19 de setembro de 2013

Passion

Qual é a minha paixão, o que me move, o que me faz acordar todos os dias? A primeira coisa que me vem à cabeça é uma grande interrogação.

Acho que aos trinta anos já se deve saber qual é a paixão na sua própria vida e realmente é estranho não saber.

Gosto de fotografar, cozinhar, escrever, criar, mas será que é essa minha paixão?

Claro, paixão pode ser algo muito efêmero,  ideológico, meio que um sonho inalcansável. Mas pode ser também um norte.

Não me encaixo no meu atual trabalho e nem no anterior. E nem no antes desse. E não tenho ideia de qual será o próximo.

Talvez eu apenas queira um trabalho simples, com horas fixas e dinheiro no fim do mês. Um trabalho que não exija muito de mim para que eu possa me dedicar a outras atividades mais criativas e que não me trarão nenhum retorno financeiro, mas que, claro, me darão muita alegria. Um trabalho simples que me proporcione horas livres para fotografar o que eu quiser, escrever livremente, cozinhar pratos diferentes, pesquisar sobre comida, lugares, fazer cursos, ver filmes, peças, exposições, ir a shows, descobrir novos músicos e viajar. 

Não preciso de muito para viver e não tenho muitas ambições. Acho que nem todo mundo precisa ter sucesso profissional, ser reconhecido, ser um exemplo. Eu queria apenas um trabalho tranquilo com horas fixas e um salário ok, não precisa ser nada demais. Não preciso ter o carro do ano ou um super apartamento. Ou ter roupas de estilistas famosos, obras de artes caras, essas coisas grã-finas. Talvez um outro luxo de comer num restaurante mais caro, de comprar uma ou outra peça de roupa legal.

Eu quero uma vida tranquila. Não quero me comparar com os filhos dos amigos dos meus pais, com meus amigos da época do colégio ou da faculdade, nem com pessoas que tem uma década a menos do que eu e que ganham mais que o dobro do meu salário. E que já têm apartamento próprio, carro do ano, viajam para o exterior e que vivem em casas saídas de blogs de decoração.

Sempre fui devagar, sempre parei para olhar as flores, as nuvens, as coisas que não têm muito significado para as outras pessoas. Meio no mundo da lua. Sempre me interessei pelo diferente, pelo exótico, pelo esquecido, pelo desvalorizado. O ruim (ou o bom!) é que as coisas que eu gosto de fazer não dão dinheiro.

Desde pequeno quis ser alguém que meus pais tivessem orgulho. Fui criado para ser médico, juiz, promotor e quando meus pais perceberam que não teriam um filho que seguisse nessas áreas, desejaram apenas ter um filho funcionário público e com um apartamento próprio. Bem, atualmente não cumpri com nenhum desses requisitos.

Eu quero uma vida simples, um trabalho tranquilo. E admitir isso é perceber uma certa preguiça profissional. Talvez todo aquele potencial de tirar notas boas no colégio, ser aprovado numa das melhores faculdade e em um dos cursos mais difíceis não signifique exatamente a felicidade.

Não me enxergo como um sucesso profissional. Aliás, sempre me achei uma fraude, mesmo após a aprovação em tantas provas da vida (colégio, vestibular, diploma da faculdade, da pós, entrevista de emprego). Já fui elogiado pela minha inteligência, pela minha calma, pelo bom relacionamento com os demais profissionais. Mas não tenho ambição ou maturidade, tanto que mesmo com trinta anos as pessoas ainda me chamam de menino.

Talvez eu devesse procurar um trabalho tranquilo, mas que me proporcionasse algum retorno social. Atendimento jurídico para a população carente ou encarcerada, ONG ambiental, idosos, crianças orfãs, dependentes químicos. Não sei.

Ou um trabalho burocrático em um órgão público de meio ambiente ou social.

É estranho viver meio sem rumo na vida. Parece que estou esperando um sinal que nem sei bem qual é. Mas o tempo tem passado tão rápido ultimamente que sinto que talvez eu fique assim para sempre. Até ser demitido. Até aposentar. Até morrer. O cara que tinha um potencial bacana, mas que nunca soube utilizá-lo.

E tudo isso começou com a pergunta sobre qual é a minha paixão na vida. Eu, hein.

Mas ok, essa indefinição na vida já está um pé no saco. Preciso de prazos (advogado, prazos, sei...). Vou tirar umas férias forçadas daqui a alguns meses, viajar para bem longe (bem longe mesmo!) e tentar entender essa cabeça maluca.

Estou contando com você, Vinicius do Futuro. Espero que quando eu (ou você) reler(relermos) esse texto daqui a um tempo (não muito tempo, espero!), a gente esteja bem e tenha um rumo na vida. Só isso.

18 de setembro de 2013

Academia

Até agora eu não entendi como a gente conseguiu ficar tanto tempo pagando a academia e nem sequer pisar lá. Foram algo como três meses de preguiça e roupas ficando apertadas.

E depois de adiar muito, de colocar o alarme para seis da manhã, acordar e voltar a dormir até as sete e pouco, finalmente resolvemos colocar o tênis, o short e a camiseta e arriscar uma corridinha de leve na esteira.

Foi ótimo perceber que em poucos meses de academia e de dieta a gente conseguiu perder uns cinco quilos e vários centímetros.

Agora não tem muito mistério. É só seguir esses dois passos.

E engraçado que esses dois dias de treino já fizeram uma diferença na minha cabeça.

12 de setembro de 2013

Quase quase

Uma das minhas grandes angústias é dar certo na vida, mas o que seria exatamente esse dar certo? Tenho emprego, moro na cidade que escolhi e com a pessoa que amo, tenho saúde, como o que quero e me divirto às vezes. Isso é ótimo! Mas será que é suficiente? Quero mais dinheiro, quero mais tempo livre, quero um corpo mais magro... a lista é quase infinita.

É bom não estar satisfeito e querer mais, mas sinto que não valorizo o que já tenho, além de me comparar com pessoas que da minha idade ganham dez vezes mais e têm trabalhos mais interessantes.

E não sei bem para onde ir. Não sei qual caminho quero seguir, o que mudar e batalhar para chegar em qual lugar. Não sei meu talento, não sei o que realmente gosto de fazer. Mas sinto que não vai demorar muito para descobrir. A vida tem ma aprontado algumas coisas boas ultimamente. Talvez eu esteja exatamente onde eu deveria estar para começar uma mudança interessante em minha própria vida.

9 de setembro de 2013

Quase 30

Último dia na casa dos 20 anos. Olhando tudo isso dá pra perceber como já tem tempo que estou por aqui. Será que ainda fico mais 30? Acho que sim. Talvez até mais!

Foi tão gostoso passar esses dias em Brasília. Rever minha família, os amigos, rir, falar besteira e todo mundo dizendo o tanto que faço falta e como de voltar logo. Foi tão bom ficar lá esses dias. E tão difícil entrar no avião pra voltar pra cá, pra esse trabalho sem graça, pra essa cidade que ainda não sei se é minha.

Mas vamos pra frente, né? Alguma hora vou entender a razão de estar passando por todo esse perrengue.

6 de setembro de 2013

Eita

Não sei se é a chegada aos trinta, o ano já meio que acabando ou se é alguma outra coisa esotérica, mas
to querendo simplificar minha vida, mudar algumas prioridades. Ultimamente trabalho pra que gente muito rica fique ainda mais rica. Fusões, aquisições, SPA, reps & warranties... E fica aquela vontade de fazer algo mais significativo com meu trabalho. Ando refletindo sobre os próximos rumos. Ok, só um desabafo antes de voltar pra mais outra due diligence pra ajudar gente rica a ficar mais rica. Meu espirito hippie ta meio "chatiado" hoje. Afinal de contas foi ele que me ajudou a escolher trabalhar com Direito Ambiental.

2 de setembro de 2013

Quase nos trinta

É engraçado viver esses últimos dias ainda na casa dos vinte anos. Daqui a alguns dias entro com tudo nos 30. Apesar do peso de estar há três décadas por aqui, não acho ruim chegar nessa idade.

Talvez a principal mudança que quero pra essa nova fase é uma simplificação da vida. Quero um trabalho mais significativo. Não quero apenas ajudar gente muito rica a ficar ainda mais rica. Quero sim poder fazer algo que eu me orgulhe. E quero algo que o Vinicius de 1998, lá com 15 anos, se orgulhe de ver o Vinicius de 2013. No momento não é bem isso que acontece.

Quero ter mais arte na minha vida, quero um trabalho mais interessante e criativo, que me proporcione dar um retorno legal para a sociedade. Quero uma vida mais simples, mais saudável, mais tranquila.

Eu ainda olho no espelho e acho bacana o reflexo. Gosto de mim e acho que tenho melhorado com o tempo.

Passei uma fase muito complicada aqui em São Paulo, mas acredito que agora tudo está ficando melhor.

O ano acabando e eu já tenho que começar a me mexer para chegar em 2014 do jeito que quero. E já com os 30!