22 de junho de 2012

Alguns anos a menos ou a mais

Eu devia estar mais ou menos com uns quarenta e cinco anos. Trabalhava o dia inteiro, ia pra casa, comia, via televisão e dormia cedo para acordar bem para mais um dia de trabalho, casa, comida, televisão. Então lembrei que eu não tinha nem trinta anos. Ou poderia ter ainda menos.

Um show assim no meio da semana, desses de bandas de garagem com o público reduzido a amigos dos membros da banda. Minha vontade era de ligar pra minha amiga, inventar uma desculpa e ir dormir cedo.

Contrariando todos os meus impulsos, tomei banho, me arrumei e fui. Cheguei lá e eu já estava com uns vinte e um anos. Tomei cerveja de balde, ri, lembrei da época de adolescência, ouvi músicos divertidos e que não estavam ligando para tocar bem, mas só se divertir.

Duas da manhã, levemente alcoolizado e feliz. Taxi pra casa, sozinho. O trânsito fluindo, a cabeça a mil, um sorriso. Por que eu fui perder isso de me divertir? Como fui envelhecer tanto?

Alarme toca às sete e pouco, a cabeça dói e a vontade é de ficar embaixo do edredon. Não estou mais com vinte e um, mas também não tenho quarenta e cinco.

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