28 de julho de 2022

Reforma



O prédio está em reforma na fachada. Janelas e cortinas fechadas pra não cair cacos e para um pouco de privacidade. A casa se torna outra. Escura e fechada. Quase como tenho me sentido nos últimos tempos. E então perto do final da tarde os trabalhos acabam e gosto de abrir as janelas e as cortinas todas da casa. O vento e o sol quente invadem a casa. Fecho um pouco os olhos para sentir. Preciso abrir também minhas cortinas e janelas. Sinto algumas frestas, não dá para escancarar tudo. As janelas, minhas e da casa, são importantes, tanto abertas quanto fechadas. É preciso saber a hora de abrir e de fechar também.

26 de julho de 2022

Nós dois



Tanta coisa que a gente passou nesses quinze anos desde aquele primeiro beijo na festinha de rock, depois de algumas caipirinhas. E mudamos nossas vidas, mudamos de casas, de cidades, voltamos. É tão bom amar você, vivermos juntos, planejarmos nossa vida. Você me mostra tantas coisas, eu te mostro outras. E a gente vive e se ama todos os dias. Mesmo quinze anos depois eu amo viver com você. Amo acordar e dormir com você, rir, tomarmos vinhos, cuidarmos do Tominhas e da nossa casa. Eu te amo muito! 

25 de julho de 2022

Ressaca



Eu me adaptei bem com o isolamento. Nossa casa é pequena, mas confortável para nós três (eu, meu marido e nosso cachorro). Livros, música, filmes, séries, conversas, carinhos, sonecas, entrega de compras, vinhos, pães e besteiras. Quase dois anos e meio depois que começamos a ir para shows e encontrar amigos. Hoje estou com ressaca em plena segunda-feira, mas foi ótimo ter ido ao show da Dona Onete, Lia do Itamaracá, Luedji Luna e Jussara Marçal. Show gratuito ao ar livre, perto do museu da República. Reencontrar amigos que não via há anos em um espaço que não ia há anos. E isso também é forma de se alimentar, de viver, rir, tomar cerveja, conversar na fila. A vida é cheia de surpresas e de momentos. E de ressaca também. De sair do controle, de aproveitar e curtir. De viver, experimentar ao vivo, algo produzido ali na mesma hora, tudo junto. Não tem sido um retorno fácil. Ainda há medo da covid e da varíola, mas aos poucos nosso corpo e nossa mente se readaptam.

22 de julho de 2022

Sexta e pequenas decisões



Moro aqui há quase oito anos, mas só nos últimos dois anos trabalho de casa. Grande parte desse período foi isolado em casa. Mas na última semana resolvi nadar na hora do almoço na piscina aqui do prédio nadar. Hoje consegui repetir. Parece um teletransporte. É o meu prédio, mas ao mesmo tempo me senti no clube em que nadava há alguns anos. E o melhor: só precisei colocar a sunga, separar o óculos e a touca e descer pelo elevador. Não preciso pegar o carro, enfrentar trânsito, estacionar e chegar no clube. Ainda não consigo nadar muito, uns vinte minutos está bom. Aliás, como eu que conseguia nadar quase uma hora?

A vida é cheia dessas pequenas decisões que mudam tanta coisa. Tudo ao redor continua o mesmo, mas uma pequena decisão é capaz de mudar praticamente tudo. Decidi comprar uma pulseira fit que conecta no celular e monitora as atividades físicas. Decidi nadar na hora do almoço em alguns dias. Decidi caminhar mais. A gente precisa às vezes de um pequeno empurrão. E espero conseguir manter essas boas decisões.

E praticamente do nada essa planta maravilhosa na nossa sala solta um pendão com botões e começa a florescer. Uma vez por ano ela faz isso, mas sempre me surpreendo. Não sei os mecanismos, mas nunca é no mesmo mês do ano. E sempre é uma festa quando ela solta essas flores lindas na sala.

E que bom que hoje é sexta! Ufa!

21 de julho de 2022

Música



Tinha tempo que eu não escutava música. Mesmo com tanta música disponível para ouvir enquanto trabalho, além de rádios de vários países pela internet. Lembro que desde pequeno sempre gostei de escutar rádio. Meu pai tinha mania de ligar algum rádio de casa na 88.9 Brasília Super Rádio FM, uma rádio que não existe e que tocava música clássica o dia todo. A frequência ainda existe, mas agora é outra rádio, que escuto de vez em quando, parecida com a Antena 1, chamada Alpha. Ele deixava o rádio ligado enquanto fazia outras coisas de casa, como cuidar do jardim ou ajeitar/quebrar algo. Aqui em casa a gente escuta música nas noites de sextas enquanto bebemos vinho, comemos algo leve e conversamos. Eu escolho duas músicas e coloco na fila e meu marido escolhe duas. Nosso ritual semanal. 

Mas não tenho descoberto muitas músicas novas. Acho que com quase quarenta é mais fácil ficar no já conhecido. Como meu pai na antiga rádio de música clássica aqui da cidade. Música é tão importante e pode mudar o ambiente, o humor, a atmosfera. Coloquei o disco novo do Tim Bernardes enquanto escrevo. Eu não escutava o Terno, mas adorei as músicas que ele fez para a Gal e Bethânia. Escutei Marina Sena e gostei. Duda Beat já fui em show. Daqui a uns dias vai ser o COMA e não conheço quase ninguém que vai tocar, mas com certeza devo gostar de alguns shows e bandas novas. Acho que nunca vou deixar de ir em shows, principalmente na época da seca de Brasília, ao ar livre.

Eu sou viciado em podcasts. São quase como programas de rádio. Quando eu era pequeno adorava escutar o 2 em 1 com a Gislaine Martins e o Ricardo Sam, acho que era o único programa que eu tinha o costume de escutar. Tentei escutar o Pânico, mas não gostei. Hoje em dia escuto sempre podcasts enquanto caminho com o nosso cachorro aqui perto de casa ou lavo louças ou faço a faxina. Algumas vezes escuto no carro também. Mas notei que sinto falta de música, preciso balancear mais podcasts e músicas.

Preciso de música...

18 de julho de 2022

Blues



Essa época do ano é a minha favorita. Eventos ao ar livre e friozinho. Aos poucos me adapto em estar em shows com minhas amigas. Nesse final de semana teve o República Blues com Tulipa Ruiz, Fernanda Abreu e Ellen Oléria, além de vários músicos de blues de vários países. Acho que o foi o primeiro festival que eu realmente consegui relaxar. Dancei e ri, tomei cerveja e voltei mais leve pra casa. Bom que sempre ficamos mais afastados da muvuca e curtimos mais tranquilos os shows, além de poder conversar.

15 de julho de 2022

Saudades da piscina



Depois de quase três anos sem nadar, resolvi pegar meu óculos, touca, toalha e sunga e desci para a piscina aqui do prédio na hora do almoço. Não tinha ninguém, então foi ótimo nadar um pouco. Fiz dez chegadas, mas parecia que tinha feito uma maratona. Estou completamente sem condicionamento, mas fez um bem danado nadar. Crawl, peito e costas, nem arrisco borboleta. Não ligo para tempo ou para metros, gosto simplesmente de nadar. Mesmo nas aulas eu não gostava de seguir o roteiro ou depois dizer que nadei mil quinhentos ou dois mil metros. Comprei uma pulseira fit e ela conseguiu medir praticamente tudo. A largura da piscina, as braçadas, a frequência cardíaca. Parece um relógio daqueles que vinham de brinde nos aniversários de criança, mas é ótima. Deve ter uns vinte anos que não uso relógio, dede que comecei a usar celular, mas tem sido bom voltar a ver as horas no meu pulso, sem depender de celular. Os minutinhos na piscina deixaram minha sexta mais relaxada. Eu fiz aulas de natação por muitos anos, acho que foi o único esporte que eu realmente consegui manter uma frequência. Comecei por indicação de um ortopedista quando tinha uns quinze anos. Escoliose. E desde então tenho nadado, com alguns intervalos longe da piscina. Nadei de 2015 até o começo da pandemia. Agora que trabalho de casa vou tentar aproveitar mais a piscina do condomínio. Só descer pelo elevador. Eu não tinha ideia do tanto que eu senti falta de nadar. 

8 de julho de 2022

Calmaria



Depois de algumas semanas corridas no trabalho tem sido bom ter uns dias mais calmos. Tenho conseguido fazer tudo com calma, respiro, medito, leio, escrevo, olho pela janela as nuvens, as sombras, as árvores. Não dá pra ficar sempre na correria, é preciso ter tempo para respirar, sentir tédio. E bom que hoje já é sexta...

1 de julho de 2022

Quarta Dose



Ontem de noite enquanto a gente assistia TV vi em uma rede social que ia começar a vacinação da quarta dose da vacina de COVID para quem tem acima de 35 anos. Na hora já me deu uma alegria, mesmo que ficássemos horas na fila. Mas chegamos hoje e havia poucas pessoas no posto e em poucos minutos já estávamos vacinados. Iran ainda tomou a de influenza, que tomei na semana passada no meu trabalho. Agora estamos imunizados para COVID e influenza. Que sensação boa...