
15 de maio de 2008
Bolseta

14 de maio de 2008
La Dolce Vita
Crise. Aliás, sempre estou em crise: o futuro que não combina com o passado, o presente desconexo e tudo mais bagunçado. Mas é nessa bagunça que encontro o que preciso: o clique. Ele aparece quando tudo está como uma tela surrealista de mal gosto, daquelas pintadas sobre o efeito dos ácidos mais fortes. Desespero total, mas é aí que se ouve aquele barulinho que parece o tic tac de um relógio. O tempo pára, a boca seca e os olhos se fixam no nada. E grito dentro da minha cabeça: "Mas é claro!". E vem aquela onda gostosa de certeza em todas as loucuras que se quer fazer e o futuro que aparece como um filme italiano dos anos sessenta. E la vita volta a ser dolce!
2 de maio de 2008
Neandertal
Uma das coisas mais ingratas que já se inventou é a gordura. Tudo bem que ela serve de reserva de energia e até mesmo como isolante térmico, mas para mim ela é simplesmente uma porcaria que fica na minha barriga e teima em não sair. Tudo isso só deve confirmar que meus ancestrais devem ter sido ótimos neandertais...
Meu histórico de brigas com a tal da gordura vem de longe. Nunca fui muito gordo, mas sempre tive aquela pancinha ingrata. Natação, karatê, dança contemporânea, yoga, nenhuma dessas aí foram muito eficiente. Resolvi intensificar e, apesar de meu grande desgosto, entrei para a academia. Faço corridas na esteira, bicicleta ergométrica, elíptico e todos aqueles aparelhos da inquisição espanhola. Dois meses depois e a diferença não foi assim tão gritante. Ou melhor, que diferença? Minhas pernas ficaram mais grossas, mas a pança? Ok, longo prazo, eu sei. Meses, anos, décadas? Não sei.
O ticket alimentação é outro culpado. É dinheiro, mas não é, então bora comer! E lá se vão várias refeições gordurosas em lanchonetes, sobremesas gigantescas naquela torteria bacana e todas aquelas coisas deliciosas e que viram imediatamente gordura.
E a danada da gordura continua aqui. Ando meio resignado, mas vou continuar nessa vida de pessoa saudável. Vou lá correr sem sair do lugar, suar bicas, lutar com a minha preguiça e, claro, perder todo o meu prazer em comer. Todo. Todinho. Nada de refrigerantes, sorvetes, lanchonetes ou qualquer coisa que pareça minimamente deliciosa. E não, não venha me falar que soja ou qualquer comida não-gordurosa é gostosa. Ela é comestível, faz bem, engorda menos, mas daí a ser gostosa?
E depois de tudo isso eu possa, quem sabe, perder um centímetro. Ou dois. E meio quilinho, será? Gordura ingrata. Quando eu perco essa pança toda? Eu não quero ficar forte, não quero ficar definido, só quero perder a pança. Aliás, não me incomodo de ter sempre a carga mínima em todas as máquinas de tortura e nem de ter de correr todos os dias por meia hora. Eu detesto esse biotipo neandertal.
Meu histórico de brigas com a tal da gordura vem de longe. Nunca fui muito gordo, mas sempre tive aquela pancinha ingrata. Natação, karatê, dança contemporânea, yoga, nenhuma dessas aí foram muito eficiente. Resolvi intensificar e, apesar de meu grande desgosto, entrei para a academia. Faço corridas na esteira, bicicleta ergométrica, elíptico e todos aqueles aparelhos da inquisição espanhola. Dois meses depois e a diferença não foi assim tão gritante. Ou melhor, que diferença? Minhas pernas ficaram mais grossas, mas a pança? Ok, longo prazo, eu sei. Meses, anos, décadas? Não sei.
O ticket alimentação é outro culpado. É dinheiro, mas não é, então bora comer! E lá se vão várias refeições gordurosas em lanchonetes, sobremesas gigantescas naquela torteria bacana e todas aquelas coisas deliciosas e que viram imediatamente gordura.
E a danada da gordura continua aqui. Ando meio resignado, mas vou continuar nessa vida de pessoa saudável. Vou lá correr sem sair do lugar, suar bicas, lutar com a minha preguiça e, claro, perder todo o meu prazer em comer. Todo. Todinho. Nada de refrigerantes, sorvetes, lanchonetes ou qualquer coisa que pareça minimamente deliciosa. E não, não venha me falar que soja ou qualquer comida não-gordurosa é gostosa. Ela é comestível, faz bem, engorda menos, mas daí a ser gostosa?
E depois de tudo isso eu possa, quem sabe, perder um centímetro. Ou dois. E meio quilinho, será? Gordura ingrata. Quando eu perco essa pança toda? Eu não quero ficar forte, não quero ficar definido, só quero perder a pança. Aliás, não me incomodo de ter sempre a carga mínima em todas as máquinas de tortura e nem de ter de correr todos os dias por meia hora. Eu detesto esse biotipo neandertal.
16 de abril de 2008
Minhas noites de mirtilo
Ele continua com seus corações partidos, os cafés, a solidão, as músicas gostosas, a comida e os trechos em uma câmera lenta e borrada. Mas sinto falta da língua estranha aos meus ouvidos e das pessoas tão parecidas entre si... 
Eu nem sei muito bem como conheci Wong Kar-Wai (ou Kar Wai Wong). Amor à flor da pele foi o primeiro deles e fiquei besta com a sutileza, os boleros, os anos cinqüenta e esse amor aos pouquinhos. Em seguida veio a livre continuação, Apartamento 2046, com as mudanças do personagem principal do primeiro. Por sorte, passou um especial sobre os filmes de Wong, mas infelizmente acabei vendo somente dois: Amores Expressos (California Dreaming, do The Mamas and the Papas dando o toque no filme nas partes da garçonete que queria ser aeromoça) e Felizes Juntos (filmado nas Cataratas do Iguaçu e em Buenos Aires). Todos com histórias de solidão, amores partidos, músicas maravilhosas e, claro, comida. My Blueberry Nights (ou, em um das piores traduções possíveis: "Um beijo roubado") é o primeiro filme de Kar Wai com um elenco internacional: Jude Law como o dono de um café, Norah Jones e sua "Lizzie", além de Natalie Portman como uma ótima vigarista. Minha dica: não leia as críticas e vá ver o filme. Depois veja se gosta ou não.

Eu nem sei muito bem como conheci Wong Kar-Wai (ou Kar Wai Wong). Amor à flor da pele foi o primeiro deles e fiquei besta com a sutileza, os boleros, os anos cinqüenta e esse amor aos pouquinhos. Em seguida veio a livre continuação, Apartamento 2046, com as mudanças do personagem principal do primeiro. Por sorte, passou um especial sobre os filmes de Wong, mas infelizmente acabei vendo somente dois: Amores Expressos (California Dreaming, do The Mamas and the Papas dando o toque no filme nas partes da garçonete que queria ser aeromoça) e Felizes Juntos (filmado nas Cataratas do Iguaçu e em Buenos Aires). Todos com histórias de solidão, amores partidos, músicas maravilhosas e, claro, comida. My Blueberry Nights (ou, em um das piores traduções possíveis: "Um beijo roubado") é o primeiro filme de Kar Wai com um elenco internacional: Jude Law como o dono de um café, Norah Jones e sua "Lizzie", além de Natalie Portman como uma ótima vigarista. Minha dica: não leia as críticas e vá ver o filme. Depois veja se gosta ou não.
11 de abril de 2008
Quem?
Parece que ainda não me conheço. Depois de vinte e poucos anos ainda não sei quem é esse tal de Vinicius e nem o que ele veio fazer por aqui. Às vezes me vem uma força que não acredito sequer ter, mas em outras ocasiões, uma pasmaceira insuperável. Misturo um velho deprimido com um guri brincalhão, uma menina chorona e uma mulher de fibra. Mas será que sendo muitos acabo por não ser ninguém? Quais são meus gostos? Quais meus pontos de vista? E meus posicionamentos?
10 de abril de 2008
Vixi!
Dizem que os cactos não dão trabalho: água uma vez por mês, sol e um pouco de atenção. Pois é, o meu morreu...
4 de abril de 2008
Tchai, tchai!
Pedi um capuccino. Simples, grande e com muito chantilly. "Italiano ou indiano?". O quê? Na hora imaginei um café com curry, mas resolvi experimentar. E chega a xícara com um líquido meio marrom e decorado com uma mandala de chocolate desenhada na espuma. Será? Bom, só sei que hoje em dia mandei o italiano de volta pra Roma e só fico com o chai, que custa o mesmo preço. Mas que negócio é esse? Pra começar, nem café isso é! Chai é simplesmente a palavra em hindu para chá, mas o certo mesmo é dizer que você quer um massala chai com leite, apesar de ser bem mais fácil dizer só um "me vê ai um tchai!". O difícil é imaginar que um chá preto (pode ser também um assam ou mesmo mate) temperado com cardamomo, canela, gengibre, anísio estrelado, pimenta preta, noz moscada, cravo e até mesmo açafrão e adicionado de leite possa ficar gostoso. Mas fica! E agora tenho de me controlar pra não tomar um desse todos os dias!
Acabei de descobrir no Sugar and Spice uma receita desse chá indiano temperado!

3 de abril de 2008
Sojando
2 de abril de 2008
E se...
Às vezes acho que no dia em que me aparecer um monge budista ou um guru indiano, todos os perrengues aqui na minha cabeça vão fazer sentido. Vamos sentar no chão, tomar um chai, acender uns incensos e tudo vai se arranjar, pois já estou cheio dos meus "e se...". Buda, Krishna ou (insira aqui sua entidade preferida), através de seus intermediários e ensinamentos, vão dizer coisas que me farão pensar "ahhh, então é isso" e pronto. Mas enquanto eles não entram no meu chat line mental, vou ali pra faculdade, pois é o melhor que faço...
28 de março de 2008
Retalhando
27 de março de 2008
Não-mudanças
Tudo muda o tempo todo, mas aqui, mesmo com as mudanças, nada muda. Talvez mude por um, dois dias, voltando sempre pro ponto de partida. Como o clima: um dia pode chover, mas o sol alguma hora vai aparecer.

25 de março de 2008
Entre tempos
O mundo todo correndo ao meu redor e eu aqui observando... Não fazer nada às vezes é tudo!
19 de março de 2008
11 de março de 2008
E tudo de novo!
Tudo de novo, mas será que vai ser diferente? Bom, comprei um caderno novo pra começar bem. Estudo, estudo, estudo, pois não quero vagabundar, já que só falta um ano e meio pra me formar.

4 de março de 2008
A rosa de Dona Yema
Foi então que ela me deu uma rosa. Mas por quê? Por ter viajado algumas horas pra chegar lá? Por querer buscar mais espiritualidade? Por finalmente tentar entender minha cabeça e tudo que se passa entre esse bando de
neurônios malucos? Não importa. Durante quase todo o tempo fiquei segurando aquela rosa branca e perfumada. Trouxe de volta pra cidade e a deixei em um dos lugares que mais me sinto em casa quando estou fora de casa. A rosa agora enfeita uma garrafinha estilosa de um vinho nacional gostoso, baratinho e simples.

28 de fevereiro de 2008
Não sou feito de papel
Agora cai uma chuva como há tempos não via. Aliás, a danada da chuva cada dia que passa anda mais forte. Tudo bem que quem mora aqui no planalto central passa uns quatro meses sem ver uma gotinha de água cair do céu, mas não precisa desabar tanto H2O de uma vez. Mas o bom é que de vez em quando Seu Pedro resolve fechar a torneira do céu e dar de presente pra quem quiser um pôr-do-sol de se cair o queixo, como esse que roubei há alguns dias:

22 de fevereiro de 2008
Crássicos
Todo mundo tem aquele filme que não viu e morre de vergonha de não ter visto. São geralmente aqueles que vêm com um "imperdível" escrito em letras enormes, seguido do nome do crítico ou do jornal internacional que você nunca leu. Então são aqueles que deixam as pessoas de boca aberta quando você diz, humildemente, que não viu. E todos comentam cenas perfeitas, atuações memoráveis e, algumas vezes, soltam até mesmo o final da película. Mas tudo bem, sempre há feriados e sempre existem promoções de locadoras para filmes fora da prateleira de lançamentos. E foi o que fiz: colchão na sala, pipoca de panela, filmes na mão e uma ótima companhia. E lá se foram musicais contra a guerra do Vietnan, odisséias espaciais, jantares franceses na Dinamarca, casais de bandidos argentinos na década de cinqüenta, laranjas mecanizadas, entre outros. Mas claro, sempre há espaço para aquela comédia romântica de derreter manteiga ou mesmo alguns episódios daquela sitcom que não passa mais na tv para dar aquela contrabalanceado nos filmes mais cabeçudos.

21 de fevereiro de 2008
A pinta danada
Essa pinta é danada! Ela me faz rir todos os dias e me manda os e-mails mais gostosos. E, claro, adora esfirra de chocolate. Não acha ruim de eu não saber cozinhar nada além do básico para não morrer de fome e ainda arranja tempo e paciência pra me ensinar a fazer alguns quitutes. Com ela conheci o cardamomo, mas só deu tempo de dizer um "oi!" (prometeu nos apresentar outro dia, com direito a toda pompa e circustância). Pimenta-do-reino não pode faltar, assim como um alho bem picadinho. Acredita que outro dia me ofereceu um chai? E eu só queria um cafézinho... Depois me embebeda com suas caipiroskas e me faz dizer barbaridades. Dançava de um jeito contemporâneo: os joelhos molinhos, a nuca alongada e os braços como ondinhas, mas o seu negócio é mesmo o bom e velho samba. E essa pinta danada tá me deixando cada vez mais molenga aqui por dentro...

20 de fevereiro de 2008
Kahza
Penso cada vez mais na minha casa, aquela cheia de pronomes possessivos da primeira pessoa do singular: minha cama, minha caneca de chá, meu travesseiro, meus quadros, minhas fotos, minhas angústias, minhas alegrias, minhas dores de cabeça. O grande problema é que ela ainda não existe por completo, por mais simples e exótica que seja minha concepção de "home, sweet home". As outras casas, por outro lado, passam cada vez mais a serem menos minhas...

5 de fevereiro de 2008
El Zorro!
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