26 de abril de 2023

Vacina



Ontem começou a vacinação para COVID para maiores de 18 anos. É estranho pensar que há dois anos a vacina era algo praticamente impossível, horas e mais horas de fila e incertezas. Fomos em um posto com vacinação noturna e direto do carro. Ficamos uma hora de espera, mas ouvíamos música, conversamos e ficamos sentado dentro do carro. Claro, algumas pessoas tentaram furar a fila, mas não conseguiram. Então finalmente tomamos a dose bivalente e na mesma hora já constava no sistema do SUS a nossa quinta dose. Tudo simples, ágil, tranquilo. É tão bom viver novamente em um país e não em um pesadelo cheio de incertezas e provações. Meu braço está um pouco dolorido, mas não senti nada, apenas alegria. Depois ainda fomos jantar para comemorar.

25 de abril de 2023

Barco a vela



Essa maré de feriados tem me feito bem. Não aconteceu nada demais, mas é bom ter um final de semana maior. Mais tempo para ler, para ver tv, para não fazer nada. A vida não precisa ser tão corrida e acho que tenho aprendido algumas ferramentas para não me deixar entrar nessa espiral de ansiedade do trabalho. Chegou notificação de mensagem do trabalho fora do expediente? Eu só ignoro e respondo no começo do expediente do dia seguinte. Claro, fica uma pontinha de preocupação, o cérebro começa a trabalhar um pouco, mas o jeito é respirar e tentar tirar essa caraminhola da cabeça. Meditação, yoga, chá, brincar com o cachorro, ler, tudo ajuda. Mas é amadurecimento também. Só com a idade consigo ver tudo isso com mais nitidez. Não adianta conselhos, vídeos, textos motivacionais. É preciso viver, sofrer e aprender a colocar limites. Nem acredito que daqui a alguns meses vou fazer quarenta, mas apesar do susto de entrar nos "enta", tenho gostado muito de envelhecer. É como um barco a vela que continua a seguir, dependendo dos ventos.

14 de abril de 2023

Descongelar



Neste ano houve um alinhamento dos planetas e vários feriados vão cair nas sextas ou segundas. Pensei em como seria bom ter uma semana com três dias de final de semana, mas não sei se isso aconteceria um dia. De qualquer forma é ótimo poder aproveitar os feriados, mesmo sem nenhum plano específico além de descansar. A vida tem sido tranquila nos últimos tempos. Tenho gostado de ler, passear com o cachorro, jogar um pouco de videogame, assistir séries e filmes na TV de casa. Nada muito elaborado, mas a vida não precisa ser muito elaborada. Tenho tentado aproveitar essas pequenas coisas, que aliás já são enormes. E vida flui. Sinto aos poucos descongelar do trauma dos últimos anos, como alguns animais no final da hibernação. Foi uma ótima estratégia de sobrevivência, mas não dá para ficar para sempre congelado na toca. Aos poucos tem uma bar com as amigas, shows, comemorações de aniversário. Tudo com calma, sem aperreio. Não dá pra descongelar no micro-ondas, é preciso tirar do congelador e deixar aos poucos chegar na temperatura ambiente.

11 de abril de 2023

Chocolate



Gosto de chocolate. Acho que toda semana como um pouco de chocolate. Gosto do branco, do preto, ao leite, com ou sem castanhas ou coisas crocantes. Gosto de barras, bombons, biscoitos. E gosto do feriado. Já há algum tempo não sigo uma religião, então não faço questão dos ritos de Páscoa, mas gosto dos ovos de chocolate. Quase não ganho ovos, mas sempre é bom um presente. Ainda sobrou um pouco, que quebrei em pedaços e deixei em um pote fechado. De vez em quando pego um pedaço quando tomo café ou coloco na panqueca de banana do café da manhã. Chocolate deixa tudo mais especial. E os feriados estão aí para sair da rotina, dormir, comer besteiras e beber demais.

6 de abril de 2023

Feriado e nada



Os planetas e as estrelas se alinharam e finalmente houve um ano que muitos feriados vão cair na sexta e na segunda. Não tenho nada planejado, só quero mesmo não fazer nada. Aliás, fazer nada anda tão difícil ultimamente, apesar de parecer tão fácil. Sempre tem algo a ser feito ou ao menos para deixar um pouco adiantado. E então chegam os feriados e pronto, não fazer nada. Nadinha.

5 de abril de 2023

Apartamento-campo



Moro em um prédio alto, no décimo terceiro andar em um bairro um pouco afastado do centro da cidade. Diferente do planejamento urbanístico modernista do Plano Piloto. Um apartamento pequeno, mas para duas pessoas e um cachorro está ótimo. Como não há muitos prédios por aqui, temos uma vista de cento e oitenta graus da cidade. Quase todos os dias o pôr-do-sol é cinematográfico. Como tenho trabalhado de casa, desenvolvi outra relação com o ambiente. Acho que só fui entender minha casa depois de trabalhar de forma remota. Várias vezes enquanto preparo meu café da manhã tenho a sensação de que estou numa casa isolada, na roça. Olho pela janela e vejo tanto verde, tantas árvores e pássaros. Do lado de fora parece haver uma colina verde com casas e até uma linha de trem. Há uma sensação de isolamento, mas ao mesmo tempo de acalanto. E me sinto acolhido na minha casa e gosto de cada pedaço. Mesmo depois de tantos anos ainda me sinto encantado com a vista, com as plantas, os móveis, com a casa em si. Gosto dessa casa de campo virtual, pois é só descer o elevador e a ilusão se desfaz. Mas também basta entrar novamente que a pequena casa da fazenda se reconstrói.