30 de junho de 2014

Bandeirinhas

E então a gente resolveu ir no arraial dos alternativos. Percebi que to precisando ficar mais colorido, mais leve, mais simples, mais tosco. A vida não precisa ser tão pesada, cinza. Tava precisando arejar minha cabeça.  E arejei.

29 de junho de 2014

Promo

Eu nunca pedi um aumento em nenhum emprego, nem havia sido fui promovido. Preferi focar minha vida profissional em trabalho duro, em cumprir prazos, não faltar. Eu sei, quem não chora não mama, mas no meu caso acabou dando certo. Na última quinta chegou na minha caixa de email uma mensagem da principal sócia da equipe me informando que fui promovido a advogado pleno e que teria um bom reajuste de salário, anexando uma ótima avaliação do meu último ano de trabalho.

Eu não sou bom com elogios. Sei lá, autoestima baixa e um complexo de fraude, do tipo que as pessoas parecem não perceber que sou bem pior do que elas me vêem. 

Mas faz tão bem receber a promoção e o aumento. As contas já não estavam mais fechando e agora vai dar uma folga, até quem sabe sobrar um pouco.

E agora certamente vai aumentar a carga de trabalho, a exigência e tudo mais. Mas é bom perceber o amadurecimento profissional e pessoal.

O duro é que demorou tanto. Mas talvez na minha tudo seja mais devagar mesmo. Notei que alguma coisa fez um clique na minha cabeça, depois de penar tanto.

Agora é tentar me (re)encontrar. E pensar em como vão ser os próximos passos.

(Essa foto tirei da parede do quarto quando o sol entrou pelos buraquinhos da cortina de ferro)

24 de junho de 2014

Fwd: Cucina

Eu ando gostando de cozinhar, de pesquisar receitas, olhar livros. E nunca imaginei que fosse gostar tanto. Às vezes a comida sai completamente estranha, outras vezes não sai exatamente como eu queria, mas fica bom, e outras vezes sai perfeito e me dá aquele orgulho.

E então penso em todos aqueles cafés e restaurantes cobrando super caro por uma fatia cheesecake xexelento que com o preço da fatia eu consigo fazer quase que um x-bolo inteiro. Ok, tem vezes que a gente só quer uma fatia mesmo e não passar horas triturando biscoito, fazendo a base e batendo cream cheese, além da calda de frutas.

Mas o fato é que nos livramos do delivery de comida. Tudo bem que não estamos nos alimento assim de forma tão saudável, mas tudo bem, uma hora a gente recomeça com os sucos verdes, os smoothies, as comidas sem glúten e tudo mais.

Enquanto isso tem dadinhos de tapioca com geleia de pimenta (ambos feitos em casa!), cheesecake, bolo de cenoura ralada e até bouef bourguignon (ou cozidão de carne de segunda no vinho!).

23 de junho de 2014

Na Copa, na cozinha

Eu não sou uma pessoa do futebol. Nunca torci pra nenhum time, nunca acompanhei campeonatos, era sempre o último a ser escolhido nos times de futebol na Educação Física e nunca tive álbum de figurinhas do Campeonato Brasileiro ou da Copa. Mas adoro esse clima de Copa do Mundo.

Não sei as regras direito e nem presto muita atenção no jogo, mas adoro sair mais cedo do trabalho e poder beber de dia, de vez em quando vendo o jogo e gritando.

E apesar de todas as previsões catastróficas para a Copa do Mundo no Brasil, tudo parece estar correndo bem. Estádios, estrangeiros, carnaval, botecos. E folgas!

Eu adoro a Copa! E a cozinha também, né? Mais chances de fazer petiscos e ver o jogo numa segunda-feira de tarde.
 
E espero mesmo que o Brasil seja campeão, mesmo que comprado!
 
 

21 de maio de 2014

Cadarço

Sentei e fui amarrar o cadarço do meu sapato. Um sapato preto social de couro e bem gasto. Na hora tive a mesma sensação de quando aprendi a amarrar o cadarço do meu tênis, quase como se a minha perna de criança houvesse se sobreposto à minha perna de adulto. Não lembro como era tênis, mas devia ser pequeno, colorido e gasto e alguma meia colorida e com bichinhos, ao menos foi assim que enxerguei no meu flashback.

Como aquele tênis virou esse sapato?  Como foram passar quase trinta anos desde aquele momento. Como fui aceitar usar esse sapato. Ninguém me avisou.

Qual será o próximo sapato?

14 de maio de 2014

Né?

O dinheiro começou a não durar mais até o final do mês, mas tinha que durar e até mesmo sobrar.

Não que tivéssemos um estilo de vida luxuoso, cheio de regalias, mas precisávamos cortar algumas coisas. Cortamos as entregas de comidas. Nada de pizza, esfirras e outras gordurices. Passamos a fazer comida em casa, afinal de contas é mais saudável. E economiza.

Eu sinto falta da pizza e da esfirra. E de comer no shopping. Sinto falta de comprar roupas e besteiras. Mas como vamos mudar, precisamos economizar dinheiro.

Aliás, achei que esse negócio da mudança já estava certo na minha cabeça. Bem, eu raspei minha poupança e dei minha palavra. Mas foi só fazer isso pra não ter mais vontade de voltar. Comecei a gostar de novo daqui e de tudo. Talvez eu goste mesmo de querer o contrário daquilo que eu queria há até pouco. Talvez seja isso. Não, não é isso (brincadeira).

Eu não tenho a menor ideia de onde quero chegar. Se quero ficar, se quero ir, se quero continuar, se quero parar.

Eu não tenho mais poupança e o dinheiro não está dando. Mas uma hora vai dar. E a poupança vai começar de novo. E eu vou recomeçar. Ou voltar pra como era antes. Ou talvez não. Pode ser que tudo seja diferente. Ou igual.

Às vezes esqueço que já tenho trinta anos. Eu não me sinto com trinta, o que pode ser um pouco ridículo. Não me sinto maduro, não quero ter filhos nem cachorro. Quero viajar, ver seriados e escutar música.

4 de abril de 2014

Cansaço

Um cansaço que já é maior do que meu corpo. Como se eu tivesse vivido mais de cem anos, muito mais do que meu corpo aguentaria. Pensando bem, sinto como um cansaço de um castigo corporal de mais de cem anos. Como se eu tivesse sido condenado por um crime muito grave que já nem me recordo mais. E a pena desse crime fosse então cem anos de castigo. Cem anos sem descanso.

Será que já estou perto do fim da minha pena? Será que apenas vou ser transferido de prisão? Será que esqueceram de me falar que a pena já acabou e eu ainda estou aqui cumprindo?

A única coisa que sei é meu cansaço. Maior do que eu. Incansável.

27 de março de 2014

A vida, essa doida

A vida sempre gosta de te lembrar que ela é uma doida. Você está lá confortável levando sua vida do jeito que você dá conta, esquece várias coisas importantes que você achava essencial há alguns anos, deixando de se alimentar direito ou cuidar da saúde, esquecendo seus amigos. E dai a vida já não é mais vida. Virou ali uma coisa estranha, cinza, sem graça. Aliás, você já nem consegue mais se diferenciar dessa coisa. Você fica cinza, estranho e sem graça.

E então BANG! A vida te dá um susto. Meus deus, o que eu estava fazendo isso? Por que deixei minha (não)vida ficar assim?

Esse BANG demora às vezes, mas sempre vem. E você repensa tudo. Mexe em tudo. Talvez a vida vire de novo estranha e cinza. Mas depois vem outro BANG. Até você acertar pode levar muitos BANG. Mas tudo bem. Uma hora a gente acerta.

Por isso que é bom lembrar que a vida é essa coisa louca. Nunca dá pra se apegar ao seu cotidiano. Nunca dá pra ficar confortável. Pensando bem, ficou confortável, vixi, espera o BANG.

Vida, essa louca.

Meu BANG ta chegando. Daqui a pouco mudo de novo. Não sei se acerto, mas quando chegar o outro BANG dai eu vejo.

14 de março de 2014

Mudar

Uma vida mais simples. Essa é a ideia que vem marcando meus pensamentos ultimamente. E fica até engraçado perceber que simplificar é muito mais difícil que levar a vida com esse monte de complicação.

Se pensar bem, minha vida é simples: não tenho filhos, não tenho animais de estimação, não tenho casa própria, não tenho carro. Meu trabalho tem uma rotina mais ou menos estável e conheço bem a região que moro e trabalho.

Mas nos últimos meses notei como minha saúde tem piorado. Uma infecção de garganta me derrubou e desde então tenho uma tosse seca que não me larga. Insônias, cansaço permanente, dores de cabeça, dificuldade de relaxar. Não vou ao dentista, só vou ao médico quando estou quase morrendo. Não faço atividade física, apesar de caminhar todos os dias para a estação do metrô. Não faço amigos novo. Não faço mais nada criativo, nem tenho ideias legais. A vida virou uma grande chatura.

Talvez eu não quero uma vida mais simples. Quero uma vida mais cheia. Quero cuidar da minha saúde, quero relaxar, quero criar coisas, quero sair dessa estagnação que me segue desde, sei lá, desde que eu me lembro.

Mudar talvez não resolva muita coisa (como não resolveu na última mudança). Mas mudar vem com toda aquela novidade e, claro, uma certa esperança de fazer as coisas diferentes. Mais ou menos como a véspera de ano novo que deixa a gente cheio de planos para o ano seguinte, mas que aos poucos vão ficando esquecidos na listinha de resoluções.

Bom, eu quero mesmo é mudar minha cabeça. Só isso!

12 de março de 2014

Não dá pra saber

Acostumei com a cadência do cotidiano. Pode não ser o dia-a-dia mais confortável, mas é previsível. Tudo ocorre mais ou menos como o esperado. Trabalho, casa, metrô, livro, tevê.

O estranho é que sempre pode acontecer algo inesperado. Em um dia posso ser atropelado. Outro dia posso encontrar um amigo na rua. No outro posso decidir não trabalhar e vou pro clube.

Hoje cheguei no trabalho como todo dia. "Você pode ir a Brasília fazer o protocolo de uma petição?". Claro, moleza. E ainda poderia passar a noite na casa dos meus pais.

Mas nada é de graça. Passei uma das piores tardes da minha vida reunindo documentos pra um trabalho que nem entendi direito. Ouvi gritos de pessoas que não trabalham comigo. Corri pra um órgão administrativo que nunca imaginei que existia. Fiz o protocolo faltando menos de um minuto pro prazo, depois de correr, cair, derrubar papeis e tudo que uma comédia pastelão pede.

Mas só pensava que dali a pouco veria meus pais. Abraçaria eles, jantaria uma comida gostosa feita pela minha mãe. Conversaria besteiras e iria dormir em Brasília, algo que nunca imaginaria possível na hora que acordei em São Paulo.

Então percebi que (01) a gente não tem quase nenhum controle sobre a vida. Tudo pode acontecer entre a hora que a gente acorda e a hora que se vai dormir.

E (02) nada é tão simples como parece.

E (03) apesar de acontecerem coisas péssimas, sempre é possível aproveitar algo de bom de tudo o que rolou.

Vou tentar não me arrastar tanto na vida. Tanta coisa pode acontecer entre a hora que a gente nasce ate a hora que o caixão se fecha. E não dá pra saber quando essa tampa vai fechar.

10 de março de 2014

Carnavalizar

Não tenho muitas lembranças de carnaval. Tirando uma ou outra foto com fantasia de Zorro ou com máscaras feitas nas aulas de arte do colégio. Bem, acho que o carnaval não foi algo tão presente na minha vida.

Não fui um adolescente carnavalesco. Aliás, acho que quando era mais novo não era legal gostar de carnaval em Brasília. Os dias de folia eram basicamente para jogar videogame até mais tarde, comendo pizza com refrigerante. Além de comer churrasco, tomar banho de piscina, essas coisas.

Depois lá pelos meus vinte e poucos anos, carnaval era para se curtir festas de rock e beber cerveja. Nada de folia.

De uns anos pra cá descobri que gosto de carnaval. Desses carnavais de bloquinho de rua, marchinhas, pessoas com fantasias toscas, latinhas de cerveja e mistura de pessoas. De ficar com as pernas doendo de dançar atrás do bloco, de ouvir um milhão de vezes as marchinhas de sempre, de encontrar gente na rua, de rir com as pessoas, tirar fotos com gente que nunca vi na vida, de dançar em lugares públicos.

Eu não sabia que carnaval era isso. Para mim era apenas aquele desfile de escolas de samba com carros alegóricos malucos, e mulheres sambando com muitas penas e pouca roupa, além de músicas intermináveis.

Carnaval é rua. É tosquice. É risada. São aquelas marchinhas antigas que o Silvio Santos cantava no SBT. É mistura. É gente beijando na boca no meio da rua. É ver que duas cangas viraram tantas fantasias diferentes nesse carnaval de São Paulo.

Depois de passar alguns carnavais de rua eu entendi o que faz a gente ser brasileiro. É se divertir assim com quase nada. É juntar gente que nunca se viu antes e curtir na rua. É se divertir assim sem se preocupar com o que vão pensar.

Eu quero é botar meu bloco na rua!

25 de fevereiro de 2014

Depois de pensar

Passei o dia todo em casa tentando descansar e me recuperar dessa dor de garganta e ouvido. Pensei então na minha vida e entendi que quero mesmo uma vida mais simples. Uma casa com jardim e quintal, quem sabe. Mais tempo pra minha vida pessoal. Fazer yoga, natação, stand up paddle, academia, meditação, relaxamento, massagem e tudo mais. Mais tempo pra ler, pra ouvir música, pra estudar. E um trabalho mais significativo, algo que tenha algum retorno para a sociedade, algo em que eu acredite. Mais natureza na minha vida. Cachoeira, praia, montanha, viagens. Menos trânsito, menos carro, mais bicicleta, mais patins, mais parque, mais céus. Menos dia inteiro no trabalho, menos almoçar em poucos minutos, menos não saber a hora de voltar pra casa. Mais saúde, mais bem-estar, mais chá verde, mais suco verde, mais frutas.

Uma vida mais tranquila com menos coisas, menos gastos, menos ostentação. Não preciso ganhar muito dinheiro.

Agora é colocar em prática pra começar essa mudança!


Real

Depois de quase dois anos de empresa tive minha primeira falta. Uma tosse de alguns dias, dor de garganta, dificuldade de respirar, moleza no corpo. Perguntei pra médica se eu poderia trabalhar no dia seguinte e ela me disse que o ar condicionado poderia acabar de vez com meu sistema imunológico. Fiquei meio culpado em faltar, mas aceitei a recomendação médica.

Ando completamente desconectado da minha vida e realmente um dia de folga para não fazer nada é uma boa pedida para tentar colocar o pensamento em ordem.

A casa está uma bagunça, assim como a vida e a cabeça. Medo de falhar, medo de voltar, medo de ficar, medo de adoecer, de enlouquecer, medo...

Não tenho vontades. Tudo é uma sequência de "tanto faz". Isso ou aquilo!? Pouco me importa. O resultado é o mesmo.

Voltar, ficar, mudar, parar. O problema todo é interno e pouca diferença faz o cenário externo. Basta então entender o que se quer, procurar uma conexão com o mundo. E qual é minha conexão? Qual o meu trabalho, minha meta? Não passar fome, não morar na rua e não ficar desempregado têm sido metas muito baixas.

Hoje vou tentar tirar o resto da tarde para ouvir música e ler. Como naqueles romances do século XVIII que a mocinha dormia, lia ou ouvia música para fugir da realidade. Bem, talvez o que eu esteja vivendo na vida real já¡ seja uma fuga da minha própria realidade. Uma outra realidade. Minha realidade.

16 de fevereiro de 2014

Lógica analógica

Ando numa vontade de reduzir o ritmo de várias coisas na minha vida com o objetivo de me reconectar comigo mesmo. Em algum momento desses últimos anos, principalmente depois de vir morar em S. Paulo, me perdi de mim. Mas talvez esteja na verdade conseguindo me reencontrar. 

Lembro dos vinis de quando era pequeno. Minha irmã tinha um desses enormes aparelhos de som com vitrola, rádios e tocadores de fica k7. Eu tinha alguns discos herdados e ganhados. Alguns da Xuxa, dos Simpsons, do Jive Bunny, do Balão Mágico. Adorava colocar a agulha em cima dos discos, brincar com a velocidade, ouvir a voz ficar mais aguda e rápida ou mais grossa e arrastada. Mas nunca me senti muito a vontade, pois a vitrola ficava no quarto da minha irmã. 

No começo da década de noventa meu irmão viajou para fora e trouxe um aparelho de CDs. O primeiro disco que vi na vida foi o do Dire Straights. E então ninguém mais queria os vinis. Vieram outros aparelhos de CDs e mais discos. E os vinis foram doados e vendidos por quase nada. 

Depois os mp3, discografias inteiras, discos vazados antes do lançamento. Depois o streaming, as playlists e tudo mais. 

Quase vinte depois, eu e meu marido resolvemos comprar uma vitrola, assim do nada. Quer dizer, fomos comprar uns vinis usados para o aniversário de um amigo. E saímos direto para uma busca de um vitrola com um preço acessível. Não existe. Então parcelamos em algumas vezes no cartão de crédito, mas voltamos pra casa com uma de madeira com visual meio tosco dos anos 40 que tem radio e fica k7. E de uma marca que nunca ouvi falar. Mas que toca discos que é uma beleza. 

Ouvir de novo discos de vinil ressignificou o meu jeito de ouvir música. Eu não comprava música havia muito tempo. E nem dava muito valor para os discos novos dos artistas que sempre gostei. Ouvia, gostava e deixava num eterno modo randômico no meu celular pra ouvir enquanto caminhava na rua ou ia pra academia. 

De repente nós vimos em casa com uma pilha de discos usados, alguns com dedicatórias de amigo secreto de 1986. Ouvir as faixas na ordem que o artista escolheu, trocar o lado do disco, colocar a agulha, ver arte da capa. Tudo isso eu havia esquecido. 

Esse retorno ao analógico me fez perceber que preciso dar um novo significado para vários outros aspectos da minha vida. Preciso simplificar, retomar, perceber, sentir e tocar as coisas. 

Essa vida digital em que nada mais tem forma física é realmente ótimo. Ler, ouvir, escrever, assistir tudo instantaneamente, sem se preocupar com peso, forma, data de validade. Mas é bom também não perder o parâmetro físico, analógico. 


2 de fevereiro de 2014

Sereia do mar

Hoje é dia de Iemanjá e apesar de não seguir nenhuma religião, gosto muito da Rainha do Mar. Não estou perto da praia, então resolvi acender uma vela azul e pensar em coisas boas. Pensar no mar.

Faxina em casa e no corpo, cabeça cada vez mais em ordem.

Ainda não sei bem como vai ser esse ano, mas sinto que vai ter muita coisa boa. Até o mapa astral foi bom.

Não mudei de emprego ou cidade, mas mudei um pouco minhas perspectivas. Melhorei a alimentação. E quem sabe consigo vencer a preguiça e voltar pra academia.

Fevereiro está começando e vai ser ótimo!

2 de janeiro de 2014

Já começou o ano

Nesse ano não tive a tradicional tristeza de reveillon. Talvez tenha sido muito espumante ou quem sabe foi chegar em uma festa com um monte de desconhecidos menos de uma hora antes da meia noite. Em compensação, exatamente pelo excesso de espumamente, perdi a consciência por algumas horas e não lembro praticamente nada do que fiz. Quando voltei a mim estava voltando a pé para casa junto com o Iran, já de manhã, sem muita ideia do que eu possa ter feito enquanto Iran dormia no sofá.

Ou seja, se o ano for reflexo da festa de reveillon, 2014 não vai ser fácil, mas espero que seja divertido.
 
O primeiro dia foi inteiro na cama com uma das maiores ressacas da minha vida, vendo uma maratona de Friends e me lembrando como eu gostava de assistir aquela série. Mas agora que sou mais velho do que eles naquela época, vejo como tudo aquilo é completamente fora da  realidade.

Não tenho ainda a menor ideia do que vou fazer nesse ano. Vim hoje me arrastando para o escritório pensando no que vou fazer. Ainda não sei, espero conseguir entender isso ainda no começo do ano.

Mas espero que seja melhor do que o ano que passou! Vai ser sim!

31 de dezembro de 2013

Já já

Daqui a algumas horas vai acabar o ano. Finalmente 2014 vai começar! Enquanto isso, tiramos o dia para rituais de fim de ano. Defumações, espoliações, soneca, camomila e, claro, espumante. E o calor dessa cidade. Parece que faz uns 40 graus. 

Vai rolar uma festa na casa do amigo da amiga do amigo da amiga do Iran. Espero que seja legal. Ok, eu sempre tenho problemas com ano novo. Sempre fico super animado, mas de repente fico super triste. E só vou me recuperar no dia seguinte. Quem sabe agora no meu trigésimo réveillon eu consiga ficar tranquilo.

Quero me descobrir no que vem. Cansei dessa vida de gado, cansei dessa chatice. Quero um trabalho que tenha a ver comigo. 

Vem logo, dois mil e quatorze. Ou catorze. Ok, 14.  

28 de dezembro de 2013

Quase quase o último dia!

Finalmente alguns dias pra poder descansar, refletir sobre o final do ano e ver o que vai ser diferente no ano que vem.

Eu não sou assim tão ligado no Natal. Aliás, a gente não é nada natalino, tirando a rabanada. Mas no ano novo eu tenho minhas superstições. Gosto de cueca nova e com alguma cor diferente. E uma camisa nova também, com algum significado pra mim. O ruim é que tenho tanta expectativa com o último dia do ano que sempre me frustro. Nunca me divirto no último dia, apesar de ter todo um ritual. 

Nesse ano quero ficar mais tranquilo. Não me preparar muito e não ter muita expectativa. Até agora não sei onde vou passar as últimas horas do ano. Prefiro assim. 

Só sei que quero que o próximo ano seja bem melhor do que esse. Vai ser!

19 de dezembro de 2013

Ipê

Voltei da viagem e nunca senti tanta dificuldade para me adaptar ao ritmo de vida de pessoa trabalhadora.

A viagem me fez querer ser mais leve, não levar tudo de forma tão pesada. Me fez querer ter uma vida mais simples, com mais horas livres.

E então chego no escritório e já tenho um milhão de coisas para fazer. Aliás, este mês de dezembro tem sido o mês que mais trabalhei na vida. E trabalhando em algo que não acredito, ajudando gente rica a ficar mais rica, levantando riscos ambientais que as empresas estão pouco interessadas em saber e trabalhando com essa fantasia ultrapassada que é o tal do terno-e-gravata.

Enquanto isso tento dar um flashback na vida. Encontro pessoas do meu antigo emprego e tento me imaginar de novo em um órgão público, com horário mais flexível e carga mais humana. Aliás, justamente essa carga mais tranquila tenha sido um dos motivos que me fizeram buscar um trabalho na iniciativa privada.

Ok, eu sei que existem vários outros tipos de trabalho, mas no momento eu não sei exatamente o que quero fazer, o que é bem frustrante quando se tem já trinta anos.

De qualquer forma, quero que o próximo ano seja mais tranquilo, que eu tenha mais tempo para a minha vida pessoal. Chega de mundo corporativo, de fusões, aquisições, auditorias, riscos e tudo mais. Vida simples, coisas simples, trabalho simples. Não sou uma pessoa complexa, não me vejo como um advogado excepcional. Aliás, me vejo exatamente como um Zé Mané. Mais um cara com um trabalho ok, uma vida ok, um salário ok. Será?

Claro que não! Queria mesmo ter um trabalho diferente, criativo, não-corporativo. Mas eu não sei que trabalho é esse e, bem, minha formação é toda corporativa.

Mas é melhor ir aos poucos. Quero que meu próximo trabalho seja mais tranquilo e que me proporcione mais horas para a minha vida pessoal. Nada de trabalhar o dia inteiro e nos fins de semana. Ou se eu trabalhar assim, ao menos seja em algo que eu acredite!

2014, seja legal comigo que eu serei legal com você.

Ah, sonhei com um ipê branco. Só eu e o ipê branco florido. Hoje numa reunião maluca num desses prédios corporativos da Faria Lima, eis que está lá uma foto enorme de vários ipês, jacarandás e outras árvores parecidas. E, lógico, um imenso ipê branco.

Eu adoro sinais e coincidências. E interpreto do meu jeito. Então acho que 2014 vai ser legal. Esse período maluco vai terminar. E o próximo ano vai ser ótimo!

20 de novembro de 2013

Zeolandices

Eu não sabia muito bem o que imaginar da Nova Zelandia antes de ter vindo para cá. Na verdade a primeira impressão não foi das melhores, pois o aeroporto é bem longe da cidade e o hotel não é assim uma maravilha. Mas depois de passar o primeiro dia aqui achei realmente Auckland uma cidade incrível.
A primeira coisa que fizemos foi bem excursão de escola. Fomos ao Auckland Museum. É um museu com arte maori e coisas do início da colonização. Lógico que fomos ver uma apresentação maori. Uau! Os caras são demais. A dança de guerra é uma coisa que realmente dá medo. Eles batem bem forte o pé no chão, batem em seu corpo e gritam bem alto. Dizem que algumas guerras foram decididas só no grito. Imagina...
E descobri também que os maoris são parentes dos havaianos. Os ancestrais deles saíram da Ásia e foram para várias ilhas de canoa. Papua Nova Guiné, Polinésia. Chegaram até o Havaí e a Califórnia.
E vi também um passaro parente do avestruz, mas tinha quatro metros e nao tinha asas. E, claro, os kiwis, uns passarinhos sem asas. Parecem mesmo a fruta kiwi.
No final do dia dei uma volta sozinho pela vizinhança do hotel. Cheguei em um roseiral, um parque e uma praia. Tudo tão lindo e meio vazio. Parecia um filme de aventura. Eu ia andando, subindo escadas, descendo ladeiras, descobrindo lugares novos.
A cidade é bem mais simples e barata do que Sydney. As pessoas são mais simples também e há pouca gente na rua. Mas todos são muito simpáticos. O sotaque é complicado, mais difícil que o da Austrália. Eles demoram um pouco para me entender e eu para entende-los.
A viagem aqui nao tem muito roteiro. Vamos perguntando para as pessoas sugestões de atrações e como chegar. Com o tempo fiquei com preguiça de roteiros engessados e milimetricamente planejados.
Ia terminar o texto com umas expressões em maori, mas esqueci e fiquei com preguiça de pesquisar. Minha cara isso. Aliás, férias para mim é sinônimo de preguiça.