16 de maio de 2011

La famiglia

E então a gente cresce, sai da casa dos pais e já se acha muito adulto, afinal pago as contas, faço faxina, lavo minha roupa. Mas não importa, quando a gente precisa, vira de novo criança. Essa semana aconteceu isso. Estava ali todo cheio de maturidade, quando resolvi beber demais. No dia seguinte não sabia quem eu era e nem onde estava. Não encontrava minha carteira, não lembrava de quase nada. Ufa, minhas amigas me trouxeram de táxi pra casa. Mas minha cabeça continuava a girar. Na hora arranjei forças não sei de onde, entrei no carro com tudo girando e fui direto para a casa dos meus pais. Mal tive tempo de falar 'oi' pro meu pai, já caí direto na minha antiga cama. "Bebeu, né? E imagino que você não comeu nada...". Meu bafo de álcool oxidado, ou melhor, de aldeído, não me deixava mentir. E quando vi meus pais já me traziam remédio para enjôo, água de coco e todo aquele mimo que só os pais podem fazer. "Meu filho, da próxima vez como algo forte antes de beber...". Beber? Não tão cedo! E o melhor foi voltar a ter quinze anos: dormir no meu antigo quarto, ver televisão até mais tarde, acordar com café na cama. Eu tenho vinte e sete. Em alguns dias tenho quarenta, cinqüenta, mas ontem tinha quinze de novo. E foi tão bom sentir todo aquele amor, toda aquela compreensão. Sério, a gente tem de aproveitar muito os pais. É tão bom esquecer da idade cronológica por algumas horas...

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