18 de agosto de 2016

Arte?

Ainda não consegui digerir tudo o que aconteceu nesses últimos dias. Teve noite sob as estrelas, ao redor da fogueira e com sacos de dormir. Teve uma xamã. Teve um cacto mexicano. Teve uma mini barraca indígena com pedras em brasa, ervas e água. 

E no dia seguinte começaram as aulas de História da Arte. De volta pra universidade depois de tanto tempo. Gostei de todos os professores e de todas as aulas. Gostei de quase todos os textos. Aliás, xerox, né? Eu tinha me esquecido a quantidade de cópia de textos que a gente precisa. E teve material artístico também. Tintas, papeis, pinceis, estiletes, réguas. 

Mas tudo flui bem. A faculdade não é mais um peso. 

Aliás, eu não tinha percebido como arte é importante para mim. Tive um insight esses dias. Em 2011 Iran se mudou pra São Paulo e no final do ano tirei alguns dias de férias pra ficar com ele e conhecer a cidade, antes de decidir me mudar para lá (e me mudei uns seis meses depois!). Andei sozinho pelas ruas enquanto ele estava no trabalho. Todos os dias fui para museus. Pinacoteca, Estação Pinacoteca, MASP, MAM, MAC, Instituto Tomie Ohtake, CCBB, Caixa Cultural. Eu ia sozinho, passeava pelas exposições e ficava horas. O tempo era só meu e eu poderia fazer o que quisesse. Escolhi visitar galerias de arte. E ir ao cinema.

Em geral as exposições estavam vazias e nem sempre eram fáceis de chegar, aindamais quando não se conhece bem a cidade.. Vi quadros, esculturas, olhei bem perto pra ver as rachaduras das tintas, as assinaturas, as molduras, os títulos e os "sem título". Eu não tinha percebido esse meu enfoque naquela época e nem poderia imaginar que cinco anos depois eu voltaria para a faculdade para estudar arte.

Imagina, arte? Eu? Sério? Na época da faculdade de direito eu não tinha nem coragem de pisar no prédio do Instituto de Artes. E agora estou lá. Por que não?

11 de agosto de 2016

Se eu fosse eu

"Experimente: se você fosse você, como seria e o que faria? Logo de início se sente um constrangimento: a mentira em que nos acomodamos acabou de ser levemente locomovida do lugar onde se acomodara. No entanto já li biografias de pessoas que de repente passavam a ser elas mesmas, e mudavam inteiramente de vida. Acho que se eu fosse realmente eu, os amigos não me cumprimentariam na rua porque até minha fisionomia teria mudado. Como? Não sei.
Metade das coisas que eu faria se eu fosse eu, não posso contar. Acho, por exemplo, que por um certo motivo eu terminaria presa na cadeia. E se eu fosse eu daria tudo o que é meu, e confiaria o futuro ao futuro.
"Se eu fosse eu" parece representar o nosso maior perigo de viver, parece a entrada nova no desconhecido. No entanto tenho a intuição de que, passadas as primeiras chamadas loucuras da festa que seria, teríamos enfim a experiência do mundo. Bem sei, experimentaríamos enfim em pleno a dor do mundo. E a nossa dor, aquela que aprendemos a não sentir. Mas também seríamos por vezes tomados de um êxtase de alegria pura e legítima que mal posso adivinhar."

Trecho de: Lispector, Clarice. "Aprendendo a viver." Rocco Digital. iBooks. 


5 de agosto de 2016

Branco

E então eu acordo e olho pra tela em branco, sem saber o que escrever. Nada me vem à cabeça. Não lembrei do sonho, não teve nenhum assunto interessante do dia anterior. Tem dias que são assim, sem nada muito especial.

4 de agosto de 2016

Acorda e escreve

Tenho tentado acordar e escrever algo, ainda com esse inconsciente molinho, meio dormindo, meio acordado. Sem filtro, sem amarras, sem tema. Acordo e escrevo. Tem horas que não sai nada, mas mesmo assim tenho continuar a escrever, num fluxo que nem eu sei direito de onde vem.

Esses últimos dias têm sido um pouco de laboratório. Tento fazer pequenas mudanças na minha rotina: ir por outros caminhos, comer mais devagar, melhorar a alimentação, cuidar da postura, pegar mais leve e tem dias até que consigo meditar... Tenho tido essa vontade de melhorar, de sair do automático, de sair da anestesia. Aos poucos, quem sabe.

3 de agosto de 2016

Insônia

Tem noites que o sono não vem fácil. Apesar do cansaço, da hora ou do colchão. Simplesmente os olhos teimam em ficar abertos. E então surgem os barulhos da madrugada. Os pássaros, os carros, os cachorros. Nada do sono. A cabeça começa a pensar em tanta besteira. Às vezes chega um sono besta, só pra não dizer que a noite passou todas em claro...

2 de agosto de 2016

Aos poucos

Tem tempo que não sonho ou simplesmente não lembro dos meus sonhos. Acordo cansado e já penso na hora que vou voltar a dormir. Mas ao menos não é mais segunda.

Semana que vem começam as aulas. Depois de tanto tempo vou voltar a estudar. Quase todas as noite e as manhãs de sábado. Mas estou bem empolgado, vai ser bem diferente da primeira faculdade.

Aos poucos a vida fica mais leve e mais em sintonia comigo. Aos poucos as coisas vai melhorando.

1 de agosto de 2016

Hotel

Tem vezes que mesmo sem viajar parece que a gente foi pra bem longe. Minha mãe nos deu uma diária de hotel aqui de Brasília. E foi ótimo poder dormir numa cama bem grande cheia de travesseiros, curtir café da manhã, serviço de quarto, piscina, sauna. Pareceu mesmo uma viagem... Mas uma tão perto que não foi nem meia hora pra chegar. E agora é voltar pra realidade...