28 de fevereiro de 2012

Adaptacción

Eu me adapto fácil, rapidinho já crio uma nova rotina, quase como se esse novo dia-a-dia fosse o cotidiano de sempre. Não sinto falta de várias coisas que antes pareciam ser essenciais, mas tento deixar a vida mais ou menos arrumadinha, com alguns mimos pra mim. E o resto fica pra trás, uma memória boa. Eu tinha me esquecido de como gosto de novidades na vida...

25 de fevereiro de 2012

Tonelada

Não entendo como se pode juntar tanta quinquilharia. Entre ontem e hoje enchi cinco vezes meu carro pra levar as coisas do meu apartamento para a casa dos meus pais. Coisas que eu nem lembrava que tinha, outras que nunca havia usado. Resolvi fazer tudo isso sozinho, assim teria a real noção do peso das minhas coisas. Encaixotar, levar para o carro, enchê-lo, dirigir até a casa dos meus pais, esvazia-lo e depois começar tudo de novo.

No começo me deu uma vontade danada de chorar, de deitar na nossa cama e fingir que tudo isso passar num estalar de dedos e eu já estaria morando aí. Mas foi bom passar esse sufoco e perceber que se eu não fizer, ninguém vai fazer por mim. E então tudo começou a ficar mais leve. Aquela tonelada começou a ficar mais e mais leve.

Claro, é bem difícil deixar o apartamento que gostei tanto de morar, deixar minha privacidade, meu domínio do tempo, de fazer o quisesse ali dentro. E voltar pra casa dos meus pais, a mesma casa que nasci e fui criado. E tentar enxergar isso não como um retrocesso, mas sim um recolhimento necessário antes de um passo maior. Aliás, um passo gigantesco!

Agora acho que a cada um ano e meio ou dois anos tem de se fazer uma mudança. Jogar fora o que não se usa mais, ficar só com o necessário!

E vou chegar lá no nosso próximo apartamento bem levinho. Só com o mínimo! E vamos crescer muito por aí!

23 de fevereiro de 2012

A vida é boa

Minha vida aqui em Brasília é muito boa. Moro sozinho em um quarto-e-sala lindo, perto de um parque e a dez minutos de carro do trabalho. Meu emprego é estável, paga um salário decente, os colegas são legais e o volume de trabalho não é sobrehumano, sempre sei a hora que entro e saio. Tenho amigos maravilhosos que conheço há mais de dez anos e que posso sempre contar. Minha família mora pertinho e sempre que posso almoço com meus pais. E a cidade é ótima, claro, tem seus defeitos como toda cidade, mas é bonita, o clima é gostoso, é cheia de árvores, parques e galerias de arte.

Eu devo ser um louco por querer me mudar pra uma cidade gigantesca, longe dos meus amigos e família, sem emprego certo. Mas eu vou! Afinal minha vida é sempre muito certinha e preciso de um pouco de mudanças, preciso viver novas experiências e preciso dormir e acordar de novo com você...

Não sei se vai dar certo, nem se sou realmente tão corajoso como quero. Mas vou tentar. De toda maneira vai ser uma experiência que vou levar comigo pro resto da vida. E quero realmente que dê certo!

22 de fevereiro de 2012

Carnavália

Eu nunca fui muito de pular carnaval, aliás nos últimos anos não tive muito de folia. No carnaval desse ano redescobri a diversão de pular carnaval, de usar roupas ridículas, dançar marchinhas antigas, de seguir blocos de rua. E no dia seguinte as pernas completamente doloridas!

20 de fevereiro de 2012

Cabeça de veado

A primeira compra da casa nova. Eu ainda moro na casa velha, mas só penso na tal casa nova, que nem sequer existe, mas está perto de nascer. E hoje em um passeio pra dar uma olhada em apartamentos encontramos um outlet de moveis, eis que surge uma cabeça de veado, mais ou menos como imaginamos. A casa nem existe e já tem a primeira moradora.

19 de fevereiro de 2012

Nascer do sol

Foi lindo ver o sol nascendo acima das nuvens. Acho que isso é o melhor de se viajar de madrugada. E, claro, ver os prédios na descida, pensando em como o piloto consegue aterrissar sem que as asas do avião encostem nos arranha-céus.

Carnaval em S. Paulo

Eu achei que não ia ter nada carnavalesco, mas quando percebi já estava com um bigode pintado no rosto, um chapéu Panamá e sambando em um bloco de rua na Vila Madalena chamado "Vai Quem Quer". Hoje minhas pernas estão bem doloridas e só fico me lembrando da gente cantando marchinhas antigas e subindo e descendo ladeiras com o bloco.

18 de fevereiro de 2012

Undererê

Minha cidade não é famosa pelo carnaval. Bem, tem blocos de rua, sambódromo e tudo mais, mas não chega a ser carnavalesca. E eu também não sou muito de Rei Momo e Globeleza. O melhor mesmo são os quatro dias e meio pra fazer o que quiser. E nada melhor do que viajar. Vou agora pra São Paulo - também não muito famosa pelo carnaval - curtir a folia junto com meu undererê. E estou aqui às cinco e pouco da madrugada dentro de um avião lotado de gente com chapéu Panamá, roupas curtinhas e cara de sono. Só quero conseguir cochilar essas quase duas horas!

14 de fevereiro de 2012

Vícios

Todo mundo tem um vício em algo. Eu gosto de chá mate gelado com limão, tomo quase todos os dias. Aliás, chás em geral, quentes ou gelados. Mas percebi que estava realmente viciado quando senti uma dor nas costas - provavelmente de estresse, segundo o médico - e me prescreveram um relaxante muscular. Dormir sem sentir aquela dor chata foi uma das melhores sensações. E então sempre que eu estava meio tenso, antes de dormir tomava um comprimido. Mas parei com isso, por mais que até hoje sinta muita vontade de tomar um relaxante muscular de vez em quando. Parei por achar estranha essa vontade de tomar um comprimido. Bem, melhor ficar só no meu vício de chá mate gelado com limão!

12 de fevereiro de 2012

Encaixote

Minha vida cabe em caixas. Bem, claro que não cabe, mas esse encaixote me fez perceber que não se precisa de muita coisa. Ou melhor, claro que se precisa, mas não dá pra levar tudo. Tendo essa limitação em mente, foi difícil escolher os livros, os discos, os filmes e as coisas imprescindíveis. Então com esse limitador - e põe limitador nisso - tive de escolher o essencial do essencial. Mesmo assim ainda levo uma ou outra coisa inútil, como por exemplo a televisão. Não gosto de assistir, mas ela foi cara (apesar de ser uma das mais baratas). E bem, vai que ela uma hora vem a calhar? Coube numa mala grande, junto com isopor e um edredon antigo pra dar uma amortecida. Espero que chegue!

Engraçado é que deixar pra trás coisas que guardo ainda da adolescência não tem sido tão doloroso quanto achei que seria. Sinto mais leve. Bem, até a próxima mudança, quando terei juntado de novo um monte de tranqueiras.

2 de fevereiro de 2012

Viajero

Eu sempre gostei de viajar. Quando eu era pequeno, a cada semestre meus pais enchiam o carro de coisas, colocavam eu e meus irmãos e viajávamos dois ou três dias de carro. Conhecemos o nordeste pra visitar uma parte da família, íamos para São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e até Paraná. Eu sempre adorei essa viagens de carro, pois era sempre ótimo reparar a paisagem mudar pelas janelas. E foram rodovias esburacadas, estradas de terra, atoleiros, hotéis de beira de estrada. E apesar de curtir essas viagens, eu sempre enjoava muito. Então foram muitas paradas para vomitar! Faz muito tempo que não viajo de carro, a maioria das vezes fui de avião. Horas de espera, voos atrasados e de vez em quando um enjôo quando acontece uma turbulência mais forte. Se um dia eu ganhar muito dinheiro, não quero carrões ou mansões. Quero viajar pra lugares distantes, conhecer a Índia, a Rússia, as Ilhas Maurício, Galápagos, Copenhague, Japão, Peru, Groelândia, Islândia e vários outros lugares. Se eu pudesse eu só viajava!

1 de fevereiro de 2012

De volta ao tronco, com frio na barriga

Voltar ao batente não tem sido fácil. Ainda mais agora que foram dados os primeiros passos para a mudança -aliás, eu não lembro de ter sentido tanto frio na barriga. Mas vou trocar tudo o que é certo profissionalmente, por algo completamente novo para mim, o que pode ser um movimento certeiro, mas pode dar tudo errado, daí o danado do frio na barriga ou das borboletas no estômago.

Ao mesmo tempo, o que me tranquiliza é que sempre posso apertar o botão "desfazer" e voltar para cá, mantendo meu emprego.

A verdade é que eu ainda não me conheço, pois achava que era alguém que gostava de estabilidade e previsibilidade, mas percebo que curto um pouco de aventura, de incerteza, de renovação.

Dizem que alguns períodos na vida são mortos, quer dizer, aparentemente inúteis, mas eles servem para ligar dois períodos mais vivos, mais intensos. Vamos ver o que acontece!