23 de janeiro de 2013

Ciclos

Reencarnação não é só em outras vidas. Na própria vida a gente morre e reencarna várias vezes. Muda tudo e na verdade tudo fica igual. Morre mais algumas vezes, reencarna um pouco diferente, mas ainda assim sendo você. E então aprende que não adianta mudar, fugir, fingir. E quando você começa a se conhecer, então morre de verdade, reencarna e tenta recomeçar até finalmente botar nessa cabeça dura que é preciso fazer aquilo mesmo que se tinha de fazer. E então não precisa mais voltar. Afinal de contas morrer, reencarnar e renascer dói pra caralho e dá muito trabalho, mesmo que seja na mesma vida.

21 de janeiro de 2013

E se dinheiro não fosse uma questão?

Esses dias vi um discurso do Allan Watts sobre a possibilidade do dinheiro não ser uma questão na hora de escolher uma profissão e fiquei com aquelas palavras ecoando na minha cabeça por dias.

Mas como assim? Desde a escola nós somos bombardeados para pensar primeiro na parte prática, isto é, ganhar dinheiro, ter uma casa, um carro, ter um emprego respeitável e, claro, deixamos nossos talentos para as horas vagas. Afinal de contas, sem dinheiro não fazemos nada.

Mas e se fosse possível primeiro pensar no que gostamos de fazer para depois focarmos em uma profissão? Eu, por exemplo, gosto de tirar fotos, de cozinhar, de escutar música, de ir a exposições de arte e de ler. Mas acabei me tornando advogado da área ambiental.

Claro que sempre me questiono se estou na profissão certa. Será que tenho aptidão para outras coisas? E se eu trabalhar em algo mais artístico e criativo? E se minha carteirinha de advogado virar apenas uma linha de descrição numa orelha de livro, num pôster de exposição ou no cardápio de um bistrô?

No meio de auditorias ambientais, andamentos processuais e defesas administrativas fica ali um pulguinha atrás da minha orelha.

Para ver o discurso de Allan Watts, acesse: http://goo.gl/qr9AJ

14 de janeiro de 2013

Sabe, as coisas vão bem...

Esses dias ao sair do trabalho, depois de caminhar um pouco, pegar o metrô e descer na Avenida Paulista ouvindo minhas músicas antigas no fone de ouvido, percebi como gosto daqui.

Gosto de não ter carro, de andar de ônibus, taxi e metrô. Gosto de ir ao cinema a pé, de ir na feira e na padaria charmosa onde o pessoal já conhece a gente. Gosto de ir pra alguns bares lá perto de casa. Da preguiça que dá no fim de semana. Gosto de me sentir adolescente e ir ver vários shows em um festival de música, gosto de comprar umas roupas diferentes por um preço bacana. Gosto de morar no centro meio decadente, meio charmoso. Gosto de acordar cedo e ir pra academia descuidada e também meio decadente (pra combinar com o Baixo Augusta!). Gosto do tanto de gays, rockeiros, malucos, modernos e descolados que transitam pelo meu caminho de volta ao trabalho. Gosto de poder comprar um café caro (mas gostoso!) naquela cafeteria americana. E to curtindo meu trabalho também, apesar de sentir que comecei meio tarde nessa vida de advogado. Mas enfim, vale a experiência.

Gosto de morar nessa cidade maluca. E gosto do que eu to me tornando.

7 de janeiro de 2013

Constipação mental

Não sei se é a maturidade, a endorfina dos exercícios físicos ou eu simplesmente tenho deixado de ser mané, mas a vida tem ficado mais simples.

Cansei de perder oportunidades. Reflito muito, calculo cada passo e isso tudo fode a espontaneidade. E, claro, tudo fica chato, eu fico mal humorado e deixo de curtir um monte de coisa.

Chega de arrastar pedras, correntes e esqueletos por aí, quero levar uma vida mais leve, mais tranqüila, sem tanta ansiedade, tanto planejamento. Ao invés disso, linhas gerais.

Depois de meses de constipação mental, acho que agora comecei a relaxar.

E coisas simples alegram minha ida ultimamente, como a cama que chegou no sábado. Depois de oito meses dormindo em um colchão no chão, uma cama simples de madeira mudou minha vida.

Bem, e chega de preguiça e gordices. Quem diria que agora acordo às seis da manhã pra ir na academia.

Em 2012 minha única preocupação era sobreviver em São Paulo. Agora to afim de curtir mais, de viver mais. Chega de apenas sobreviver.