19 de abril de 2012

Azulzin

Precisei me desesperar pra sentir que as coisas não estão tão ruins assim. Calma lá! Resolvi me dar uma manhã de folga, li um pouco no parque, dei uma volta pelas ruas vendo lojas e falando ao telefone com as pessoas que amo lá em Brasília, como se estivesse ali do ladinho. E nisso percebi como S. Paulo é bacana. Talvez não role um escritório de advocacia ambiental agora, mas algo vai rolar. Além do mais, tenho uma grana guardada exatamente pra essa entressafra. Não quero voltar agora.

Quinze dias longe de casa, ainda sem casa nem trabalho, mas mais leve. Parece, sei lá, que estou na década de sessenta ou setenta, meio retirante na cidade grande. Algo como se o que eu vivesse agora fosse o flashback de outro "eu" no futuro, lembrando de como foi o começo da mudança. Um flashback futuro ou um flashfoward retrô? Sei lá!

Lembrei de uma das conversas com meu pai, na ultima manhã lá em Brasília: "Aconteça o que acontecer, não me desaponte". Na hora eu não entendi direito e nem lembro direito se ele usou o verbo desapontar, mas hoje eu entendi melhor. Foi algo como "ei, você dá conta. Pode não perceber agora ou se desesperar, mas sei que você dá conta, afinal te conheço desde que você nasceu". Vai que ele não quis dizer isso, mas ok, pra mim vai ser isso por enquanto.

E então respirei fundo, olhei pra cima e vi um céu tão brasiliense, quer dizer, azul e sem nuvens. E na hora me senti melhor, menos autosufocado em S. Paulo.

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