30 de abril de 2012

Olhar

Tudo muda tão depressa que perdi completamente meus referenciais, não sabendo mais nem mesmo quem/como/que/se sou. Nunca me imaginei em papeis, situações e desejos que me rondam.

Por trás dessa suposta serenidade que me acompanha(ou) a vida toda há uma tormenta, uma necessidade estrondosa de trabalhar/viver/amar até não conseguir sentir mais minhas costas, minha cabeça, meus pensamentos.

E tenho gostado de como a cidade tem me moldado. Ou como me deixei moldar, endurecer, enraivecer. Vejo outro reflexo no espelho, com um olhar negro, sobrancelhas grossas, rugas, dentes, boca. Não sei mais se esse seria quem realmente sou ou se me tornei algo diferente.

Gosto disso.

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