28 de julho de 2007

Disparates

Gosto de conversar besteiras em cima da cama, na mesa do boteco, no restaurante fino, no telefonema com a tia-avó, no rolé de patins, no carro, nos almoços do trabalho. Falo coisas inimagináveis, impublicáveis e inesperadas que escapam assim sem a menor cerimônia. Às vezes um assunto a princípio simples e ingênuo descamba para as piores barbaridades, dignas das bocas de estivadores do século XIX, políticos investigados por CPIs, travestis da mais baixa categoria e até mesmo mc's de proibidões e rappers de gangsta. Até tento controlar meus disparates com um sorrisinho à la Monalisa, guardando-os só para mim, mas apesar desse esforço descomunal, eles conseguem ser mais fortes do que as barreiras que supostamente não deveriam deixá-los escapar e saem arrombando tudo. Só me resta esperar que os disparates alheios se sintam ajudados a escapar de suas respectivas prisões e façam companhia aos meus que estão ali recém-libertos, porque afinal de contas todo mundo tem aquele disparate, aquela história maluca e aquele palavrão loucos para escapar. Basta um estímulo!

Um comentário:

  1. Acho que nunca mais meus disparates ficaram presos, são todos livres, leves (nem sempre!) e soltos (na bagaceira!). Sinta-se acompanhado! beijo

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