31 de agosto de 2017

Com licença


Sempre perto do meu aniversário os ipês brancos começam a florescer. Ficam ali o ano todo disfarçados e de repente explodem nessas flores brancas por apenas três dias. Esses sempre foram meus favoritos e decorei o lugar que alguns deles estão.

Mas engraçado como eu estava riscando os dias do calendário, como naqueles filmes antigos de presidiários. Dia após dias. Contando até o dia que chegaria minha licença para eu fazer um curso no trabalho, contando pra chegar o dia do casamento, contando pra chegar o dia do meu aniversário, contando para chegar o dia da viagem. São muitas contagens.

Mas a primeira data chegou e agora acho as outras vão chegar de uma forma mais tranquila. Respiro fundo. Lembro dos ipês e o tempo de preparação deles para a floração. Aliás, nem consigo respirar muito com essa umidade relativa de menos de dez por cento, mas tudo bem.

Os ipês estão ali. E agora, com licença.

23 de agosto de 2017

(des)água


Às vezes sinto uma água fria invadindo o lugar que eu estou, inundando bem devagar, até quase me submergir. Essa água não afoga, mas deixa uma letargia em tudo o que faço. E então perco a vontade de fazer tudo o que há algum tempo eu simplesmente adorava. E não sei muito bem o que fazer além de esperar o nível dessa água descer e escorrer por outros cantos. Enquanto ela não deságua, eu fico aqui quase parado ou quase parando. Tudo muito devagar, tudo quase sem energia. Eu não me debato, não me rebelo. Apenas fico por aqui observando o dia passar e esperando a água escorrer... Uma hora eu fico seco de novo.

16 de agosto de 2017

Seca


Eu adoro a época da seca. Quer dizer, adoro quando tenho tomado água e não estou diretamente no sol. Mas no mais é uma época difícil. Não é fácil respirar, a gente fica meio sem disposição pra fazer nada. Mesmo assim é uma época maravilhosa para ver o por-do-sol, pra fazer coisas ao ar livre no começo da manhã ou no final da tarde. Aliás, rolam muitos eventos ao ar livre nessa época. Mesmo assim é engraçado quando chega a primeira chuva depois do período de estiagem, todo mundo pergunta se choveu onde a gente está e ficamos meio bestas de ver a chuva caindo e aos poucos as plantas ficarem verdes de novo.

15 de agosto de 2017

Bagunça


A bagunça se acumulou por vários dias e isso se reflete na minha cabeça também. E então resolvi me ajeitar, fazer a barba, cortar cabelo, passar cremes na pele para tirar esse aspecto cinza da seca. E, claro, ajeitamos a bagunça da casa também. É bom olhar para um rosto menos bagunçado, mas a confusão ainda está ali, só que disfarçada. Tem dias que ela vem com força e me tira toda a concentração e a vontade de fazer tudo que não seja ficar num estado de letargia. Respiro fundo, tomo uma água e tento me concentrar em pequenas tarefas. Eu sempre achei engraçada a palavra procrastinar, ela não tem nada a ver com o significado. Ela me lembra procriar e cretino. Respiro fundo de novo... a bagunça faz parte e sempre vai estar ali.

11 de agosto de 2017

Respiro


Eu estava o tempo inteiro com muita pressa e com muita coisa pra fazer. Preciso correr, estou atrasado. E então parei, respirei fundo, sentei em um banco num sombra e decidi que não quero mais carregar esse pressa dentro de mim. Não tem porque ter toda essa pressa, essa ansiedade e essa urgência. Não quero me estressar com o que não precisa. Respiro fundo. E fico mais tranquilo...

8 de agosto de 2017

Volta às aulas



Primeiro dia do terceiro semestre e eu ainda estava com ressaca do festival de música (o COMA). Aliás, eu não era ninguém na segunda-feira, depois de tanto show maravilhoso e daqueles copos de chopp. Mas voltar para a UnB foi uma sensação gostosa, de retornar para um lugar que eu gosto, rever algumas pessoas, estudar arte, curtir um show com professores do Instituto de Música depois do jantar no RU, que aliás me fez muito bem, tanto o jantar quanto o show. Eu precisava de uma comida caseira e simples, uma comfort food (bife à rolê, salada de macarrão, picolé). Eu achei que não fosse dar conta de terminar o dia, mas depois de conversar com os colegas sobre o COMA e de assistir meia hora de aula, todas as luzes se apagaram. Blecaute. Será que UnB não pagou as contas de energia? A situação não está boa pras universidade federais, mas será que está tão ruim assim?  E logo eu estava em casa jogado no sofá e quase dormindo.

É bom estar de volta!

1 de agosto de 2017

Agosto

Falta menos de cinco meses para acabar o ano, mas é interessante como o tempo tem passado depressa. Eu me acostumei a viver semana a semana. Cumpre a semana e começa a outra. E assim por diante. E num instante os meses voam.

Bom que tudo tem corrido bem. Os planos, as ideias. Logo logo será nossa festa e nossa viagem. Parecia tão longe. 

Logo as aulas voltam, mais textos para ler, mais coisas para aprender. Engraçado não estar ansioso com nada, mas tranquilo com o tempo que passa. Será que isso é amadurecer?

Julho foi ótimo, passou numa piscada. Teve concertos da orquestra, teve cafés, teve visitas, teve filmes. 

Agosto é um pulo e já já chego nos trinta e quatro. E casado!