31 de julho de 2008

Athos

Pra mim ele foi sempre aquele velhinho simpático de boina que dava entrevistas no aniversário da cidade, mas são dele os azulejos que mais marcam os pontos turísticos da cidade. Adoro a simplicidade e a harmonia de sua obra, que pode ser vista na Igrejinha, no Parque da Cidade, no Itamaraty, na UnB, no Teatro Nacional e até mesmo no prédio das cumbuquinhas, o Congresso. Imagina, você está lá andando de patins no parque e quando vai ao banheiro está lá uma obra fantástica decorando a parede externa. Seus padrões já enfeitaram de sungas a canecas, de souvenirs a guarda-chuvas. Mas engraçado, a morte de Dercy não me abalou, mas de Athos Bulcão na manhã de hoje me deixou com um nózinho na garganta. Eu nunca o vi ao vivo, mas sua obra está tão presente na minha vida. Bem, só falta mesmo Niemeyer da galera que participou do projeto de Brasília, mas acho que esse não vai tão cedo. Ah, a imagem acima é minha favorita, são as pombas que decoram a Igrejinha e a de baixo é a parede externa do Teatro Nacional. Para mais informações e trabalhos, Fundação Athos Bulcão.


30 de julho de 2008

Je nage à la plage

Quero ir para praia. Pode ser Itacaré, Salvador, Arembepe, Jericoacoara ou Camocim. É só me jogar em qualquer uma dessas que eu já fico feliz. Pode ser uma passagem só de ida mesmo, depois me viro com a volta, se é que volto! Sinto tanta falta daquele barulhinho gostoso das ondas quebrando, de andar na areia deixando pegadas, sentir o gosto da água salgada, tomar uma cervejinha numa barraca, beber água de coco, comer uma mariscada, um acarajé ou vatapá, se acabar nas tapiocas, conversar com os hippies, usar havaianas e short o dia inteiro, sentir o cheiro de filtro solar... é, já deu para entender como eu sinto falta de litoral. Bem, a praia mais perto daqui é pra lá de mil quilômetros (e essas aí que eu quero ir são pra mais de dois mil metros de distância!). Mas não custa sonhar!

29 de julho de 2008

Sneakers

Eu nunca dei muita bola pra tênis. Tinha ali meus all-star e achava tudo ótimo. Também nunca fui muito esportista, mas resolvi entrar na academia no começo do ano. Corria com all-star me achando super estiloso, fazia eliptico, andava de bicicleta, tudo com all-star. Do nada me aparece uma dor de joelho e só então percebi que era por causa do maldito all-star. Fui então nessas lojas esportivas pra comprar um tênis de verdade, todos enormes, cheios de sistemas de amortecimentos e com cores espaciais, dignos de astronautas. Mas enfim, comprei lá um que equivale ao preço de três all-star, porque afinal de contas é o meu joelho. E que diferença! Correr foi tão mais tranquilo. Valeu cada real. E a dor? Tá pequenininha, mais ou menos como minha conta bancária. E agora rola a separação no meu armário: tênis de ir para a rua, tênis de ir para academia, pois não consigo enxergar a menor possibilidade de usar um desses tênis futuristas com uma simples calça jeans.

28 de julho de 2008

Resumo da viagem

Eu queria mesmo era ir para Buenos Aires, Cidade do México ou Santiago, mas não tenho nem grana e nem férias. O jeito então é juntar uns trocados e se mandar para um fim de semana gostoso em Pirenópolis. Reservas na mão (feitas pelo site da cidade, com fotos e informações de praticamente todas as pousadas de lá) e foi só entrar no ônibus. Em menos de três horas eu já estava no quarto, de banho tomado e pensando no restaurante que iria logo mais à noite.

Aliás, lá tem uma rua cenográfica, como em todas essas cidades pequenas e turísticas. Uma rua simpática, sem tráfego de carros e cheia de restaurantes e botecos charmosos. E os preços não são caros. Muita comida boa! E o bom de não ter ido de carro é poder beber sem se preocupar com a tal da lei seca. E, claro, poder fazer tudo a pé, o que não rola de fazer aqui onde eu moro!

Claro, lá tem todos esses passeios eco-não-sei-lá-das-quantas, mas eu francamente queria mesmo era curtir a cidade a dois, nos botecos e restaurantes.

E foi incrível poder atualizar o blog pelo celular. Eu sei, o cúmulo da nerdice, mas é ótimo sentir uma inspiração na viagem e simplesmente mandar um e-mail para registrar aqui, pagando bem mais barato que uma mensagem de texto.

O ruim é que agora eu já quero é me jogar na estrada. Qualquer troquinho a mais já vai ser desculpa para sair da cidade!

27 de julho de 2008

Ufa!

E quatro horas e três ônibus depois, chego em casa. Cansaço? Imagina! Sorriso enorme e uma saudade de quem desceu ali na rodoviária e seguiu outro rumo. Mal vejo a hora de cair na estrada de novo!

Eita sô!

Viagem de ônibus dá uma preguiça danada, mas vê-lo dormindo tão calmo ao meu lado me dá tanta paz...

Volta

Eu precisava sair dos limites de casa. Sim, é tão bom viajar, mas voltar é tão bom quanto. Daqui a três horas a viagem será só fotos e memórias gostosas! E de pensar que há um ano e um dia tudo começava a mudar...

26 de julho de 2008

Le petit bistrot

Um jazz gostoso e antigo tocando, sorrisos cúmplices, luz de velas e uma das comidas que mais me provocaram fogos de artifício (e num momento digno para fogos). E enquanto você vai ao banheiro escrevo isso aqui. Amo cada dia desse nosso ano.

Suncê decide

Nós dois belzos num boteco colorido. E num é que dá vontade de escrever no blog? De um lado um cubano contando a vida, de outro uns velhinhos ingleses com caipirinhas. E nóis com um empadão goiano na barriga. E muita cerveja brasileira na cabeça!

Uno!

Acordar, contar os sonhos malucos, se entupir no café da manhã da pousadinha e lembrar que hoje faz um ano desde aquele beijo. Então voltar pro quarto...

25 de julho de 2008

No ônibus

Eu tinha esquecido como é gostoso olhar a paisagem segurando sua mão e ouvindo uma música gostosa...

Piri-Piri-Piri

Tudo pronto: algumas roupas, câmera e baterias, uns biscoitos e bolinhos do Shrek numa bolsa, alguns trocados na carteira, e bora lá pra Piri curtir um fim de semana para comemorar e comemorar e comemorar! Impagável foi a cara das pessoas engravatadas quando entrei no elevador aqui do estágio com minha mochila de acampar. E bora lá que já já entro no ônibus!

24 de julho de 2008

Estranho é gostar tanto

É difícil, eu sei. Mas chega uma hora que é preciso se despedir. Sei que passamos muitas coisas boas juntos, muitas festas, muitos piqueniques e até mesmo muitas caminhadas nos dias em que o humor não estava dos melhores. Mas não dava mais, abri uma sacola e coloquei meus dois allstar no lixo. Eles já estavam impraticáveis. O bom é que baratinho e logo compro outros!

23 de julho de 2008

Livraiada

Sempre gostei de livros. Acho que não tinha como ser de outra forma, já que na casa dos meus pais há mais livros do que qualquer outra coisa. Minha mãe é uma leitora compulsiva, pode gastar litros de dinheiro com uma antologia completa de um autor fodão como Vinicius ou Cecília, tudo em papel bíblia e capa de couro com letrinhas douradas, claro. Mas se a roupa lhe cai maravilhosamente bem, mas custa um pouco acima do tolerável, bem, então ela não leva. E, porra, como ela tem ciúmes dessas jóias. Lembro que ia cair um livro do Machado em uma prova da escola e ela preferiu me comprar uma edição vagabunda do romance ao invés de me emprestar a tal antologia. Certíssimo! Imagina se pirralho tem algum cuidado com livro! E meu pai, por outro lado, tem a mais incrível coleção de livros antigos de páginas amareladas e ortografia ultrapassada de que eu tenho notícia. Mas voltando para os livros. Não tenho muitos, mas os que tenho ficam ali na minha prateleira. Gosto de ver as suas lombadas coloridas e lembrar de como foi gostoso lê-los. Mas não compro muitos, só os que mais me marcaram. Tenho um tesão incrível em ler os livros da biblioteca da minha faculdade ou de sebos. Livros velhos, biblioteca escura e com aquele cheiro de pó e bolor. Adoro ver os sublinhados e anotações que outras pessoas fizeram. Já encontrei até bilhetes e manchas de sangue. Bom, também não tenho problema nenhum com os grandes conglomerados de livros, mas adoro as lojinhas pequenas, simpáticas e específicas. Posso ficar horas folheando livros interessantes (e outros nem tanto) e não comprar nenhum. Ou morrer de vontade de comprar um monte e não ter um puto na carteira. Acontece. Isso tudo só pra lembrar que preciso a voltar ao meu rítmo de leitura. Tem uma pilha de livros da faculdade pra ler, mas também um monte de outros que leio para refrescar a cabeça com coisas boas.

22 de julho de 2008

Procrastinação

É incrível minha capacidade de arranjar coisas para fazer quando não estou com vontade de trabalhar. Leio blogs, e-mails pessoais, revistas, converso pelo programinha que vem no e-mail, leio no IMDB as esquisitices dos últimos filmes que vi, dou uma olhada nos horários dos filmes que sei que me deixarão louco para vê-los, escrevo aqui no meu blog, leio sobre alguma banda antiga que me faz apaixonar, vejo o site de algum designer ou fotógrafo, dou olhada em cartazes tipográficos, pesquiso alguma coisa bem nada-a-ver como "retrofuturism" ou "sovietic posters", vejo a promoção do dia no querocomer ou leio a resenha daquele restaurante chic que abriu e que sei que não irei tão cedo ou matuto o programa que vou fazer mais tarde com o meu sempre inseparável parceiro de crimes. Tudo isso com a cara mais séria de quem está trabalhando em algo realmente importante.

21 de julho de 2008

Trampano

Meu trabalho não é assim tão difícil. Vejo se o que uns putos fazem lá no congresso vai ou não afetar alguma coisa aqui da empresa. Daí verifico comissões, discursos, matérias e outras coisas. Faço praticamente tudo sentadinho na minha mesa, olhando para a tela de um computador velho e sujo. Não me importo com a já avançada idade do meu companheiro de trabalho, pois ele tem internet e isso já me basta para matar algumas horas de tédio. Às vezes saio dessa sala acarpetada decorada num estilo meio anos setenta e vou conferir de perto o que esses mesmos putos aprontam lá no prédio das cumbuquinhas (uma virada pra cima e outra pra baixo). Levo meu caderninho e anoto algumas marmotas que eles gostam de falar em uma audiência pública qualquer e reporto para minha chefe, que é um tanto quanto bipolar. O bom é que a empresa paga sem reclamar o meu táxi: dez reais para ir, dez para voltar. Quando o dia está razoalmente bonito, volto a pé. Coloco meus óculos escuros e uma música e vou caminhando na rua mais cenográfica da cidade, com seus prédios todos iguais, organizados como um dominó gigante. Até rola de aprender alguma coisa sobre a política nacional, os arranjos, as fofocas, os túneis verdes com esteiras rolantes, as pessoas engravatadas e os lobbistas, mas nada demais, já que política não é mesmo minha praia. Tem dias que gosto disso tudo, mas em outros me dá vontade de simplesmente colocar um post-it na minha porta escrito: "Fui e não volto nunca mais!", descer em câmera lenta até o térreo ouvindo "what ever happened" do The Strokes e viajar pra uma praia qualquer por algumas semanas. O pior é que gosto de ter um lugar que eu venha todas as tardes, dos "boa tarde" que dou desde a ascensorista crente e sarcástica, os copeiros, os outros estagiários e até a secretária marrenta do meu andar. E o salário paga alguns caprichos e me dá aquele ridícula sensação de liberdade que só o dinheiro que você mesmo ganha pode dar. E bem, são só quatro horas por dia...

18 de julho de 2008

Férias

Mesmo sem viajar pra praia as férias são gostosas. Mesmo vindo todas as tardes aqui pro estágio. Ter as manhãs e as noites livres é tão gostoso. Acordar tarde, ir pro boteco num dia de semana, fazer natação na hora do almoço, andar de patins no fim de semana, fazer um picnic, viajar pra fazenda, ter um fim de semana romântico numa cidadezinha aqui perto, assistir a vários filmes, ir pro teatro. Ô diliça!

17 de julho de 2008

Estagnado

Essa é a sensação. Um estágio em que não se faz muita coisa de útil, uma espera interminável por um emprego que parecia tão certo. Não sou realmente a pessoa que gostaria de ser. O que ando fazendo com minha vida?

16 de julho de 2008

Inverninho

Um brigadeiro bem pretinho de tanto cacau em pó, quebrando o o doce quase enjoado do leite condensado com o azedinho da fruta que faz o chocolate. Isso tudo com duas colheres, um edredon e um desses programas coloridos da televisão num comecinho de noite. Esse frio dá um sonolência danada e eu só observando o tranqüilo sono alheio...

15 de julho de 2008

Peixe

Já tinha mais de quatro anos desde que dei minhas últimas braçadas de crawl. Com as férias da faculdade resolvi voltar para as tais aulas de natação sem ter a menor noção de se ainda sabia nadar. Caí na piscina e tudo voltou: braçadas, pernadas, chegadas, respirações e todos aqueles estilos malucos. O horário não ajuda muito, mas deixa a pele douradinha. Só me pergunto mesmo como fui ficar tanto tempo longe das piscinas!

14 de julho de 2008

Rural

Nem é assim tão longe, mas só de sair um pouco da cidade já me faz sentir em viagem. Carro cheio de roupas, cobertores e risadas e lá vamos nós para a fazenda. Um fim de semana inteiro com muitas vacas, tangerinas, zebras, conversas até a madrugada e muito fondue. O sol fraquinho lá fora, por que não colocar os colchões no jardim pra curtir o dia? Quase uma tropicália! Dá até vontade de viver de um jeito mais simples, cheio de pomares, cavalos e vaquinhas. Mas uma hora a gente tem de voltar aqui pro burburinho!



13 de julho de 2008

Cabeleira

O cabelo nem estava assim tão ruim. Quer dizer, estava um pouco grande e com algumas partes um pouco exóticas, mas eu gostava. Mas num acesso de impusividade resolvi entrar na primeira porcaria com tesouras e falei: corta! Claro, ficou uma bosta, mas foi baratinho, para compensar a facada que levei no último corte. O bom é que cabelo cresce (e eu fico repetindo esse mantra diariamente quando acordo e me vejo no espelho do quarto). De qualquer forma, não preciso mais de pomadas e fico pronto em dez minutos. O triste é que tenho um longo histórico de insatisfação com cabeleireiros. Se um dia eu me curar da síndrome pós-corte, prometo ser fiel ao salão na saúde e na doença, nas alegrias e nas tristezas.

12 de julho de 2008

Gambitos

Então você cansa do sedentarismo e entra na academia. E pela primeira vez você, inacreditavelmente, começa a gostar daquele lugar e segue rigorosamente as séries. Você corre todo dia por meia-hora, além dos outros exercícios nas máquinas. Pra completar, entra na natação oferecida pela academia num pacote super atrativo. E corre, nada, estica e perna, aduz, abduz, extende e flexiona. Depois de alguns meses você finalmente consegue encontrar uma calça ultraskinny realmente bacana nessas promoções de meio de ano e, inocentemente, as experimenta... Droga! Primeiro foi um sufoco danado conseguir passar a calça pelas coxas. Pra completar, depois de tanta corrida e natação sua perna fica cheia de músculos em lugares não muito convencionais, então, ao colocar a tal da skinny, eu parecia ser sustentado por duas toras de madeira ao invés de pernas, além de não mais conseguir dobrá-las. Ok, há coisas que só ficam bem nas pessoas magrelas, naquelas com tacos de baseball no lugar das pernas. O jeito é ir ali comprar uma saruel!

11 de julho de 2008

Pé na estrada

Ando com tanta vontade de colocar uma mochila nas costas, pegar um ônibus e sair por aí. Enquanto a relação tempo e dinheiro anda um tanto quanto difícil, decidi viajar nem que seja por um fim de semana. E o melhor, uma viagem a dois. Pousada reservada, voucher no e-mail. Só falta mesmo comprar a passagem de ônibus. Confesso que a maior dificuldade é mesmo esperar chegar o fim do mês para poder pegar a estrada e curtir um friozinho numa cidade bem simpática aqui do lado. E comemorar, é claro!

10 de julho de 2008

Coisas

É tanta coisa acontecendo que nem me lembro de escrever por aqui. A vida vai bem. Ainda bem.

3 de julho de 2008

Lata d'água

Não sei quantos anos ela tem e, aliás, já nem me importa. Sei que ela apanhou lá do marido, que era jogador de futebol famoso na década de cinqüenta. E a danada passou muita fome até se aventurar no programa de calouros no rádio, na época em que nem televisão existia. Não me importa também as tais plásticas, pois já fazem parte de tudo o que ela é. O que me importa mesmo é que daqui a alguns dias vou estar ali frente à frente ouvindo ela cantar com aquela voz rouca, numa mistura de alegria e tristeza, usando suas roupas e gestos estravagantes e, claro, requebrando com todo aquele gingado que só Elza Soares tem. Tá afim?
"beba-me", elza soares
teatro nacional, brasília
seis e oito de julho
dez reais/meia.