31 de agosto de 2020

Licença



Desde janeiro não tirei nenhum dia de folga do trabalho. E a partir de março tenho trabalhado de casa, o que é ótimo, mas me dá a sensação de estar sempre à disposição, pois estou logado nos sistemas pelo notebook e no celular, então chegam e-mails e mensagens sempre. Hoje começou uma licença que tirei para fazer um curso e o melhor de tudo foi poder sair de todos os sistemas. Não sei o que tem acontecido e não vou saber pelos próximos dias. Que sensação boa. Fiquei o dia tranquilo em casa mesmo. Joguei, escrevi, li, vi um pouco de televisão e fiz ioga. E daqui a pouco vou para a aula da faculdade. Mas estou bem mais descansado. Amanhã começo o curso.

28 de agosto de 2020

Sexta



Finalmente chegou a sexta! Ufa, melhor dia! E desde o começo do ano vai ser a primeira vez que vou tirar alguns dias sem trabalhar. Um cansaço acumulado no corpo. Vai ser ótimo!

27 de agosto de 2020

Janela



Tenho olhado tanto por esta janela. Todos os dias. A mesma paisagem. As mudanças de luz, os ventos, os barulhos. A mesma janela. Mas tem sido bom ter esses momentos de calmaria, introspecção, de virar-se para dentro. Eu precisava entrar de novo em contato comigo, voltar a me encontrar e a me conhecer. Tinha muito tempo que eu não parava, refletia, pensava em mim. É difícil, mais fácil é mesmo seguir no automático sem pensar muito. Tenho entendido muito sobre mim. E estou com saudade de me sentir leve. Uma coisa de cada vez. Ainda tem muito caminho...

26 de agosto de 2020

Chá



Eu adoro chá. Quando era pequeno chá era sinônimo de remédio. Chá de boldo para o estômago, chá de limão com alho para gripe, chá de erva cidreira ou capim santo para acalmar. Mas tinha o chá mate de saquinho para tomar quente ou de copo para tomar gelado. E só depois de adulto fui aprender que chá só mesmo o chá preto, verde ou branco, que são da mesma planta, mas em etapas e maturação diferentes. O resto é tudo infusão. Mas na verdade tudo é chá.

A primeira vez que vi uma loja de chá foi em uma filial que abriu aqui em Brasília com o nome impronunciável (Tee Gschwendner, tive que pesquisar no Google) e eu já era adulto. A loja era bem cara, nada amigável e eu não tinha dinheiro. Lembro de ver aqueles bules de metal meio chineses e achar muito bonito.

Há uns dez anos eu e meu marido fomos para Buenos Aires e pela dica de uma amiga fomos na Tealosophy e aí sim eu entendi o que era chá. A loja era maravilhosa, cheia de latas enormes de chá que os vendedores abriam e nos deixavam sentir o aroma, as cores e tudo mais. Até hoje preparo meu chá com uma colher furadinha que comprei lá. Sempre que alguém vai a Buenos Aires peço para me trazer um pouco. E em todas as vezes que voltamos sempre passamos por lá. Ainda tenho uma latinha com um pouco de Royal Fruit bem velhinho, mas que tenho dó de acabar.

Pouco tempo atrás abriu a Tea Shop aqui perto de casa e a sensação me lembrou um pouco a Tealosophy. Comprei vários chás lá e agora na quarentena aproveitei uma promoção na loja online e comprei vários outros. Reutilizei várias latas antigas que tinha para colocar os chás novos. 

Todos os dias preparo um pouco de chá enquanto faço algo para comer no café da manhã. Deixo em um copo térmico de porcelana e tomo quando começo a trabalhar no computador. Antes da pandemia eu tomava no caminho para o trabalho, já que no carro tem um porta-copo perto da marcha. Mas é bem melhor tomar tranquilamente aqui em casa.

Eu não ligo muito para os minutos indicados na embalagem. Eu sei que o chá preto pode ficar mais tempo em infusão do que o verde ou o branco, mas eu deixo na infusão enquanto termino de preparar as outras coisas do café. Eu adoro a sensação de tomar chá, principalmente esses com folhas soltas. 

De vez em quando uso a mesma colher de infusão para colocar chá no gin. Fica uma delícia, bem refrescante. Não funciona com todos, mas já escolhei os melhores. Aproveito e coloco algumas especiarias na mesma colher de infusão, que daí não entope o canudo.

(Esse aí da foto é um chai da Tea Shop misturado com o restinho de um chai da Tealosophy. Eu adoro esses pedaços de laranja seca. E a colher de infusão ao lado. Gosto mais dessas do que aquelas bolinhas de tela).

25 de agosto de 2020

Kibe e esfirra



Já perdi as contas de quantos kibes e esfirras a gente tem comido desde o começo da quarentena. Virou nosso programa de final de semana pedir uma caixa para entregar em casa e então comemos enquanto assistimos algum filme ou programa na televisão. Virou nosso ritual de final de semana. E é impressionante que a gente não enjoa. Final de semana que vem tem mais.

24 de agosto de 2020

Coluna


Tenho ficado muito tempo em frente ao computador, ainda mais agora que as aulas começaram. De manhã, de tarde e de noite. Teams, Zoom, Meets e vários outros formatos de reuniões por vídeo. E não tenho andado, apenas para ir ao banheiro ou pegar água. Alguns dias por semana faço minha ioga. Mas na semana passada minhas costas começaram a me incomodar. Não chegava a ser uma dor, mas um desconforto. Não quis comprar essas cadeiras de escritório ou essas de jogar videogame. Gosto da minha cadeira de madeira, simples. Comprei então um encosto ortopédico. Parece um pouco aqueles encostos de taxistas e caminhoneiros, mas é muito confortável. Eu sinto minha coluna bem ajeitada e melhorou muito minha postura. Continuo com minha cadeira e o encosto não incomoda muito meus olhos, quase não aparece. Já não estou tão jovem, então preciso cuidar da coluna.

Cada dia que passa gosto mais do meu escritório em casa. A latinha vazia coloco o fone de ouvido quando não está comigo. Trabalho quase sempre com alguma música instrumental, meio aleatória. O Spotify já aprendeu o que eu escuto enquanto trabalho, comecei com algumas seleções para ler, estudar, música clássica e tal. O teclado e o mouse baratinhos me ajudam muito, além do suporte para o notebook. Gosto de trabalhar como se fosse num computador tradicional. O notebook quase nunca sai do suporte e a tela fica em uma altura agradável.

Hoje é o primeiro dia do encosto ortopédico e tem sido muito bom.

21 de agosto de 2020

Sexta!


Sexta é de longe o melhor dia da semana pra mim. Acaba o trabalho e depois tem o nosso happy hour aqui em casa. Só nós dois, bebidas e comidas gostosas. A gente conversa e ouve música boa. E depois ainda participa de uma festa pelo zoom. Eu adoro as sextas!

20 de agosto de 2020

Cafés


Desde março todos os cafés que eu tomo foram feitos aqui em casa. Não tem cafézinho do escritório, não tem ida ao café charmoso, não tem café de padaria. Eu compro dois tipos aqui pra casa, um café moído simples e um café em grão. O simples eu tomo durante a semana no começo da tarde, pra lembrar um pouco o café do escritório. O moído eu tomo no final de semana pra dar uma sensação de algo diferente. Eu preparava sempre na prensa francesa, mas fiquei um pouco enjoado e resolvi usar novamente a italianinha, tanto para o café simples quanto para o mais elaborado. Ultimamente estou só com a italianinha, mas daqui a pouco eu canso e volto para a prensa. E depois posso usar o filtro de papel ou o de metal também, que não gosto muito. Tenho tentado tomar café só uma vez ao dia, de manhã tenho tomado chá.

19 de agosto de 2020

Água


Eu adoro ter plantas em casa. Na hora de colocar água nos vasos me dá uma sensação gostosa de estar conectado à natureza. O cheiro da terra molhada, as plantas verdinhas. A gente tinha um bule e quebrou a tampa, virou então meu regador. Bom que a água chega suave nas plantas, não machuca, não espalha a terra. É quase uma meditação. Junta chá, planta, água, natureza. Junta só coisas que eu gosto.

18 de agosto de 2020

Café com leite


Esses dias sobrou um pouco de leite aqui em casa. Em geral não tomo café com leite, uso o leite para fazer iogurte ou outras receitas (purê de batata, panqueca, pudim). Lembrei que tem muito tempo que não tomava café com leite. Resolvi então fazer um café normal na cafeteira italiana, esquentar um pouco de leite até quase ferver e depois usar um batedor de claras para deixar o leite mais cremoso. Parece complicado, mas se colocar o leite quente em uma caneca larga e usar o batedor de claras com as duas mãos fechadas, quase que da mesma forma que esquentamos as mãos quando estamos com frio, o batedor gira de uma maneira bem rápida e tranquila e em uns dois ou três minutos o leite morno já virou uma espuma, sem precisar de máquinas complicadas e caras. Ainda coloquei um pouco de canela e pronto, eu tinha um capuccino ou um café latte melhor do que de muita cafeteria chic. 

16 de agosto de 2020

Tardes de domingo


Os dias têm sido tão cheios, mesmo na pandemia. Foi bom não fazer nada no domingo, apenas ler na cama. O dia passou preguiçoso, mas rápido. E consegui terminar dois livros. Gosto de sentir o por do sol filtrado pela cortina fina que se mexe devagar com o vento do fim da tarde. É bom não fazer nada.

14 de agosto de 2020

Mar


Tenho pensado muito no mar. Sempre quando medito parece que minha respira vira o barulho das ondas numa praia. Quando inspiro o mar recolhe e quando expiro a onda chega na areia. E eu me torno o mar. Pensei então que a maior parte do nosso organismo é água, um pedaço do mar dentro de nós. Somos o mar também. E a água está em constante movimento no sangue, saliva, suor, lágrimas e outros líquidos dentro e fora de nós. Somos água em movimento.

E a própria vida é como um rio. Ela segue um curso também, tem ramificações, obstáculos, cachoeiras, infiltrações. Corre por fora da terra e também por dentro. Até chegar no mar. O mar seria o final da vida ou apenas mais uma fase? Toda a água do mar é uma só água. Todos os oceanos são apenas um. E os rios correm todos para o mar. Somos água. Nosso planeta é quase todo água. E tudo em movimento. E  água se torna vapor, gelo. Ela se molda e se adapta.

Saudades da praia. Mas a praia também está em mim quando inspiro e expiro.

13 de agosto de 2020

Livros


Ganhei de aniversário do meu marido um kindle. Eu já estava acostumado a ler pelo celular e não tinha pensado em comprar um kindle, mas ele realmente faz diferença. Tenho gostado muito de ler por ele, ainda mais por ter aprendido a usar o envio de livros e documentos pelo e-mail, sem precisar ligar o cabo USB no computador. A tela é muito mais confortável de ler do que no computador, no tablet ou no celular e a leitura é muito agradável, ainda mais com a opção de mostrar quanto tempo falta para acabar o capítulo. Ele é mais leve que o celular, a tela tem um tamanho bom e a bateria dura muito tempo. Tenho lido muito mais desde que ele chegou.

12 de agosto de 2020

Cabelos brancos


Daqui a menos de um mês faço 37. Mas parece que desde março já se passaram anos, pois aconteceu muita coisa. Pandemia, doença do meu pai, trabalho em casa. Sinto que amadureci muito nestes últimos meses. Aqui do quarto que trabalho vi esses dias um fio de cabelo preto e outro branco, que quase não aparece, pois a mesa é branca também. Meus cabelos estão bem grisalhos, acho que logo não vai sobrar muitos fios pretos. Gosto muito dos meus cabelos e tenho gostado de envelhecer. É um processo doloroso, mas é gratificante. Noto tanta mudanças já. E sei que vão chegar ainda mais.

11 de agosto de 2020

Condomínio


Eu nunca imaginei que fosse morar em um prédio tão grande. São quatro torres de dezoito andares. É muita gente, quase como se fosse uma pequena cidade. Mas é bem organizado e gosto bastante de morar aqui. Quando chega encomenda eles mandam um e-mail para avisar, junto com o código de rastreamento. E tem academia, piscina, churrasqueira, tudo fechado por causa da pandemia. Era bem legal chegar no trabalho na sexta de tarde e descer com meu marido para a piscina. E sinto muita segurança, nessa época de seca sempre deixo as janelas abertas. Gosto muito de morar aqui. 

10 de agosto de 2020

Café


Eu adoro café, tomo todos os dias. Eu tomava quase sempre feito na prensa francesa, mas daí lembrei que no fundo do armário tinha algumas da italianinha em dois tamanhos diferentes. Resolvi voltar a usar e tem sido uma boa surpresa. Lavei bem, esfreguei e tenho experimentado com cafés e moagens diferentes. Mas a italiana é muito prática. É bom variar, experimentar, ver tipos de café, moagens. 

E aqui em casa só eu tomo café, meu marido nunca toma. Então o café é só pra mim.

Adoro o cheirinho de café recém passado...

7 de agosto de 2020

Temperos


Eu adoro temperos e quase sempre comprava na feira aqui perto, com aquelas medidas de copo grande ou pequeno. Com a pandemia resolvi comprar pela internet e como o valor para frete grátis era alta, acabamos compramos várias. E então chegaram e foi preciso arrumar a despensa. Foi uma trabalheira, mas valeu a pena. Agora temos vários temperos, bem organizados. E faz tanta diferença ter vários temperos e especiarias para usar. No meio da arrumação um pote de canela caiu no chão e agora a cozinha inteira tem cheiro de canela.

6 de agosto de 2020

Travesseiro para os olhos


Eu tenho gostado bastante de fazer as práticas de ioga guiadas e, principalmente, do relaxamento no final. Lembro que quando eu fiz as aulas em um estúdio tinha alguns travesseiros com ervas para colocar nos olhos. Pensei em fazer, vi alguns vídeos, mas achei melhor comprar pronto. Pesquisei na internet e encontrei um com linhaça e camomila. Parece algo simples, mas faz muita diferença. Eu me sinto imerso em uma cápsula de camomila e entro em um estado de relaxamento ainda maior. O peso leve nos olhos, o cheiro de camomila e a ilusão de se estar em um lugar escuro me deixam ir longe. Talvez um dos motivos de eu continuar tanto tempo na prática de ioga seja o relaxamento no final. Eu sempre termino a prática feliz.

5 de agosto de 2020

Lua


Desde segunda eu acordo e a lua cheia está perto da minha janela, mesmo com o dia claro. É uma visão que parece meio surreal, meio paranormal, cheia de significações que não consigo entender tudo. O celular não consegue captar toda a magia da lua, nem se compara com ver ao vivo. Penso que muita gente nem presta atenção, eu mesmo quase não olhava para o céu, mas desde a quarentena tenho prestado bastante atenção nas cores, nuvens e mudanças. Mas nunca tinha visto nada como essa lua. Tão grande e iluminada no horizonte, tão mágica. Ao ver a lua parece que realmente tudo vai ficar bem...

4 de agosto de 2020

X


Estava com pressa e uma faca muito afiada, uma combinação terrível. Terminava de preparar o almoço, tinha uns talos de espinafre que picava para refogar e fazer um arroz e de repente quase cortei um pedaço do meu dedão fora. Cortou até um pedaço da unha. Qualquer corte no dedo sangra muito, então corri no banheiro, lavei e coloquei um pouco de spray antisséptico. Não parava de sangrar e a doer. Pensei que ia passar mal, mas precisava terminar o almoço. Respirei fundo e achei um pouco de algodão. Pressionei a ferida e fui terminar o almoço. Eu só percebo o tanto que uso meu dedão quando ter alguma dor ou corte. Mesmo o dedão da mão esquerda é muito usado. Colocar a roupa, abrir algo. O corte tem cicatrizado bem e achei interessante ficar nesse formato de X. Parece um pouco o formato do Plano Piloto aqui de Brasília. Mas aprendi a lição. Não dá pra ter pressa ao cortar algo. É preciso ter calma e prestar atenção na posição da faca e dos dedos. Tive sorte de não ter sido algo mais sério, foi apenas um aviso.

3 de agosto de 2020

Panqueca americana (pancake)


Eu adoro panquecas americanas. Aliás, eu adoro todas as panquecas e crepes, doces ou salgados. As panquecas americanas eu sempre via nos filmes da Sessão da Tarde e do Cinema em Casa, mas não era algo que fez parte da minha infância. Depois de adulto eu vi em algumas padarias e cafés e aí sim consegui experimentar. Agora na pandemia resolvi testar uma receita da Rita Lobo. A única adaptação que fiz foi usar iogurte caseiro ao invés do leite, pois sempre tenho iogurte em casa, um ciclo eterno de usar o restinho do iogurte como isca para o próximo. A primeira vez que fiz rendeu muita panqueca para duas pessoas, resolvi fazer a metade e foi o ideal, três panquecas pequenas para cada um.

Comprei uma frigideira antiaderente com os selinhos do Pão de Açúcar e realmente facilita muito a vida, nem precisei de espátula para soltar e virar as panquecas. E misturei os ingredientes com uma colher mesmo ao invés de usar o liquidificador ou o mixer, pois a quantidade é pouca. Já fiz com extrato de baunilha caseiro, com raspas de laranja e sem nada. E já usei doce de leite, mel ou geléia, além de algumas frutas cortadas (banana, morango, maçã) e sempre fica uma delícia. 

As panquecas ficam bem fofinhas pelo uso de fermento químico e um pouco de bicarbonato de sódio e como o iogurte tem uma leve acidez talvez tenha contribuído para ficar ainda mais fofinho na reação com o bicarbonato.

Mesmo na quarentena eu me senti naqueles café da manhã de hotel. E o melhor, tudo feito em casa.