21 de fevereiro de 2025

Trabalha trabalha



Os dias têm sido de muito trabalho e muito cansaço. Os dias escorrem rápidos, quando vejo já está de noite. Mas é uma boa sensação marcar um "x" nas pendências ao longo do dia, resolver os problemas e perceber como já tenho uma muita expertise em várias coisas no escritório. Não é o trabalho dos meus sonhos, mas afinal qual seria? Não sei. Tento pensar e não me vem nada que não seja fictício e inalcançável. De qualquer forma, trabalho é trabalho. E mesmo que fosse o melhor lugar do mundo, aos poucos sempre se cai na rotina, pois é trabalho. E no final das contas o escritório é um bom trabalho. E o que importa é que chegou o final de semana!

11 de fevereiro de 2025

Livros 2024



2024 foi um ano que li menos, mas decidi não pensar como se fosse uma corrida maluca. Tento ler um pouco todos os dias, mas sinto que peguei um desafio enorme ao escolher ler Proust. De qualquer forma, aos trancos e barrancos, estou na metade do caminho. É provável que eu leve ainda o ano todo de 2025 e talvez um pouco de 2026 para terminar a saga do Em busca do Tempo Perdido.

1Q84 - Haruki Murakami 
Todo ano tento ler ao menos um livro de Murakami e o escolhido do ano foi o 1Q84. Uma saga em dois volumes enormes, mas devorei. Todos os ingredientes que mais gosto do Murakami estão lá. Personagens solitários, comida e um pouco de realismo fantástico. É um livro ótimo e que ficou comigo por um tempo depois do final da leitura. Uma das personagens, em um momento de isolamento, começa a ler o Em Busca do Tempo Perdido do Proust, mas larga logo em seguida, pois para ela parecia falar de um outro planeta. Fiquei intrigado e logo em seguida comecei minha saga do Proust.

No caminho de Swann - Marcel Proust 
A única coisa que eu sabia do Proust era a cena das madeleines e a xícara de chá, de como essa combinação lembrava imediatamente sua tia. Eu gosto de madeleines, o seu formato de conchinha, seu gosto meio de bolinho do lanche do final da tarde. A famosa cenas já acontece logo no começo, bom que não tem enrolação em relação às expectativas de grande parte das pessoas. O livro não tem palavras complicadas, mas fiquei perdido com o tamanho gigantesco dos capítulos, além dos parágrafos que seguem por várias páginas. Aliás, os parágrafos viraram capítulos para mim. Para navegar no livro tentava sempre deixar um começo de parágrafo para me guiar no próximo dia. Eu estava acostumado a ler meia hora, quarenta minutos, passei a ler apenas dez, quinze minutos. Demorei para engrenar e entrar mesmo no livro. A infância do narrador é cheia de cenas bonitas com os pais, a empregada e a tia (da madeleines). A vontade do beijo diário de boa noite da mãe.

À sombra das moças em flor - Marcel Proust 
A história segue na adolescência do narrador. Agora apaixonado pela filha de um amigo dos pais. Um homem judeu que se apaixonou por uma mulher com fama ruim por grande parte da sociedade. Muitos passeios pelo Champs-Élysées do final do século XIX, brincadeiras. Uma viagem com a avó para uma cidade litorânea em um hotel que me lembrou o Grande Hotel Budapeste, de Wes Anderson. Passeios na beira-mar para conversar com as garotas, visitas ao ateliê de um artista. A amizade com um rapaz nobre, que aos poucos vira um grande amigo. O namoro do amigo com uma atriz de má fama. A vida militar do amigo nobre.

O caminho de Guermantes - Marcel Proust
O narrador já é um jovem adulto. De volta a Paris. O rápido avanço da doença da avó, aliás a cena da morte da avó é uma das minhas partes favoritas até agora e me deixou muito impactado, achei a narração muito real, quase documental, a morte real, sem idealização. O amigo nobre do livro anterior é de uma família nobre que dá nome a esse livro. Encontros nas casas dos ricos para jantares e discussões sobre vários assuntos, inclusive antissemitismo, com base no caso Dreyfus, um evento verídico de um militar francês de origem judia que foi falsamente acusado de traição no final do século XIX. Dei uma pesquisada e realmente ocorreu como foi narrado no livro. Eu não esperava essa discussão, justamente quando ainda ocorre uma guerra nos dias de hoje, impensável na época do livro. Muitos jantares nas casas dos ricos, muitas discussões sobre nobrezas europeias, mas é interessante que o narrador percebe que apesar da aura de nobreza, muitas das pessoas ricas ali são medíocres. E agora sigo para a outra metade do Em Busca do Tempo Perdido.

7 de fevereiro de 2025

Leveza



Depois da rotina do dia-a-dia, ali com dias nem tão bons, mas nem tão ruins, aos poucos sinto um pouco de leveza, um simples sorriso, uma piada meio sem graça. É importante enxergar essas pequenas vitórias, principalmente depois de tantos dias um pouco cinzas. E nada muito extraordinário aconteceu. Talvez mais sol, mais calor, talvez o carnaval que vem chegando. Não sei, mas também não importa muito. O importante é sentir um pouco mais de leveza.

31 de janeiro de 2025

Montanha russa ou lago da preguiça



Eu nem senti janeiro passar, mas talvez porque eu tenha ficado muito pensativo. Tenho me sentido mais introspectivo nos últimos tempos, mas não exatamente triste. Uma sensação de barulho de estática, um som que não é alto e nem baixo, um som que sempre está ali ao fundo. Acho que é importante sentir-se assim também. De qualquer forma os dias passam e não são ruins. A rotina em si não é ruim. E nem boa. Janeiro teve alguns sustos de saúde e houve também alegria, principalmente no dia da alta da minha mãe. Logo em seguida volta a modulação, sem grandes picos. Também não estou com planos de nada, tenho pensando mais nos ciclos das semanas. Não há grandes eventos ou grandes marcos. E talvez envelhecer é entender que isso também é bom. A vida não precisa ser uma montanha russa.

22 de janeiro de 2025

Susto



Que bom que existem hospitais e pessoas que trabalham na área da saúde. Meus pais são idosos e apesar de se cuidarem, de vez em quando precisam de cuidados. Esses dias minha mãe estava com muita tosse e falta de ar. Na hora lembrei da pandemia e todo o sufoco que passamos naqueles anos terríveis. Fomos ao pronto socorro e depois de alguns exames e umas três horas de espera saímos com o diagnóstico de pneumonia. Antibióticos e outros remédios fortes. Alguns dias depois ela piorou, os remédios não fizeram efeito. Voltamos ao pronto socorro para novos exames e uma nova receita, mas dessa vez colocaram uma pulseira vermelha na minha mãe, trouxeram uma cadeira de rodas e a levaram para dentro. Eu fiquei do lado de fora para assinar a papelada, enquanto a levavam para a enfermaria. Soro na veia, mais antibióticos. Uma leve melhora, mas recomendaram internação na UTI, afinal ela é idosa. Foram dois dias de internação. Nós dois juntos. Remédios, barulhos de aparelhos, medo e muita espera. Conversamos bastante, ela sempre se manteve tranquila. Conversas interrompidas por acessos de tosse. Não é a primeira vez que fico de acompanhante, então já sei mais ou menos o que esperar. Trocas de adesivo de acompanhante, preços abusivos do estacionamento, cada profissional de saúde na UTI com uma cor diferente de uniforme, da cabeça aos pés, parecia um outro mundo. Contei uma sete cores diferentes, quase um arco-íris. E eu virei a Assessoria de Comunicação da família, recebia telefones, encaminhava o PDF dos resultados dos exames, tirava fotos da minha mãe, resumia tudo o que acontecia. Depois de muitos exames, médicos, enfermeiros e muita espera: bronquite viral. Não precisava tomar tanto antibiótico e nem de tanta espera. Depois uma espera longa para a alta geral, pois é preciso comunicar em vários setores do hospital. O que importa é que ela está melhor e já está em casa. Espero que continue saudável. Bom que ganhou uma batelada de exames e verificou que está tudo bem. Que bom que existem hospitais e que minha mãe tem um plano de saúde. Apesar dos erros de diagnóstico o melhor mesmo foi irmos ao hospital.

9 de janeiro de 2025

Começou o ano



Agora já a alguns dias no 2025 e, claro, não é muito diferente do ano passado. Não dá para entender o ano só com alguns dias, mas sinto que estou diferente. Acho que mais tranquilo, mais simples. Tenho gostado da solitude, da tranquilidade de ficar em casa. Aliás, a casa ganhou um significado maior de aconchego nas últimas semanas. Não tenho grandes planos para 2025 e nem mesmo resoluções, além das genéricas do tipo tentar ser mais saudável, ter mais tranquilidade e bondade. Não prevejo muitas mudanças, mas também não tenho o dom da premonição. Talvez envelhecer seja entender que simplesmente está tudo bem, mesmo quando não está. E que o tempo sempre segue.

30 de dezembro de 2024

Boas festas



Eu não sou um grande fã de natal ou ano novo, quer dizer, não idealizo essa época, mas independente do que eu penso o ano vai acabar e outro vai começar. Com o tempo tenho entendido que o melhor é não idealizar muito. Claro, mas cadê o sonho? A essa altura tenho gostado mais se ser realista. O sonho é poder estar em casa com meu marido e os dois cachorros jogados pelo chão dormindo e quando ouço o barulho da respiração deles e os pequenos roncos que parecem um motor de um brinquedo antigo. E então para fechar o ano investi em ter uma casa bonita. Finalmente coloquei em prática algumas reformas simples que estavam há uns seis meses atrasadas. Contratei o serviço de reparo do rejunte do banheiro, do teto de gesso da área de serviço e a pintura do teto da cozinha, afinal são dez anos por aqui. Além disso, finalmente trocamos a máquina de lavar roupa e reformamos a geladeira, que ainda está boa, mas a pintura estava ruim. Eu nem sei de onde tirei essa energia para finalmente dar um jeito na casa. E agora parece que a própria casa mudou, voltou a ser um lugar bonito e aconchegante. E me deixou feliz de ter planejado e colocado em prática do jeito que pensei. 

Então são essas pequenas vitórias que têm me atraído. Não quero nada grandioso, quero essas mini-alegrias na vida. Quero o simples e por mais difícil que seja o simples, ele me parece mais natural, mais o caminho a seguir.

Gostei do natal simples. Meus pais, minha sogra, minha cunhada e os cachorros. E comidas gostosas. Depois um passeio para ver a árvore de natal do centro da cidade, que não gostei muito, mas na verdade não tenho que gostar, fico feliz que ela está lá e cumpre a função dela. Aliás, pela primeira vez montei uma árvore com um galho de cipreste que veio em uma cesta de coisas de natal. Gostei. 

Logo começa o ano novo e quero simples, as pequenas alegrias. Gostei de voltar a sorrir com meu marido por coisas tão pequenas. Lembrar das nossas piadas internas, conversar besteiras. Quero a rotina simples de passear com os cachorros no começo da manhã, caminhar aqui pelo bairro, fazer ioga alguns dias na semana, beber vinho nas sextas, assistir filmes, ir a shows, encontrar minhas amigas, visitar meus pais. Acho que vai ser bom o 2025. Não ótimo, mas bom. Bom já está ótimo!

21 de dezembro de 2024

Sol e natureza


Acordei com os costas com aquele ardido de sol e na hora parecia que eu tinha me transportado para a praia. Como é bom um teletransporte assim tão fácil. Na realidade tinha muito tempo que eu não tomava sol ou ficava mais perto da natureza, mesmo que seja algo tão fácil. Parece que a gente esquece que é bicho e precisa de sol e natureza. Não é difícil, mas no dia-a-dia essa necessidade fica em segundo plano. Talvez a minha meta para 2025 seja pegar mais sol e estar mais perto da natureza. Uma meta simples e importante. E com mais chances de ser cumprida.

20 de dezembro de 2024

Rituais

Eu tenho um pequeno ritual nas férias. Se estou em Brasília sempre tento ir ao menos umavez na Água Mineral. Meu ritual é fazer primeiro a trilha pequena, toda sombreada e exuberante, em seguida fazer a trilha mais cerrado de cinco quilômetros. A primeira trilha é tranquila e cheia de árvores e pequenos lagos, muitos pássaros e cigarras. A segunda é bem mais pesada. É cerrado e muito sol na cabeça. No começo é tranquilo, mas levo mais de uma hora no percurso. Minha água sempre acaba e me dá um leve desespero no final, pois não adianta voltar. E finalmente ela acaba em uma ducha de água gelada. Sempre me sinto em um ritual de limpeza e de passagem, pois tem a tranquilidade do começo, a dúvida se vale a pena continuar ou voltar, o desespero de terminar e por fim a alegria de concluir o desafio e tomar um banho gelado de ducha. Pronto, pode chegar 2025!


17 de dezembro de 2024

Dezembro

Dezembro começou e parece que me deu ume energia que eu não sentia há muito tempo. Consegui colocar muita coisa para girar na casa. Consertos que precisavam de atenção há uns seis meses e um certo desleixo geral. Mas finalmente ver o teto sem o enorme buraco foi um alivio tão grande, quase como se finalmente houvessem tirado um peso das minhas costas. Aliás, pensando bem, não foi algo complicado ou tão caro assim para justificar a demora ou o peso nas minhas costas. Mas a vida tem dessas coisas e o que importo é que finalmente conseguimos resolver varias problemas que precisavam de solução. Sinto que a energia de casa mudou, parece que ela também gostou de receber um pouco de carinho. Já são dez anos nessa casa e ainda gosto muito de viver aqui. Faltam poucos detalhes para acabar essa pequena reforma, a parte mais difícil já foi concluída. E nessas últimas semanas sinto que eu também passei por uma pequena reforma. Espero que 2025 seja um bom ano. Tanto eu quanto a casa estamos preparados.


26 de novembro de 2024

Um pequeno "v"



Uma das coisas que parecem simples, mas que demorei a entender, é que não estamos em competição com ninguém. Eu costumava pensar sempre em alguém genérico que lia mais, ganhava mais dinheiro e tinha um trabalho mais significativo, ia para mais shows, via mais filmes e se divertia mais. Deve ser ótimo ser essa pessoa, ao menos de um ponto de vista externo e idealizado. Mas essa pessoa não existe. Percebi então que não existe competição e que o melhor é respirar fundo e fazer as coisas no meu próprio ritmo. Não deu pra terminar um capítulo do livro? Não tem problema, amanhã eu termino. Não deu pra ir para o show? Não tem problema, haverá outros. Parece algo tão simples, mas demorei a entender isso. Tenho então feito as pazes comigo, com meu ritmo e minhas escolhas. Não é fácil. E então respiro fundo.

Tenho buscado também estar mais presente, não viver tanto no futuro ou no passado. Outra ideia que parece simples, mas é muito complicada. Aliás, esse negócio de simples é difícil. Esses dias fui cuidar dos cachorros. Pentear, limpar as remelas, cortar as unhas. Dá um trabalho, mas gosto do processo e de ver que eles estão bem. Em alguns segundos de distração ao cortar a unha de uma das patinhas a tesoura cortou junto um pedaço da pele do meu dedo. Melhor que o machucado foi em mim do que no meu cachorro. O corte foi em formato de "v", a inicial do meu nome. Tentei ver como pequeno sinal para estar mais presente. E agora tenho um pequeno "v" no meu dedo e que deve sumir em alguns dias.

22 de novembro de 2024

Aos poucos



Os dias chuvosos por aqui, é tanta umidade que ainda não me acostumei depois de tantos meses de seca. O ano já está quase no fim, daqui a algumas semanas já é o natal e ano novo. Mas tudo bem, espero que ano que vem seja melhor. Tem sido bom envelhecer, mas sei que ainda tem muito chão pela frente. De qualquer forma, um dia de cada vez.

8 de novembro de 2024

Um pedaço de cada vez



Todos os dias um monte de coisas improváveis acontecem. Mesmo se a gente se preparar não tem como prever esses problemas. Nos últimos dias aconteceram vários e eu tomei a única decisão possível: respirei fundo e tentei resolver o que dava, uma coisa de cada vez. Pedacinho por pedacinho. Não consegui resolver tudo, mas ao menos não gastei energia com hipóteses e cenários terríveis em que tudo o que poderia dar errado. No final das contas não houve nenhuma bomba atômica e tudo se ajeitou da forma que foi possível. E acho que essa é a lição mesmo. Um monte de coisas vai acontecer e o jeito é respirar fundo e resolver o que for possível.

1 de novembro de 2024

Acabou o ano


Começou novembro e já vejo decoração de natal em muitos lugares, inclusive aqui no prédio. E isso só me mostra que o ano já acabou. Daqui a pouco chegou 2025. Aliás, será que no que vem já vai ser mais aceitável falar: "Em 25 vai ser meu ano!", como nas décadas de 80 e 90 em que era bem normal ouvir "Em 95 viajei para a praia"? Talvez eu já comece a adotar. É cansativo falar sempre "dois mil e....". O ano já praticamente acabou e percebi que não tenho grandes planos. Meu foco nos últimos tempos é sobreviver e ter saúde, um dia de cada vez. Não planejei viagens, grandes compras ou mesmo mudanças na minha vida. Depois de passar pelos anos de pandemia percebi que não dá para controlar o que ocorre a longo prazo. Tenho focado no pequeno, no dia-a-dia, e certamente me sinto minúsculo. Cada dia que passa encolho mais, mas numa visão minha sobre mim. Como uma ilusão de ótica em que algo parecia enorme e a câmera se aproxima para mostrar que na verdade se trata de um objeto bem pequeno. Não que eu me sentisse um gigante, mas é bom perceber como somos pequenos em relação a tudo que nos cerca. E ano praticamente acabou...

25 de outubro de 2024

Tempo, tempo



O tempo tem passado muito ligeiro e é difícil ver os pais envelhecerem. A velhice não é fácil. Dores, remédios, médicos e a consciência de que se viveu mais tempo do que há para ainda se viver. E se não é fácil para quem vivencia o envelhecimento, também não é fácil para quem está próximo. De qualquer forma, é o caminho de todos e isso tem me confortado. Fico feliz de ter meus pais e ouvir suas histórias, conversar, rir, chorar juntos. Acho que o importante é isso, aproveitar o tempo, pois ele não é para sempre.

18 de outubro de 2024

Nuvens na cabeça



Tem dias que parece que uma nuvem negra paira sobre a cabeça e demora a se dissipar. Dificuldade de se concentrar e de pensar em algo bom, fica apenas aquela vontade de não fazer nada e de se fixar em cenários terríveis, mesmo que hipotéticos. Mas parece que da mesma forma que a nuvem se materializa, ela mesma se dissipe, sem que seja necessário fazer algo. O jeito é ter paciência e seguir a vida. Ao menos é assim que tenho buscado lidar com essas questões climáticas internas. Uma caminhada perto de casa, alguns minutos de brincadeiras com os cachorros, um abraço apertado em quem se gosta são alguns dos remédios homeopáticos para essa condição de céus cinzentos dentro da cabeça. E isso tem me ajudado a seguir em frente, um dia após o outro. Tenho percebido que não há um caminho, não uma resposta, a vida simplesmente é, assim verbo intransitivo. A vida é. Ou será que a vida está? Não, acho que a vida é. E ao mesmo tempo a vida não permite controle, apenas uma ilusão de "condições normais de temperatura e pressão", quando na verdade tudo pode acontecer o tempo todo, até mesmo o que nem sequer se pode imaginar. Aliás, costuma ser exatamente assim.

4 de outubro de 2024

Competição interna



Tenho pensado muito em uma competição interna que não tem me feito bem. Como se eu precisasse ler vários livros, escutar vários podcasts, saber dos lançamentos de músicas, séries e filmes e ficar por dentro das notícias e dos assuntos mais importantes. E então percebi que não tenho que competir com ninguém e que posso fazer as coisas no meu ritmo. Parece uma besteira, mas me fez bem só entender isso. Posso não saber de várias coisas. E não preciso pensar em uma pessoa fictícia que leu, escuta e sabe de tudo. Posso ser apenas eu. Simples e nada extraordinário.

2 de outubro de 2024

Quase fim do ano


Chegou outubro e o ano praticamente acabou. Daqui a pouco começam as decorações de natal nas lojas e aqui no prédio. E daqui a uns dias vai completar dez anos que estamos aqui nesse apartamento. Desde que saí da casa dos meus pais aqui é o lugar que vivi por mais tempo. O tempo passa ligeiro é um dos meus mantras nos últimos meses. 

Tenho repensado várias coisas. Mas ainda não cheguei a nenhuma conclusão. Sigo meio sem rumo. Vejo cursos, pesquiso, mas não encontro nada que me interesse. Então acho que preciso mesmo ficar quieto até entender o rumo a seguir. Não sei ainda e acho que está tudo bem. Enquanto isso me preparo de alguma forma, não sei bem para o que. Nem tudo precisa ter um significado ou uma razão. Às vezes é preciso apenas viver mesmo.

E a vida segue.

27 de setembro de 2024

Shakshuka



Tenho pensado em como o tempo passa ligeiro e como eu fico por muito tempo. Tem vezes que eu me sinto como essas pedras que ficam praticamente paradas e que criam musgo ao redor. Eu fico. Tudo para mim costuma ser devagar. Não acho que seja algo ruim, é apenas o jeito que sou. Gosto de tranquilidade e de previsibilidade. Sei também que não dá pra controlar a vida, quando for pra chegar um turbilhão ele chega e bagunça (ou ajeita) tudo. Mas se não tiver turbilhão, gosto das coisas como estão. A vida simples, acomodada mesmo. E por enquanto estou bem com isso. Minha vida não é só trabalho, mas é o monte de coisa que acontece por fora também. É tudo junto, como esse shakshuka que mistura ovos com tomate e fica uma delícia.

20 de setembro de 2024

Ainda cumple



O aniversário foi bem comemorado e eu não planejei praticamente nada. Ganhei um churrasco das minhas amigas, uma tarde maravilhosa na casa nova. Gosto da simplicidade, aliás acho que esse é um dos aprendizados de envelhecer. O simples, o autêntico. Ainda sobrou um pedaço de bolo, congelei e acabou de ser comido. Agora só ano que vem!