15 de julho de 2015

Sete perguntas e um propósito

Minha irmã me mandou um link para um texto do Mark Mamson com sete perguntas estranhas que ajudam a descobrir seu propósito de vida (http://markmanson.net/life-purpose#.ijymxi:5bRQ). São realmente perguntas muito estranhas, mas acho que elas na verdade escondem algo interessante. Parecem simples, mas a resposta faz pensar em outras coisas. Ao responder eu lembrava de coisas antigas e também pensava no futuro. 

1. WHAT'S YOUR FAVORITE FLAVOR OF SHIT SANDWICH AND DOES IT COME WITH AN OLIVE?
Não me importo de trabalhar por muitas horas durante o dia, desde que seja algo em que eu acredito. Não preciso ganhar muito dinheiro. 

2. WHAT IS TRUE ABOUT YOU TODAY THAT WOULD MAKE YOUR 8-YEAR-OLD SELF CRY
Eu não pesquiso mais tanto quanto eu gostava de pesquisar (eu lia quase sempre um livro sobre o Egito e hoje em dia eu nem me interesso mais sobre o Egito). Não desenho mais tanto. E talvez tenha perdido um pouco do humor que tinha quando pequeno. E eu era mais destemido. 

3. WHAT MAKES YOU FORGET TO EAT AND POOP?
Esqueci até de ir ao banheiro quando estou lendo algo muito interessante ou vendo algo muito legal na tv (séries ou filmes). Quando tenho um prazo muito apertado ou uma tarefa urgente também e esqueço de tudo: tomar água, ir ao banheiro, comer.

4. HOW CAN YOU BETTER EMBARRASS YOURSELF?
Eu me atrapalho muito e sou muito tímido. Mas passo muita vergonha quando tenho que fazer networking em um evento em que eu não conheço ninguém. Ou quando tenho que falar em público, fazer uma apresentação ou mesmo quando estou em uma festa e não conheço ninguém. 

5. HOW ARE YOU GOING TO SAVE THE WORLD?
Eu queria fazer algo pelo meio ambiente, pelo cerrado. Descobrir ingredientes e espécies interessantes. Gostaria de ter um centro cultural com cinema, teatro, artes plásticas.

6. GUN TO YOUR HEAD, IF YOU HAD TO LEAVE THE HOUSE ALL DAY, EVERY DAY, WHERE WOULD YOU GO AND WHAT WOULD YOU DO?
Eu iria passear pela cidade e tirar fotos de lugares diferentes. Iria andar sem rumo. Talvez me matriculasse em algum curso de design, fotografia, gastronomia. 

7. IF YOU KNEW YOU WERE GOING TO DIE ONE YEAR FROM TODAY, WHAT WOULD YOU DO AND HOW WOULD YOU WANT TO BE REMEMBERED?
Viajaria pelo mundo, tiraria muitas fotos, escreveria um livro, faria um trabalho social em comunidades carentes e curtiria minha família e meu amor. Gostaria de ser lembrado como alguém legal, criativo e que soube viver bem até o último respiro.

13 de julho de 2015

Cloro

Pensando bem a natação é um dos esportes mais sem graça. Nadar de um lado para outro da piscina, bater pernas e braços, respirar com a cabeça pra fora d'água e ficar sem fôlego. Se uma pessoa corresse de um lado para o outro em uma piscina vazia, com certeza seria chamado de louco.

Mas tem coisas que é melhor não se explicar. Eu gosto da água, do cheio de cloro, das braçadas e pernadas. 

Aprendi a nadar quando tinha uns treze anos (pode ser um ou dois pontos para mais ou para menos, como nas pesquisas do IBOPE). Quer dizer, eu já nadava desde pequeno, mas aprendi os estilos no começo da adolescência. Um ortopedista ao ver meu esqueleto meio torto na chapa do raio-x recomendou fisioterapia (a Reeducação Postural Global) e a natação para resolver minha escoliose.

Eu nunca tinha pensado em natação. Tinha tanta vergonha da minha barriga que na hora que eu saía da praia ou da piscina eu já colocava uma camiseta bem larga. Ficar no time dos sem-camisa no futebol da escola também não me agradava.

Nas aulas de natação eu achava uma besteira ter que corrigir a maneira que a mão entrava em contato na água, a altura do quadril na água, a forma como o pés devem impulsionar o corpo. Mas eu sempre fui obediente e não faltava as aulas, que aconteciam perto da casa dos meus pais no final da tarde. Eu ia e voltava de bicicleta na maioria dos dias.

De repente eu já estava nadando os quatro estilos, minha pele era igual a de quem frequenta a praia todos os dias e a barriga já não era mais tão grande. Eu tinha até alguns músculos. E não tinha mais problema de coluna.

Daí fiquei mais velho e a natação já não parecia mais tão legal. Entrava na aula de natação, ficava uns meses, saía. Quando percebi, já tinha uns quatro anos que não nadava. Quer dizer, tem lá uma piscina no meu prédio que eu até nadei algumas vezes, mas não conta.

Voltei semana passada. Ainda estou meio dolorido, mas sentir de novo o cheio do cloro, as pernadas e braçadas me fez voltar aos 13 anos (ou 12 ou 14, sei lá). Aliás, eu tenho buscado me reconectar com esse Vinicius de antigamente, um cara mais leve, mais sossegado e natação tem ajudado.

8 de julho de 2015

Névoa

Uma névoa densa aparece sempre de repente. Pode ter feito um sol e calor no dia anterior, mas alguma coisa muda na temperatura e umidade durante a madrugada e o dia amanhece encoberto, como em um filme de suspense.

A névoa pode também nem ser visível. Em uma hora está tudo bem com a vida, com as perspectivas de futuro e tudo mais. Alguma coisa muda e de repente aparece uma névoa de tristeza. Tudo fica escuro, estranho e sem solução. Pode demorar para a névoa ir embora e talvez seja preciso mesmo chorar. O choro, assim como a chuva, ajuda a dispersar a névoa.

Talvez não faça sol nos dias seguintes. Algumas nuvens teimam em ficar pela frente, mas a névoa já não parece mais tão densa. Dá pra ver ali um pouco mais na frente. Quem sabe faça sol amanhã?