6 de outubro de 2023
Outubro
28 de setembro de 2023
Ida e volta
25 de setembro de 2023
Peru
O Brasil se considera um continente, diferente dos outros países da América Latina. Não chegam muitas informações ou notícias dos vizinhos, a não ser quando ocorre algo muito fora do comum, mas em geral mesmo assim são pequenas notas.
Antes de viajar ao Peru eu só sabia que lá se come ceviche, quinoa e milhos de vários tipos, não necessariamente nessa ordem. Vizinho ao Acre. E que lá estão as ruínas dos incas, principalmente Machu Picchu. E que houve uma tentativa de golpe de estado há poucos meses, com a prisão do presidente. Pronto, pequeno resumo da cultura peruano que chega ao Brasil.
Para comemorar meus quarenta anos fomos para o Peru. Voo direto de Brasília a Lima, poucas horas. E depois para Cusco, a capital do império inca e o umbigo do mundo inca. Assim que chegamos já deu para sentir uma identificação, pois há muito mais coisas parecidas do que diferentes. Colonização europeia, desigualdade social e instabilidade política.
Cusco me pareceu um pouco as cidades históricas mineiras com suas ruas de paralelepípedo e os sobrados coloniais. Mas sem a escravização africana e o extermínio dos povos tradicionais. E com as ruínas incas, construções que resistiram a séculos de colonização e a vários terremotos.
Machu Picchu foi um dos lugares mais lindos que eu já fui. Até agora não consigo explicar. O trem (com uma pequena peça de teatro musical), o ônibus (rente ao despenhadeiro), a chegada de perder o fôlego, as ruínas em si, os alinhamentos com o sol e as estrelas. Sentir a cultura inca ainda tão viva. O condor, o jaguar e a serpente. As lhamas e alpacas pastando aos pés das ruínas. Tão tranquilas, como grandes poodles misturados com ovelhas e camelos.
Lima parece uma mistura de Rio de Janeiro com São Paulo. Uma metrópole com praia, cheia de restaurantes e cafés, igrejas coloniais. Mas bem segura e limpa.
Foram muitos ceviches, chichas moradas, inca colas, chicharrónes, choclos, arroz chifas, tacu tacu, lomo saltado, cusqueñas, piscos e tudo mais. Voltei apaixonado pelo Peru, pelos soles, pelas lhamas, alpacas, cuis (não tive coragem de comer os porquinhos-da-índia). As pessoas todas muito simpáticas, muita gente com roupas típicas sem ser para turista ver. Uma viagem perfeita! Mal posso esperar para voltar. Mais fotos aqui.
11 de setembro de 2023
40tinha
Finalmente chegaram os 40 e estou feliz de envelhecer. O mais difícil é que o tempo não fica parado, então todos envelhecem, inclusive os mais velhos. Mas é a regra. O tempo cronológico só vai em uma direção, implacável. O jeito então é seguir e aproveitar os bons momentos, comemorar sempre que possível.
O bom do aniversário cair no final de semana é que foram dois dias de festa. No sábado o churrasco e no domingo apenas preguiça. Meu marido encomendou pães, croissants e muitas coisas gostosas para um café da manhã especial aqui em casa. Até pensei em sair, mas depois da festa senti tanto cansaço que queria apenas ficar em casa. Aliás, tenho amado cada vez mais minha casa. Talvez já é um indicativo da passagem do tempo.
Eu não me sinto velho, mas ao mesmo tempo sei que não sou mais jovem. Não sei o que vai acontecer nos próximos anos. Sei que sou apegado e acomodado, mas também sei que tudo tem seu tempo. Espero viver bastante e viver muitas vidas. Quem sabe quais novas oportunidades podem aparecer. De qualquer forma sei que sou cauteloso e me preparo sempre para os momentos difíceis. E que venham os próximos anos. Tenho gostado muito do que já vivi, talvez a metade da minha vida tenha passado e é ótimo. A vida não é para sempre.
8 de setembro de 2023
Respiro e tradições
6 de setembro de 2023
Mergulho do corpo
Na noite anterior já não dormi direito, acordei bem mais cedo do que de costume. Brinquei com meu cachorro e expliquei para ele que precisava ficar o dia todo fora. Coloquei um café da manhã caprichado para ele, descemos para passear e depois meu café. Esqueci como o trânsito de horário comercial é pesado. Como é bom trabalhar de casa. Cheguei, não tinha mais cadastro e não havia feito minha biometria, mas expliquei que vim para o evento e me liberaram com crachá provisório. Assim que entrei encontrei um colega da época da faculdade e que também ia para o evento. Conversamos. Fui para o setor do meu trabalho conversar com os colegas que estão no presencial. Foi bem legal rever as pessoas e conhecer outras tantas que só via pela janelinha da videochamada.
Hora do evento. Muitas palestras. Mais encontro com colegas. Almoço com o pessoal no restaurante de quilo de comida nordestina. Mais palestras. Pausa pra o lanche. Conversas com outros colegas. Fim do evento. Engarrafamento. Já chego em casa de noite. Meu cachorro briga comigo, mas abana o rabo e já está feliz que vai comer seu jantar. Estou completamente esgotado do trânsito e das interações sociais.
No dia seguinte a mesma coisa, mas dessa vez na hora do almoço vou a um centro cultural ao lado do meu trabalho ver um pouco de arte. Oiticica e Portinari. Parece que sou turista na minha própria cidade. É bom ter um respiro de arte no meio de tudo isso. Saudades da minha casa. Mais palestras. Engarrafamento pior do que do dia anterior, chego ainda mais tarde e meu cachorro já está adaptado a essa nova rotina. Mas bom que foram só dois dias.
É bom sair da rotina, viver coisas novas, reencontrar colegas, interagir. Mas eu gosto mesmo da minha boa e velha rotina.
24 de agosto de 2023
Memórias, framboesas e acaso
E tenho reparado que como eu não tinha a menor ideia que eu poderia ir a pé comprar franuis, chegou uma mensagem da minha antiga chefe, da época que eu morava em São Paulo. Ela está em Brasília para reuniões de trabalho e me chamou para tomar café da manhã no hotel em que ela estava hospedada. Envelhecer em geral tem sido bom, mas uma das coisas que tenho reparado é a aversão a novidades. Eu adoro minha rotina e não gosto muito de surpresas. Mas então lutei contra essa inércia e respondi que toparia o café da manhã. Já comecei a pensar na roupa, chequei onde fica o hotel, liguei para lá para perguntar o valor do café da manhã para quem não é hóspede e se tem garagem, fiz a simulação do Uber. No dia seguinte acordei mais cedo do que de costume, tomei banho, me arrumei e saí super cedo de casa. Fiquei com um frio na barriga. E foi ótimo o encontro, falamos das nossas vidas, dos nossos trabalhos, lembramos de casos de trabalho e no final foi apenas dois amigos se encontrando para conversar, como se não tivéssemos ficado tanto tempo sem se falar.
E hoje veio a primeira chuva depois de mais de dois meses!
9 de agosto de 2023
Quase metade
Estar perto dos quarenta tem me feito pensar no envelhecimento. O tempo passa muito ligeiro e mesmo os marcos temporais parecem que não aconteceram há tanto tempo. Escola, formatura, primeiro emprego, casamento, todos parecem que aconteceram outro dia. E, se tudo der certo, talvez eu esteja na metade da minha vida. Não sei como vai ser a próxima metade, mas tenho gostado de como levei a vida e como fui levado também. Gosto de quem eu sou hoje. Aliás, acho que demorei a gostar de mim, mas nos últimos anos gosto de quem eu vejo no espelho e consigo deitar tranquilo minha cabeça no travesseiro e pensar nas escolhas que fiz e que deixei de fazer. Penso nos livros que vou ler, nos filmes que vou ver, nos shows que vou curtir, nos países e lugares que vou conhecer, nas experiências que vou ter, nos momentos com minha família e amigos. Mesmo com uma perspectiva ambiental, econômica e política tão catastrófica para os próximos anos, espero ter qualidade de vida. Espero rir muito, comer coisas gostosas e entender cada vez mais, assim, no intransitivo mesmo, entender. Simplesmente entender. E aprender.
3 de agosto de 2023
Pode vir com calma
17 de julho de 2023
Pequeno currículo
Um pouco mais velho eu gostava de me imaginar em um escritório com persianas verticais de metal que estão em vários edifícios da Esplanada dos Ministérios. Não sabia bem o que eu faria, mas estava em um escritório com mesa de madeira, gavetas, roupas de trabalho, café. Eu adorava ir ao trabalho no meu pai. Lembro dos copos descartáveis em formato de cone de papel, as máquinas de escrever com uma grande esfera de metal cheia de letras, números e símbolos e de não alcançar o botão para chamar o elevador, então meu pai me deixava pisar em um de seus pés e ele me subia até eu poder apertar o botão redondo que se iluminava até que a porta de metal se abria. Meu pai deixou de trabalhar nesse lugar depois que o Collor virou presidente e mandou embora todo mundo. Eu tinha seis anos.
Na época da faculdade eu pensei em grandes trabalhos. Juiz, promotor, defensor público e embaixador. Talvez para o Rio Branco eu cheguei a fantasiar mais e até fiz um curso inteiro de francês de nove semestres. Nunca cheguei a fazer nenhuma prova para nenhum desses cargos. E nunca mais estudei francês. Sonhava em morar em outro país, virar uma grande referência, publicar livros, dar palestras. Mas não tinha ideia sobre o que.
Um pouco antes de me formar uma amiga da faculdade me chamou para fazer uma prova de nível médio para um lugar que nunca tinha ouvido falar. Estudei um pouco e passei. E continuo aqui depois de quase quinze anos. Nunca foi meu sonho trabalhar aqui, mas gosto de ter um trabalho mais tranquilo em que tenho horário certo, o salário cai certinho na minha conta, tenho férias, licenças, cursos e o salário é muito bom para a minha vida. E nos últimos anos trabalho de casa.
Já tive algumas crises pessoais sobre precisar de um trabalho melhor, com mais prestígio e um salário ainda maior. Mas então cheguei à conclusão que é uma busca sem fim. Sempre haverá um trabalho melhor, com mais prestígio e com um salário ainda maior. Sofri muito por me comparar com colegas da faculdade e do trabalho, mas então me deu um estalo de que cada um sabe o que é melhor para si. Eu gosto de uma vida mais tranquila, gosto de trabalhar nos bastidores, longe dos holofotes e amo trabalhar de casa. O principal para mim é tranquilidade.
Eu gosto de trabalhar, mas gosto muito mais da minha vida fora do trabalho. Poder ler depois do almoço, tirar uma soneca, caminhar aqui por perto com meu cachorro, passear nos fins de semana, viajar de vez em quando e não ter dívidas. Não preciso de muita coisa. Eu realmente me sinto satisfeito com minhas escolhas. Não tenho uma carreira espetacular, não sou referência para nada, não tenho um salário alto e não mudei de país ou de cidade. É muito provável que eu não vá mudar nada no mundo e tudo bem. Aliás, como não pretendo ter filhos, acho que pouco tempo depois da minha morte ninguém vai se lembrar de mim. Mas sinto que minha vida é leve e por enquanto me sinto feliz.
14 de julho de 2023
Garganta
4 de julho de 2023
Choro e rio
28 de junho de 2023
Pedacinho
21 de junho de 2023
Simplesinha
7 de junho de 2023
Feriado
6 de junho de 2023
Música ao vivo
2 de junho de 2023
Showzinho
29 de maio de 2023
Dias mais coloridos
19 de maio de 2023
Correria
4 de maio de 2023
Caminhada
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