido (quando a gente ainda era namorado) compramos um Playstation2 um pouco antes de irmos morar juntos. E logo em seguida um Wii. Jogamos um pouco, mas em menos de um ano eles foram esquecidos e só voltamos a jogar o PS2 há uns dois anos e ele ainda funcionava direitinho.
Mas o que mais tenho jogado é uma caixinha um pouco maior que um maço de cigarros e que tem um minicomputador dentro, chamado RaspberryPie. Ele é ligado na televisão e instalaram vários jogos antigos, desde o Atari até o Playstation1. Engraçado que quando eu era pequeno eu enjoava rapidinho dos jogos, não terminei quase nenhum. E tenho curtido vários dos jogos da minha infância, como os primeiros Tomb Raider, ainda da década de 1990. Levei muitas horas para terminar os dois primeiros jogos da Lara Croft, passei muita raiva, mas consegui! Terminei também os primeiros Resident Evil (do 1 ao 3). Os jogos do Mario do SuperNintendo também são ótimos e foi muito divertido jogar com meu marido no esquema de revezamento de uma vida ou uma fase.
Engraçado que esses jogos têm mais de 20 anos, mas ainda são muito divertidos. Claro, os gráficos e os controles não são incríveis como os dos jogos de hoje (apesar de eu nunca ter jogados os videogames mais novos). É impressionante o que os desenvolvedores conseguiam fazer com tanta limitação.
Curti tanto que comprei esse controle sem fio, que imita um controle de SuperNintendo, mas com todos os botões do Playstation.
Tem me feito muito bem jogar um pouquinho esses jogos antigos para relaxar (mesmo que passe um pouco de raiva!).
Mas o que mais tenho jogado é uma caixinha um pouco maior que um maço de cigarros e que tem um minicomputador dentro, chamado RaspberryPie. Ele é ligado na televisão e instalaram vários jogos antigos, desde o Atari até o Playstation1. Engraçado que quando eu era pequeno eu enjoava rapidinho dos jogos, não terminei quase nenhum. E tenho curtido vários dos jogos da minha infância, como os primeiros Tomb Raider, ainda da década de 1990. Levei muitas horas para terminar os dois primeiros jogos da Lara Croft, passei muita raiva, mas consegui! Terminei também os primeiros Resident Evil (do 1 ao 3). Os jogos do Mario do SuperNintendo também são ótimos e foi muito divertido jogar com meu marido no esquema de revezamento de uma vida ou uma fase.
Engraçado que esses jogos têm mais de 20 anos, mas ainda são muito divertidos. Claro, os gráficos e os controles não são incríveis como os dos jogos de hoje (apesar de eu nunca ter jogados os videogames mais novos). É impressionante o que os desenvolvedores conseguiam fazer com tanta limitação.
Curti tanto que comprei esse controle sem fio, que imita um controle de SuperNintendo, mas com todos os botões do Playstation.
Tem me feito muito bem jogar um pouquinho esses jogos antigos para relaxar (mesmo que passe um pouco de raiva!).
5 de fevereiro de 2019
Jabuticaba
Eu adoro jabuticaba, acho uma das frutas mais gostosas. Além do gosto, é incrível como diferente de quase todas as outras plantas, os frutos nascem diretamente do tronco e não nos galhos. Na época de floração o tronco fica inteiro coberto de pequenas flores brancas, que depois vão se tornar pequenas bolinhas brancas ou esverdeadas, até ficarem nesse tom roxo escuro.
E essa maravilhosidade toda tem origem aqui na América Latina (ela é conhecida como guapurú em alguns países vizinhos). É uma delícia para fazer geleia.
Na casa dos meus pais tem um pé de jabuticaba e agora está na época. Ganhei essa bacia da foto e comi um monte. Já no segundo dia comecei a ter dificuldade de ir no banheiro, mas achei que era algo normal e nem dei muita bola. Continuei com as jabuticabas, afinal era uma bacia enorme. Fiquei quase três dias sem ir no banheiro, até meu marido me mandar um link em que uma especialista diz que as jabuticabas prendem o intestino, principalmente se comer a casca (eu adoro a casa, a polpa, tudo).
Droga! Congelei as frutinhas para ver se mais pra frente eu faço uma geleia. Não dá pra jogar fora essa frutinha que só dá uma vez por ano e não tem muito pra vender. Cuidado ao comer muita jabuticaba!
28 de janeiro de 2019
Goteira
Poucas coisas são mais irritantes do que uma torneira com goteira, especialmente se for a pia da cozinha. Você aperta tanto para fechar o registro da pia, mas a goteira continua. Na loja de material de construção peço ajuda para consertar a torneira. "É o reparo". Claro, preciso reparar a pia para parar a goteira. Não, o nome da pecinha é reparo e é mais ou menos fácil de trocar e nem é tão cara. Mas mesmo assim, acaba virando uma lambança. No final dá uma sensação de alívio conseguir consertar a pia e não ter mais nenhuma goteira! Ao menos se nos outros problemas da vida fosse fácil assim.
16 de janeiro de 2019
Exercício
Começou o ano, né? Claro que acabei exagerando nas comidas de natal e de ano novo. Muita rabanada, muito panetone, muito pernil e muita cerveja. Eu nunca pesei tanto quando estou agora, mas ok, curti um monte, sem neuras. Para sair do sedentarismo começamos a caminhar um pouco no final da tarde, perto de casa. No começo foi chato e difícil, mas acabou virando uma rotina. Quatro quilômetros, mais ou menos uma hora. Temos ido quase todos os dias.
No sábado resolver voltar a andar de patins, depois de anos (acho que mais de cinco anos sem andar). Fomos na parque e foi bem divertido, mas, claro, depois de tanto tempo estou super enferrujado e acabei caindo.
Percebi que é preciso mesmo cuidar do corpo, mas não precisa fazer muita coisa. Prestar atenção no que comer, fazer algum tipo de exercício (mesmo que seja só a caminhada).
7 de janeiro de 2019
Começo do ano
Primeira segunda do ano e ainda não consegui engrenar. Minha cabeça está longe. Mas de qualquer forma, já estamos no caminho de perder os quilos a mais das férias e final do ano. Aos poucos comemos melhor, fazemos caminhadas e tudo mais. A tosse ainda está aqui, mas já está no final. Preciso marcar uns médicos, mas a preguiça não deixa. O final do ano foi tão gostoso com a praia, a viagem, uns dias para curtir aqui em Brasília, a festa de final de ano lá em casa, com a queima de fogos dos vizinhos. E agora o começo do ano...
2 de janeiro de 2019
Livros de 2018
No ano passado li onze livros e fiquei orgulhoso, pois em 2017 li um pouco menos. A maioria li em versão eletrônica, pelo próprio celular. Tenho tentado ficar menos nas redes sociais e daí quando estou numa fila ou na espera de alguém eu pego o celular e vou ler um pouco. De pouco em pouco a gente acaba lendo um monte! Fiquei impressionado que até pouco tempo atrás não conhecia o Haruki Murakami, mas li quatro livros dele nesse ano (e gostei de todos!).
[O incolor Tsukuru e seus anos de peregrinação - Haruki Murakami]
O primeiro livro do Murakami que li. Um rapaz isolado que acaba se separando de um grupo de amigos da escola (cada um com uma cor no sobrenome em japonês) e após muitos anos tenta entender o porquê de ter sido isolado pelos antigos amigos. A atmosfera do Murakami é muito boa e realmente fiquei fisgado pelo livro.
[Tartarugas até lá embaixo - John Green]
Um livro bem leve, voltado para o público jovem. É interessante que a personagem principal sofre de ansiedade e o livro procura demonstrar como é alguém que convive com uma doença mental.
[A montanha Brokeback - Annie Proulx]
O filme é lindo e muito triste. O livro é bem curto, quase um conto, mas é muito envolvente. Algumas pequenas mudanças (no livro os personagens não são bonitos como no filme), mas é basicamente a história do filme.
[Sono - Haruki Murakami]
Murakami sempre maravilhoso. Mas achei que o livro tinha vindo com defeito, pois tem um final super abrupto. Pensei que estava faltando a última parte.
[Noergian Wood - Haruki Murakami]
Outro Murakami. Uma história que se passa no final dos anos sessenta. Protestos estudantis, revolução sexual. Uma história bem bonita sobre as dores pela morte de pessoas próximas.
[A sutil arte de ligar o foda-se - Mark Manson]
É autoajuda, mas com palavrões e de forma mais direta, sem muitos rodeios.
[Uma Vida Pequena - Hanya Yanagihara]
Sofri tanto com esse livro. A história é super envolvente, mas os personagens sofrem muito. Sofrimentos desumanos, narrados em detalhes. E a história acompanha a vida de quatro amigos (Jude, JB, Malcom e Willem) desde a faculdade até os cinquenta anos deles. A história é muito envolvente e cheia de detalhes. Em vários momentos precisei parar a leitura e respirar um pouco. É super longo (umas setecentas páginas), mas a história flui muito bem, com capítulos em que dá para ler em uma sentada. O final me deixou em suspensão por alguns minutos para poder digerir tudo.
[Me chame pelo seu nome - André Aciman]
O filme já é maravilhoso. O livro consegue ser ainda melhor. Eu me senti numa cidade pequena da Itália (nunca fui pra Itália). É ótimo poder ver a história pelo viés de Elio. E o melhor é o último capítulo, que vai alguns anos após o final do filme. Lindo, lindo, lindo!
[Todos os Contos - Clarice Lispector]
Eu já tinha lido vários contos da Clarice, mas é maravilhoso poder ler todos os seus contos em ordem cronológica. E notar toda a mudança em seu estilo, desde os primeiros contos. E é ótimo ter lido um conto não publicado anteriormente sobre a visita de Clarice a Brasília
[Do que falo quando falo de corrida - Haruki Murakami]
Um Murakami que conta como ele começou a correr e de como ele tem corrido desde então. E como correr e escrever são atividades parecidas. Eu achei que iria começar a correr também, mas isso ainda não aconteceu. Quem sabe um dia.
[Crônica do Pássaro de Corda - Haruki Murakami]
Eu não consegui largar esse livro até terminar. Fiquei pensando muito no poço e nesse mundo levemente sobrenatural. Maravilhoso! Crônica do Pássaro de Corda e Uma Vida Pequena foram os dois livros que mais me marcaram nesse ano.
Não consegui ainda terminar ainda todos os contos do Caio Fernando Abreu e o Sapiens de Yuval Noah Harari, mas devem ser os primeiros de 2019.
20 de dezembro de 2018
Quase 2019
A volta para o cotidiano não é fácil. A viagem para a praia com meu marido (agora oficialmente marido, com direito a aliança e papel passado!) parece um sonho tão distante, mesmo que na semana passada a gente ainda estivesse com os pés na areia e o corpo cheio de sal. Eu vejo como realmente viagens de férias são essenciais para nos tirar do automático do dia-a-dia. Ainda mais uma viagem em que só rolaram coisas boas, não teve estresse e a natureza é simplesmente maravilhosa, de deixar a boca aberta.
Chegar das férias em um dia e voltar para o trabalho no outro não é algo que recomendo. Ainda mais com uma sinusite e tosse seca que não me deixam em paz. Eu nunca fiquei tanto tempo com sintomas de doença e isso me fez repensar muito sobre saúde. Emendar uma risada com uma tosse e depois ficar sem ar não é algo que eu achei que fosse acontecer. E aconteceu muitas vezes. Agora finalmente depois de alguns médicos e muitos exames, incluindo duas tomografias, parece que meu corpo está voltando a ter um pouco mais de saúde. O antibiótico tem me ajudado, mas também detonado meu corpo.
Estou me arrastando no trabalho. Sem energia, sem motivação, sem me ajeitar. Venho praticamente de pijama (comprei duas calças de moletom que imitam jeans e fico variando elas). Bom que semana que vem já estou de mini-férias novamente e só volto de vez no começo do ano. Eu reclamo do meu trabalho, mas realmente é muito bom trabalhar aqui. Só que trabalho é trabalho e tem dias que dá vontade de sair correndo.
E então daqui a pouco termina o ano. Tenho pensado muito também de como essas eleições me fizeram me afastar um pouco da minha família. Não sei explicar direito, mas parece ter sido a gota d'água que me fez repensar minhas relações familiares. Não aconteceu nada drástico, nenhum trauma. Parece que entendi o tanto que idealizei minhas relações familiares, como se desejasse ter uma família dessas de comercial de margarina. Entendi que tanto eu quanto eles nunca buscamos nos aproximar realmente, entender um ao outro. Criamos personagens para cada membro da família e então vivemos assim de uma forma simplificada, meio que em um script que não varia muito. Talvez tenha sido uma boa solução.
Nos falamos quase todos os dias por mensagens de grupo no celular. Combinamos almoços ou lanches, falamos bons dias, tiramos dúvidas burocráticas. Mas realmente não nos conhecemos. Penso até que se não fôssemos uma família, nem amigos seríamos. Não sei ainda se isso é bom ou ruim.
Com as eleições eu parei de idealizar a minha família e tentei entendê-los como indivíduos. Entender suas motivações, suas ideias. Fiquei um pouco chateado com algumas coisas, afinal o candidato que eles apoiaram é notadamente racista, machista e homofóbico, mas decidi não me estressar e nem discutir. Essa conclusão (e a minha decisão de não me envolver em brigas políticas) foi o estopim para que eu deixasse de idealizá-los e me sentir meio desconectado a eles. Eu me sinto mais lúcido, como se tivesse regulado a nitidez na televisão. Eu percebi que tanto eles quanto eu mesmo gostaríamos que todos fossem um pouco diferentes. Por exemplo, eu adoraria que meus pais curtissem ir a museus, cinemas, arte. Comecei a dar livros clássicos de presente para eles, falei de exposições de arte e tudo mais. Mas eles simplesmente não gostam e acho que não tem nenhum problema com isso. Já em relação a mim, eles gostariam que eu passasse em outro concurso, que não fizesse uma faculdade de arte e que eu morasse mais perto do centro da cidade. E, claro, que eu não fosse gay e que eu fosse cristão. Decidi então parar com essa idealização e, claro, tentei não me incomodar com a idealização que eles têm de mim.
Não é fácil. Vou ter que aprender a ter essa nova relação, sem me machucar e sem me afastar, pois eles são minha família. Eu sei que eles me amam e que posso contar com eles para me ajudarem quando houver um problema. E talvez seja exatamente isso que importa.
Vamos ver como vai ser 2019...
Chegar das férias em um dia e voltar para o trabalho no outro não é algo que recomendo. Ainda mais com uma sinusite e tosse seca que não me deixam em paz. Eu nunca fiquei tanto tempo com sintomas de doença e isso me fez repensar muito sobre saúde. Emendar uma risada com uma tosse e depois ficar sem ar não é algo que eu achei que fosse acontecer. E aconteceu muitas vezes. Agora finalmente depois de alguns médicos e muitos exames, incluindo duas tomografias, parece que meu corpo está voltando a ter um pouco mais de saúde. O antibiótico tem me ajudado, mas também detonado meu corpo.
Estou me arrastando no trabalho. Sem energia, sem motivação, sem me ajeitar. Venho praticamente de pijama (comprei duas calças de moletom que imitam jeans e fico variando elas). Bom que semana que vem já estou de mini-férias novamente e só volto de vez no começo do ano. Eu reclamo do meu trabalho, mas realmente é muito bom trabalhar aqui. Só que trabalho é trabalho e tem dias que dá vontade de sair correndo.
E então daqui a pouco termina o ano. Tenho pensado muito também de como essas eleições me fizeram me afastar um pouco da minha família. Não sei explicar direito, mas parece ter sido a gota d'água que me fez repensar minhas relações familiares. Não aconteceu nada drástico, nenhum trauma. Parece que entendi o tanto que idealizei minhas relações familiares, como se desejasse ter uma família dessas de comercial de margarina. Entendi que tanto eu quanto eles nunca buscamos nos aproximar realmente, entender um ao outro. Criamos personagens para cada membro da família e então vivemos assim de uma forma simplificada, meio que em um script que não varia muito. Talvez tenha sido uma boa solução.
Nos falamos quase todos os dias por mensagens de grupo no celular. Combinamos almoços ou lanches, falamos bons dias, tiramos dúvidas burocráticas. Mas realmente não nos conhecemos. Penso até que se não fôssemos uma família, nem amigos seríamos. Não sei ainda se isso é bom ou ruim.
Com as eleições eu parei de idealizar a minha família e tentei entendê-los como indivíduos. Entender suas motivações, suas ideias. Fiquei um pouco chateado com algumas coisas, afinal o candidato que eles apoiaram é notadamente racista, machista e homofóbico, mas decidi não me estressar e nem discutir. Essa conclusão (e a minha decisão de não me envolver em brigas políticas) foi o estopim para que eu deixasse de idealizá-los e me sentir meio desconectado a eles. Eu me sinto mais lúcido, como se tivesse regulado a nitidez na televisão. Eu percebi que tanto eles quanto eu mesmo gostaríamos que todos fossem um pouco diferentes. Por exemplo, eu adoraria que meus pais curtissem ir a museus, cinemas, arte. Comecei a dar livros clássicos de presente para eles, falei de exposições de arte e tudo mais. Mas eles simplesmente não gostam e acho que não tem nenhum problema com isso. Já em relação a mim, eles gostariam que eu passasse em outro concurso, que não fizesse uma faculdade de arte e que eu morasse mais perto do centro da cidade. E, claro, que eu não fosse gay e que eu fosse cristão. Decidi então parar com essa idealização e, claro, tentei não me incomodar com a idealização que eles têm de mim.
Não é fácil. Vou ter que aprender a ter essa nova relação, sem me machucar e sem me afastar, pois eles são minha família. Eu sei que eles me amam e que posso contar com eles para me ajudarem quando houver um problema. E talvez seja exatamente isso que importa.
Vamos ver como vai ser 2019...
15 de dezembro de 2018
No Recife
Agora a terceira fase da viagem! Parece que estamos há muito tempo longe de casa. Já teve Caribe brasileiro, já teve praia das Galinhas. E agora uma cidade enorme e super antiga, toda cheia de canais. O centro antigo é lindo, cheio de armazéns e depósitos que viraram centros culturais e bares. Prédios lindo e centenários. E ainda fomos passear por Boa Viagem e do nada encontramos o prédio em que foi filmado o Aquarius (chama Oceania). Amanhã estaremos em casa. Um misto de alegria por ter feito uma viagem tão boa e finalmente voltar pra casa com o corpo descansado e bronzeado depois de tanto mar, mas uma tristezinha bem pequena de querer ficar mais na praia, nos passeios, nas lagostas, nos polvos, nos camarões. Que sensação gostosa!
P.S. adoro como as pessoas daqui falam "o" e "no" Recife. E quem é de fora fala "em" Recife. O sotaque aqui de Pernambuco é lindo demais! Só não entendi muito bem como usar "resenha"...
12 de dezembro de 2018
Carneiros
Foi a melhor coisa ter alugado um carro. Ainda mais um super novo e que provavelmente nunca ia dirigir. Imagina, nunca nem sonhei em dirigir um Sandero Stepway. E então hoje a gente acordou e pensou em vir na praia dos Carneiros, em Tamandaré. Uma hora de viagem de Porto de Galinhas. E simples assim. De repente estamos aqui na Praia dos Carneiros. Num restaurante famoso e quase vazio (o Beijupirá). Curtindo a praia!
11 de dezembro de 2018
Porto de Galinhas
Depois de tantos dias em Maragogi com aquela tranquilidade e as águas azuis, vir pra Porto de Galinhas parece chegar em uma metrópole. A cidade é muito maior, tem mais estrutura de turismo e é mais efervescente. Bom poder fazer duas viagens em uma.
O ruim é só que depois de tantos dias de sol e mar, minha pele já está um bagaço. Toda descascada. Não tem creme, pomada ou gel que dê jeito. Mas por outro lado, sinto que o mar entranhou em mim e finalmente me sinto relaxado de verdade. Tenho tido sonhos bem malucos e sinto meu corpo completamente descansado (tirando a pele ardida e descascada).
Praia é maravilhoso! E viajar nas férias é essencial!
7 de dezembro de 2018
Praia!
Tão bom chegar na praia. Tinha dois anos que a gente não ia pro litoral e faz muita falta. Eu nunca tinha visto uma água com essa cor de esmeralda. Que coisa linda! Maragogi é linda demais! Mas claro, a pessoa já se esbalda no primeiro dia. Estou todo queimado e tomei cerveja demais ontem. Hoje vou pegar mais leve, pois ainda tem muitos dias de mar!
5 de dezembro de 2018
Cof cof cof
Faz mais de dez dias que eu não paro de tossir. Risada e tosse, respiração e tosse, conversa e tosse. Outro dia tossi tanto que fiquei sem ar, achei que fosse morrer. Fui no médico, passei por vários exames e o resultado é tosse alérgica. Antialérgico e corticoide. Que beleza! Mas ainda não tô completamente recuperado. Quero só parar de tossir!
Amanhã tem praia e acho que o clima de mar vai me ajudar também!
23 de novembro de 2018
Casamos!
Depois de mais de onze anos juntos e mais de um ano depois da nossa festa de casamento, resolvemos nos casar no papel. A gente devia ter feito tudo isso antes, mas foi preciso o país entrar ainda mais nessa onda retrógrada e conservadora para a gente agilizar os papéis, pois pode ser que a qualquer momento o STF mude o entendimento sobre os casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Pode parecer uma simples formalidade, mas foi tão bom ouvir a juíza de paz falar sobre o nosso amor, ler nossos nomes no papel, trocar alianças, nos beijar e estar com nossas melhores amigas e a nossa sogra ali juntos.
Casamos! Que alegria!!! É tão bom sentir esse amor!
21 de novembro de 2018
Férias!
Depois de tanto tempo finalmente chegaram as férias. Chega de alarme, compromisso, calça jeans, tênis, trabalho. Foi tão estressante acompanhar as eleições e ver o presidente que foi eleito, mas ok, fazer o que? O jeito é focar na vida, na faculdade, no trabalho.
E focar na gente. Depois de enrolar tanto para fazermos o casamento civil (a gente fez a festa de casamento ano passado), agora sim vamos ao cartório casar! UFA! Agora sim vamos mudar o estado civil. Precisou ter o nosso direito ao casamento ameaçado pelo presidente eleito para darmos entrada na papelada. Em dois dias vamos pegar a certidão!
Enquanto isso, férias!!! Bem de bobeira em casa com filmes, TV e videogame. E as últimas aulas do semestre! Depois é praia!
A vida está boa, apesar de tudo o que tem acontecido no país... Espero que esse governo não seja tão ruim quanto eu acho que vai ser.

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