31 de julho de 2007

A bolha

É estranho perceber que existe uma bolha separando a cidade que vivo daquela que a maioria das pessoas vive. Na minha, sempre posso ir a qualquer lugar, tenho acesso à cultura, diversão, música, livros, saúde e a todas essas coisas que tornam a vida gostosa de se viver. Na da maioria, os ônibus são caros e raros e só se pode pensar em trabalhar para conseguir o mínimo para sobreviver. Aliás, o mínimo do mínimo ou, até mesmo, menos. Mas a bolha funciona muito bem: quem está fora dela torna-se praticamente invisível para os poucos que vivem no conforto do seu interior. Os de fora, ainda por cima, tem a certeza de que nunca vão ser um habitante da bolha. Mas será que é preciso estourá-la? Criar outras bolhas? Ampliar a que já existe? Ou simplesmente deixar tudo como está?

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