20 de maio de 2009

Copacabana me engana





Último dia do evento. Não me deu muita vontade de passar o fim da minha temporada carioca dentro de quatro paredes em uma sala acarpetada e cheia de engravatados. Saí. Andei a pé pelo calçadão de Ipanema e pensei na vida. Lembrei da Marambaia e como seria bom ter quem eu quero por aqui. Andei, andei, andei. Aliás, todos deviam estranhar alguém de calça jeans e camisa caminhando na beira da praia, mas e daí? Por que não uma cervejinha? A essa altura eu já estava em Copacabana, subi perto do Posto 9 e fui para um bar devasso ali perto: hambúrguer e chop vermelho, por favor. Isso, uma ruiva. Aproveitei e dei uma olhada na tal da Farme de Amoedo e desci no posto 9 1/2. Gringos por todos os cantos e muita cor. Como eu queria morar aqui no Rio. Logo mais embarco de volta pra casa e o Rio vai me deixar muita saudade...

19 de maio de 2009

Ai, ai...


Caminho pelo centro de chinelas. Vários bares de tio, daqueles bem botecão. As lojas fecham às 19h? Realmente o centro não é de se brincar. Várias lojas de instrumentos musicais, mas nada de um bar decente. Humm, olha aquele café ali? Entro e já me sinto em casa: azulejos hidráulicos no chão, espelhos antigos e plaquinhas perto das mesas com os nomes de frequentadores famosos que já se foram há tempos. Cento e cinquenta anos? Quantas pessoas já se sentaram naquelas mesas? O garçon me oferece um café colonial, mas eu só quero uma cerveja. Peço uma daquela da garrafinha verde, leve e meio amarga. Rapidinho me chega um balde cheio de gelo e minha cerveja dentro. Pego o jornal do dia, tomo minha cerveja e agradeço estar no Rio de Janeiro a essa hora. Só queria mesmo que um pedacinho do Reino Unido estivesse ali comigo àquela hora. Na mensagem que tinha acabado de chegar ele dizia ainda estar trabalhando. E eu bêbado, pois não comia nada há tempos. Volto pro hotel e vejo uma fachada linda de cinema. Bem antigo. Será? Deve passar uns filmes de arte, quem sabe uns bem velhinhos. Err..., acho que não: striptease ao vivo. Mas antes ter virado um pornô do que mais uma igreja. Sigo pro hotel, pois o centro já está ficando meio vazio. E agora a monografia. Ai...

Preguiça



Saí mais cedo do evento. Rolou um coffee break e eu realmente não estava com vontade de ver mais alguns trabalhos técnicos. Caminhei pela orla do Leblon. Vi gringos, gente esquisita, aposentados, babás, corredores amadores, personals e muitos gringos. Pensei no tanto de gente já passou por ali. O cansaço era enorme, mas vi um vendedor de biscoito globo e não resisti, apesar de achar bem caro pagar dois reais por um saquinho minúsculo. E agora como faço para pegar o metrô? Caminhei, caminhei. Entro na integração (um ônibus que age como se fosse metrô) e já caio no metrô lotado. Pra que lado? Onde fica a Silva Jardim? O quê? Não conhece? Ai, caralho. É perto da Catedral Presbiteriana. Não sabe? Tá, valeu. E agora, Brasil? Hora do rush e eu no centro do Rio mais perdido. Ufa, cheguei. Entro, ligo a cobrar pros meus pais para saberem que estou vivo, subo correndo pro meu quarto e, puta merda, a chave não abre. Detesto esses cartões magnetizados, merda. Por que não fazem uma porcaria de uma chave? Desço e magnetizo de novo. Entro na minha cabine. Uma cerveja seria perfeito agora...

Praia


Nem acredito que eu to na praia. E eu vou ter que trabalhar com um sol desses lá fora? Chego no hotel do congresso e uou, como assim? É como se ele tivesse ficado preso no glamour carioca dos anos cinquenta. Mas o pior é a sensação de “o que estou fazendo aqui?”. Vários engravatados e eu com minha camisa xadrez, calça jeans e allstar. Não dress code para o evento. Resolvi ficar na minha, sentar mais no canto. Certamente devem achar que eu sou estagiário. Peguei ônibus, metrô e andei quinze minutos para chegar aqui, pois a diária que me pagaram só cobria um hotel supereconômico. De novo, o que estou fazendo aqui? Bem, estou no Rio e só de ver o mar, curtir o caminho no ônibus e comer um docinho na Colombo já faz minha viagem valer a pena. Aliás, não paguei hotel, nem passagem e muito menos a inscrição. Estou no lucro.

Centro


De Rio
Completamente perdido na cidade. Tudo é tão antigo, sujo e tão bonito no centro, bem diferente do reto e do concreto brasiliense, da aridez asséptica do planalto. Vem cá, esse ônibus passa na Niemeyer? O quê? A avenida só abre às 10h? Esse arquiteto acorda tarde, hein...

18 de maio de 2009

No Rio!

Engraçado ouvir o aviso de que qualquer pessoa com febre alta e gripe deve falar com a equipe do voo. Bem, espero realmente não estar com a suína, apesar de ser tentador ficar em um hospital descansando por uma semana. Melhor não. Ligo um jazz, mas escuto que fizeram uma parceria com uma fábrica de cerveja, ou seja, vou tomar uma latinha nas alturas, quase uma Hosana. Chego ao Rio e procuro o tal do “frescão”, pago quatro reais e rapidinho estou no outro aeroporto, bem mais perto do meu hotel superultraeconômico. Só nisso economizo uns quarenta reais fácil. Logo que chego, um casal de meninos anda tranquilamente de mãos dadas, afinal, por que não? Faço check-in e entro no meu quarto que mais parece uma cabine de avião. Finalmente cai a ficha: estou no Rio... e a trabalho. Sem ninguém pra tomar uma cervejinha, sem tempo de ir à praia. Mas estou no Rio.

17 de maio de 2009

E o avião?

Quatro dias e três noites, com hotel e traslado no Rio de Janeiro. Parece até promoção, mas na verdade é muito trabalho! Frio na barriga, principalmente por estar completamente sozinho em terras cariocas. E, claro, por ficar no centro do Rio. Eu sei, o centro é isso, o centro é aquilo, mas foi o hotel com o melhor custo benefício e, além disso, é daquela rede famosa que parece nome de autódromo. E as noites cariocas, afinal a Lapa é ali do lado? Bom, provavelmente estarei acompanhado desse computador e de um pouco de café para dar uma olhada nos capítulos finais da melhor novela já escrita: "Os Incríveis Tormentos de Uma Monografia Que Não Acaba Nunca". A bem da verdade eu não poderia viajar, já que o semestre está quase no fim e os prazos todos apertando, mas não tem como dizer não quando sua chefe chega e diz: "Você tem disponibilidade de viajar ao Rio?". Claro, não tenho vida particular além do trabalho. Aliás, vivo para trabalhar. Bom, mas de qualquer forma irei aproveitar, já que viagem é viagem. E, claro, saudades, muitas saudades de quem fica aqui nesse planalto. Tantas coisas mudando por aqui. Em trinta dias minha vida se transformou completamente. Cresci anos em poucas semanas. Mas e o avião?

6 de maio de 2009

Hã?

Depois de quase três semanas sem abrir um livro me bate um desespero com a tal da monografia. Sabe quando bate a sensação de "cansei de brincar, quero minha mãe"? O que me salva é ter a ilusão de que a vida após a graduação é um mar de rosas. Me engana que eu gosto.