27 de agosto de 2014

Emaranhado

Engraçado que a tão pouco tempo de mudar minha cabeça esteja tão emaranhada. Penso em como vai ser legal essa volta, das possibilidades de ter mais qualidade de vida, de abrir novas possibilidades profissionais, de estar perto da minha família. Mas ao mesmo tempo sinto uma preguiça de começar a efetivamente fazer a mudança, vender o que não poderei levar, morar em outro lugar, avisar no trabalho.

Eu sei que as coisas não estão exatamente boas pra mim por aqui. Mas também não estão ruins. Acho que se fosse algo mais forte, tanto para o lado bom quanto para o ruim, talvez esse processo todo seria mais fácil.

Não tenho muita ideia de como vão ser os próximos meses. Penso só nas férias que eu vou ter. No sossego e tudo mais. E, claro, na novidade. Mas sinto também muito medo de ser um retrocesso. Mas não tem como saber tudo isso de antemão.

O que me tranquiliza é que nada é pra sempre. Claro, tem o desgaste físico, emocional e financeiro, mas sempre é possível mudar.

Enquanto isso, segue esse emaranhado na minha cabeça. Sei que não vou conseguir desatar tudo nunca, mas ao mesmo quero desembaralhar um pouco.

E quero mais dias sossegados. Gosto tanto dos sábados e domingos aqui. Talvez se os dias de semana não fossem tão puxados.

Talvez, talvez, talvez....

A única certeza que tenho por enquanto é que meu contrato de aluguel termina no final de outubro.

3 de agosto de 2014

Livro, sol e parque

Eu não sou planta, mas tomar sol fez toda a diferença no meu dia. O inverno deu um descanso e fez um calor gostoso, desses com céu azul sem nenhuma nuvem. Um clima ótimo pra sair de casa.
Resolvi pegar uma garrafa de água, dois livros, óculos escuro e fones de ouvido. Caminhei até o parque aqui perto de casa, sentei na grama num lugar com bastante sol e li, vi as poucas nuvens passando, bichos voando e até um cocô de passarinho caiu na minha perna pra me lembrar que tem sempre alguém querendo cagar na sua cabeça. Mas nem isso estragou a tarde.
Lembrei como é fácil e simples ver coisas boas na vida e relativizar esse monte de coisas chatas que sempre vão acontecer na vida. Respirei fundo, olhei as árvores, o céu, cochilei um pouco e pela primeira vez em muito tempo me senti realmente feliz. E vi que posso ser feliz em qualquer lugar e com poucas coisas.
Agora domingo de noite, o dia vai ser ser cheio e bastante chato amanhã, mas tudo bem. Não sinto essa angústia que sempre me acompanhava nos domingos e em quase todos os dias.
Tudo bem que estou levemente queimando e com umas coceiras fé ter ficado na cama. Mas tá ótimo!
Olha, vou te contar, essa vitamina d sintetizada pela luz do sol é boa mesmo.

2 de agosto de 2014

Floresta

Engraçado achar que hoje em dia nos afastamos da selva. Ela apenas mudou de forma. A vida continua selvagem. Precisamos caçar pra comer, competir uns com os outros, correr sempre, seja atrás de alimento, seja fugindo do perigo.

Mas ainda gosto de voltar pra selva tradicional. Quer dizer, a floresta domesticada. Aquela com árvores, bichos e tudo mais. Venho aqui pra relaxar um pouco da outra selva, aquela de concreto.

A gente se acostuma com a selva. Com o estresse, a poluição, o barulho. Com a tristeza, a apatía, a insatisfação. Elas viraram minhas amigas nos últimos meses, ou anos.

Eu já nem sei mais como viver sem reclamar de tudo, sem achar motivo pra brigar, sem a vontade de chorar até dormir. Já nem sei mais quem eu sou, se sou esse de agora ou o outro de antes. Eu nem sei mais caracterizar esse de antes, nem mesmo se ele existiu.

Eu vim aqui pra floresta domesticada no meio da cidade. Eu vim pensar. E tentar fazer uma fotossíntese. Sei lá, vai que ajuda. Talvez seja a tal de deficiência em vitamina d.

Tô topando tudo.