Encaixe

Parece que aos poucos tudo se encaixa. Eu tenho sempre um lado meio ansioso e fico um pouco paralisado com a quantidade de atividades que é preciso fazer no trabalho, na faculdade e na vida. E ainda por cima essa pandemia. Eu acho que não vou dar conta, mas então aos poucos resolvo uma, resolvo outra e no final dá tudo certo. Respiro fundo e vou.

Sol escaldante

Sol e calor, ótimo para a praia e para o clube, mas não para estar em casa a trabalho. Mas melhor do que estar no escritório. Mesmo assim é ótimo olhar lá para fora e ver esse sol maravilhoso, mesmo com esse calor absurdo e a volta da secura.

Sobreviver

A semana começa pesada. Tanta coisa para ser feita e pouca energia e vontade para fazer. Mas o jeito é continuar a sobreviver. O jeito é continuar. Um dia de cada vez.

Pastel de Proust

Depois de não sei quantos meses sem comer pastel na feira e ainda sem sair de casa para quase nada, resolvi pedir de café da manhã pastel e bolo para o nosso café da manhã de domingo. Entrega em casa. Sei que pastel não combina com café e nem com bolo, mas para o domingo faz todo o sentido. 

A gente comia pastel quase todo sábado na feira. E foi bom matar um pouco da saudade. Uma massa frita pode ter tanta nostalgia. Cada um tem as madeleines do Proust que mais se encaixam com a sua realidade. E ainda terminei o café com bolo de cenoura e chocolate, mais memórias, mais saudades e mais nostalgia. Domingo, né?

Sexta!

Chegou a sexta, melhor dia. A chuva nem parece que chegou no começo da semana, a seca voltou com tudo. Um pouco de melancolia e cansaço. Mas daqui a pouco começa o final de semana. Vou tentar desligar de internet e tudo mais. 

Apresentação

Hoje vou fazer minha primeira apresentação da faculdade. Um frio na barriga, mas acho que vai dar certo. Tenho gostado das matérias deste semestre e o estudo à distância.

Café seco

A vida entra em uma rotina. Eu adoro rotina e sempre tento criar a minha. Talvez eu crie essa rotina para poder sobreviver. Mudo muito pouco. O café entra nessa rotina. Depois do almoço volto para o quarto e leio um pouco. Antes de voltar a trabalhar lavo as louças do almoço e passo um café. A xícara fica a tarde toda do meu lado e quase sempre a borra seca no fundo da xícara. Agora que o clima está mais úmido a borra não seca mais.

Chuva

Depois de quase quatro meses finalmente choveu. É engraçado notar as mudanças das estações ao estar em casa, praticamente da mesma janela. Sentir o cheiro de chuva, ver as gotas na janela, os raios e tudo mais. Tanto tempo só de sol. Agora o clima está mais fresco, mudou tudo.

Névoa

O clima está seco e quente. Pantanal e Amazônia em chamas e uma névoa estranha aqui em casa. Talvez de incêndios daqui ou de lá. Não está fácil viver em 2020. Não vejo a hora de chegar as chuvas e trazer umidade e lavar tudo. Tudo.

Sexta

Chegou meu dia favorito. Mesmo sem baladas, sem shows, sem cinema, sem teatro, sexta continua meu dia favorito. Eu adoro tudo na sexta, já capricho no café da manhã e meu dia costuma seguir bem. De tarde já começo a desacelerar, daí faço minha ioga, passo um café gostoso do bom (sempre compro dois tipos, um moído normal e um em grão mais gostoso), coloco água nas plantas e então um banho de ervas para relaxar. Depois é o nosso happy hour. Bebidas, comidinhas, papo e música. Toda sexta!

Arte

Estou com duas disciplinas práticas na faculdade e preciso fazer alguns trabalhos artísticos. Ando tão enferrujado, mas gostei de pensar em métodos, testes e fazer algumas coisas com tinta, pincel, lápis e papel. É uma outra dinâmica e é algo pessoal e delicado. Não é fácil criar, ainda mais quando artista não é um adjetivo que usaria para mim. Mas enfim, tenho feito coisas pequenas e que tem me alegrado. E talvez seja isso mesmo, sair um pouco do cotidiano e me alegrar. Não precisa ser nada complicado.

De volta

Voltei hoje ao trabalho. Os dias foram ótimo, consegui descansar e desconectar do trabalho. Comemorei meu aniversário e no dia seguinte senti uma ressaca da atenção e do carinho. Mas agora já voltei ao normal. E agora mais ao normal ainda, de volta ao trabalho. De qualquer forma, como o trabalho é remoto a volta não é tão drástica como ter que voltar ao escritório fisicamente. Enfim, de volta ao normal e até cortei o cabelo, eu mesmo com o uso de dois espelhos. Fica aqui o registro de sete meses sem cortar o cabelo. Acho que meu cabelo não ficava tão grande assim desde a adolescência.

Recuperação

Meu pai está cada dia melhor. Ele foi internado na metade de março, teve alta no começo de abril, em julho piorou muito, não conseguia mais andar e nem tinha autonomia. A partir da metade de agosto ele teve uma grande melhora, voltou a andar com a ajuda do andador e tem ganhado cada vez mais autonomia. Os exames não mostraram nada definitivo e não sabemos o que ele teve e nem o que o ajudou a melhorar. Alguns remédios foram usados, outros retirados. Mas o que importa mesmo é que ele está melhor. E cada dia se sente melhor e mais independente. Que bom que ele está cada dia melhor! Eu fiquei muito emocionado quando minha mãe mandou o vídeo em que ele anda, havia quase dois meses que ele não andava. E a voz dele está firme novamente. Espero ver meu pai cada vez melhor. Que ele viva bem por mais alguns anos.

Aniversário e ipê branco

Eu sempre gosto dos meus aniversários. Sempre vejo no calendário o dia que vai cair, gosto de planejar o que vou fazer. Neste ano decidi não trabalhar no meu aniversário, peguei uma capacitação no trabalho, corri com o curso e fiquei o meu dia sem fazer nada. E foi o melhor presente que me dei. Eu li, dormi de tarde, comi coisas gostosas, fiquei tranquilo. Atendi todos os telefonemas, respondi todas as mensagens. Curti meu dia. Escrevi, meditei, pensei. Não liguei o computador. Tenho gostado de envelhecer. Tenho gostado de quem eu me torno a cada dia. 37 anos. E perto do meu aniversário sempre florescem os ipês brancos. Há alguns dias quando fui visitar meus pais passei por algumas ipês que eu já conhecia e tirei essa foto. É uma floração rápida e acho que não vou conseguir ver em toda a sua potência, mas foi bom conseguir seguir essa minha tradição e ver algumas flores de ipê branco. Em quase todo o restante do ano o ipê é apenas mais uma árvore, de repente ele explode em cores. O branco é o que eu escolhi para mim. Sempre perto do meu aniversário.

Carro

Tenho usado tão pouco o carro. Os dias são quase todos em casa. Trabalho e faculdade em casa. E tenho adorado! Antes eu passava ao menos uma hora por dia no carro e estava sempre com pressa ou atrasado. E precisava abastecer a cada duas semanas. Agora eu só eu pego o carro aos sábados para fazer as compras de mercado e de farmácia para os meus pais e visitá-los. Fico quase dois meses sem precisar abastecer. Eu até gosto de dirigir, mas não sinto falta de ficar no trânsito. Não tenho vaidade com carro, o importante para mim é funcionar. Girar a chave e dar a partida. Espero continuar a trabalhar de casa e não precisar pegar o carro todos os dias.

Plantinha

Das pequenas diferenças. Meu marido preparou uma plantinha pra deixar no escritório e mudou tudo. Um pequeno balde, uma planta e de repente o escritório ficou mais aconchegante, tudo com o que já tínhamos aqui em casa. Tenho passado bastante tempo aqui na quarentena e era um local que eu quase não usava. Engraçado como a casa também é viva e também se altera no decorrer do tempo.

Chapati, quiabos e babaganoush

Eu adoro comida árabe, ao menos a comida árabe que chegou aqui no Brasil. Nesses dias tinha poucas coisas na despensa e algumas beringelas que não durariam muito tempo na gaveta de hortaliças da geladeira. Decidi então fazer uma comidinha árabe para comer no happy hour aqui de casa. Fiz o chapati do Panelinha, basicamente farinha, água e um pouco de azeite. Bem simples e rápido. A massa é bem fácil de trabalhar. E para as beringelas decidi juntar várias receitas de babaganoush que vi. Colocar a beringela inteira direto na boca do fogão e girar para que queime por igual, depois assar em um recipiente coberto com papel alumínio por meia hora no fogo médio. E então deixar esfriar, tirar as cascas com a mão e esmagar a polpa com um garfo, juntar sal, azeite, pimenta do reino e pimenta síria. Pronto! Ficou perfeito e com aquele gosto de defumado maravilhoso. Receitas bestas, mas que me fizeram sentir bem. Fiz ainda uns quiabos chamuscados na panela de ferro, jogar eles inteiros na panela quente até ficarem todos queimados e depois junto um molho de limão, shoyu e alho. Engraçado que mesmo sem planejar foi uma refeição vegana. E tudo feito em casa.

Sexta

Tão bom quando chega a sexta. Eu já coloco de manhã um vinho para gelar e tomar de noite. A gente transforma a casa em um bar ou restaurante, sentamos perto do balcão da cozinha e bebemos, comemos, conversamos e escutamos música. Sempre é bom, sempre é leve e gostoso. O melhor momento do minha semana, mesmo nessa semana mais tranquila.

No escuro

A luz faltou, mas voltou. E depois no começo da noite, bem na hora que eu tinha uma aula online, faltou novamente. Sorte que o computador e o celular estavam com bateria. Consegui acessar a aula pelo 4G do celular e fiz as anotações pelo computador, até que deu tudo certo. Foi uma experiência diferente, não aproveitei a aula como se tivesse sido pelo computador, mas quebrou um galho. E meu celular, mesmo velhinho, deu conta.

Sem luz

Hoje faltou energia aqui em casa. Dei uma olhada no site da concessionária de energia e vi que era um corte em razão de manutenção programada. De oito até às duas da tarde. E então ficamos sem energia. O fogo foi acionado com o isqueiro, não teve música, não teve televisão. E então resolvi ler. Li durante a manhã toda e foi ótimo. Nem percebi quando a luz voltou. De qualquer forma, é muito melhor que falte durante o dia e foi bom ter um dia sem eletricidade. Bom que o kindle e o celular estavam com carga.