6 de maio de 2013

(Descreva-se na terceira pessoa - sua aparência física e personalidade - como se fosse um personagem em um livro

Ele tem cabelos pretos já com alguns fios brancos que ele ainda não sabe se lhe dão um charme ou se apenas o envelhecem. Os olhos são um pouco grandes, negros e desiguais, com pestanas grandes e sobrancelhas grossas. Ele acha que seus olhos lhe dão um ar meio bobo, meio bonzinho demais. Algumas marcas de expressão, algumas manchas, algumas cicatrizes indicam a passagem do tempo. A pele é meio bege e com muitos pêlos negros, quase uma lembrança do paleolítico. Uma altura legal, nem muito alto, nem muito baixo. Maior que muita gente, mas não muito alto pra sobressair na multidão. Calmo, sossegado e zen por fora. Nervoso, desesperado, ansioso por dentro. Mas sonhador, idealista e criativo de vez em quando. A voz não passa muita segurança, mas tem aprendido com a vida a não gaguejar tanto, a não ter tanto medo de tudo. Um jeito exterior de coadjuvante, mas um potencial interior para ser protagonista, só que ele ainda não sabe...

2 de maio de 2013

(Escolha um objeto para ser entregue a seu tataraneto. Escreva uma carta a essa criança para explicar porque escolheu esse objeto)

Eu não tenho muitas coisas de valor e provavelmente eu não terei filhos, netos ou tataranetos. Mas caso tivesse, daria um escapulário antigo que meu pai me deu um dia. Apesar de eu não ser religioso, acho lindo os desenhos e as letras góticas.

Querido tataraneto,

Eu não te conheço e talvez você nunca venha a existir. Caso você exista eu não serei nada além de algumas fotografias e memórias contadas a você por outras pessoas. Mas eu já gosto de você, meio que de cara. Talvez a gente não tenha nenhuma relação genética, mas quem liga para isso. Você só vai ler essa carta muitos anos depois que a escrevi! Aliás, como estão as coisas aí no futuro? Ok, não precisa responder, essa é apenas uma pergunta retórica.

Junto a essa carta está um pequeno envelope e nele há um escapulário. Escapu-o-quê? Bem, é essa cordinha com duas imagens de santos. Uma vez me contaram que quem morresse usando um escapulário teria algum benefício sobre aquele pobre coitado que morreu sem um desses. Acredita nisso? Era quase uma previdência social. Eu não acredito nessas coisas, mas gosto do significado.

Meu pai me deu quando eu era pequeno e me explicou algumas coisas que eu já esqueci. Mas sempre guardo comigo. Acho bonito e me lembra meu pai. E, claro, minha mãe, pois ela sempre gostou de escapulários e sempre usava um, talvez pra ter o tal benefício.

Então agora esse escapulário é seu. Eu sei, você provavelmente queria outra coisa. Mas é o que temos para hoje. Aliás, eu não devia era te dar nada. Mas eu sou legal e te dou isso, já que dinheiro eu quero gastar o máximo que puder antes de morrer.

Espero que você seja legal, bisneto. E que tenha uma vida bacana. E que chegue a ter um bisneto também, mesmo que de mentira, assim como você.

Um beijo,
Seu tataravô que nasceu no final do século XX, antes dos telefones celulares populares e da internet comercial.