31 de julho de 2013

Próximos passos

Eu sempre me perguntei como as pessoas aceitam fazer trabalhos que elas não gostam. Como elas podem vender tantas horas do dia para algo que não acreditam?

Ainda não sei a resposta. Mas me sobram poucas horas do meu dia para fazer o que realmente gosto. Aliás, nem eu sei mais o que realmente gosto de fazer.

Tenho sentido um desânimo tão grande e uma vontade de ficar apenas em casa dormindo e vendo tv. O despertador toca, toca de novo e só quando vai tocar lá pela quinta vez começo a me levantar.

Eu não quero mais esse modelo tradicional de trabalho. Preciso fazer algo que eu realmente acredite. Mas não tenho ideia do que seja. Ok, talvez eu tenha uma ideia. Algo mais simples, menos burocrático e formal, algo com mais arte, mais criatividade, mais leveza. Talvez algo com comida, com chá, café. Talvez fotos, filmes. Uma startup? Ok, meu problema é que não consigo focar no próximo passo, quero sempre mudar radicalmente sem pensar muito no depois.

De qualquer forma me dei um prazo. Tenho uma viagem em novembro e durante esse período de férias quero tentar esquematizar uma estratégia para mudar de vida.

Mas até novembro tem muito tempo ainda!

Quero logo entender o que eu quero fazer.

30 de julho de 2013

Lâmpada mágica

A gente tem exatamente o que quer da vida, mesmo que isso não seja bom para nós. Eu, por exemplo, queria ser advogado ambiental. Entrei na melhor faculdade da minha cidade, não fui o melhor aluno, mas me formei no tempo previsto, passei num concurso, fiz uma pós em meio ambiente, mudei de cidade, distribui currículo e comecei a trabalhar em um dos melhores escritórios da área, mesmo sem ter experiência. Era exatamente o que eu queria. Era esse o plano, não?

O universo tem dessas. Mais ou menos como o gênio da lâmpada mágica que nós concede três desejos. Ele concede exatamente o desejo que a pessoa pediu, assim ao pé da letra. E no final, quando a pessoa se fode completamente com o que pediu, ele simplesmente diz: "Não foi isso que você pediu?". Foi exatamente isso, mas quem disse que eu queria isso?

A vida não está fácil, mas se eu encontrasse com minha versão de 2011, esse outro Vinicius estaria completamente satisfeito. O de hoje não. Mas não é o mesmo Vinicius?

As coisas acontecem por algum motivo. Ou ao menos é o que dizem. Sim, acontecem. E acho também que nada é perda de tempo. Vivi, amadureci e percebi várias coisas nesse período. E sei (não sei como eu sei!) que isso tudo é necessário para que eu chegue num lugar bacana. Ou para que eu finalmente saiba fazer os tais pedidos para o gênio da lâmpada.

Bem, seguro a lâmpada e não consigo desejar. Então nem adianta esfregar. Enquanto isso penso nos desejos. Sei que esse último que fiz não deu muito certo. Mas o próximo, quem sabe?

29 de julho de 2013

Inverno da alma

O inverno não é minha estação favorita, ainda mais nos dias em que o sol não aparece. Colocar várias camadas de roupa, comer coisas gordas e sentir aquele vento frio cortando o rosto não é das sensações mais gostosas.

E o frio desse ano chegou ainda mais intenso para mim. Talvez eu precise mesmo ficar mais reflexivo para entender tudo o que vem acontecendo e o que precisa acontecer. Tenho chegado no meu limite de cansaço e desânimo com o rumo que minha vida tomou, mas quando em penso no que preciso mudar parece haver uma névoa no caminho que quero seguir, impedindo minha visão.

Hoje o sol já aparece um pouco e, apesar de fraco, deu uma esquentada nesse monte de camadas de roupa. Preciso mesmo derreter esse monte de coisas desnecessárias na minha vida.

25 de julho de 2013

Retomada

A vida está em um desses picos de tédio em que o trabalho ocupa a maior parte do dia e me sobram ali três horinhas de noite para descansar e ser feliz antes de desmaiar na cama de cansaço.

Mas chega de reclamar e de me sentir a pessoa com o emprego mais sem graça e sem possibilidade de mudar tão cedo.

Então decidi escrever, tirar fotos e ler. Voltar à minha rotina de criar pequenas coisas, mesmo que apenas para mim. Quero de novo me sentir vivendo e não apenas levando essa vida de gado.

Quero entender o que está acontecendo comigo nesses quase trinta anos. Desânimo eterno alternado por alguns poucos momentos de diversão? Chega.

23 de julho de 2013

Mãos

Eu ainda não sei exatamente o que eu quero fazer. Eu percebi que nunca gostei realmente de nenhum emprego que tive e nem tenho idéia do que eu sou bom. Não sei se realmente existe algo como um talento inato para fazer algo e, claro, se eu posso ganhar dinheiro com isso. Afinal de contas é preciso pagar o aluguel e comer. 

Seria ótimo fazer algo artesanal e com um valo interessante. Algo que poucas pessoas quisessem ou soubessem fazer. Bem, eu ainda não encontrei. Gosto de cozinhar, tirar fotos, editar, recortar, colar, escrever, criar. Mas não cozinho bem, não tiro fotos bem e não escrevo exatamente bem.

Gosto de arte. Gosto de música. Gosto de meio ambiente. Gosto de livros. Gosto de tecnologia. 

Não consigo montar um frankstein com tudo isso. Mas posso achar algo que eu consiga fazer bem.

Plantar verduras e frutas? Criar abelhas? Produzir blends de chá? Chocolate artesanal? 

Pesquiso bem, não sei falar em público, escrevo direito, aparento ter menos idade, não passo muita segurança, sou tranquilo, cumpro prazo, sei trabalhar em equipe, não imponho minhas idéias, não desisto, me relaciono bem com as pessoas, sou criativo, sou inseguro, me desmotivo com facilidade, não tenho muita autoestima, me comparo aos outros. 

Ok, respira. E continua a pesquisa que vai chegar uma idéia. Ou um começo.

Respira.


1 de julho de 2013

Pra você ver

Eu nunca havia trabalhado tanto, algo como pelo menos umas nove horas por dia. E ganhando bem menos do que no antigo emprego. Mas dai pensei, um ano de firma, quase trinta anos na cara, capaz de me promoverem. Que nada! Aumentaram ali o salário em uns trocados e lá fui eu ver que na vida nada é certo. Comecei a pensar em voltar pra Brasília, em simplesmente não voltar mais para o escritório. Mexi no currículo, atualizei, rescrevi, mas não mandei para nenhuma empresa. Não sei para onde mandar, não sei o que quero realmente fazer. Pensei em faltar hoje, quase como matar aula na época do colégio. Eu ainda não sei o que fazer, tenho uma viagem, tenho contas e o tempo passando. Não sei o que fazer. Mas sei que estou obrigado a mudar.