23 de dezembro de 2011

Filho

Tinha muito tempo que eu não conversava com meu pai, quer dizer, mais do que um "oi, tudo bem? Como vão as coisas?". Resolvi puxar assunto com ele, como as plantas do jardim, que ele sempre cuida tão bem. E então ele me chamava pra ver uma que estava dando flor, outra que havia crescido muito, outra que estava quase morta e ele conseguiu fazê-la ficar forte. Quando percebi já estava comendo jabuticaba e pitanga, colhidas ali na hora. Eu me senti como se tivesse uns cinco anos de idade e vi como essas pequenas coisas são importantes para o meu pai. A jardinagem, a religião, as histórias de quando ele era pequeno e as viagens ao exterior. Sempre penso como vai ser difícil quando ele se for. A gente tem quase cinqüenta anos de diferença e mesmo assim nos damos bem, apesar das diferenças de ponto-de-vista. Ai, pai...

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