31 de maio de 2012

Commuting

Essa vida sem carro tem sido boa. Já faz quase dois meses que só tenho usado transporte público e não sinto falta de ter meu carro. Quer dizer, tenho saudade de chegar em 15 minutos ao trabalho, mas isso não ia acontecer aqui em SP.

O bom de ser pedestre é não se preocupar muito durante o percurso. Levo quase uma hora de casa ao trabalho, mas nesse tempo, além de caminhar ate a estação de metrô, ainda posso olhar meus emails, as redes sociais e ler um livro em ePub, tudo isso escutando música. Acho que nunca usei tanto meu celular.

Nunca mais soube o que é procurar vagas, pagar estacionamento, ficar engarrafado, encher o tanque, pagar seguro ou imposto do carro. Em compensação, sei tudo sobre cartão fidelidade do metrô e bilhete único, linhas, baldeações, catracas.

E quando não rola metrô ou ônibus, sempre passa taxi pra me quebrar um galho.

Acho que nunca vou ter carro nessa minha vida paulista.

29 de maio de 2012

Solo

Pela primeira vez fico sozinho em São Paulo enquanto você viaja a trabalho. O apartamento fica gigantesco, o colchão parece frio, a cidade fica ainda mais cinza.

Tenho aprendido a me virar por aqui, andar pelos cantos, visitar lugares. Sinto falta de Brasília, sinto falta da minha família, meus amigos e de você.

Tiro esse tempo pra mim, pra pensar no rumo que minha vida tomou, enxergar outras possibilidades nessa cidade, enfim, aprendendo a me virar por aqui.

27 de maio de 2012

Quem diria

Ainda não sei como vai ficar minha vida. Não entendi direito o rumo que ela está tomando, mas de qualquer forma é completamente diferente do modo como imaginei. Acho que isso é algo bom, surpreender-se com o curso das coisas e não simplesmente viver um dia após o outro.

É engraçado definir-me como advogado. Claro, fiz faculdade de direito, passei no exame da ordem e trabalho em um escritório de advocacia. Advogado. Quem diria!

22 de maio de 2012

Nunca se está satisfeito

A visa em São Paulo é bastante corrida, as horas do dia passam numa velocidade impressionante.

Essa correria já faz parte do meu dia aqui. Ir ao metrô, enfrentar a multidão, caminhar até o trabalho e trabalhar, trabalhar, trabalhar, caminhar, enfrentar a multidão e voltar pra casa.

Adoro descer do metrô, andar pela Paulista, resolver várias coisas a pé. Adoro o apartamento, os bares, os restaurantes, as baladas e nossa vida junto.

Sinto que aqui vou crescer muito tanto profissionalmente quanto pessoalmente.

Mas hoje acordei com tanta saudade de Brasília. Da vida tranquila, das árvores tortas do cerrado, das ruas largas, dos prédios harmoniosos, das comerciais, da minha família, da casa dos meus pais, do emprego estável.

Essa saudade vai ficar sempre comigo e até me faz esquecer que toda essa tranqüilidade e calmaria foi um dos motivos que me deram força para buscar algo novo em minha vida.

Então chega de saudosismo e vamos continuar tocando a vida por aqui!!!

17 de maio de 2012

Trabalho e casa

Eu nunca soube direito o que um advogado ambiental faz. E então me vi trabalhando em um grande escritório, mesmo sem ter experiência. E estou gostando, apesar de não saber ainda como é realmente o trabalho. Espero que eu dê conta!

No mais a vida está boa. Às vezes abro a janela da sala, do décimo-primeiro andar do prédio, e vejo a linha do horizonte, as nuvens, o mar de edifícios.

E tem um shopping aqui perto. Ver um filme no meio da semana e voltar caminhando tranqüilamente pra casa é algo completamente impossível em Brasília, mas agora passa a ser normal na minha vida em São Paulo.

Começo a me acostumar mais com o metrô também. Caminhar até a estação, pegar o metrô, depois caminhar da estação até o escritório. Só é ruim quando chove.

Mas a vida está boa!

13 de maio de 2012

E amanhã?

A partir de amanhã eu realmente começo a vida aqui em São Paulo. No caminho de volta de Brasília, só eu e minha mãe no carro, pensei em como minha vida mudou, conversamos sobre essas mudanças, tanto na minha vida, quanto na dela quando chegou em Brasília.

Agora sim acho que acabou minha adolescência. Amanhã começo no primeiro emprego adulto da minha vida, desses de terno e gravata. Nem sei ainda o que esperar.

A viagem pra Brasília foi ótima para rever tantas pessoas importantes na minha vida, curtir família, amigos, rever lugares. Nesse fim de semana inteiro tive menos horas de sono do que em uma noite normal.

Foi bom voltar pra São Paulo também. No caminho pro apartamento percebi como gosto daqui.

E amanhã como vai ser? Como eu vou me sentir? Como vai ser o trabalho? Sei lá. Vou tentar dormir que é o melhor que faço.

12 de maio de 2012

Casas

Foram tantas mudanças em tão pouco tempo. Primeiro, consegui o emprego. Mandei meu currículo para tanta gente, tanta gente o repassou, mas tive apenas um retorno. Não achei que em um pouco mais de um mês eu fosse conseguir um emprego na área que quis e em um lugar que nunca imaginei trabalhar, um escritório gigantesco e de renome.

Mas consegui! Espero que dê conta!

E um pouco depois voltei pra Brasília para visitar minha familia, uma viagem rápida de dois dias. Pela primeira vez aqui não é minha cidade. É apenas a cidade que nasci e onde mora minha família e amigos. Minha cidade agora é São Paulo, onde moro e trabalho, mas ao mesmo tempo também não é minha cidade.

Estou como numa limbo, numa sensação de não pertencer a lugar nenhum. Mas de qualquer forma, agora quando penso em casa, penso no apartamento lá de São Paulo. Aqui é a casa dos meus pais, a casa que nasci. Lá é a casa que escolhi morar, a casa que moramos juntos.

6 de maio de 2012

Lar doce lar

São Paulo cada vez mais se torna minha casa. Já conheço algumas ruas, alguns pontos, algumas direções. E minha home sweet home está cada vez mais doce, apesar de não ter praticamente nada.

Adoro as caminhadas até o metrô, subindo a Frei Caneca ou a Augusta, pois encontro sempre uma lojinha interessante, alguém com uma roupa bacana, um grafitti ou stencil divertido nos muros. Começo a perder um pouco o olhar de turista e me encaixar no ritmo da nova cidade.

Claro, sinto falta de Brasília. Mas uma saudade boa, de ter saído porque quis, com meu dinheiro, com minha vontade, mesmo sem ter muita noção no que eu estava me metendo.

Um mês longe de casa. Mas agora finalmente em casa de novo. Casas diferentes, mas casas. Cada qual a seu próprio jeito.

4 de maio de 2012

Nova casa, nova vida

Depois de mais de um mês de guerra com imobiliárias, depois de muitos quilômetros de passeios para ver quais apartamentos estão disponíveis, finalmente estamos na nossa casa em São Paulo.

Um lugar lindo e sem nada, apenas um colchão no chão, mas pra que mais? Eu nunca vou me esquecer da sensação de ter dormido a primeira noite aqui.

E agora sim me sinto em São Paulo, pertinho da Augusta, de um shopping, um parque e uma estação de metrô!

E muitas dores de carregar um milhão de coisas pra lá e pra cá, de visitar lojas populares pra comprar geladeira, fogão, máquina de lavar, todas essas coisas de casa.

E saber que durante os próximos meses ficarei completamente pobre. Essa vai ser a primeira vez que vamos montar uma casa sem ajuda dos pais.

Mas mesmo pobre, quebrado e dolorido, não tem como esconder o sorriso de estar aqui, depois de um mês!

Só falta dar certo agora na entevista!