23 de junho de 2022

Aos poucos



São muitos dias sem sair de casa. Foram mais de dois anos de medo do vírus. Aos poucos tenho ido para alguns eventos externos. Shows, casas de amigos, cinema. Continuo a usar máscaras e tiro quando vou comer algo. Em algumas vezes voltei com o pescoço e as costas doendo, só reparei quando cheguei em casa. Senti um pouco de paranóia nos dias seguintes. Eu amo ficar em casa. Leio, jogo, brinco com o Tominhas, vejo televisão, tiro uma soneca. Gosto da minha companhia e da companhia do meu marido e do nosso cachorro. Sempre encontro coisas para fazer. Mas sinto que preciso sair dessa casca do ovo. Preciso voltar aos poucos para o mundo externo. Não sinto vontade de organizar encontros e nem eventos, mas sempre que me chamam eu tento ir, apesar de sofrer na véspera de ir e depois gostar de ter ido. Mas é doloroso todo o processo. De qualquer forma, sinto que preciso aos poucos redescobrir o mundo externo, não só para obrigações. Aos poucos...

15 de junho de 2022

Feriadão



Nem acredito que vou ter um feriado de quatro dias. Vai ser tão bom não fazer nada. Aliás, tenho gostado de não fazer nada, fica à toa. Não tenho nada planejado e vou ver como as coisas vão se desenrolar. Não tenho pressa. Que delícia!

10 de junho de 2022

Sexta!



Mais uma semana. Os dias têm passado escorregados. Passam rápido, sem percalços. Gosto da rotina dos últimos tempos. Tenho me sentido tranquilo. Consigo respirar. E chegam pequenas surpresas como essa joaninha. Mais uma sexta e e mais um final de semana que chega. Ufa!

6 de junho de 2022

Navegar



Essa foi a última foto que tirei na UnB, enquanto era estudante. Foi em novembro de 2019, no final do último semestre presencial. É um saruê que tinha entrado no bloco do Departamento de Artes Visuais. Foi muito bom ter feito uma faculdade de História da Arte e estudar artes por seis anos. Aprendi muito sobre artes, fiz aulas práticas de desenho, fotografia e vídeos. Vou levar esse conhecimento para o resto da minha vida. E ao mesmo tempo sinto um alívio de ter concluído a faculdade, especialmente no ensino remoto emergencial por causa da pandemia COVID-19. As aulas presenciais retornam hoje e é muito bom não precisar retornar. Eu não sei o que quero estudar e nem que rumo quero seguir academicamente ou profissionalmente, mas não acho que seja ruim não saber. A vida sempre leva para horizontes que eu não imaginava. Quero seguir navegando...

5 de junho de 2022

Depois de mais de dois anos...



Depois de mais de dois anos, festival ao ar livre e muito frio. Encontrar as amigas depois de tanto tempo. Ficar sem máscara por um tempo, meio longe das pessoas. Mas a sensação de estranhamento e o medo voltam com tudo. Acordei com a garganta ruim e o corpo doendo. Pode ser que seja ressaca e por ter falado alto, mas pode ser COVID. Por enquanto estou bem, mas é uma sensação estranha ficar sem máscara, mesmo em ambiente externo. Espero que corra tudo bem e que realmente a gente não tenha se contaminado. De qualquer forma, foi ótimo ter acompanhado o show da Ana Cañas cantando Belchior e o show do Marcelo Jeneci. E dançar, conversar, rir com minhas amigas e meu marido.

27 de maio de 2022

A importância de comemorar


Ontem foi aniversário do meu marido e como foi bom ter um dia todo para comemorar, mesmo com o trabalho. A gente acordou cedo e fomos numa padaria francesa comprar croissants e pães para comer em casa, aproveitamos para passear com Tominhas pelos jardins, no almoço pedimos feijoada, o que me deu muito sono de tarde. E de noite fomos no cinema e comemos um hambúrguer. Ainda fico um pouco nervoso quando vou sair de casa, especialmente de noite. Eu não lembro a última vez que fui ao cinema, mas provável que tenha sido no começo de 2020, antes da pandemia. Adoro cinema, mas me adaptei a assistir em casa, jogado no sofá e com a possibilidade de dar pausa, ir ao banheiro e tudo mais. O cinema realmente é diferente, a tela gigantesca e a imersão, além de ser um passeio mesmo. É muito bom poder comemorar com meu marido, mesmo que seja uma comemoração simples. Talvez essas comemorações sejam as melhores! E foi bom ter saído um pouco, apesar de amar ficar em casa. O aniversário do meu marido é o começo do final do ano, pois logo chegamos no segundo semestre e o tempo passa ligeiro.

18 de maio de 2022

Marisa Monte



Primeiro show desde o começo da pandemia. Show ao vivo, cheio, calor, pessoas. Ainda não consegui ficar sem máscara, mas não atrapalhou nada. Nunca tinha ido a um show de Marisa Monte, mas as músicas dela fazem parte de muitas memórias e muitos momentos. Enquanto a via cantar pelo palco junto com as projeções maravilhosas ao fundo, minha cabeça foi longe. Lembrei de tantas coisas que aconteceram ao som de músicas de Marisa Monte. Mesmo as novas já parecem clássicas. O show foi em um estádio de futebol, mas parecia ser intimista, pequeno. Não consegui tirar fotos, apenas sentir tudo ao meu redor. É um Brasil que me dá saudade, mas que ainda está aqui. Um Brasil colorido, amoroso, sonoro, acolhedor. Um país que anda meio esquecido, mas que não foi embora. Voltei pra casa feliz e cansado. Não tinha mais costume de ficar tanto tempo fora de casa, ainda mais de noite. Senti que aos poucos a pose de defesa permanente e de guerra iminente se desfaz. Não vamos voltar como era antes, pois o tempo não volta, mas ao menos é possível ter cor, som, respiro, risadas, palmas, não apenas medo e saudade. E nesses últimos dias me peguei cantarolando as músicas do show...

13 de maio de 2022

Formado!


Ainda não entendi completamente que depois de quase seis anos eu posso me considerar um teórico, crítico e historiador da arte. Minha segunda graduação. Levei seis anos na primeira e mais seis anos nessa. E adorei. Foi uma experiência maravilhosa estudar arte, ainda mais em uma universidade federal. Foram trinta e três disciplinas ao todo, todas sobre arte. Conheci tantos professores apaixonados por arte e por ensinar e vários colegas que acabaram por se tornar artistas também. Mesmo as matérias práticas como desenho e fotografia eu gostei e consegui fazer um pouco de arte. Claro que as minhas matérias favoritas foram as sobre teoria e história da arte, principalmente sobre arte brasileira. Não penso em fazer mestrado por enquanto, mas já sinto falta de estudar. Não vou parar de estudar também, mas agora prefiro estudar de forma independente por livros e artigos. Eu nunca ia pensar que faria dois anos de forma completamente remota e foi ótimo! E adorei fazer a pesquisa e escrever meu TCC. Fiquei muito orgulhoso do resultado. Já estou com saudades da UnB.

12 de maio de 2022

Animidade



Sentimentos, humores, personalidade não são apenas para humanos e eu demorei anos até entender. Bichos sentem e experienciam a vida, não como nós, mas do jeito deles. A "animidade", como a humanidade. Meu cachorro tem um pouco mais trinta centímetro de altura e muita personalidade. Sinto que mesmo sem latir ele consegue se comunicar, desde as coisas mais simples como o caminho a seguir no passeio até as sentimentos mais complexos como a raiva pelo marido ter viajado a trabalho por dois dias. Eu cheguei a pensar que ele tinha comido que fez mal, mas simplesmente quis deixar claro que não gostou da diminuição da população da casa, mesmo que por dois dias. Cachorro gosta de rotina e de saber o que vai acontecer. Não gosta de surpresas. E não precisa falar para comunicar tudo isso. Cada dia eu fico mais surpreso com essa relação entre humanidade e animidade, cheia de intersecções e semelhanças.

5 de maio de 2022

Ainda na yoga



Dois anos de yoga. Comecei de forma despretenciosa no começo da pandemia, mas é algo que agora já faz parte da minha rotina. Duas vezes por semana começo o dia com a prática de uma sequência de movimentos de uma aula que está no YouTube. Eu ainda não decorei, faço sempre com o auxílio de um áudio em inglês com sotaque neozelandês. Movimentos sentados, em pé, deitado e no final um relaxamento. E não me canso de fazer a mesma aula, sempre termino com uma boa sensação. Notei que minha flexibilidade é outra, minha postura, meu jeito de andar e, claro, a sensação de calma com a respiração. E prefiro fazer assim, em casa, nos meus horários, mesmo que os estúdios de yoga já estejam em funcionamento há meses. É um momento para mim, parece que me transporto para um outro lugar. E pretendo fazer por muito tempo, enquanto me fizer bem.

4 de maio de 2022

TCC



Depois de quase seis anos defendi o TCC em História da Arte. Estou há mais de um ano em uma pesquisa sobre Mário Pedrosa e os primeiros anos de Brasília. Pesquisei muitos jornais e revistas da hemeroteca digital, achei muitos textos e pesquisas. É o terceiro TCC que faço e o que estou mais orgulhoso do resultado. Acho que é maturidade. Meu texto ficou mais simples, mas fácil de ler e mais embasado. Frases diretas, palavras que todos podem entender e sem medo de citar e embasar tudo. Fiquei feliz que o professor orientador aceitou o convite e me ajudou muito na elaboração do texto. E fiquei feliz que os dois professores que escolhi para a banca aceitaram. No final tudo dá certo. Acho que se eu tivesse pensado lá em 2016 que eu concluiria o curso em seis anos, com certeza eu não acreditaria. Mas certamente foi bom ter feito de forma remota esses dois últimos anos, inclusive a banca de defesa. O melhor é ir aos poucos, pedaço por pedaço. Aprendi muito com essa graduação e foi uma experiência maravilhosa voltar para a UnB depois de tanto tempo. Fico orgulhoso comigo mesmo. Não tenho ideia para qual direção vou, mas certamente vou encontrar um caminho. A vida sempre segue.

29 de abril de 2022

Máquina



Há alguns dias a máquina de lavar roupa começou a dar defeito. A água não era drenada, ela apitava e mostrava um código, olhei vídeos na internet, mas claro que não resolveu. Pedi indicação e chamei alguém para consertar. Era um problema na bomba de drenagem, deu mais ou menos uns 20% do valor de uma máquina nova. Achei que valia a pena, afinal de contas a máquina está boa e já tem quase oito anos. Aliás, nunca tive uma máquina que durou tanto e nem morei tanto tempo no mesmo apartamento. As coisas envelhecem mesmo, assim como nós envelhecemos. Dia após dia. E precisamos de reparos nesse caminho.

25 de abril de 2022

Ao vivo



Sábado foi a comemoração do aniversário de uma das minhas melhores amigas e foi a primeira vez que vi ao vivo pessoas e interagi sem máscara. Fiquei um pouco nervoso no dia anterior, imaginei vários cenários. Há mais de dois anos praticamente não vi meus amigos. O nervosismo passou logo nos primeiros minutos e foi ótimo conversar, rir, interagir, abraçar. Eu me senti meio bicho do mato depois de tanto tempo, mas acho que com as três doses da vacina e a diminuição dos casos, aos poucos esses contatos ficam mais tranquilos. E me fez tão bem passar aquela tarde na beira do lago, conversar e comer, estar junto a tantas pessoas legais. E mesmo após tanto tempo o carinho e a amizade se mantiveram.

22 de abril de 2022

Viagenzinha



A gente pegou a estrada um pouco para ir ao outlet. Uma hora de viagem, mas o principal pra mim foi ver as montanhas e colinas do cerrado, o céu bem azul. A primeira vez que saio do DF em anos. Eu adoro estrada e viagem de carro me lembra do começo da minha infância. Na volta ainda trouxemos pamonhas, jeri e mané pelado. O corpo ficou cansado da pequena viagem e do deslocamento. Mas a cabeça estava leve.

20 de abril de 2022

Feriado



É o dia de Tiradentes, mas aqui em Brasília é o aniversário da cidade. 62 anos desde a inauguração. Já tive birra com a cidade, mas hoje amo viver aqui. E melhor ainda que só soube ontem que na sexta não vou trabalhar. Ufa! Quatro dias de feriado!

19 de abril de 2022

Remoto/presencial



A vida é engraçada. Eu nunca imaginei que fosse trabalhar de casa e agora estou aqui há mais de dois anos. Meu marido começou um novo trabalho e alguns dias são presenciais, então passo o dia sozinho em casa. Eu e o nosso cachorro. Eu sempre quis trabalhar remoto e amo minha casa. A casa agora é um silêncio. Não tem as conversas com meu marido, nossa siesta de todos os dias, a voz dele nas reuniões online. Estou aqui na frente do computador e o cachorro lambe meu pé, daqui a pouco ele dorme um pouco ou vem me avisar que fez cocô e quer ganhar um petisco pelo aviso. Aprendi a viver com o tédio e o silêncio. Escuto podcasts enquanto faço as coisas no trabalho, leio meus livros após o almoço, pesquiso algo. Não sinto saudade do trabalho presencial, sinto muito mais falta do meu marido trabalhar de casa também. Espero que ele não tenha que ir para o presencial todos os dias e sei que é importante para ele começar esse novo trabalho.

16 de abril de 2022

Feriado



Feriado é sempre tão bom. Dormi de tarde, nem sabia o tanto que o cansaço estava acumulado. Só saí de casa pra passear com Tominhas. Gosto desses dias preguiçosos. Comecei um livro novo e li por bastante tempo, depois cozinhamos em casa, assistimos televisão. Acordei tranquilo hoje, descansado. O café da manhã tranquilo. Depois banho no Tominhas. Bom que ainda tem amanhã pra não fazer nada. 

8 de abril de 2022

Os dias passam tranquilos



Tenho aprendido a conviver com o tédio. Foram dias intensos no trabalho, na vida e na faculdade, mas os últimos dias foram mais tranquilos. Percebi que não é preciso estar sempre atento a tudo, nem pensar em tudo o que pode acontecer. Tem vezes que é preciso da calmaria. Tenho lido mais literatura ao invés de ficar no celular. E redescobri os vídeos de Julia Child após começar a ver a nova série sobre ela. Algumas receitas são simples, mas a maioria é bem complexa, mas mesmo assim adoro assistir vídeos de receitas, mesmo que nunca vá fazê-las. É assim com os vídeos da Paola Carosella e os da Rita Lobo. A cozinha como um todo me acalma, ainda não sei bem o que é, talvez seja o aspecto doméstico. Eu realmente gosto de cozinha e tudo relacionado ao universo culinário doméstico. Claro, adoro comer comidas gostosas. Então os últimos dias têm sido tranquilos, livros, receitas, tédio. Mas eu sei que a vida é cíclica, então logo chega mais um turbilhão. Enquanto isso, quero apenas aproveitar que hoje é sexta e o final de semana daqui a pouco começa.

4 de abril de 2022

Aos poucos a vida retoma



Depois de mais de dois anos fomos em um restaurante. Escolhemos um lugar calmo e com mesas ao ar livre. Foi estranho tirar as máscaras e deixar dentro da bolsa. Os garçons foram todos muito atenciosos e estavam de máscaras. Havia cardápio por QR Code, mas físico também. Entrada, prato principal e sobremesa. Conversas calmas sobre a vida. A comida estava deliciosa, escolhi coisas diferentes que não costumo comer. Burrata, canjiquinha, lombo de porco, cajuzinho do cerrado, pamonha brûlée. Pratos com coisas do cerrado. Não foi barato, mas valeu a pena comemorar as coisas boas que aconteceram nos últimos meses. Foi bom poder relaxar. Comprei livros para dar de presente de aniversário para uma amiga querida e fomos entregar na frente da casa dela. Conversamos um pouco sobre tudo. Aos poucos a vida retoma. Mas dois anos não é pouca coisa, sinto que vou precisar de um tempo para me acostumar com as interações sociais e sem ter medo de me infectar novamente por esse vírus maluco. Se tiver que tomar a 4ª dose tomarei com certeza.

1 de abril de 2022

1º de abril



Acabou março, o ano não está mais no começo. Já foi um quarto do ano. Aceitei um convite para ir no meu trabalho presencialmente, um lanche. Não dormi direito de noite com ansiedade, como se fosse o primeiro dia do colégio. Eu adoro trabalhar de casa, sei que não é para todo mundo, mas para mim funciona bem. Gosto das pessoas da minha equipe, não tenho problema com ninguém, mas gosto de trabalhar de casa, gosto de ficar sozinho. Em duas horas que fiquei lá fiquei esgotado com as interações sociais, senti minhas costas ficarem ensopadas. Foi bom conversar, saber mais das pessoas, conhecer pessoalmente algumas pessoas que trabalho apenas pelo computador. Vai demorar para eu me acostumar com as interações sociais então melhor ir aos poucos. Bom que chegou a sexta!