28 de novembro de 2009

Onde?

Eu não tenho certeza para onde estou indo. Queria um curso de design, tipografia, stencil, silk ou mesmo algo de história da arte, mas não achei nenhum por aqui que me interessasse e acabei indo para um pós em direito, se é que se pode chamar aquilo de pós-graduação. Só sei que preciso fazer algum curso, qualquer que seja, mesmo este de direito.

Dei entrada na papelada para tirar minha carteirinha de advogado. Isso me lembra aquele documento que as prostitutas e as atrizes tinham de tirar nos anos cinquenta para exercer suas profissões. Quase a mesma coisa.

24 de novembro de 2009

Varanda

Cheguei em casa. O ônibus chacoalhou mais que o normal, mas não mais que minha cabeça: não gosto do meu trabalho, só o que eu pensava, e não sei para onde vou. Na verdade acho que nunca gostei de nenhum trampo que eu tive. Poderia escutar música, tirar fotos e andar pela cidade o dia inteiro, mas ainda não inventaram um emprego que tenha esses pré-requisitos. Terminei a faculdade, fiz uma monografia legal, estudei um pouco, tirei minha carteirinha e agora a moça do telefone me chama de doutor. Pra quê? Não sei ainda, mas tirei. Ok, advogado agora. Automático, como quase tudo na minha vida. Automático como o emprego que arranjei, como a faculdade que fiz e como essa carteirinha que eu tirei. E agora? Não sei o rumo. Entro numa sala com gente estranha todas as noites pra conseguir mais um emprego automático, mas que me pague melhor? Começo outro curso? Qual? Faço uma pós? Não faço nada? Não, algo tenho de fazer, não quero mais esse emprego. Ponto. A única coisa que sei é que não quero ficar mais nesse emprego. Ok, ele me deu independência, paga meu aluguel, a gasolina, a cerveja e alguns mimos. Moro num apartamento tão legal, pequenininho, mas charmoso. Tem uma cama de casal com estampa de zebra e muito amor. Um amor que acorda num mal-humor danado e que não gosta de tomar café-da-manhã. Tem uma varandinha também, sabe, e descobri por acaso que gosto de plantas. Rego, mudo de lugar, tiro as folhas secas. Acredita que agora tem umas lagartas malditas detonando minhas samambaias? Ok, posso virar jardineiro de varanda que curte escutar músicas antigas, tirar fotos, assistir filmes velhos e andar pela rua vendo os grafittis, as árvores e os letreiros. Ok, o emprego é ruim, mas posso de ir de calça jeans e allstar. Eu não cresci. E não sei o que fazer da minha vida. As contas estão pagas, mas e minha vida? Não quero ser mais um medíocre com crachá no peito e um sorriso amarelo. Vamos abrir um bar? Foda-se a faculdade, o emprego, a carteirinha...

3 de novembro de 2009

Di Etta

Não tinha limite. Era uma avalanche de chocolate, uma overdose de sorvete e meia tonelada de hamburguer com batata frita. Foda-se! Comia mesmo, com gosto e sem culpa. De repente aquela camiseta bacana ficou meio apertada. Droga! Maldito metabolismo, malditas calorias. Ontem no mercado foi um basta. Sopas instantâneas de baixa caloria e nada de chocolate. Hoje no verdurão me acabei nas frutas. E nada de chocolate. Nada. Mas tudo bem. Almocei normal, levei umas bolachinhas que não comi e na janta tomei uma sopa artificial de champignon, comi meio papaya, um kiwi e uma ameixa. Detesto dieta.

2 de novembro de 2009

Dia de los muertos

O dia dos mortos pode ter música, bagaceira e comida gostosa