20 de novembro de 2013

Zeolandices

Eu não sabia muito bem o que imaginar da Nova Zelandia antes de ter vindo para cá. Na verdade a primeira impressão não foi das melhores, pois o aeroporto é bem longe da cidade e o hotel não é assim uma maravilha. Mas depois de passar o primeiro dia aqui achei realmente Auckland uma cidade incrível.
A primeira coisa que fizemos foi bem excursão de escola. Fomos ao Auckland Museum. É um museu com arte maori e coisas do início da colonização. Lógico que fomos ver uma apresentação maori. Uau! Os caras são demais. A dança de guerra é uma coisa que realmente dá medo. Eles batem bem forte o pé no chão, batem em seu corpo e gritam bem alto. Dizem que algumas guerras foram decididas só no grito. Imagina...
E descobri também que os maoris são parentes dos havaianos. Os ancestrais deles saíram da Ásia e foram para várias ilhas de canoa. Papua Nova Guiné, Polinésia. Chegaram até o Havaí e a Califórnia.
E vi também um passaro parente do avestruz, mas tinha quatro metros e nao tinha asas. E, claro, os kiwis, uns passarinhos sem asas. Parecem mesmo a fruta kiwi.
No final do dia dei uma volta sozinho pela vizinhança do hotel. Cheguei em um roseiral, um parque e uma praia. Tudo tão lindo e meio vazio. Parecia um filme de aventura. Eu ia andando, subindo escadas, descendo ladeiras, descobrindo lugares novos.
A cidade é bem mais simples e barata do que Sydney. As pessoas são mais simples também e há pouca gente na rua. Mas todos são muito simpáticos. O sotaque é complicado, mais difícil que o da Austrália. Eles demoram um pouco para me entender e eu para entende-los.
A viagem aqui nao tem muito roteiro. Vamos perguntando para as pessoas sugestões de atrações e como chegar. Com o tempo fiquei com preguiça de roteiros engessados e milimetricamente planejados.
Ia terminar o texto com umas expressões em maori, mas esqueci e fiquei com preguiça de pesquisar. Minha cara isso. Aliás, férias para mim é sinônimo de preguiça.

16 de novembro de 2013

Véspera do casório

Amanhã vai ser o casamento do meu irmão. Ufa! Vai ser ali em uma sala dentro da Opera House. Um casamento pequeno para umas sessenta pessoas. O "best man" (tipo o padrinho) teve um problema e precisou ir ao Brasil e agora eu vou cumprir esse papel. Ou seja, vou ficar lá na frente e entregar as alianças.


Ontem foi o dia inteiro fazendo brigadeiros e bem casados.

Fui padrinho no casamento da minha irmã e agora vou ser no do meu irmão.

Mas esse negócio de casamento tradicional, festa e tal, acho que isso não é pra mim.

De qualquer forma, vai ser ótimo curtir a festa.

Ufa!

14 de novembro de 2013

Praiano


Todo esse perrengue que passei nesse ano talvez tenha sido uma forma de fazer essa minha cabeça dura entender que preciso de uma vida mais tranquila.

Hoje fomos em uma praia chamada Belmoral. Almoçamos em um restaurante ali perto, depois sentamos em um banco em uma parte elevada. Pensei tanto na minha vida. Sentei ali, ouvi o mar, vi as ondas, senti aquele vento gostoso. E pensei na minha vida. Preciso realmente mudar algumas coisas. Mais calma, mais autoestima, mais saúde, mais descontração.

Gosto tanto de praia. Queria poder ir mais vezes. A gente mora há menos de duas horas do litoral e nesses quase dois anos fomos apenas uma vez.

Acho que a verdade é que o tempo passa muito depressa. Quando menos a gente se dá conta lá se foram dois anos. Lá se foram doze anos.

Não quero carregar arrependimentos nas minhas costas. Quero ser um velhinho leve... Quero ser um adulto leve.

12 de novembro de 2013

Simples

A viagem tem sido bem tranquila. Aliás, acho que precisava dessa tranquilidade para poder colocar minha cabeça no lugar. Tenho pensado bastante no tanto que o tempo passa rápido e em como as coisas adiadas podem nunca acontecer.

Então, mais um vez, penso em mudanças na minha vida. Mas dessa vez quero começar com mudanças pequenas: alimentação saudável, meditação, roupas mais confortáveis, estilosas e legais, mais livro, mais música, mais eficiência nos gastos, mais exercício físico.

Vamos lá! Quero uma vida melhor para mim.

5 de novembro de 2013

Australianas

O vôo para chegar até aqui, como era de se esperar, foi bem complicado. Muita gente, pouco espaço, longas horas. Mas chegar em Sydney vale a pena todo o esforço. Tranquilidade, conforto, pessoas diferentes, comida gostosa.

É legal ver a vida que meu irmão escolheu. Ele sai bem cedo de casa, deixa o carro na estação de trem e em 10 minutos chega no centro. Em geral às quatro da tarde já está de volta. Depois vai para academia ou uma corrida. E dieta com muita proteína e legumes, quase nenhum carboidrato e nada de leite ou derivados.

Eu larguei a dieta e os exercícios. Saio de casa cedo, levo quase uma hora pra chegar ao escritório e volto, no mínimo, às oito da noite. Mal tenho tempo de ler ou fazer algo depois do trabalho.

Ainda não sei o caminho que quero seguir ou qual vai ser meu futuro.

Morar aqui? Claro que sinto vontade. Mas não sei o que poderia fazer. E não tenho dinheiro para a mudança. De qualquer forma sempre sou atraído pelo botão "reset". Começar tudo de novo do zero. Fiz isso em 2012. Quem sabe trabalho com ciclos de dois ou três anos...

Enquanto não defino meu caminho, curto essas férias tranquilas com minha mãe. Sou de novo um adolescente. Ela paga tudo pra mim, me mima e sempre diz que é ótimo viajar comigo. A gente se dá bem. Saímos de trem, passeamos por lojas e pontos turísticos, voltamos cedo pra casa, tomamos um café ou chá, ficamos um pouco na internet (ela está apaixonada pelo novo iPad!), depois jantamos com meu irmão e minha cunhada em casa, vemos um pouco de tevê e dormimos.

Como já viemos outra vez, agora não fazemos tantas coisas turísticas. Não acho ruim, na verdade. Estava precisando descansar depois de tantos meses de muito trabalho.

Agora estou aqui em um avião para Melbourne. Dizem que é a São Paulo daqui. Sydney é o Rio de Janeiro. Acho que todo país tem uma cidade equivalente a RJ, SP e BSB.

Não sei direito o que vamos fazer por lá, mas vai ser legal. Férias até mesmo quando não acontece nada é legal.

Sydney está toda roxa com as árvores de jacarandá floridas. Me lembra um pouco Brasília com os ipês. Iran até me disse que as duas árvores são da mesma família. Gosto tanto dessas árvores quando estão floridas.

Em Melbourne está acontecendo um grande evento de corrida de cavalos. A cidade para e todo mundo de arruma de um jeito meio brega. As mulheres usam chapéus que não são chapéus (chamam-se "fascinators"). É basicamente um mini chapéu grudado na cabeça. Às vezes é um pedaço de tecido e arame. E dai vão beber, apostar em cavalos e usar roupas chiques. Vai entender. Eles devem achar estranho também a gente usar fantasias, sair na rua, encher a cara e torcer pra desfiles de carros enfeitados e mulheres nuas. E velhinhas com roupas de 40 quilos girando com bandeiras.

Sinto saudades de Brasília e de São Paulo. Incrivelmente sinto mais saudade de SP. Até mesmo meu caminho da estação até casa, passando pela Augusta até o centro. Queria que lá fosse tão segura quanto aqui. Não ter paranóia com assaltos é tão bom. E não ter tanta gente desconfiando da gente é maravilhoso. Tem máquinas de "self check in" para tudo: supermercado, tíquetes, aeroporto.

Bem, esse texto não tem tema e não segue nenhuma ordem. Vou apenas escrevendo o que me passa na cabeça. E do lado de fora da janela do avião não tem nada. Não tem casas, não tem estradas, não tem árvores. Só terra. Engraçado como não tem nada no miolo da Austrália, só nas bordinhas do país.

Será que eu vou achar meu caminho nessa viagem? De repente tenho de me perder para me achar...