28 de janeiro de 2022

Sexta!



Ufa, finalmente chegou a sexta. Tenho vivido em ciclos semanais praticamente iguais, mas acho que assim fica mais fácil de sobreviver ao dia-a-dia. O TCC tem avançado, eu realmente gosto de pesquisar, escrever, achar um documento perdido na hemeroteca digital. Mas por enquanto está ótimo terminar uma segunda graduação, não penso em mestrado ou doutorado, ao menos não por enquanto. Talvez eu faça uma pós lato sensu online mais pra frente. Nem acredito que já são quase seis anos na graduação de história da arte, não imaginei que fosse chegar ao final, mas de pouco em pouco é que se consegue terminar as coisas que nos propomos. Tenho bastante paciência. Mas enfim, chegou a sexta, meu teclado está com as letras descascadas de tanto digitar, copiar e colar. O "c" já nem aparece mais, mas as teclas funcionam, tanto que digito com elas esse texto. Sexta!

26 de janeiro de 2022

Sem capacidade social

Sábado foi aniversário do meu sobrinho e minha irmã organizou uma pequena festa no quintal da casa dos meus pais só para nós. Havia meses que eu não via nem meu sobrinho nem minha irmã ao vivo, só pelo telefone. Eu fiquei de máscara o tempo todo e não comi nem bebi nada. Foi muito desconfortável, não tenho mais capacidade social para interagir com as pessoas. Não consegui relaxar e quase não interagi. Não tenho intimidade com meu sobrinho, acho que ele nem sabe direito quem eu sou. Acho que virei bicho do mato mesmo. Só gosto de ficar em casa com meu marido e nosso cachorro, além do no máximo ir à padaria ou ao mercado.

21 de janeiro de 2022

Sexta!



Ufa, mais uma sexta! A semana foi puxada com prazos malucos, mas no final deu tudo certo. Comecei a escrever o TCC, não quero deixar para a última hora. Nem acredito que a faculdade de história da arte está no fim. Eu nem imaginei que chegaria a formar, mas agora estou aqui no TCC. O bom é que chegou a sexta, estou mais tranquilo, a vida tem voltado ao eixo (no que dá para ser eixo no meio de tudo o que tem acontecido). Enfim, sexta.

Essa abelha veio me visitar no 13º andar. Um tempo depois vi que ela estava morta aqui na minha mesa.

14 de janeiro de 2022

Sexta!



Mais uma sexta! Ufa! A semana foi puxada, muita coisa no trabalho, mas ao mesmo tempo tenho aprendido a não ter tanta ansiedade. Respiro e deixo as coisas chegarem. Não tem muito o que fazer. Eu gastava tanta energia ao pensar em cenários extremos. Agora eu apenas respiro, aguardo chegar e então começo a lidar com o problema. E o sol voltou, depois de tantas semanas de frio e chuva em pleno verão. Foi tão bom poder passear com Tominhas em uma manhã ensolarada, sentir o calor do sol. O inverno aqui tem sol, então não sofro muito. Se fosse inverno chuvoso seria mais complicado. Mas bom que agora está um sol gostoso. E é sexta!

10 de janeiro de 2022

Pequenos remédios para a minha saúde mental na pandemia



Não tem sido fácil ter um pouco de saúde mental nos últimos meses. Não que antes fosse fácil, mas acho que a pandemia intensificou tudo. Ao mesmo tempo é preciso se adaptar e tentar sobreviver todos os dias. E sei que tenho muitos privilégios, como trabalhar em casa e ter saúde.

Resolvi então escrever sobre alguns dos remédios que me ajudam.

Meu marido é um dos principais. Nós nos unimos mais ainda e criamos uma rotina semanal para a faxina, o preparo da comida, as compras, nosso happy hour e tudo mais. Não brigamos nesses últimos tempos mesmo que o nosso trabalho seja de casa e estamos praticamente 24h juntos.

Tominhas, nosso cachorro, tem ajudado muito. Eu não tinha ideia de como era ter cachorro. Os nossos passeios de manhã cedo aqui perto de casa. Enquanto ele descobre a vizinhança escuto alguns podcasts e vejo as plantas, os insetos, as outras pessoas e bichos, além de o tempo todo ver como ele é um cachorro incrível. É muito esperto e tem muita personalidade. Ele tem me ensinado que mesmo pequeno ele também tem suas escolhas, humores e autonomia.

Converso quase todos os dias com minha família e amigos pelos aplicativos de mensagem. Tem amigos que não vejo desde que comecei a pandemia, mas mesmo assim me sinto conectado pelas mensagens, memes, vídeos engraçados. 

Trabalho de casa desde que começou a pandemia. E algumas pessoas do meu setor foram obrigadas a voltarem ao presencial e não consigo entender. Quase todo mundo se adaptou ao remoto, não vejo porque obrigar pessoas a voltarem ao presencial. De qualquer forma, minha rotina tem sido muito boa e tenho interagido com os colegas e meu chefe pelos aplicativos de mensagem do trabalho, além de poder acessar os documentos pelos sistemas de armazenamento na nuvem. Mesmo as reuniões que antes durariam várias horas (e às vezes seriam preciso viajar) agora são bem mais rápidas. Trabalho praticamente de pijama.

Alimentação é essencial também. Desde que tivemos covid no começo de 2020 resolvemos nos alimentar melhor e regularizar as taxas todas. Desde então meu marido planeja um menu na semana e cozinha enquanto eu faço a faxina na casa. É uma trabalheira, mas faz muita diferença comer bem. As comidas são simples e no almoço quase sempre é frango, mas não acho enjoativo. É comida boa, saudável, temperada. Não sinto mais incômodo, refluxo, azia e conseguimos perder muitos quilos. No final de semana a gente abre algumas exceções.

Tenho tentado dormir bem. Não uso mais alarme desde que comecei a trabalhar de casa e percebi que tenho ido dormir mais cedo, além de acordar mais cedo. Alguns dias acordo 05h30 e vou dormir um pouco depois das 22h. Parece que vivo na roça, mas é uma rotina que naturalmente me corpo chegou.

No final da tarde, quando acabamos de trabalhar, a gente tenta caminhar aqui por perto. Tentamos correr alguns dias, mas não rolou. Na caminhada a gente consegue conversar, ver as coisas que acontecem. A gente procura caminhar pela ruas sem saída das casas aqui perto, pois são menos movimentadas que o calçadão.

A yoga que faço em casa tem me ajudado muito também. Eu havia começado aulas em 2009 e fiz durante um ano. Depois deixei de lado e fui redescobrir nos primeiros meses da pandemia. Desde então faço ao menos duas vezes por semana. Sempre acordo cedo e então faço enquanto o dia amanhece. É a mesma aula de sempre, com posições sentado, em pé, depois deitado e no final um relaxamento. Percebi que estou mais flexível e a meditação guiada no final me ajuda muito. Mesmo nas férias não deixei de fazer.

O kindle é outro remédio. Tenho conseguido ler todos os dias depois do almoço. Mesmo que poucas páginas por dia, de repente consegui terminar vários livros. O kindle facilita muito. Tentei ler vários livros ao mesmo tempo, mas descobri que o melhor para mim é ler um de cada vez. Simplesmente abro a capa e ele já inicia na página que parei. Gosto do medidor de quantos minutos faltam para terminar um capítulo ou um conto, mas algumas vezes paro no meio mesmo e retomo no dia seguinte.

Quase não temos saído de casa. Conseguimos encomendar as compras de mercado e outras coisas que precisamos para entregar em casa. Temos saída apenas para comprar coisas no verdurão e para visitar nossa família. Sempre com as máscaras PFF2 e só tiramos quando chegamos em casa.

Videogame é algo inesperado. Não imaginei que fosse gostar tanto dos novos jogos. Nos dias que não faço yoga jogo um pouco de manhã cedo. E fico impressionado que alguns jogos têm já mais de cinquenta horas que estou neles. Blasphemous, Castlevania Requiem, Last of Us (partes 1 e 2) e os DOOM (I, II, III e 2016) são os que mais tenho jogado. É engraçado que gosto mais dos jogos antigos. Vários desses jogos têm mais de 20 anos e acho incrível que ainda são jogados e disponibilizados nas lojas virtuais. Sempre fico de olho nas promoções e nas resenhas. Comprei o Witcher 3 para depois que terminar Last of Us parte 2. E quero comprar Quake e Bloodstained quando tiver promoção.

Não tem sido nada fácil ter um pouco de saúde mental com a pandemia, mas é bom reconhecer o que me tem feito bem nesses últimos meses e que me ajudam a sobreviver. Ainda não tem previsão de quando a pandemia vai acabar. Já são quase dois anos e agora os casos aumentaram bastante. Mas uma hora vai terminar. E quero sobreviver e estar com saúde.

7 de janeiro de 2022

Sexta!



Primeira sexta do ano. Primeira sexta depois de voltar a trabalhar desde segunda. É difícil voltar, mas não dá para ficar apenas de férias. O verão de Brasília está cada vez mais estranho. Muita chuva e frio. Verão? Mas agora no final da tarde abril um sol leve por de trás das nuvens. Ainda coloquei 21 em algumas datas que precisei escrever, demora um pouco para se acostumar com o ano que chega. Essa primeira semana é quase um limbo entre o passado e o presente. Mas aos poucos o ano chega, não tem jeito. Enquanto isso, o importante é que é sexta.

6 de janeiro de 2022

Livros 2021



Tenho gostado cada vez mais do kindle. Todos os livros li por ele, geralmente depois do almoço, no intervalo antes de voltar a trabalhar. Gostei de todos os livros e me ajudaram muito, cada um do seu jeito. Aliás, com certeza os livros têm me ajudado muito a não pirar, principalmente nessa época de pandemia.

Minha querida Sputnik - Haruki Murakami
Eu sou doido por Murakami, já perdi as contas de quantos livros dele já li. Sputinik é maravilhoso, cheio de mistérios e coisas fantásticas.

O elefante desaparece - Haruki Murakami
Quis continuar na onda Murakami e peguei um livro de contos. Vários textos incríveis, inclusive o conto que deu origem ao Crônica do Pássaro de Corda, um dos meus livros favoritos.

Hilda Hilst - Da poesia
Tenho ficado cada vez mais fascinado por Hilda Hilst. Não tenho o costume de ler poesia, mas seus textos são maravilhosos. Nem todos entendi, mas li sem me preocupar muito, apenas pela fluidez e pelas imagens que se formavam na minha mente.

A maçã no escuro - Clarice Lispector
Clarice. Nunca li nada ruim escrito por ela. Maçã no escuro é denso, cheio de suspense. Tem um começo que já fisga (um homem que corre para fugir de algo) e muitos questionamentos. Maravilhoso.

Tudo que já nadei - Letrux
Sou fã da Letrux, desde a época do Letuce e o seu livro é uma delícia. Parecia que ela estava ao me lado para me contar vários pensamentos e experiências.

Vergonha dos pés - Fernanda Young
Ainda demoro a entender que Fernanda Young morreu. Eu li vários de seus livros lá nos meus vinte anos e era fã de todos os programas que ela participou no roteiro ou na apresentação. E, claro, adorei o livro. É uma viagem ao começo dos anos 90.

The Fran Leibowitz Reader
Não conhecia Fran até ver seu documentário no Netflix (Faz de conta que é uma cidade). O livro é antigo e algumas coisas ficaram bem datadas (como os textos sobre pessoas LGBTQIA+), mas eu gostei muito mais da personalidade da Fran no seu documentário do que o livro.

How to change your mind - Michael Pollan
Mudou minha vida. Depois assisti o documentário Fungos Fantásticos fiquei ainda mais fascinado pelos fungos psicodélicos. 

Posso pedir perdão, só não posso deixar de pecar - Fernanda Young
O primeiro livro escrito por Fernanda Young e o primeiro a ser publicado postumamente. É um bom livro, mas não me fisgou muito. De qualquer forma é ótimo por ser um documento histórico, um registro do começo da carreira literária de Fernanda Young.

Marighella - Mario Magalhães
Eu não conhecia muito o Marighella, mas quis ler o livro antes de ver o filme de Wagner Moura. O livro e o filme são maravilhosos. O livro tem muito mais informação do que o filme e os dois se complementam muito bom. E infelizmente ainda está bastante atual com o governo que temos ainda em 2022.

Fluxo-floema - Hilda Hilst
Comecei a ler a prosa de Hilda Hilst depois de terminar de ler a coletânea com suas poesias. São alguns contos maravilhosos e super atuais. Imaginei que poderiam virar filme.
 
Tarot and the archetypal journey - the junguian path from darkness to light - Sallie Nichols
Comprei um baralho de tarot da Pamela Smith e tenho gostado de estudar um pouco, tirar algumas cartas para mim mesmo. Gosto do tarot como essa ferramenta de autoconhecimento.

O cobrador - Rubem Fonseca
Eu nunca tinha lido nada do Rubem Fonseca e me interessei depois de ouvir um podcast sobre ele na Quatro Cinco Um. O livro é um retrato do Rio de Janeiro na época. Todos os contos são maravilhosos. Um dos que mais gostei é que se passa em um barco no Rio Amazonas. Aliás, todos poderiam inspirar filmes. Quero ler mais livros do Rubem.

Antes do baile verde - Lygia Fagundes Telles
Eu havia lido apenas "As Meninas" na época da escola. Também ouvi um podcast sobre Lygia na Quatro Cinco Um. O livro de contos é maravilhoso. Sempre imaginava os filmes na minha cabeça. Quero ler mais livros da Lygia com certeza.

Todos os contos - Julio Cortazar
Sou fã do Cortazar desde os meus vinte e poucos anos e adorei que lançaram todos os seus contos em uma edição de dois volumes com mais de mil páginas no total, incluindo textos publicados postumamente (como o Papeles Inesperados) e alguns textos sobre como ele fazia seus contos e alguns textos acadêmicos sobre Cortázar. Fiquei quase seis meses para terminar e curti cada momento. 

5 de janeiro de 2022

Começou o ano



O ano passou tranquilo. Passamos em casa com o Tominhas. A comida e a bebida foi simples. Compramos taças que imitam aquelas do começo do século passado e tomamos belinis. E torradas com camarão no molho romesco e coração de alcachofra com queijo cremoso. Quase não comemos, mas nos dias seguintes tivemos muitas refeições boas com o que sobrou. Encomendamos uns pães recheados que uma padaria aqui perto só faz no final do ano (tortano e frolá - o nome é diferente, mas são simples: um é recheado só com calabresa e o outro com calabresa, abobrinha, tomate e azeitona). Bebi demais, claro. Belini é muito gostoso, mas no dia seguinte eu não existia por causa da ressaca. Nem lembrava como era ter ressaca assim. Mas o ano terminou e começou tranquilo. Apenas nós. Os vizinhos sempre queimam uns fogos e dá pra ver da janela. Quem não gosta nada é o Tominhas.

Já estou de volta ao trabalho. Continuo no trabalho remoto e a volta não é tão dolorosa como na época em que era preciso ir ao escritório. Já nem me lembro mais como era trabalhar presencialmente. Gosto dessa rotina simples.