30 de abril de 2016

Abriu


Abril não foi um mês fácil. Depois de muitas crises internas, chorei na casa em que eu nasci, na frente dos meus pais. Chorei por tudo o que eu vivi e pelo que eu ainda não consegui viver, seja por medo ou por imaturidade. Depois de tantas lágrimas me senti seco e vazio, mas mais calmo. Abraços, conversas, preocupação. No dia seguinte eu tinha uma consulta agendada para tentar entender minha cabeça. O que te traz aqui? Depressão é a morte em vida, mas sem ter morrido. Talvez seja isso. Cartas de tarô e astrologia. Vidas passadas, quem sabe. Mas são todas as mesma vida. Eu continuo nas consultas semanais, ainda sem entender direito, mas compreendendo melhor. Arte, quem sabe? Pois é, eu quem sei. Ou devo saber. Arte? Talvez. Tenho que fazer uma prova ainda. Mesmo sem os testes me sinto mais vivo, ao mesmo voltei a me dar alternativas, a pensar, a olhar pra fora (e pra dentro) um pouco. Abril não foi fácil. Teve crise minha e do país. Teve votação estranha, teve manifestação. Mas teve paineiras florescendo por toda a cidade. E um pouco de frio com céu sem nuvens. Não sei no que vai dar, nem dentro e nem fora. Pode ser que ainda piore antes de melhorar. Mas vai melhorar. Tem que melhorar. E eu sinto que vai sim. O importante é que começou a abrir.