22 de fevereiro de 2023

Carnaval 2023



O último carnaval pra mim foi em 2020, antes da pandemia. Foi um carnaval um pouco estranho, pois já havia casos de COVID em alguns países e inclusive piadas, pois até então estávamos acostumados com a epidemia de H1N1 que foi bem mais simples. Ninguém conseguia imaginar que a pandemia seria tão complexa e duraria tanto tempo. Mas chegou e foi terrível. Agora quase três anos depois conseguimos ter o primeiro carnaval mais ou menos como os de antes. Mais ou menos, pois já se passou muita coisa desde 2020. Eu até a véspera do carnaval não sabia direito o que fazer. A agenda dos blocos estava confusa, talvez a gente fosse apenas em alguns dias. Chegou então o sábado de carnaval e já fomos em uma festa e foi divertido, apesar de não parecer ainda carnaval, apenas uma festa com músicas de carnaval. Samba Urgente sempre é bom! No domingo fomos em um bloco mesmo, na Vila Planalto, o Tropicaos. Parecia que eu estava em outra cidade, uma dessas cidades do interior. Só aí entendi que estava no carnaval e como é importante estar na rua, dançar, sorrir, encontrar pessoas, abraçar. Foi uma experiência maravilhosa que eu não sabia o tanto que meu corpo e minha mente precisavam. Sair cedo e voltar cedo pra casa, de dia ainda, mas há muitas horas na rua. Segunda no Setor Comercial Sul, num bloco que sempre vamos, o Aparelhinho. Caminhamos pela cidade, interagimos com as pessoas, cruzamos o Eixão a pé até a Praça dos Prazeres. E então teve a terça, o melhor bloco para mim, o Calango Careta. Caminhar atrás do bloco, todo mundo fantasiado, orquestra incrível, pessoas com perna de pau, um calango gigante como se fosse aqueles dragões chineses. Caminhar pelas quadras da Asa Sul, chegar no Cine Brasília e voltar para a W3 sul. Várias pessoas, vários amigos. O carnaval é assim, não precisa planejar muito, mas precisa estar na rua. Agora sim meu 2023 começou. Estou com o corpo dolorido e muito cansado. Fiquei a manhã toda descansando, mas mesmo assim estou bem cansado. De qualquer forma é uma maravilha poder trabalhar de casa, sem precisar ir até o escritório. Se bem que tradicionalmente a quarta de cinzas no escritório a gente só devia conversar com os colegas sobre como foi o carnaval e hoje tive bastante trabalho, mas bom que o dia passou ligeiro. Amanhã oficialmente 2023, depois de um carnaval maravilhoso. Demorei para entender e para gostar do carnaval, agora não passo mais sem.

10 de fevereiro de 2023

Saudades e silêncio



Estou há uns dez dias sozinho com meu cachorro em casa. Mas a não ser pela saudade enorme do meu marido, os dias têm passado tranquilos. Eu gosto da minha casa. Gosto de trabalhar em casa. Gosto de ficar em casa. Computador, televisão, livros, músicas, caminhadas. Cozinhei também para a semana, juntei vários vegetais cortados, misturei azeite, sal e temperos e deixei no forno, olhando e mexendo de meia em meia hora. As engrenagens da vida funcionam bem. A casa silenciosa e tranquila, mas não vejo a hora de chegar meu marido com as novidades, barulhos, conversas. Sinta muita saudade.

7 de fevereiro de 2023

Saudades



Meu marido viajou a trabalho para o exterior há uma semana e ainda vai ficar alguns dias. O apartamento ficou gigantesco e silencioso. Tenho tido conversas com nosso cachorro, tirado um tempo para brincar com ele, passearmos aqui por perto. Tinha tempo que eu não ficava tanto tempo só, afinal de contas há pouco tempo houve a pandemia e não havia viagens a trabalho. Eu amo a rotina com meu marido em casa. Eu trabalho de casa todos os dias e ele consegue trabalhar de casa alguns dias por semana, então temos nossa rotina, mesmo no apartamento pequeno. Sinto saudades de acordar e ver seu rosto dorminhoco. Ou de estar na sala já em várias atividades e ele chegar sonolento para dar bom dia para mim e para nosso cachorro. Ou almoçarmos juntos na frente da TV para ver ao algum vídeo rápido no YouTube e voltar para o quarto para ler ou tirar uma soneca antes de voltar ao trabalho. Ou nossas noites de sexta em que abrimos cada um seu vinho (eu gosto de tintos e ele de brancos e rosés), comer algum petisco, ouvir músicas e conversar. Ou nossas manhãs de sábado que temos tempo para tomar um café da manhã tranquilo, depois ir na feira e arrumar algum passeio legal para levarmos o nosso cachorro. Mesmo ele tão longe conseguimos conversar pelo celular, saber como está o dia-a-dia, ver as quase instantaneamente as fotos dos lugares que ele tem ido. Por aqui a vida continua, tenho minha rotina, tenho meu trabalho, tenho meus livros, filmes, tenho as caminhadas aqui por perto, os passeios com o cachorro, tenho os momentos de preparar as comidas, fazer as compras. A vida continua, mas ela é mais colorida com meu marido aqui por perto.

3 de fevereiro de 2023

Já é carnaval



Eu passei minha vida quase toda sem gostar do carnaval. Gostava do feriado, dos vários dias sem escola, mas não lembro de ir em bailes ou blocos, no máximo assistir a algum desfile na televisão. Não me lembro de fantasias na infância, festas ou matinês. E então em São Paulo, um dos últimos lugares em que esperava encontrar algum carnaval, fui no meu primeiro bloco de rua. Lembro que estávamos na nossa casa e de repente lá longe um barulho e música. E então decidimos ir no bloco com a roupa de casa mesmo e nos divertimos. Lembro de irmos em blocos com poucas pessoas também, praticamente sem estrutura, passear pelas ruas e cantar músicas antigas de carnaval. E Brasília tinha sempre os blocos antigos e decadentes, então há uns dez anos chegaram blocos novos e uma vontade de curtir o carnaval aqui, sem viajar. De repente a gente começou a ir a armarinhos e preparar fantasias, pensar no que usar em cada um dos dias, pensar no carrinho de feira com bolsa térmica pra levar cerveja e voltar para casa com os pés doloridos e com purpurina em cada centímetro de pele e do cabelo. Mesmo depois de muito banho ainda encontrar brilhos e confetes na cama e pela casa, a dor no corpo, o zumbido no ouvido e a ressaca. Então chegou a pandemia. Aliás, em 2020 ainda teve um pouco de carnaval, já com piada do "beijei um italiano (e provavelmente peguei COVID)". Nem dava para imaginar que poucas semanas após o carnaval tudo seria interrompido e a vida como um todo seria modificada para sempre. Agora, após quase três anos, vamos ter um carnaval mais ou menos como era antigamente. Se bem que já não somos como antigamente e ainda não conseguimos entender exatamente o que tem acontecido. E o primeiro carnaval após esse desgoverno que finalmente acabou. 

Sábado passado teve uma festa de carnaval. Festa privada, higienizada, mas de carnaval. Com Silva e Liniker (aliás, adoro o Silva, mas seria ótimo um Bloco da Liniker!). Músicas antigas tocadas ao vivo. Dançar. Há quanto tempo não dançava, nem me lembro quando dancei e me diverti em uma festa. Abraçar amigos, rir, conversar. Beber cerveja cara, mas gelada. Enfrentar filas. Ainda não estou com vontade de fantasias, nem nada muito elaborado, mas sei que o melhor é deixar acontecer naturalmente, como diz aquele pagodinho dos anos 2000. Final de semana tem mais pré-carnaval...